Medicina Estética “O uso excessivo de filtros nas redes sociais gera comparações e inseguranças. A beleza real não é feita de exageros nem de padrões únicos” By Revista Spot | Abril 14, 2025 Abril 18, 2025 Share Tweet Share Pin Email Os procedimentos estéticos podem ajudar a melhorar a nossa relação com o espelho, mas é importante que essa mudança não venha de uma necessidade de aprovação externa. Redes sociais e filtros criaram padrões irreais de beleza, gerando inseguranças, especialmente nos mais jovens. De acordo com Nádia Lopes Rodrigues, médica de Medicina Estética, os profissionais têm o papel de educar e promover a ideia de que a verdadeira beleza está na autenticidade e na harmonia, e não na conformidade com padrões virtuais. “A linha entre melhorar a autoestima e criar dependência estética é tênue. Saber dizer não e orientar os pacientes com ética é essencial. A Medicina Estética atual foca-se, cada vez mais, na valorização da beleza natural, com abordagens subtis e personalizadas, respeitando as caraterísticas individuais de cada pessoa”, reforça a profissional. Há uma relação indissociável entre imagem e saúde mental? A forma como nos vemos ao espelho afeta diretamente a nossa confiança e estado emocional. Um procedimento estético bem-sucedido pode devolver a autoestima, ajudar a pessoa a sentir-se mais confortável socialmente e até melhorar o seu desempenho profissional. Mas é importante que essa mudança venha de um lugar saudável e não de uma necessidade de aprovação externa. Hoje, redes sociais e filtros criaram uma nova perceção de beleza. De que forma isso afeta a autoestima e a procura por procedimentos? As redes sociais têm um impacto profundo, principalmente nos mais jovens. O uso excessivo de filtros e padrões irreais pode gerar comparações e inseguranças, levando algumas pessoas a procurarem procedimentos para se encaixarem nesses padrões. O nosso papel como profissionais é educar os pacientes, mostrando que a beleza real não é feita de exageros ou de um único padrão, mas sim de autenticidade e harmonia. O objetivo não é mudar quem somos, mas sim ajudar-nos a sentirmo-nos melhor connosco próprios. Como identifica se um paciente está a procurar um procedimento pelos motivos certos e não por uma insatisfação crónica com a própria imagem? O primeiro passo é ouvir atentamente. Quando um paciente tem expectativas irreais ou está constantemente insatisfeito, mesmo após procedimentos bem-feitos, isso pode ser um sinal de dismorfia corporal ou outras questões emocionais. Nestes casos, é fundamental aconselhar com ética e, se necessário, encaminhar para um acompanhamento de psicologia ou psiquiatria. A medicina estética deve ser um complemento ao bem-estar, não uma tentativa de resolver inseguranças profundas. Como médica, como vê a influência dos “trend alerts”? As redes sociais têm um grande impacto, nem sempre positivo. Muitas tendências virais são irreais ou até prejudiciais. Cabe aos profissionais esclarecer os pacientes e evitar procedimentos que apenas seguem modas passageiras, sem fundamento científico. Como identifica o que realmente faz sentido para cada pessoa, em vez de seguir tendências? Cada paciente tem uma história, uma estrutura facial e uma identidade própria. O segredo está em compreender o que realmente o incomoda e se a mudança proposta vai trazer um impacto positivo na sua vida. Não seguimos modas, mas sim princípios de harmonia e proporção que respeitem as caraterísticas únicas de cada um. A personalização é essencial para garantir resultados bonitos e naturais. O termo “harmonização facial” está a ser banalizado? Infelizmente, sim. O conceito de harmonização facial deveria focar-se na individualidade de cada pessoa, mas tem sido usado para promover rostos padronizados. A melhor abordagem é educar os pacientes, mostrando que o objetivo é valorizar traços naturais e não criar um rosto artificial. Há uma linha muito ténue entre melhorar a autoestima e criar dependência estética? Essa é uma preocupação real. A chave está numa avaliação ética e responsável. Quando percebo que um paciente procura constantemente mais intervenções sem necessidade, é fundamental ter uma conversa honesta e, em alguns casos, até sugerir um acompanhamento psicológico. Saber dizer “não” é uma das responsabilidades mais importantes de um profissional de Medicina Estética. A nossa função não é simplesmente realizar procedimentos, mas sim aconselhar com base na ciência e na ética. Se um paciente tem expectativas irreais, é essencial orientá-lo e, se necessário, recusar a intervenção. A Medicina Estética deixou de ser apenas sobre “corrigir imperfeições”? Vejo esta mudança como um grande avanço. A Medicina Estética já não é apenas sobre “apagar” sinais do tempo ou modificar caraterísticas, mas sim sobre equilíbrio e valorização da beleza natural. Atualmente, trabalhamos muito a prevenção, a manutenção da saúde da pele e a harmonização, sempre com foco na individualidade de cada paciente. O exagero está a dar lugar ao equilíbrio? Felizmente, sim. Houve uma fase em que a busca por mudanças exageradas levou a resultados artificiais, mas hoje os pacientes estão mais informados e procuram procedimentos que respeitem a sua identidade. O objetivo agora não é transformar, mas sim realçar a beleza natural de forma subtil e harmoniosa. Estamos a caminhar para o conceito de Pre-Rejuvenation? Sem dúvida. O Pre-Rejuvenation baseia-se na ideia de prevenir, em vez de apenas corrigir. Com técnicas minimamente invasivas, conseguimos manter a pele saudável, preservar a estrutura do rosto e retardar os sinais do envelhecimento sem recorrer a grandes intervenções. Quanto mais cedo começarmos a cuidar da pele e do envelhecimento celular, mais naturais serão os resultados a longo prazo. Os cuidados diários são um indispensável? Os cuidados diários com a pele são a base de qualquer estratégia de envelhecimento saudável. A Medicina Estética pode oferecer resultados incríveis, mas sem uma rotina de skincare adequada, esses resultados serão sempre limitados. A pele precisa de higienização, hidratação, proteção e ingredientes ativos que atuem na renovação celular e prevenção. Os procedimentos estéticos devem ser encarados como um complemento, não como um substituto. Há alguma rotina de cuidados que recomende, independentemente da idade? Sim, existem cuidados essenciais que são recomendados independentemente da idade. A proteção solar é fundamental, sendo ideal reaplicar ao longo do dia. A hidratação da pele também é crucial, pois ajuda a manter a barreira cutânea saudável e a prevenir rugas e flacidez. Além disso, a aplicação de complexos antioxidantes é importante para combater os radicais livres, e uma higienização adequada completa a rotina, mantendo a pele limpa e protegida. O estilo de vida tem impacto na saúde da pele e no envelhecimento? O impacto é enorme. Uma alimentação rica em açúcar, stress crónico e privação de sono aceleram o envelhecimento da pele ao aumentar os níveis de inflamação no organismo. A exposição solar excessiva é um dos principais fatores de degradação do colagénio e alterações patológicas da pele. Ter um estilo de vida equilibrado reflete-se diretamente na qualidade da pele. Os procedimentos minimamente invasivos vieram para ficar? Sim, e esse é um dos maiores avanços da Medicina Estética atual. Tratamentos como bioestimuladores de colagénio, adipoestruturação facial, skinboosters, apatarologia e microagulhamento ajudam a manter a pele jovem sem alterar as feições. O objetivo é prevenir, tratar de forma subtil e respeitar a individualidade de cada pessoa. Atualmente, há uma grande procura por técnicas que oferecem resultados naturais sem necessidade de recuperação prolongada. Como exemplos, da minha consulta, posso nomear a Toxina botulínica, adiposestruração facial, bioestimuladores de colagénio e a harmonização facial suave e natural. A medicina estética moderna aposta cada vez mais em abordagens subtis, contínuas e progressivas. Habitualmente costumamos referir que atualmente os tratamentos podem ser realizados na pausa do almoço do trabalho. A tecnologia tornou-se uma aliada? Sem dúvida. Equipamentos a laser, radiofrequência, ultrassom e tecnologia de formulação e combinação de determinados princípios ativos (como ácido hialurónico) estão a revolucionar a forma como personalizamos os tratamentos. Importante referir que a aparatolgia não substitui a mão humana, e o pensamento técnico dirigido a cada caso clínico. No futuro, o que é que a Medicina Estética vai permitir? A aposta na regeneração celular e redensificação dérmica está a crescer. Procedimentos que estimulam a pele a produzir os seus próprios componentes, e tecnologias de rejuvenescimento não invasivo, serão o futuro. Haverá uma fusão maior com áreas como a dermatologia e a psicologia? Já estamos a caminhar nesse sentido. A saúde da pele e a autoimagem estão diretamente ligadas ao bem-estar emocional. A colaboração entre especialistas será cada vez mais importante para garantir um acompanhamento completo dos pacientes. Encaminho sempre os meus pacientes quando objetivo necessidade. Se pudesse dar um conselho a quem tem receio de fazer um procedimento, mas sente que isso impactaria a sua autoestima, o que diria? Diria para procurar informação e aconselhamento profissional. O medo muitas vezes vem da falta de conhecimento ou de más experiências que vemos nas redes sociais. Medicina Estética bem-feita não deve ser sinónimo de exagero, mas sim de equilíbrio e bem-estar. Se um pequeno ajuste pode trazer mais confiança, vale a pena explorar essa possibilidade com um especialista de confiança. Qual foi o caso mais transformador da sua carreira? Ao longo da minha carreira, tive vários casos marcantes, mas há um que guardo com especial carinho. Uma paciente chegou até mim com autoestima profundamente abalada na sequência de uma paralisia facial. Procurava sentir-se melhor. Após um plano de tratamentos personalizado, vi a confiança dela renascer. A transformação foi muito além da estética – foi emocional. Esse momento reforçou a importância do meu trabalho e o impacto que a Medicina Estética pode ter na vida das pessoas. A Medicina Estética tornou-se uma missão de vida? Sempre tive uma grande curiosidade pela medicina e pelo impacto que pode ter na qualidade de vida das pessoas. A Medicina Estética, em particular, fascinou-me por conseguir unir conhecimento médico com a capacidade de melhorar a autoestima e o bem-estar dos pacientes. O rosto e o corpo refletem não só a nossa genética, mas também o nosso estado emocional, e ajudar as pessoas a sentirem-se melhor consigo mesmas é algo muito gratificante. Lembro-me particularmente de uma paciente que evitava tirar fotografias e sorrir em público devido a inseguranças com o seu rosto. Depois de um procedimento simples, a transformação na sua autoestima foi notável. Ela voltou à consulta seguinte radiante, a dizer que finalmente se sentia confortável consigo mesma. Esse tipo de impacto emocional é o que me motiva todos os dias. 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