“Ser empreendedor no setor da restauração é ser um sonhador pragmático”

By Revista Spot | Julho 28, 2024 Julho 28, 2024

A visão empreendedora não se contenta com o comum, anseia por fazer a diferença. É o combustível que move os líderes a correr riscos calculados, a investir tempo e recursos em algo que, para outros, pode parecer um salto no desconhecido. Reinventar um restaurante já não é apenas sobre dar ênfase ao menu, mas sim sobre investir na estética dos pratos, na dinâmica do espaço, na formação de recursos humanos e na estratégia de marketing digital que, segundo Henrique Caniço, responsável pelo D. Frango, “não é um modismo passageiro, mas uma necessidade para um restaurante se destacar, envolver e fidelizar clientes.”

Cultivar um propósito

Quem conhece o D. Frango sabe que este não é um lugar comum. Nunca foi só mais um. E como é que se consegue esse ‘ethos’? Cultivando um propósito.

Henrique Caniço é talvez um dos melhores exemplos de um líder de nova geração que há mais de 20 anos viu num negócio de família uma oportunidade de inovação e crescimento. Assim ‘renascia’ o D. Frango que conhecemos hoje.

É preciso coragem para desafiar o status quo e acreditar no poder da evolução, moldada por ideias novas e audaciosas. E foi o que Henrique fez, introduzindo novos conceitos numa restauração que hoje valoriza, acima de tudo, a experiência e uma certa assinatura ‘tailor-made’.

Um universo de pessoas

Os dias correm apressados entre compras, logística, gestão de stocks, recursos humanos, acompanhamento das redes sociais e até experiências ecoturísticas em dias de folga, prova de que o culto do vinho se tornou protagonista na cozinha contemporânea. É uma rotina que combina paixão e disciplina, um mindset que, segundo Henrique Caniço, inspira equipas, atrai parceiros e conquista clientes.

As reuniões com fornecedores e as decisões estratégicas são encaradas com a mesma paixão que Henrique dedica à criação de novos pratos, com a certeza de que a inovação é a chave para se manter relevante no competitivo mundo da restauração.

Conhece os rostos habituais, sabe das suas preferências e é capaz de antecipar necessidades, cultivando um relacionamento de confiança e fidelidade com quem se cruza com o D. Frango. É desse envolvimento que o sucesso é feito.

A cozinha do D. Frango

A garrafeira assemelha-se a uma boa biblioteca de apreciadores de vinho, entre Portugal e o mundo. “A magia da harmonização entre vinho e comida é uma alquimia sensorial que tem o poder de transformar uma refeição numa memória inesquecível.”, garante o empresário.

O verão traz novos pratos como o Entrecôte Premium, o Polvo e o peixe fresco acabados de chegar da costa e a introdução de um Risoto de Cogumelos, que liga de forma harmoniosa com o Lombo de Porco para acompanhar com a famosa Sangria de Maracujá.

“Nos últimos anos, o cenário gastronómico tem testemunhado uma verdadeira celebração e exaltação da carne. Este fenómeno não é meramente uma tendência passageira, mas sim um reflexo de uma paixão profunda e de um culto sofisticado pela carne, que envolve desde a história dos produtores à experiência final do prato servido, algo que valorizamos profundamente. Mas foi a heterogeneidade que se tornou, no fundo, a nossa grande assinatura. Inspiramo-nos nas receitas da região, como o Bacalhau à Braga e em todos aqueles sabores que uma mesa portuguesa deve ter. O desafio está em ter, numa mesma mesa, uma receita que as nossas avós fariam e um prato de autor”, partilha.

A importância da imagem

Reinventar um restaurante já não é apenas sobre dar ênfase ao menu, mas sim sobre investir na estética dos pratos, na dinâmica do espaço, na formação de recursos humanos e na estratégia de marketing digital que, segundo Henrique, “não é um modismo passageiro, mas uma necessidade para um restaurante se destacar, envolver e fidelizar clientes.”

Os desafios são muitos: das novas tendências gastronómicas às exigências de comunicação, gestão e até de sustentabilidade, cada passo requer uma cuidadosa reflexão e execução. Mas a missão promete continuar. “Se não for com paixão, então não vale a pena.”, garante Henrique. E essa é a verdadeira máxima de um restaurante que continua a reinventar-se a cada ano.