EMPRESAS & EMPRESÁRIOS/Sustentabilidade “Empresas financeiramente sustentáveis tendem a investir em práticas ambientais e sociais responsáveis” By Revista Spot | Setembro 3, 2024 Setembro 5, 2024 Share Tweet Share Pin Email No cenário atual, a sustentabilidade financeira destaca-se como um pilar fundamental para as organizações, refletindo a sua capacidade de manterem operações sólidas a longo prazo e de se adaptarem às mudanças económicas, regulatórias e de mercado. Esta abordagem integrada vai além da simples maximização dos lucros a curto prazo, priorizando também a responsabilidade social corporativa e a gestão ambiental, alinhando-se com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Segundo Mário Guimarães, revisor oficial de contas e sócio-administrador da JMMsroc, ao alinhar objetivos financeiros com práticas sustentáveis, as organizações não só fortalecem a sua reputação, mas também criam oportunidades de crescimento, promovendo o bem-estar social, a resiliência e a inovação, elementos essenciais para prosperar num mercado cada vez mais competitivo e atento às questões socioambientais. Como define a sustentabilidade financeira no contexto atual? A sustentabilidade financeira entendida como a capacidade de uma organização desenvolver e manter a sua atividade de forma contínua e sustentável a longo prazo, pressupõe a adoção de uma abordagem holística. Esta abordagem deve considerar não apenas a saúde económica e financeira no presente, mas também a capacidade de adaptação rápida às constantes mudanças do ambiente regulatório e de mercado, que é cada vez mais global, dinâmico, competitivo e incerto, em alinhamento com os valores sociais, ambientais e de governança corporativa, eles próprios indicadores que permitem medir o grau de compromisso das organizações relativamente aos objetivos do desenvolvimento sustentável definidos pelas Nações Unidas. Estes objetivos representam um apelo urgente à ação de todos os países – desenvolvidos e em desenvolvimento – para uma parceria global que procura mobilizar esforços globais em torno de um conjunto de objetivos e metas comuns que contribua para um mundo mais justo e sustentável. Que indicadores financeiros considera cruciais para avaliar a sustentabilidade de uma empresa? Existem diversos indicadores sobre o desempenho financeiro, económico e operacional de uma organização, ou seja, refletindo o seu ‘estado de saúde’. Estas métricas proporcionam uma visão abrangente e analítica do desempenho empresarial, sendo essenciais para uma gestão eficaz e para a tomada de decisões informadas, devendo ser permanentemente monitorizadas. Entre os principais indicadores encontram-se o volume de negócios, os fluxos de caixa, a margem bruta, a autonomia financeira, a solvabilidade, o endividamento, a liquidez, o EBITDA, o resultado líquido do período, o resultado por ação (RPA), o ponto de equilíbrio (break-even point), o retorno sobre o investimento (ROI), a rendibilidade do ativo (ROA), a rendibilidade do capital próprio (ROE), a rendibilidade do volume de negócios, a rotação de inventários e os prazos médios de recebimentos e de pagamentos. De que forma sustentabilidade financeira e sustentabilidade ambiental e social estão interligadas? O todo é maior do que a soma das partes. Acredito que uma abordagem integradora das três dimensões permitirá promover um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável das organizações a longo prazo. A salvaguarda da viabilidade futura dos negócios, está intimamente ligada à capacidade de as organizações promoverem o bem-estar social, a justiça e a equidade entre os seus colaboradores e nas comunidades onde estão inseridas. Empresas financeiramente sustentáveis tendem a investir em práticas ambientais e sociais sustentáveis, pois reconhecem que isso contribui positivamente para a sua reputação e geram oportunidades de crescimento futuras. Qual é o papel do revisor oficial de contas na avaliação da sustentabilidade financeira de uma empresa? Ao emitir uma opinião sobre a qualidade da prestação de contas anual das organizações, os auditores avaliam a continuidade das suas operações, através de vários indicadores, entre os quais os já referidos, alertando os stakeholders para a eventual existência de matérias que possam suscitar dúvidas significativas sobre a continuidade das suas atividades. E isto é fundamental para que os utilizadores da informação financeira disponham de dados credíveis e independentes, permitindo-lhes tomar decisões mais informadas e sustentadas. Quais são os erros mais comuns que as empresas cometem ao tentar melhorar a sua sustentabilidade financeira? Há uma panóplia de situações que podem ser identificadas: o foco demasiado no curto prazo, a ânsia pela obtenção de resultados imediatos, a redução excessiva e indiscriminada de gastos e investimentos em áreas-chave do negócio, ignorar ou subestimar os riscos empresarias (v.g. financeiro – risco de mercado, risco de taxas de juro, risco de crédito, risco de liquidez e risco de capital -, operacional, climático, cibernético, cadeias de abastecimento), o endividamento excessivo, a ausência ou reduzida diversificação do portefólio de negócio, com uma dependência excessiva de um ou poucos clientes e/ou produtos, a inadequada gestão de tesouraria, a ausência ou reduzido investimento em tecnologia e em inovação, o escasso investimento nas pessoas e no seu bem-estar e a resistência às mudanças tecnológica e de mercado, com impacto sobre a perda de competitividade. Que tipo de formação e recursos poderão ajudar os empresários a entender e aplicar conceitos de sustentabilidade financeira? É importante, por exemplo, procurar cursos, seminários, workshops que se concentrem na gestão dos recursos financeiros das organizações com o objetivo de gerar um impacto positivo nas áreas social, ambiental e de governança corporativa, que promovam uma gestão responsável dos recursos, a sua reutilização, e que permitam identificar os riscos financeiros associados a questões sociais e ambientais. É essencial saber planear a médio e longo prazo, ou seja, determinar quais são os impactos financeiros esperados a longo prazo, incorporando uma análise de cenários relativamente a mudanças climáticas e na regulação das suas atividades e em contexto de escassez de recursos. As organizações devem avaliar, de acordo com a sua dimensão, a necessidade de ter profissionais qualificados e experientes nos seus quadros e, se necessário, procurar a orientação de consultores externos. Estabelecer parcerias com instituições de ensino superior e centros de investigação poderá ser igualmente útil. As ferramentas digitais são, cada vez mais, um ‘braço direito’ na análise da sustentabilidade financeira das empresas? Cada vez mais as organizações enfrentam o desafio de gerir e analisar volumes crescentes de dados com rapidez, em tempo real e em contínuo, de forma a torná-los úteis para o processo de tomada de decisão dos stakeholders internos e externos. Neste contexto, é fundamental destacar de tecnologias como a inteligência artificial, o machine learning, o blockchain, o Big Data e a Internet das Coisas. Estas tecnologias oferecem às organizações ferramentas poderosas para automatizar tarefas rotineiras, prever tendências relacionadas com a sustentabilidade financeira e outras áreas, identificar riscos e oportunidades financeiras com base em indicadores de sustentabilidade, frequentemente associados a regulamentação legal. Além disso, permitem a produção de relatórios que acompanham, em tempo real e de forma contínua, a evolução dos indicadores económicos, financeiros e não financeiros, tornando o processo de tomada de decisão mais fundamentado e informado. Estas tecnologias possibilitam também análises comparativas (benchmarking) entre diferentes organizações e setores de atividade. Estou convicto de que estas tecnologias emergentes referidas impulsionam a inovação e a eficiência nas organizações, permitindo-lhes atuar de forma mais ágil, inteligente e segura, com impacto ao nível da redução dos custos. Morada: Pólo de Negócios de Braga, Av. D. João II, n.º 404, 4.º Piso, Esc. 47, 4715-275 Braga Telefone: 253 203 520 Facebook: JMMsroc – Joaquim Guimarães, Manuela Malheiro e Mário Guimarães, SROC Linkedin: jmmsroc www.jmmsroc.pt “O Motus Dance Project ensina-nos que a dança não tem limites” LETRA Harvest Fest: O Festival da Cerveja Artesanal e da Colheita do Lúpulo está de volta de 30 de agosto a 1 de setembro
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