ÉS DE BRAGA/SAÚDE/Saúde Infantil “Um corpo que não se movimenta é um corpo que não se transforma” By Revista Spot | Outubro 1, 2024 Outubro 4, 2024 Share Tweet Share Pin Email A psicomotricidade é uma abordagem terapêutica essencial para o desenvolvimento infantil, promovendo a interligação entre corpo e mente. A sua importância vai além do simples movimento, uma vez que favorece competências emocionais, cognitivas e sociais, fundamentais para o crescimento saudável das crianças. Carina Dias, psicomotricista no CET – Centro de Especialidades Terapêuticas, destaca que as interações com o ambiente são cruciais na formação de competências que impactam a vida escolar e as relações sociais. Quando estas capacidades não são adequadamente desenvolvidas, podem resultar em desafios que afetam a aprendizagem e a socialização. “A terapia psicomotora oferece um espaço seguro para que as crianças explorem e evoluam, assegurando um desenvolvimento integrado e harmonioso, vital para a construção de um futuro saudável e equilibrado.”, salienta. Qual é a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil? Quando falamos de psicomotricidade, estamos a referir-nos à forma como as crianças interagem com o mundo ao seu redor. A maneira como exploram o ambiente, manipulam objetos e se relacionam com o espaço é essencial para o seu desenvolvimento. Se estas competências não forem adequadamente desenvolvidas ou consolidadas, isso pode levar a dificuldades tanto nas competências psicomotoras como na aprendizagem em geral. Por exemplo, uma criança que não tem a oportunidade de explorar livremente o seu corpo e o espaço à sua volta pode encontrar desafios em tarefas simples, como correr, saltar ou brincar com os amigos. A falta de maturação psicomotora pode, portanto, ter repercussões negativas nas competências socioemocionais, dificultando a formação de vínculos saudáveis e a interação com os outros. Em última análise, a psicomotricidade não é apenas uma questão de movimento; é uma parte essencial da construção do ser humano, influenciando a aprendizagem, a socialização e o bem-estar emocional. Quais são as principais áreas que a psicomotricidade trabalha e como é que estas competências influenciam o desempenho escolar e social das crianças? Desde a primeira infância, as crianças são como esponjas, absorvendo tudo o que as rodeia. É incrível pensar que o corpo não só vive e sente, mas também se torna um reflexo das interações e experiências do ambiente. É aqui que entra a terapia psicomotora, que visa trabalhar competências socioemocionais, motoras e cognitivas. O corpo e a mente estão intrinsecamente ligados. Quando uma criança desenvolve capacidades motoras e de equilíbrio, por exemplo, está a criar uma base sólida para a aprendizagem. Muitas crianças chegam às sessões de terapia devido a dificuldades de equilíbrio, frequentemente relacionadas com quedas nas aulas de Educação Física. Este problema, aparentemente simples, pode ter um impacto profundo na sua capacidade de concentração e desempenho académico. Imagine uma criança numa sala de aula. Para escrever ou prestar atenção, é fundamental que tenha um equilíbrio adequado e uma relação saudável com o seu corpo. Se não se sentir confortável na sua própria pele, a sua capacidade de atenção e, consequentemente, a aprendizagem ficam comprometidas. Assim, a intervenção psicomotora tem um impacto direto e positivo na sua evolução escolar e social. A psicomotricidade trabalha também a expressão emocional, promovendo a autoconfiança e a sociabilidade, fundamentais para as relações interpessoais. Ao apoiar o desenvolvimento dessas competências, estamos a preparar as crianças não apenas para o sucesso escolar, mas para a vida em sociedade. CET – Braga A que sinais devem os pais estar atentos para identificar possíveis atrasos no desenvolvimento psicomotor dos seus filhos? É fundamental que os pais estejam atentos ao modo como a criança se relaciona no seu contexto específico, pois frequentemente ela pode apresentar perfis diferentes em ambientes como a escola, em casa ou até mesmo em sessões de terapia, onde a dinâmica é mais individual ou em grupo. É importante observar como a criança explora o seu corpo e interage com o ambiente. Embora existam marcos de desenvolvimento que servem como referências, cada criança tem o seu próprio ritmo. Muitas vezes, os pais procuram ajuda quando notam que o desenvolvimento não parece estar a seguir um padrão linear. Além dos sinais mais evidentes, como a capacidade de gatinhar, caminhar ou falar, é importante considerar o que a criança está a viver no momento. Situações desafiadoras, como a adaptação a mudanças familiares ou mesmo crises sociais, podem influenciar o seu desenvolvimento. Assim, a procura por terapia psicomotora tem aumentado, refletindo essa necessidade de apoio e acompanhamento mais atento. Ao observar comportamentos, interações e o envolvimento da criança com o mundo à sua volta, os pais podem identificar mais facilmente os sinais que indicam a necessidade de intervenção. Que tipo de situações acompanha? A ideia de ‘corpo fechado’, por exemplo, remete-nos a um estado de proteção. Muitas vezes, isso reflete-se em comportamentos como agitação e uma expressão corporal exagerada, principalmente nas crianças. Problemas na motricidade fina são outras das situações mais comuns. A motricidade fina refere-se aos movimentos delicados e precisos que as crianças precisam de desenvolver, como, por exemplo, a capacidade de segurar uma caneta. Embora não seja algo que salte à primeira vista, uma criança que não consegue escrever de forma legível é, frequentemente, um caso que merece acompanhamento. Costumamos dizer que a motricidade fina é apenas a ponta do iceberg em relação ao que a criança possa estar a enfrentar. Muitas vezes, ela representa o topo de uma cadeia de desenvolvimento que inclui aspetos fundamentais como o tónus muscular e o equilíbrio. CET – Braga Qual é a importância da intervenção precoce? O cérebro infantil é altamente plástico, o que significa que as crianças estão muito mais predispostas a aprender e a absorver experiências. É uma verdadeira janela de oportunidades: quanto mais cedo se inicia o acompanhamento, maior a probabilidade de se alcançar resultados positivos. Quando se compara a intervenção com crianças pequenas, que absorvem mais facilmente através do brincar e da interação lúdica, com adolescentes que nunca receberam apoio terapêutico, a diferença torna-se evidente. O processo com os mais velhos tende a ser mais complexo e demorado, não apenas pelo seu desenvolvimento físico e emocional, mas também pela necessidade de adaptação a novas dinâmicas familiares e escolares. No CET temos a oportunidade de acompanhar crianças e adolescentes desde os dois anos até aos dezoito. Este acompanhamento é vital, especialmente em termos de prevenção, com foco nas questões de saúde mental que afetam cada vez mais os jovens, como a ansiedade infantojuvenil e autoimagem frágil. A autoimagem distorcida, por exemplo, pode levar a problemas relacionais e de autoaceitação. Na terapia psicomotora, não se procura transformar o desenvolvimento, mas sim proporcionar ferramentas que ajudem a criança a ressignificar a sua vivência corporal. Este processo é fundamental para que ela consiga evoluir de maneira harmoniosa e, futuramente, estabelecer relações positivas consigo mesma e com os outros. Que consequências pode ter a falta de acompanhamento atempado? As crianças de hoje serão os adultos de amanhã e a ausência de acompanhamento pode resultar em fragilidades que se manifestam em diversas áreas. A terapia psicomotora é uma abordagem que integra corpo e mente, reconhecendo que a saúde mental está profundamente interligada com a forma como as crianças e adolescentes experienciam o seu corpo. Questões como a ansiedade infantojuvenil e comportamentos autolesivos têm vindo a aumentar, sublinhando a necessidade de um acompanhamento especializado. O olhar atento sobre o corpo e a expressão das emoções através do movimento são pilares fundamentais desta abordagem. CET – Braga Como é que o aumento do uso de dispositivos tecnológicos desde cedo pode impactar o desenvolvimento psicomotor das crianças? É importante reconhecer que a tecnologia é uma ferramenta valiosa, mas o equilíbrio é fundamental. Infelizmente, o que observamos na nossa prática é uma falta de equilíbrio: as crianças estão excessivamente ligadas aos ecrãs e completamente desconectadas das experiências do mundo real. Quando uma criança passa demasiado tempo em frente a um ecrã, não está apenas a perder a oportunidade de explorar o ambiente, mas também de se desenvolver a nível psicomotor. Essa falta de interação física e sensorial resulta numa aprendizagem limitada. O corpo torna-se um espaço fechado, preso a uma realidade virtual, o que pode ter consequências graves para o seu desenvolvimento. Brincar e explorar são cruciais para o crescimento saudável das crianças. A pesquisa de especialistas, como o professor Carlos Neto, sublinha a importância do contacto com o exterior e das atividades lúdicas. Desde a pandemia, que restringiu a liberdade de movimento, notámos um aumento significativo na procura de terapias psicomotoras, que promovem o movimento e a interação física. Um corpo que não se movimenta é um corpo que não se transforma, e essa falta de desenvolvimento físico repercute-se nas relações sociais da criança, seja com os pais, os colegas ou na escola. Por exemplo, temos observado que algumas crianças chegam à terapia com dificuldades em atividades simples, como pintar. A frustração que sentem ao serem confrontadas com uma folha em branco pode levar a crises emocionais ou birras, o que, num contexto escolar onde as turmas são grandes, torna difícil para os professores gerirem o processo de aprendizagem. Portanto, é essencial que as crianças tenham oportunidades para viver experiências reais e para que o seu corpo esteja em ação. O desenvolvimento psicomotor não é apenas uma questão de movimento físico; é também uma forma de garantir que as crianças possam interagir, aprender e crescer de forma saudável, tanto a nível físico como emocional. O que podem fazer os pais para equilibrar o tempo de ecrã com atividades físicas e psicomotoras saudáveis? Para equilibrar o tempo de ecrã com atividades físicas e psicomotoras saudáveis, é essencial que os pais criem rotinas ajustadas à realidade da sua família. Cada família é única, e as crianças não vivem isoladas — estão inseridas numa rede de aprendizagens e influências vindas de diferentes contextos. Isso deve ser abordado de forma contínua e consistente. Um passo importante é o estabelecimento de limites claros para o uso de ecrãs, mas de forma colaborativa. Sugerimos que os pais conversem com os filhos, dando-lhes a oportunidade de expressar o que gostam de fazer, como querem jogar e por quanto tempo. Para ajudar a reduzir a dependência dos jogos digitais, uma estratégia eficaz em terapia psicomotora tem sido compreender a fundo o jogo que as crianças estão a jogar. Instalar o jogo, jogá-lo e observar as personagens envolvidas permite aos pais (ou terapeutas) perceberem melhor as motivações das crianças. Depois, é possível transferir essa experiência para atividades físicas e psicomotoras. Na terapia psicomotora, por exemplo, incentivamos a recriação do jogo no espaço físico, sem ecrãs. A criança pode reviver o jogo através de movimentos corporais, construindo batalhas com almofadas ou imaginando que monstros invadem a sala — mas sempre com regras claras que evitam magoar-se. Este tipo de abordagem transforma a experiência digital em algo palpável e dinâmico, promovendo não só o movimento físico, mas também a criatividade. Estabelecer limites de tempo de ecrã, compreender os jogos que as crianças jogam, e promover alternativas divertidas e interativas que envolvam o corpo, são passos essenciais para um equilíbrio saudável entre o digital e o físico. Qual é a relação entre o desenvolvimento psicomotor e a saúde mental infantil? Crianças que enfrentam desafios no desenvolvimento psicomotor, como atrasos na coordenação motora fina ou grossa, podem experimentar frustração e uma sensação de incapacidade, o que pode resultar em ansiedade, baixa autoestima e até mesmo depressão. Além disso, dificuldades psicomotoras podem interferir na concentração, o que está diretamente ligado a perturbações como o PHDA (Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade). Numa criança que tem dificuldade em controlar o seu corpo, pode haver uma tendência para comportamentos impulsivos e problemas de atenção, típicos do PHDA, agravando ainda mais os desafios emocionais. Outro aspeto importante é a autoimagem. A criança que sente que o seu corpo não responde como esperado pode desenvolver uma perceção negativa de si mesma, o que impacta diretamente a sua confiança e autoestima. Isto pode também desencadear problemas de comportamento alimentar, especialmente em idades mais avançadas, e aumentar o risco de isolamento social. De que forma a psicomotricidade pode ajudar crianças que passaram por acontecimentos traumáticos ou stressantes a recuperar a confiança no próprio corpo e nas suas capacidades? O processo vai além do simples movimento físico; trata-se de ressignificar as vivências da criança, dando um novo sentido ao que foi experienciado. Durante eventos traumáticos, o corpo reage de forma a proteger-se, e muitas vezes essas reações criam uma desconexão entre a criança e o seu corpo. A psicomotricidade oferece um espaço seguro e acolhedor onde a criança pode explorar e compreender as suas respostas físicas e emocionais de forma protegida. Neste contexto terapêutico, a relação entre o terapeuta e a criança é fundamental. Ao estabelecer uma ligação de confiança, o terapeuta cria um ambiente onde a criança se sente à vontade para revisitar essas experiências num cenário controlado, reconstruindo aos poucos a segurança que perdeu. Este processo gradual permite à criança não só reencontrar a confiança nas suas capacidades físicas, mas também a ganhar ferramentas emocionais para lidar com futuras adversidades, promovendo uma recuperação integral e sustentável. Como é que a psicomotricidade pode apoiar crianças no seu processo de inclusão escolar? O psicomotricista tem a responsabilidade de compreender profundamente não só as caraterísticas individuais da criança, mas também os quadros legais que regem a educação inclusiva, como o Decreto-Lei 54, que assegura os direitos das crianças à educação de qualidade, independentemente das suas necessidades específicas. O apoio psicomotor não se limita a intervenções terapêuticas pontuais; envolve também a participação ativa nas equipas multidisciplinares das escolas, contribuindo com uma visão integral e especializada da criança. A psicomotricidade vai além da sala de aula, criando uma ponte entre o contexto escolar e os espaços de terapia, onde muitas vezes a criança se sente mais à vontade para expressar desafios e dificuldades que podem passar despercebidos noutras situações. Esta abordagem integrada permite ao psicomotricista adaptar estratégias que promovam o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional da criança, favorecendo o seu sucesso escolar e bem-estar. Como é o trabalho em equipa com outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, psicólogos e pediatras, no acompanhamento do desenvolvimento infantil? Hoje em dia, compreendemos que a criança não vive isolada numa bolha; o seu desenvolvimento é influenciado por múltiplas ‘janelas de oportunidade’ no seu quotidiano. As terapias, por exemplo, representam apenas uma pequena parte do tempo da criança. Assim, é fundamental que os vários profissionais – desde o fisioterapeuta até ao psicólogo e ao pediatra – articulem estratégias e partilhem conhecimentos de forma contínua. No nosso centro, essa prática é uma prioridade. Realizamos frequentemente sessões conjuntas, onde cada especialista contribui com o seu conhecimento específico, e trocamos ideias para enriquecer a abordagem terapêutica. A articulação vai além da simples troca de informações. No meu caso, com o foco em envolver a família no processo, é comum termos sessões onde participam não só os pais, mas também avós, tios ou até amigos da criança. Esta colaboração alargada cria uma rede de apoio que potencia o desenvolvimento. Além disso, realizamos reuniões semanais e temos momentos diários dedicados a discutir casos específicos. Esse diálogo constante permite abrir novas portas e, em última análise, garantir que a criança receba o melhor acompanhamento possível. Que conselhos daria aos pais e educadores para promover um desenvolvimento psicomotor saudável nas crianças, especialmente na primeira infância? Para promover um desenvolvimento psicomotor saudável nas crianças, especialmente na primeira infância, é crucial que tanto os pais como os educadores trabalhem, antes de mais, as suas próprias competências emocionais e comportamentais. Vivemos numa época em que a educação enfrenta desafios profundos, e muitas vezes o bem-estar dos adultos influencia diretamente o das crianças. A capacidade de autorregulação é essencial. Se os adultos estão constantemente stressados ou tensos, é natural que as crianças absorvam e reflitam essa energia, mesmo que não seja verbalizada. O corpo fala, e isso é algo que os adultos devem ter sempre presente. É através do jogo e da interação com figuras de referência – sejam os pais ou educadores – que as crianças podem começar a desbloquear as suas próprias tensões corporais, que por vezes surgem desde o nascimento. A brincadeira é uma ferramenta poderosa para aliviar essas tensões e ajudar na expressão emocional e corporal. Outro conselho importante é a gestão das expectativas. Muitas vezes, os adultos impõem às crianças metas ou comportamentos que não correspondem à sua fase de desenvolvimento ou à sua verdadeira personalidade. É essencial que os pais e educadores parem para ouvir e observar as crianças, dando-lhes espaço para se expressarem, quer seja através do movimento, quer através da linguagem corporal. As crianças têm uma forma única de comunicar e é vital dar-lhes voz e respeitar esse processo. Como é que o ambiente urbano e a falta de espaços de lazer ao ar livre podem influenciar o desenvolvimento psicomotor das crianças nos dias de hoje? Vivemos num contexto onde, muitas vezes, as famílias sentem que os dispositivos eletrónicos se tornaram parte integrante do dia-a-dia das crianças. Contudo, tal como o professor Carlos Neto tem destacado, o brincar é essencial para o crescimento saudável. Uma criança que passa a maior parte do tempo fechada em casa, sem espaço para explorar e experimentar o mundo exterior, acaba por desenvolver um corpo ‘desorganizado’, sem a riqueza de sensações e experiências fundamentais para o seu desenvolvimento. Os espaços ao ar livre proporcionam às crianças oportunidades para se movimentarem livremente, caírem, levantarem-se e aprenderem com os desafios do ambiente. É essencial que os pais ofereçam às crianças opções, como sugerir uma ida ao parque em vez de ficar apenas no telemóvel. Como vê o futuro da psicomotricidade infantil e a sua relevância nos próximos anos, especialmente face aos desafios modernos? Vemos hoje um aumento notório na procura por terapia psicomotora, reflexo das mudanças no estilo de vida e dos impactos da pandemia, que vieram acelerar alguns dos problemas no desenvolvimento infantil, como questões relacionadas com a imagem corporal e o equilíbrio emocional. Atualmente, em Portugal, estamos a atravessar um momento importante com a petição em curso para regulamentar a profissão, algo fundamental para consolidar a psicomotricidade como uma área de intervenção reconhecida e eficaz. Com a regulamentação, acredito que o impacto positivo será ainda maior, permitindo que mais crianças e adolescentes possam beneficiar de um acompanhamento psicomotor ajustado às suas necessidades específicas, com avaliações adequadas e intervenções personalizadas. Por outro lado, o futuro traz consigo desafios crescentes, particularmente no que diz respeito à influência da tecnologia, ao sedentarismo e às dificuldades que surgem na socialização e no desenvolvimento físico e emocional das crianças. Um autor, durante a pandemia, destacou que estávamos no início de uma ‘hecatombe do desenvolvimento’, e hoje podemos perceber que esta previsão se confirma à medida que surgem mais casos de dificuldades no desenvolvimento motor e cognitivo. Apesar destes desafios, acredito que a psicomotricidade infantil continuará a ser uma peça-chave no desenvolvimento equilibrado das crianças, ajudando-as a enfrentar os efeitos do ritmo de vida moderno. Teremos de estar preparados para lidar com uma realidade cada vez mais exigente, mas acredito num futuro positivo para a psicomotricidade, tanto em termos de regulamentação como de eficácia no apoio às crianças e adolescentes. Como surgiu a sua paixão pela psicomotricidade? A minha paixão pela psicomotricidade nasceu da minha formação em Reabilitação Psicomotora, no Técnico Superior de Reabilitação Psicomotora. Para além disso, sou mestre em Educação Especial e continuo a investir formação em áreas como o movimento e, atualmente, em psicossomática. A interligação entre estas áreas é fundamental, uma vez que trabalhamos com pessoas, corpos que sentem e vivem experiências. O psicomotricista é um técnico especializado que acompanha o desenvolvimento desde o nascimento até à terceira idade. A ansiedade e a depressão são experiências físicas, e o nosso corpo vivencia esses sintomas. A memória corporal é poderosa, e a terapia psicomotora oferece um espaço seguro para que a pessoa se reorganize, desbloqueie e liberte tensões, transformando a sua relação com o passado. CET Amares Rua 25 de Abril 10, Ferreiros 4720-393 Ferreiros Amares CET Braga Rua Custódio Vilas Boas, n°8 4700-374 Braga | 931 308 623 Facebook: CET – Centro de Especialidades Terapêuticas 5 mulheres partilham os seus testemunhos: “Na Golden Slim o mais importante é a saúde e o bem-estar, seja no tratamento da diástase abdominal, ou da incontinência urinária” “Ignorar as nossas emoções é agir contra nós próprios, amplificando-as e impedindo que orientem a nossa vida de forma saudável”
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