FISIOTERAPIA/MEDICINA INTEGRATIVA/NUTRIÇÃO/Osteopatia/Psicologia/SAÚDE DA MULHER/Saúde Infantil “A saúde do futuro não se limita a tratar doenças: antecipa, previne e transforma vidas” By Revista Spot | Março 14, 2025 Março 15, 2025 Share Tweet Share Pin Email A saúde do futuro não se limita a tratar doenças — antecipa, previne e transforma vidas. A abordagem interdisciplinar já não é apenas um conceito, mas uma mudança essencial que redefine o cuidado com o bem-estar. Prova disso é a recém-inaugurada Clínica Ás, um espaço inovador que acompanha cada geração — da infância à terceira idade — com um olhar atento às necessidades reais de cada pessoa. “A prevenção é a chave”, afirmam Armanda Araújo e Alessandro Silva, a nutricionista e o fisioterapeuta, criadores deste conceito visionário. “Avaliações nutricionais, acompanhamento psicológico e intervenções precoces, por exemplo, ajudam a identificar riscos antes que se tornem problemas graves, permitindo que as pessoas mantenham uma boa saúde ao longo da vida.”, sublinham. Num mundo onde o stress, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares são gatilhos para inúmeras patologias, apostar em cuidados interdisciplinares é mais do que uma tendência: é uma necessidade para quem procura qualidade de vida a longo prazo. O que é que vos inspirou a criar um espaço integrado de saúde onde diferentes especialidades trabalham em conjunto? Armanda: A inspiração surgiu da nossa própria experiência pessoal e da necessidade que sentimos de criar um espaço que não se limitasse a tratar apenas uma área da saúde, mas que visse a pessoa de forma integral. Como nutricionista, sei que a alimentação é um pilar fundamental, mas não é o único alicerce para o nosso bem-estar. Sempre quisemos juntar diferentes especialidades, como fisioterapia, psicologia e estética, para oferecer um cuidado mais completo, que envolvesse tanto a saúde física quanto a mental, sem esquecer a importância da nossa autoestima. Cada um de nós tem uma abordagem única, mas quando trabalhamos em conjunto, conseguimos oferecer algo muito mais eficaz. Queremos que as pessoas sintam que estão num lugar onde podem cuidar de si de forma completa e personalizada. Alessandro: Sempre fui apaixonado por ajudar as pessoas a superarem desafios físicos e a alcançarem os seus objetivos de saúde. No entanto, ao longo do tempo, percebi que, muitas vezes, os problemas não se limitam à parte física. As questões emocionais também têm um papel importante. Foi aí que, com a Armanda, começámos a ver a oportunidade de criar um espaço onde todas as áreas da saúde se complementassem. Inicialmente focados na fisioterapia e nutrição, começámos a expandir para osteopatia, psicologia e até hipoterapia. Quando surgiu a oportunidade de abrir a clínica ao lado de uma escola, percebemos a grande procura por terapias para crianças e, assim, as especialidades foram-se expandindo. A nossa missão sempre foi mostrar que a saúde não pode ser vista de forma isolada. Queremos proporcionar um atendimento completo e personalizado, onde cada especialidade contribui para o bem-estar total da pessoa. De que forma esta interdisciplinaridade beneficia os utentes? Armanda: O que nos diferencia é exatamente a forma como abordamos a saúde de maneira integrada. Muitas clínicas focam-se apenas numa especialidade, mas nós criámos um ambiente onde todas as áreas se cruzam e trabalham juntas para oferecer um tratamento mais completo. Numa situação como a perda de peso, por exemplo, muitas vezes os pacientes chegam ao peso que consideram ideal, mas ainda se sentem desconectados da sua imagem. Isso envolve não só questões físicas, mas também emocionais. Por isso, um trabalho conjunto com psicólogos e outros profissionais, como a estética, é fundamental para trabalhar a autoestima e o bem-estar psicológico, que nem sempre podem ser resolvidos apenas por uma nutricionista. Além disso, atendemos os pais que acompanham as crianças às terapias e que, muitas vezes, também precisam de apoio. Na nossa clínica, cuidamos de cada pessoa como um todo, oferecendo um acompanhamento integrado, sem descurar nenhum aspeto do seu ser. Alessandro: O grande benefício da interdisciplinaridade é que, em vez de um tratamento isolado, proporcionamos um acompanhamento mais completo, que aborda as várias dimensões da saúde. Por exemplo, um paciente que vem para fisioterapia com dores físicas, mas que também sente que essas dores estão relacionadas com stress ou ansiedade, pode ser encaminhado para apoio psicológico, se necessário. Se alguém tem dificuldades de mobilidade associadas à alimentação, trabalhamos em conjunto com a nutrição. A nossa equipa trabalha de forma coordenada, o que facilita o progresso do paciente e acelera a recuperação. Eles sentem-se mais cuidados, porque percebem que estamos atentos a todas as suas necessidades, o que melhora a qualidade de vida como um todo. A abordagem da nutrição é sempre única para cada pessoa? Armanda: Sim, na Clínica Ás, a nutrição é sempre abordada de forma totalmente personalizada. Acreditamos que não há uma solução única que funcione para todos. Cada pessoa tem o seu estilo de vida, histórico de saúde, objetivos e até preferências alimentares diferentes. Por isso, trabalhamos de forma individualizada, levando em conta a totalidade de cada um. Quando alguém nos procura, fazemos uma avaliação completa, que inclui não só a alimentação, mas também o estado emocional, hábitos diários e as condições de saúde. O nosso objetivo é criar planos alimentares que se integrem naturalmente na rotina de cada pessoa, sem dietas restritivas ou pressões. O foco é sempre o bem-estar e a prevenção, ajudando os nossos pacientes a alcançar equilíbrio e saúde de uma forma sustentável. Muitas pessoas só procuram a fisioterapia quando já têm dores ou lesões. De que forma podemos reverter esta abordagem? Alessandro: Ainda existe essa ideia de que a fisioterapia é apenas para quando a dor já está instalada ou quando ocorre uma lesão. Mas, a verdade é que a fisioterapia preventiva tem um papel fundamental na manutenção da saúde e na melhoria da qualidade de vida. Na Clínica Ás, queremos mudar essa mentalidade, mostrando que a fisioterapia não é só para resolver problemas já existentes, mas para prevenir futuras complicações e melhorar o funcionamento do corpo de maneira global. Por exemplo, com acompanhamento regular, conseguimos identificar desequilíbrios posturais ou musculares antes que se tornem um problema maior. Trabalhamos com as pessoas para melhorar a mobilidade, flexibilidade e resistência, ajudando-as a evitar lesões e até a melhorar o desempenho físico. A nossa abordagem é proativa, cuidando do corpo para garantir que ele funcione da melhor forma possível, sempre com base no movimento. Quais são as condições mais prevalentes tratadas na clínica? Alessandro: Na Clínica Ás, tratamos uma vasta gama de condições, com um foco particular em problemas musculoesqueléticos, lesões desportivas, dores crónicas, posturas inadequadas e distúrbios de movimento, como disfunções articulares e problemas na coluna vertebral. Também lidamos com condições neurológicas, como recuperação de AVCs, e questões relacionadas com o envelhecimento, como osteoartrite. A nossa abordagem fisioterapêutica vai além da recuperação de lesões, com um forte foco na prevenção e na melhoria contínua da qualidade de vida. Muitos dos nossos pacientes procuram fisioterapia para melhorar a flexibilidade, a mobilidade e a postura, mesmo sem estarem a lidar com lesões específicas. O que é que diferencia o vosso método? O nosso trabalho é baseado na fisioterapia manual avançada, que tem um papel fundamental na restauração da mobilidade articular e na redução da dor. Utilizamos técnicas precisas para otimizar o funcionamento do sistema músculo-esquelético de forma personalizada. Embora não desenvolvamos planos de exercício formais, sabemos da importância do exercício na recuperação. Em muitas lesões, os pacientes são orientados pelo fisioterapeuta a realizar exercícios específicos em casa, que são prescritos conforme a necessidade individual de cada um. Estes exercícios complementam o tratamento realizado na clínica e são essenciais para acelerar a recuperação, melhorar a força e prevenir futuras lesões. Nos próximos anos, estamos a planear integrar novas tecnologias que complementem as técnicas tradicionais. Um dos próximos passos é a implementação da tecarterapia, que pode ser uma excelente ferramenta para acelerar ainda mais a recuperação e melhorar os resultados dos tratamentos. A tecarterapia utiliza radiofrequência para estimular a regeneração dos tecidos e melhorar a circulação sanguínea, o que pode ser muito eficaz em diversos tipos de lesões e condições. A osteopatia tem vindo a ganhar destaque na medicina integrativa. Quais são as situações mais beneficiadas por esta abordagem? Paulo Ferreira (Osteopata): Sem dúvida que concordo quando diz que a osteopatia tem ganho destaque na medicina integrativa, por ajudar a tratar não apenas os sintomas, mas também as causas das disfunções do corpo. Foca-se na melhoria da mobilidade, redução da dor e equilíbrio neuromuscular, sendo útil para tratar dores nas costas, pescoço, ombros, articulações, entre outros. Também é eficaz em casos de tensões musculares, dores de cabeça, problemas na mandíbula e até dificuldades digestivas. Quando combinada com outras terapias, como fisioterapia, nutrição ou psicoterapia, a osteopatia oferece uma abordagem mais completa e eficaz, ajudando na recuperação física e emocional. É importante salientar que eu, como osteopata, encontro-me capaz de identificar quando devo encaminhar o paciente para outras áreas, seja da medicina alternativa ou convencional, garantindo sempre um tratamento adequado, seguro e eficaz. Com o tempo, a osteopatia tem-se mostrado uma ferramenta importante na promoção da saúde e do bem-estar duradouro. Muitos pais procuram apenas um terapeuta da fala quando a criança já tem dificuldades evidentes. Quais são os primeiros sinais que devem motivar uma avaliação? Alexandra Oliveira (Terapeuta da Fala): Muitos pais procuram um terapeuta da fala apenas quando a criança já apresenta dificuldades evidentes, mas é importante estar atento a sinais precoces que possam indicar a necessidade de uma avaliação. Os primeiros sinais variam consoante a idade e devem ser observados desde os primeiros meses de vida. Nos primeiros meses, é essencial notar a resposta da criança a estímulos sonoros, a presença do balbucio e possíveis dificuldades na sucção e deglutição. Até aos 12 meses, um contacto ocular reduzido, o pouco uso de gestos comunicativos, como apontar ou acenar, e a falta de atenção à voz dos cuidadores podem ser sinais de alerta. Aos dois anos, um vocabulário muito reduzido para a idade, dificuldade em combinar palavras e uma menor compreensão de instruções simples podem indicar um atraso na comunicação. Entre os três e quatro anos, alterações na produção dos sons da fala, construção de frases pouco complexas e dificuldades em comunicar de forma clara com familiares e pares podem justificar uma avaliação. Já em idade escolar, podem surgir desafios na articulação verbal, na aquisição da leitura e da escrita, na compreensão de enunciados e na estruturação do discurso. A identificação precoce de dificuldades na comunicação permite uma intervenção atempada, promovendo um melhor desenvolvimento e prevenindo impactos na aprendizagem e na interação social. Sempre que existam dúvidas sobre o percurso comunicativo da criança, uma avaliação com um terapeuta da fala pode ser fundamental para esclarecer e orientar os pais. A terapia ocupacional não se aplica apenas a crianças. Como pode ajudar também os adultos no dia-a-dia? Catarina Cruz (Terapeuta Ocupacional): A intervenção da terapia ocupacional em adultos tem como principais objetivos a autonomia e a promoção de uma maior qualidade de vida, seja na sequência de alguma doença ou por consequência do processo de envelhecimento. Muitas pessoas ainda não tiveram a perceção de quão importante pode ser a terapia ocupacional nestas situações, são diversas atividades com propósito, para promover as competências em défice. O objetivo é ajudar os adultos a realizarem atividades do dia-a-dia, como vestir-se, tomar banho, ou gerir tarefas como as compras e o orçamento. Além disso, a terapia ocupacional trabalha a estimulação motora, sensorial, cognitiva e social, adaptando o ambiente de forma a torná-lo mais funcional e acessível para as necessidades do indivíduo. Em termos de desenvolvimento infantil, de que forma a Terapia da Fala e a Terapia Ocupacional podem fazer a diferença a longo prazo? Catarina Cruz (terapeuta ocupacional): A terapia ocupacional faz uma grande diferença no desenvolvimento infantil porque ajuda a criança a superar dificuldades no dia-a-dia, seja a nível motor, emocional, cognitivo ou social. Através de atividades direcionadas pelos interesses da criança, trabalhamos competências essenciais que a tornam mais capaz e funcional a longo prazo, preparando-a para as atividades que vai enfrentar no futuro. Alexandra Oliveira (terapeuta da fala): A Terapia da Fala tem também um papel fundamental, porque melhora a comunicação, tanto verbal quanto não verbal. Isso facilita a interação social e ajuda a criança a expressar-se melhor, o que tem impacto direto no sucesso escolar, principalmente na leitura e na escrita. Além disso, trabalha funções importantes como a alimentação e a deglutição. Ao fortalecer a comunicação, a terapia da fala contribui para uma maior autoestima e confiança, ajudando a criança a desenvolver todo o seu potencial e garantindo uma vida mais equilibrada no futuro. O número de crianças com sinais de ansiedade e stress tem vindo a aumentar. Que estratégias pode a psicologia infantil oferecer? Vânia Araújo (Psicóloga): Falar sobre a ansiedade nas crianças também envolve falar sobre a ansiedade nos pais e cuidadores. Hoje em dia, há vários fatores de risco, como as exigências escolares, familiares e o uso de tecnologias, que aumentam o stress nas crianças. Além disso, comportamentos parentais como a sobreproteção ou vínculos inseguros podem intensificar a ansiedade. Quando pensamos em resiliência emocional, é importante trabalhar o autoconceito da criança, criando um ambiente seguro e promovendo a inteligência emocional. Os pais valorizam frequentemente as conquistas visíveis, como “já sabe contar até 10” ou “monta o puzzle sozinho”, mas também é fundamental ajudar as crianças a lidar com pequenas frustrações do dia-a-dia. Isso fortalece a autoconfiança delas. Ao elogiarmos essas conquistas, estamos a aumentar a autoestima da criança, o que ajuda a torná-la mais resiliente. Uma criança com um bom autoconceito é mais capaz de enfrentar as dificuldades no seu desenvolvimento. Para prevenir problemas futuros, é importante intervir cedo, estar atento ao impacto da ansiedade e promover ambientes onde a criança possa expressar as suas emoções. Algumas estratégias úteis incluem ensinar técnicas de regulação emocional, como a respiração em estrela, ou promover a identificação e nomeação das emoções, por exemplo, ao ler livros sobre o tema. Também podemos usar atividades como a “caixinha da calma” ou dividir problemas em partes, ajudando a criança a encontrar alternativas. Essas estratégias criam uma base sólida para a saúde emocional, prevenindo a ansiedade a longo prazo. Contudo, se notar que a ansiedade do seu filho está a afetar o seu dia-a-dia, é importante procurar ajuda especializada. Que desafios de saúde mental afetam os adultos hoje e de que forma o ambiente digital, a cultura do desempenho e as novas dinâmicas sociais influenciam isso? Sofia Velho (psicóloga): Atualmente, os maiores desafios de saúde mental que vejo nos adultos são a ansiedade, a depressão, o burnout e a solidão, tanto no contexto do consultório quanto na sociedade em geral. O ambiente digital tem um papel muito importante nesse cenário. Ele traz uma pressão constante que se manifesta de várias formas: desde a comparação com vidas idealizadas nas redes sociais, passando pela necessidade de estar sempre disponível, assim como a exposição à desinformação e à hiperestimulação. Tudo isso contribui para o aumento da ansiedade e sintomas depressivos. Além disso, as novas dinâmicas sociais, especialmente após a pandemia, criaram um paradoxo: embora pareçam aproximar as pessoas, na prática, muitas vezes acabam por as isolar ainda mais. O trabalho remoto e novas formas de convivência familiar reduziram muito as interações físicas e pessoais, o que tem levado a um aumento da solidão, especialmente entre pessoas mais introvertidas. A ideia de que as interações digitais podem substituir o contato real é uma falácia que gera mais distanciamento. E, claro, a cultura do desempenho, que valoriza a produtividade extrema em detrimento do bem-estar, está a aumentar os casos de burnout. Hoje, profissionais de diversas áreas e até estudantes enfrentam essa realidade, uma situação que antes era mais associada a cargos de alta responsabilidade. Como psicóloga, sinto que é urgente agir, oferecendo ferramentas e estratégias práticas para ajudar as pessoas a enfrentar esses desafios e a viver de forma mais saudável, equilibrando a vida digital, social e o autocuidado. A hipnoterapia tem ganho espaço como uma abordagem complementar à psicoterapia tradicional. Em que condições pode ser particularmente eficaz? Cecília Aguiar (Hipnoterapeuta): A hipnoterapia tem-se afirmado cada vez mais como uma abordagem complementar eficaz à psicoterapia tradicional. Ela funciona através de um estado de transe que permite aceder à mente inconsciente, onde estão guardados traumas, memórias emocionais e experiências profundas da vida da pessoa. Além disso, esse estado de transe também acede a recursos internos que podem ser usados para a mudança terapêutica. Uma das grandes vantagens da hipnose é que ela permite alcançar resultados profundos num curto período de tempo, especialmente porque vai direta à raiz emocional dos problemas. Pode ser aplicada em várias condições, como autoconhecimento, depressão, burnout, ansiedade, medos, fobias, obesidade, vícios, compulsões, sintomas psicossomáticos, dificuldades em relacionamentos, luto patológico e até no controlo da dor, como na fibromialgia. Estudos mostram que a hipnose é altamente eficaz na redução de sintomas depressivos, com resultados semelhantes ou até superiores a outras terapias como a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) e a terapia interpessoal, com benefícios que se mantêm por vários meses. O mesmo acontece com a ansiedade, onde a hipnose tem mostrado ser tão ou mais eficaz que outras abordagens bem estabelecidas. A hipnoterapia pode ser utilizada isoladamente ou em conjunto com outras formas de psicoterapia. No meu caso, como médica, aplico o conhecimento que adquiri tanto na medicina como na psicologia, além das formações, para integrar essas técnicas de forma mais abrangente. No entanto, ainda há desafios, como a necessidade de formação em hipnose dentro da educação médica e a dificuldade de integrar essas técnicas com o tempo limitado das consultas. Os tratamentos estéticos deixaram de ser apenas uma questão de aparência e passaram a estar ligados ao bem-estar. Quais são os mais procurados na clínica? Angélica Abreu (Enfermeira): Sem dúvida que os tratamentos estéticos são muito procurados e com o passar dos anos cada vez mais. Com a evolução dos estudos científicos da saúde humana tem-se vindo a detetar e a estudar os benefícios de certos tratamentos estéticos na saúde e bem-estar geral. Muitas das questões ditas como “estéticas” têm verdadeira influência na saúde, como o caso do acne ou mesmo da retenção de líquidos, questões que “incomodam” esteticamente mas com verdadeira influência no funcionamento e saúde geral do corpo. Já para não falar que existem evidências científicas que demonstram as consequências na saúde mental das pessoas com questões estéticas, como no caso do Melasma (Hiperpigmentação), onde estudos científicos demonstram que este problema afeta mais 35% das mulheres e mais de 50% delas desenvolvem sintomas como depressão. Em relação ao tratamento estético mais procurado, sem dúvida que é a drenagem linfática manual. Este tratamento tem vindo a ser procurado cada vez mais pelos seus benefícios, aumento de circulação sanguínea, ajuda na eliminação de toxinas, aumenta oxigenação de tecidos, diminuição de inchaço e redução da inflamação. O cuidado com a pele está a ganhar cada vez mais destaque. O que podem os utentes esperar de uma consulta de skincare? Mariana Couto (Enfermeira): Durante muito tempo, a skincare ou os cuidados com a pele, foram vistos apenas como um luxo, algo supérfluo. Hoje, a ciência comprova que cuidar da pele é uma questão de saúde, tão essencial quanto cuidar do coração, pulmões ou do sistema digestivo. A pele é a nossa primeira linha de defesa contra agentes externos, regula a temperatura do corpo e desempenha um papel crucial na imunidade. Quando está fragilizada, pode comprometer o bem-estar geral, afetando desde a autoestima à qualidade de vida. Na minha consulta de skincare, não ofereço apenas um protocolo de produtos – ofereço uma abordagem personalizada e humanizada. A consulta é um espaço de conversa informal e acolhedora, onde os utentes podem falar abertamente sobre as suas inseguranças e preocupações com a pele, sem julgamentos. Cada pele tem uma história, e o meu papel é ouvir, compreender e ajudar a encontrar soluções eficazes e acessíveis. Através de conhecimento científico e experiência clínica, explico como podemos fortalecer a barreira cutânea, controlar problemas como acne, rosácea, dermatite ou sinais do envelhecimento e escolher os produtos certos para cada necessidade. Desmistificamos mitos, evitamos excessos desnecessários e criamos uma rotina prática e realista, que se encaixa no dia-a-dia de cada pessoa. Porquê marcar uma consulta de skincare? Porque a pele reflete a nossa saúde, e cuidar dela não é um capricho, mas um investimento no nosso bem-estar. Tal como procuramos um especialista para a alimentação ou para a saúde mental, a pele também merece atenção profissional. Afinal, sentirmo-nos bem na nossa pele vai muito além da aparência – é uma questão de conforto, confiança e saúde. De que forma apoiam as necessidades de Saúde da Mulher desde a adolescência, passando pela gravidez, pós-parto, até à menopausa e pós-menopausa? Armanda: Como equipa, temos um compromisso profundo com a saúde da mulher em todas as fases da sua vida. Desde a adolescência, quando orientamos na alimentação equilibrada e na prevenção de distúrbios alimentares, até à gravidez, onde oferecemos suporte nutricional para garantir uma gestação saudável, trabalhamos de forma personalizada e atenta às necessidades individuais. Durante a gravidez, por exemplo, ajudamos as mulheres a entender como as mudanças hormonais podem impactar o corpo e a alimentação, orientando sobre como gerir essas transformações para promover o bem-estar da mãe e do bebé. No pós-parto, muitas mulheres enfrentam desafios como a recuperação física, a gestão da amamentação, e o restabelecimento do equilíbrio emocional. Um dos nossos próximos passos é desenvolver workshops e sessões de esclarecimento sobre temas como a amamentação, mas também a importância de a mãe se reencontrar como mulher. Muitas vezes, o foco no pós-parto está demasiado centrado na mulher como mãe, esquecendo-se da sua identidade feminina. Queremos mudar essa narrativa e dar a estas mulheres o apoio necessário para se sentirem plenas e equilibradas. A nossa equipa está preparada para dar suporte nutricional, psicológico e até físico, com sessões de fisioterapia pélvica, que ajudam na recuperação pós-parto, prevenindo complicações e promovendo um retorno gradual à atividade física. À medida que as mulheres entram na menopausa e pós-menopausa, a nossa atenção volta-se para a prevenção de doenças como osteoporose, problemas cardiovasculares, e as alterações hormonais. A nossa abordagem vai além do simples tratamento dos sintomas, ajudando as mulheres a adaptarem-se a essa nova fase com qualidade de vida e bem-estar. Oferecemos apoio nutricional especializado para controlar o peso, melhorar a saúde óssea e lidar com os sintomas hormonais. O apoio psicológico também desempenha um papel fundamental, pois muitas mulheres experienciam sentimentos de ansiedade e mudanças na autoestima nesta fase. Por isso, temos profissionais preparados para dar esse suporte. Além disso, a drenagem linfática é um recurso valioso para ajudar na redução de edema, um problema comum na menopausa, proporcionando alívio e bem-estar. A nossa missão é acompanhar as mulheres ao longo de toda a sua vida, de forma integrada e completa, garantindo que se sintam bem, bonitas, saudáveis e equilibradas em todas as etapas. Queremos que se sintam apoiadas e cuidadas, independentemente da fase da vida em que se encontrem, com uma abordagem personalizada e que cuida de corpo, mente e alma. Qual é a visão da Clínica Ás para os próximos anos? Existem planos para expandir ou trazer novas especialidades? Armanda e Alessandro: A nossa visão para a Clínica Ás nos próximos anos é continuar a crescer de forma sólida e consistente, mantendo sempre o foco no cuidado personalizado e multidisciplinar que carateriza o nosso trabalho. Acreditamos que a saúde deve ser abordada de forma integral, por isso, a nossa missão é expandir ainda mais as especialidades que oferecemos, com um olhar atento às necessidades da comunidade. Nos próximos anos, temos planos para ampliar o número de especialidades, sempre alinhados com as necessidades emergentes da nossa população. Estamos a explorar novas áreas, como a medicina estética, terapias complementares e talvez até a implementação de uma vertente mais robusta de programas de saúde preventiva. Além disso, queremos continuar a investir na formação contínua da nossa equipa para garantir que estamos sempre atualizados com as últimas inovações da área da saúde e bem-estar. Além disso, temos planos para o desenvolvimento de workshops, atividades e programas de saúde comunitária, com o objetivo de impactar positivamente a vida de mais pessoas e oferecer ferramentas práticas para que a comunidade possa ter acesso ao bem-estar e saúde de forma contínua. Acreditamos que a educação para a saúde é um dos pilares fundamentais para uma vida mais equilibrada, e queremos ser protagonistas dessa transformação. O nosso objetivo é crescer de forma sustentável, mantendo a qualidade de atendimento e o compromisso com os nossos valores, mas olhando sempre para o futuro, em constante evolução e adaptação às necessidades dos nossos pacientes. Em paralelo, a nossa visão passa também por expandir a nossa presença, talvez com novas clínicas, para poder chegar a mais pessoas e fazer com que o nosso modelo de atendimento integrado e personalizado se espalhe por mais regiões. Queremos continuar a ser um ponto de referência para quem procura um cuidado completo e próximo, que respeita a individualidade de cada pessoa. Morada: Praceta de Santa Justa 6, 4760-499 Gondifelos Contacto: 913 934 828 (chamada para a rede móvel nacional) Instagram: @clinicadesaudeas “Procuramos soluções complexas para a saúde mental, quando a chave está em hábitos simples: sono, alimentação equilibrada e exercício físico” “Na osteopatia não tratamos apenas a dor, mas identificamos padrões de desordem estrutural que afetam a função do organismo”
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