“Ser mãe é uma fonte inesgotável de inspiração para o design de interiores”

Ser mãe é reinventar o mundo todos os dias, com amor, coragem e uma sensibilidade única. No Dia da Mãe, celebramos não só o amor incondicional, mas também a força silenciosa e criativa que move tantas mulheres. Filipa Oliveira, empreendedora, designer de interiores e mãe do Gil, é o espelho dessa harmonia entre o cuidar e o criar. Para Filipa, ser mãe é mais do que um papel, é uma inspiração diária que transforma não só a sua vida pessoal, mas também o seu trabalho. Entre reuniões e brincadeiras, orçamentos e abraços, Filipa mostra-nos que, quando o coração guia o olhar, os projetos tornam-se uma extensão do amor que sentimos por quem nos rodeia. Neste Dia da Mãe, celebramos mulheres como Filipa, que desenham com afeto, constroem com propósito e vivem com paixão.

Planeamento: O pilar de tudo

Tanto na maternidade como no design de interiores, o planeamento é o pilar fundamental. Ser mãe exige uma constante organização e antecipação de necessidades e a vida familiar é, muitas vezes, um jogo de cronogramas bem definidos. “Cada dia com o meu filho é como um novo projeto. Preciso de estar preparada para qualquer imprevisto, mas também para poder aproveitar ao máximo o que é planeado”, explica Filipa.

“Mas a maternidade ensina-nos também a ser flexíveis e a adaptarmo-nos rapidamente a novas situações e a lidar com imprevistos. O que planeámos para o dia pode mudar de forma inesperada, mas isso não significa que o dia tenha sido menos produtivo ou valioso. O mesmo acontece no design de interiores: cada projeto tem o seu próprio conjunto de desafios e surpresas, que exigem da parte do designer a capacidade de adaptação. “De manhã sou mãe, depois empresária, mas também a mulher que cuida de si. Ao fim do dia, sou outra vez a mãe que cozinha, prepara o jantar e acompanha o Gil nas suas atividades. É o amor pelo que faço, tanto no trabalho como em casa, que me mantém motivada e focada”, afirma.

O mindset de uma mãe na hora de projetar

Filipa vê a maternidade como um catalisador para criar ambientes que respondem às necessidades práticas do quotidiano familiar, mantendo sempre a assinatura estética que a carateriza. “As mães têm um olhar especial para a organização, para a funcionalidade de cada divisão da casa”, revela. Isso reflete-se no seu trabalho, onde cada projeto que desenvolve procura simplificar a vida das famílias, valorizando simultaneamente o conforto e a harmonia dos espaços.

Na sua abordagem ao design de interiores, Filipa procura sempre entender as rotinas e as necessidades da família. “A maternidade ensina-nos a importância de planear e organizar, mas também de ser flexível, de adaptar os espaços à medida que as crianças crescem”, afirma. Esta visão reflete-se nas escolhas de design que faz: desde a escolha de materiais a uma organização inteligente e prática dos espaços.

“A ideia de criar um ambiente que seja fácil de manter, onde tudo tem o seu lugar, é algo essencial na rotina das mães, especialmente quando o tempo parece escasso. Não adianta ter um sofá bonito, se ele não é prático para as crianças brincarem. As mães querem um ambiente que seja agradável mas também fácil de limpar, com soluções que respondam às necessidades diárias”, sublinha.

A mulher e a mãe que decoram e organizam os espaços das suas casas têm um mindset específico: elas procuram a harmonia entre o lar e a vida pessoal, com o objetivo de criar um ambiente que seja tanto funcional como acolhedor. Filipa sente que, ao projetar, consegue proporcionar exatamente isso — espaços que respondem às múltiplas funções que uma mãe precisa de desempenhar, como trabalhar, cuidar dos filhos e ainda ter momentos de descanso.

A relação com o filho Gil: Uma parceria de confiança e criatividade

Gil, o filho de Filipa, é também uma fonte de inspiração e, por vezes, um crítico perspicaz do trabalho da mãe. “Ele é a minha maior inspiração e força”, revela Filipa.

Há uma maturidade tranquila no olhar do Gil. Aos 12 anos, não é apenas o filho da Filipa, nem apenas o guarda-redes dedicado que veste com orgulho as cores do SC Braga. É já um jovem que sabe, com naturalidade e sem esforço forçado, o que significa ter prioridades e geri-las.

Num tempo em que tantas crianças são arrastadas pelo ritmo acelerado dos dias ou anestesiadas por estímulos constantes, o Gil escolhe com consciência onde colocar a sua energia. Sabe que gosta de jogar à bola, mas também sabe que o compromisso com o treino exige presença, foco e responsabilidade. Não está ali só para “passar o tempo”, está ali porque quer crescer, porque quer aprender e porque quer fazer bem.

E isso transparece em casa. A autonomia com que organiza os seus horários, a atenção que dedica à escola, a forma como respeita os seus próprios momentos de descanso e lazer, tudo isso revela um jovem que está a construir, com solidez e curiosidade, a sua própria identidade.

Filipa, com o seu olhar atento de mãe e o seu coração dividido entre o empreendedorismo e o colo, reconhece essa autonomia com um misto de orgulho e ternura. “É bonito quando um filho se transforma também num companheiro. Não só porque ajuda nas pequenas tarefas ou porque se torna mais independente, mas porque passa a ser alguém com quem se pode conversar de igual para igual”, refere.

Há algo de profundamente valioso nisto: na educação que promove o diálogo, na liberdade com responsabilidade, na construção conjunta de um lar onde se cresce a dois. E, se é verdade que a Filipa muda de “profissão” várias vezes ao dia — da mãe ao volante à empresária com prazos para cumprir , também é verdade que o Gil, com a sua maturidade precoce, lhe devolve o apoio de quem compreende os ritmos da vida e participa neles com o coração.

“Talvez seja isto o mais bonito na maternidade consciente: ver que, mesmo entre os desafios e as correrias, os filhos aprendem connosco e surpreendem-nos ao mostrar que também eles já sabem o que é ter prioridades”, confessa.

Ser empresária: Uma responsabilidade crescente

Filipa não esconde os desafios de ser empresária. “A minha vida depende do meu trabalho. A minha responsabilidade cresce a cada dia, e não tenho margem para falhar”, afirma. Essa pressão não a afasta do seu objetivo de manter o controlo sobre o seu próprio negócio, embora reconheça que é um peso que precisa de ser equilibrado com a sua vida pessoal.

“A gestora de uma empresa que depende inteiramente do seu esforço, vive com a consciência de que o sucesso depende não só da sua dedicação, mas também da capacidade de lidar com a volatilidade do mercado e da sua própria gestão emocional”, garante. A transição entre momentos de sucesso e períodos de incerteza faz parte da sua rotina, mas Filipa encara isso com serenidade, sabendo que, mais cedo ou mais tarde, tudo se concretiza.

No Dia da Mãe, celebramos não só as mulheres que cuidam de nós com amor e carinho, mas também as que têm a coragem de transformar o mundo à sua volta. Filipa é, sem dúvida, um testemunho de que a maternidade e a carreira podem coexistir de forma harmoniosa, criando espaços que são, ao mesmo tempo, funcionais, estéticos e profundamente pessoais.

A história de Filipa e Gil é um bonito exemplo de como a maternidade pode transformar a forma de trabalhar, de olhar para os espaços e de criar um impacto positivo na vida de outras famílias. Para Filipa, ser mãe é uma fonte inesgotável de inspiração para a sua profissão. Ao projetar, tem a capacidade de entender, em primeira mão, o que faz uma casa ser verdadeiramente um lar, respeitando as necessidades de todos, mas mantendo sempre a essência do design de interiores.

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