Bebés/Saúde Infantil “Parentalidade não é sinónimo de privação de sono” By Revista Spot | Março 11, 2025 Março 12, 2025 Share Tweet Share Pin Email A ideia de que a privação de sono é uma etapa obrigatória da parentalidade precisa de ser revista. Segundo Marta Vareiro, Especialista em Saúde Materna e Obstétrica e Consultora de Sono Infantil, o sono infantil é multifatorial e, ao compreender as especificidades de cada família, é possível desenvolver estratégias personalizadas que promovem um ambiente de descanso saudável, equilibrando as necessidades do bebé com o bem-estar dos pais. “É importante proporcionar um acompanhamento contínuo e personalizado, em que os pais possam comunicar as dificuldades diárias e receber orientações ajustadas à sua realidade. As mudanças devem ser realistas e sustentáveis. Normalmente, duas semanas são o tempo mínimo necessário para começar a ver resultados, o que permite também ajustar as expectativas e as técnicas ao longo do processo.”, explica. O que é que a motivou a especializar-se em sono infantil e como surgiu essa paixão? A minha motivação surgiu, sem dúvida, pela experiência pessoal com a minha filha. Durante três anos, passei por uma privação de sono significativa, com ela a acordar constantemente durante a noite. Os pais investem muito em procurar conhecimentos sobre muda da fralda e cuidados ao bebé e pouco sobre o sono. Quando se deparam com dificuldades nesta área estão despreparados e sem saber o que fazer. Esse desafio fez-me perceber que, tal como eu, provavelmente muitas outras pessoas estavam a passar pela mesma situação. Foi então que decidi aprofundar os meus conhecimentos, realizando um curso de consultoria de sono infantil, com o objetivo de ajudar mais famílias a lidar com essa questão, mesmo quando a minha filha já estava a dormir melhor. De que forma a sua experiência como enfermeira em saúde materna e obstétrica complementa o seu trabalho como consultora de sono infantil? A minha experiência como enfermeira em saúde materna e obstétrica foi fundamental para o meu trabalho como consultora de sono infantil, pois já tinha um conhecimento profundo sobre os primeiros momentos da vida de uma criança, desde a gestação até ao nascimento. Compreender a importância do bem-estar da mãe, tanto física como emocionalmente, é essencial para garantir que o bebé também tenha um sono saudável. Durante a minha prática, percebi que a preparação para o parto e para a parentalidade deveria incluir, de forma mais abrangente, o tema do sono, pois a amamentação, o ambiente de sono e o estado emocional da mãe podem ter um grande impacto no sono do bebé. Esse olhar holístico e integrado, com uma visão de 360º, é fundamental para ser uma consultora eficaz e sensível às necessidades das famílias. A experiência como profissional de saúde permite-me interpretar de forma mais precisa as diversas fases da maternidade e a sua relação com o sono infantil, como, por exemplo, a gestão da amamentação noturna e as particularidades do desenvolvimento do bebé. Quais são os desafios mais comuns que os pais enfrentam quando procuram apoio para o sono dos seus bebés? O maior desafio que os pais enfrentam é, sem dúvida, a privação do sono, que pode ter um impacto físico e emocional profundo. Muitas vezes, as famílias não estão preparadas para a intensidade do cansaço que vem com os despertares frequentes do bebé durante a noite. Outro desafio é a falta de conhecimento. Muitos pais chegam até mim com a sensação de que nunca ninguém os preparou adequadamente para as dificuldades do sono infantil, sem saber como criar um ambiente propício para o descanso do bebé. Muitas vezes, eles já se encontram num estado de desesperança, com sinais evidentes de esgotamento físico e mental. O que tento fazer é trabalhar na prevenção. O objetivo é evitar que as famílias cheguem a um ponto em que o distúrbio do sono tenha um impacto negativo não apenas no bebé, mas em toda a família. Prevenir problemas de sono desde cedo pode fazer uma grande diferença. Ainda existem muitos mitos sobre o sono infantil. Quais são os mais comuns e como esclarecê-los? Um dos mitos mais comuns é o de que os bebés devem dormir como anjos e que, se isso não acontecer, algo está errado. Na realidade, é importante que os pais tenham expectativas realistas sobre os padrões de sono dos bebés. Outro mito é que não fazer sestas durante o dia ajudaria os bebés a dormir melhor à noite. Isso não é verdade. Pelo contrário, o sono atrai sono – ou seja, se o bebé não descansar durante o dia, é muito mais difícil para ele dormir bem à noite. A falta de descanso durante o dia pode levar a noites mais agitadas. Esses mitos podem criar um ciclo de culpa nas mães, que se sentem pressionadas a seguir regras ou expectativas que não são realistas. É importante desmistificar esses conceitos e ajudar as famílias a entender que o sono infantil é um processo natural e variável, que precisa ser trabalhado de forma individualizada e respeitando as necessidades de cada bebé. Muitas vezes, os pais preocupam-se se o bebé está a dormir “o suficiente”. As necessidades de sono do bebé variam ao longo do tempo? Sim, as necessidades de sono variam ao longo do tempo e também de bebé para bebé. Nos primeiros meses de vida, é normal que os bebés durmam muito. Nesta fase, os bebés precisam de dormir entre 14 a 17 horas por dia, sendo isso completamente esperado e saudável. À medida que crescem, as suas necessidades de sono durante o dia diminuem, e começam a consolidar o sono à noite. No entanto, a quantidade de sono pode variar bastante entre bebés. A ciência reconhece que existe uma variabilidade dentro da normalidade – ou seja, enquanto alguns bebés precisam de mais horas de sono, outros têm uma necessidade menor, mas ambos podem estar dentro de um padrão saudável. Com o acompanhamento adequado, podemos perceber qual a quantidade de sono que o bebé necessita, tanto durante o dia como à noite, e ajustar a rotina a essas necessidades específicas. Alguns bebés ficam satisfeitos com sestas mais curtas, enquanto outros precisam de mais tempo para descansar. Esta variabilidade é uma das caraterísticas que torna esta área tão interessante e complexa. O sono do bebé é multifatorial? Sim, o sono do bebé é multifatorial e envolve vários aspetos, desde a saúde física até ao desenvolvimento emocional e psicológico. Não há uma única solução que resolva todos os problemas de sono. Para que o bebé tenha uma boa qualidade de sono, é preciso atuar em várias frentes: o ambiente de sono, a rotina, o comportamento, o estado emocional e até o neurodesenvolvimento. É importante perceber que o comportamento do bebé, como acordar durante a noite, não deve ser visto de forma isolada. O sono está intimamente ligado ao desenvolvimento global do bebé, e é fundamental considerar todos os fatores que podem interferir com o seu bem-estar, como a alimentação, as interações com os pais e a gestão das emoções. Evitar mitos e tabelas rígidas é um passo crucial. Muitos pais tentam encaixar os seus bebés em padrões universais, como tabelas de sono, e isso pode gerar frustração. Cada bebé tem as suas próprias necessidades, e compará-los com outras crianças pode levar a sentimentos de inadequação. Além disso, o stress é um dos maiores inimigos da qualidade do sono. O stress vivido pelos pais – seja pela pressão de voltar ao trabalho ou pela tentativa de cumprir um ideal de vida saudável – pode ser sentido pelo bebé, que faz parte do ambiente familiar. Esse stress pode afetar diretamente o sono da criança. O que deve ser evitado, então, é a pressão familiar e a tensão constante, pois isso acaba por impactar o bebé. O ambiente deve ser o mais tranquilo e acolhedor possível, para que o bebé consiga descansar de forma saudável e sem interferências externas que possam perturbar o seu sono. Que sinais podem indicar que é hora de os pais procurarem ajuda especializada para questões relacionadas com o sono do bebé? O ideal é procurar orientação desde os primeiros meses de vida ou até mesmo durante a gravidez, como uma medida preventiva. Assim como fazemos com o pediatra para acompanhar o crescimento e a saúde geral do bebé, é igualmente importante prestar atenção ao sono. Existem alguns sinais que indicam que os pais devem procurar ajuda especializada. Por exemplo, se o bebé começa a ter dificuldades significativas para adormecer, acorda várias vezes durante a noite e tem dificuldade em voltar a dormir, ou ainda se os pais sentem que o bebé não está descansado ao acordar. Também é importante perceber que o sono do bebé não deve ser uma fonte constante de stress para a família. Se os pais estão a sentir-se exaustos, frustrados e sem saber como lidar com as dificuldades do sono, é hora de procurar ajuda. Infelizmente, muitas vezes, os pais chegam à consulta já em situações extremas, após meses ou até anos de privação de sono. E, quando isso acontece, pode ser mais difícil reverter a situação, pois o desenvolvimento do sono do bebé pode já ter sido impactado de forma significativa. Por isso, quanto mais cedo se procurar ajuda, mais fácil será restabelecer padrões de sono saudáveis. Como funciona uma consulta de sono infantil e que aspetos são analisados para elaborar um plano personalizado? Uma consulta de sono infantil é uma consulta detalhada e, geralmente, dura cerca de 90 minutos. O principal objetivo é perceber profundamente a dinâmica da família e os padrões de sono do bebé, para poder elaborar um plano personalizado que contemple as necessidades específicas de todos os membros da família. A consulta começa com uma anamnese (história detalhada) que abrange uma série de questões sobre a gravidez, o parto, a amamentação e os primeiros meses de vida do bebé. Pergunto coisas como: Como correu a gravidez? Com quantas semanas o bebé nasceu? Como foi o parto? Como tem sido a alimentação? Além disso, procuro saber sobre o ambiente em que o bebé dorme, as rotinas diárias, e como os pais têm lidado com os despertares noturnos e a falta de sono. A partir dessa informação, consigo perceber as necessidades do bebé e os desafios que a família está a enfrentar. Por exemplo, se um dos pais trabalha longas horas, talvez não seja viável estabelecer uma rotina de sono rígida que envolva o bebé dormir muito cedo. As expectativas têm que ser realistas e adaptadas à realidade da família. Um aspeto fundamental da consulta é o equilíbrio. O meu objetivo não é fazer com que o bebé durma bem enquanto os pais estão em sofrimento, sem conseguir lidar com a pressão do trabalho, da casa e da vida familiar. Então, o plano de sono que desenvolvo visa beneficiar todos, garantindo que a família, como um todo, tenha uma boa qualidade de sono. Em alguns casos, é necessário envolver uma equipa multidisciplinar, especialmente se houver questões físicas que possam estar a afetar o sono do bebé, como cólicas, refluxo ou alguma doença. O trabalho da consulta de sono muitas vezes passa por encaminhar os pais para pediatria ou osteopatia pediátrica, para tratar essas questões subjacentes. Que tipo de estratégias são mais eficazes para superar os desafios do dia-a-dia? Como profissional, coloco-me no lugar dos pais e tento perceber como seria para mim ter de implementar várias estratégias de uma vez, sem saber qual delas seria a mais eficaz. Por isso, é importante proporcionar um acompanhamento contínuo e personalizado, em que os pais possam comunicar as dificuldades diárias e receber orientações ajustadas à sua realidade. Uma das estratégias que utilizo é pedir aos pais que enviem um relatório diário sobre as dificuldades que estão a enfrentar, os momentos de sono do bebé e as alterações que percebem. Com base nessa informação, ajusto as estratégias, dando feedback imediato e sugerindo adaptações para o dia seguinte. Este acompanhamento não só transmite segurança, como também ajuda os pais a perceberem que podem contar com uma profissional especializada para personalizar as soluções e garantir que o plano está a ser seguido corretamente. Muitas vezes, os pais têm receio de que as mudanças não resultem, mas o acompanhamento contínuo ajuda a ajustar a abordagem e a garantir que o plano esteja sempre em sintonia com as necessidades da família. O importante é que as mudanças sejam realistas e sustentáveis. Normalmente, duas semanas são o tempo mínimo necessário para começar a ver resultados, o que permite também ajustar as expectativas e as técnicas ao longo do processo. De que forma a consulta de seguimento pode ajudar a ajustar as estratégias ao longo do tempo? À medida que o bebé cresce e enfrenta novas fases do seu desenvolvimento, as suas necessidades de sono também mudam. Por isso, a consulta de seguimento é importante para adaptar as estratégias de sono às diferentes fases de desenvolvimento e às mudanças que ocorrem no bebé e na família. Muitos pais acabam por aplicar rotinas que funcionaram no início, mas que já não são eficazes à medida que o bebé cresce. Isto acontece, por exemplo, quando o bebé começa a frequentar a creche, inicia a introdução alimentar, ou quando as rotinas da família mudam, como quando os avós começam a tomar conta do bebé. Estas mudanças podem afetar o sono e exigem uma reavaliação das estratégias. A consulta de seguimento permite fazer ajustes à medida que o bebé atravessa essas novas etapas. O sono do bebé tem um grande impacto na dinâmica familiar. Que conselhos daria aos pais que lidam com noites difíceis e o cansaço acumulado? Muitas vezes, os pais acreditam que a privação de sono é uma fase inevitável, mas isso não deve ser normalizado. Não devemos cair na ideia de que é “só uma fase” e que as coisas vão melhorar sozinhas com o tempo. Essa mentalidade pode levar a um cansaço excessivo e até a problemas de saúde física e mental para os pais. O principal conselho que dou é não se habituarem ao cansaço excessivo. Ter um filho não significa que os pais tenham que viver em privação de sono. Essa mensagem é fundamental: não é suposto ser assim. A ideia de que a privação de sono faz parte da parentalidade precisa de ser revista. Os pais devem procurar ajuda, especialmente quando começam a notar efeitos físicos ou emocionais do cansaço prolongado. A minha missão é ser uma ajuda, não um peso adicional. Quero que os pais sintam que a ajuda é valiosa e que, aos poucos, as mudanças acontecem de forma positiva. O trabalho é feito em conjunto, e cada pequeno ajuste traz um grande impacto a longo prazo. Existe necessidade de termos horários fixos para o sono do nosso bebé logo desde o nascimento? Não é necessário ter horários fixos para o sono do bebé logo desde o nascimento, e isso é algo muito importante de compreender. Os bebés, nas primeiras semanas de vida, não têm a capacidade de seguir uma rotina com horários fixos. O que eles fazem é dar sinais de sono a que os pais devem estar atentos. A chave é oferecer oportunidades para o bebé dormir nos momentos certos, e não forçar o sono em horários predeterminados. A ideia de que o bebé deve dormir 8 horas seguidas logo no início é um mito. Isso é o que muitos pais esperam, mas, na prática, os bebés têm ciclos de sono mais curtos e acordam frequentemente. O objetivo é ajustar a rotina da família às necessidades do bebé, respeitando o seu ritmo biológico. É importante que os pais compreendam que as rotinas de sono devem ser ajustadas conforme o bebé cresce e as suas necessidades mudam. Numa fase inicial, a prioridade deve ser criar condições adequadas para o sono do bebé, como um ambiente tranquilo, a temperatura certa, e uma rotina relaxante antes de dormir. A frase chave é oferecer oportunidades de sono. Podemos preparar o ambiente e as condições ideais para que o bebé durma, mas não podemos obrigá-lo a dormir. Alguns bebés, por exemplo, podem resistir ao sono porque associam a hora de dormir ao fim da brincadeira ou interação com os pais. É importante compreender essas resistências e agir com paciência, permitindo que o bebé adormeça de forma gradual. Com o tempo, o bebé vai desenvolvendo a capacidade de seguir uma rotina mais estruturada, mas isso ocorre de forma natural, sem imposição de horários fixos. De que forma o sono infantil pode afetar o comportamento e o desenvolvimento do bebé ao longo dos anos? O sono é, na verdade, um dos pilares da saúde infantil. À medida que os bebés crescem, a qualidade e a quantidade do sono influenciam diretamente as suas capacidades de aprendizagem, regulação emocional e até mesmo a sua interação social. Muitas vezes, quando falamos de sono infantil, esquecemo-nos que, tal como a mobilidade, o sono não é algo com o qual o bebé nasça completamente autónomo. Assim como o bebé não começa a andar logo ao nascer, também não se espera que ele seja independente no sono de imediato. O sono é uma habilidade que vai sendo adquirida com o tempo e precisa, frequentemente, de apoio dos pais, principalmente nas primeiras fases da vida. A separação do bebé dos pais durante o sono, algo que muitas vezes é visto como um objetivo a alcançar rapidamente, pode gerar frustração tanto para os pais como para o bebé, caso não seja feita de forma gradual e respeitosa. Isso pode levar a dificuldades de sono mais tarde, até em idades escolares, onde ainda vemos crianças com dificuldades para adormecer ou manter o sono, o que pode afetar o seu desempenho escolar e o seu comportamento durante o dia. Portanto, é importante que os pais compreendam que a autonomia no sono não acontece da noite para o dia, e que, nas idades mais novas, o apoio e a presença dos pais são essenciais para um sono saudável e tranquilo. O que podem os pais esperar de um workshop de sono infantil e para quem é mais indicado? Esses workshops são indicados para futuros pais ou pais com crianças pequenas.. Durante o workshop, os pais podem esperar aprender sobre os diferentes ciclos de sono do bebé, como identificar sinais de sono, como criar um ambiente propício ao sono e, muito importante, como lidar com regressões de sono que podem ocorrer em determinados momentos, como aos 4 meses, 8 meses ou durante o crescimento. Além disso, o workshop proporciona uma visão geral das necessidades de sono em diferentes idades e oferece estratégias práticas para resolver problemas comuns, como acordar à noite, dificuldades em adormecer ou associações de sono. Os pais também terão a oportunidade de compreender melhor o que está por trás dos problemas de sono e como podem adaptar as rotinas de sono às necessidades específicas do seu bebé, de forma individualizada. Para os pais que se tornam clientes, o acompanhamento contínuo após o workshop é um grande benefício, pois permite que eles recebam orientação contínua durante o processo de implementação das estratégias. Há alguma estratégia que costuma surpreender os pais pela sua eficácia? Sim, uma das estratégias mais eficazes e frequentemente surpreendentes para os pais tem a ver com a temperatura do ambiente de sono. Em Portugal, muitas vezes há a tendência de aquecer demasiado os bebés, mas o que muitos pais não sabem é que o calor excessivo pode ser um dos principais fatores que dificultam o sono do bebé. Muitos bebés têm dificuldades em adormecer ou em manter o sono durante a noite porque estão desconfortáveis devido ao calor. Ao contrário do que se pensa, não é tanto o frio que afeta o sono do bebé, mas o calor excessivo. Para uma boa qualidade de sono, o ambiente deve ser fresco, pois a temperatura ideal para dormir é geralmente entre os 19 e os 21 graus Celsius. A sensação de calor pode inibir a produção de melatonina, hormona crucial no sono e facilitadora do sono continuo. A troca de experiências entre os pais num workshop pode ajudar a reduzir a ansiedade e a insegurança sobre o sono do bebé? É comum que os pais sintam uma pressão muito grande para que os seus bebés durmam bem e, muitas vezes, existem várias expectativas sociais sobre o que “deveria” acontecer. Quando se encontram com outros pais que estão a viver experiências semelhantes, a pressão diminui, e começam a perceber que as dificuldades fazem parte do processo de aprendizagem. Isso torna as situações mais naturais e ajuda a normalizar as frustrações e os desafios. No final, a mensagem principal que fica é que não estão sozinhos. Todos estão a aprender e a tentar fazer o melhor para os seus filhos. Com o avanço da tecnologia, muitos bebés estão expostos a ecrãs antes de dormir. De que forma isso afeta o sono infantil? A exposição a ecrãs antes de dormir é, de facto, uma preocupação crescente. Até recentemente, acreditava-se que a luz azul era a principal causa de distúrbios no sono, mas hoje sabemos que o impacto vai além disso. O que realmente acontece é que a hiperestimulação mental causada pela interação com os ecrãs pode adiar o início do sono. Bebés e crianças pequenas podem ficar muito excitados com os estímulos visuais e sonoros, o que dificulta a transição para um estado de sono calmo e tranquilo. Além disso, a atividade mental associada ao uso de dispositivos mantém o cérebro em um estado de alerta, fazendo com que seja mais difícil relaxar e adormecer. Para os bebés, a exposição precoce a ecrãs pode ser ainda mais prejudicial, pois impede momentos preciosos de aprendizagem, como o desenvolvimento de vínculos emocionais, a exploração sensorial e a regulação emocional. No caso do sono, essa hiperestimulação não apenas dificulta o adormecimento, mas também pode interferir na qualidade do sono, resultando em despertares frequentes e em sono menos reparador. De acordo com recomendações de organizações internacionais, como a Academia Americana de Pediatria e a Associação Portuguesa do Sono, é aconselhável que os bebés evitem a exposição a ecrãs, especialmente antes de dormir. Para crianças até aos 3 anos, a ausência de ecrãs é fundamental. Isso exige, claro, uma grande consciência parental, pois muitos pais podem estar também expostos a esses dispositivos e precisam fazer ajustes nas suas próprias rotinas para criar um ambiente propício ao sono saudável para os seus filhos. O que diria a um pai ou mãe que sente culpa por não conseguir estabelecer um padrão de sono ideal para o seu bebé? Quando nasce um filho, parece que nasce também uma sensação constante de responsabilidade e, muitas vezes, de culpa. O mais importante é lembrar que a parentalidade é um processo contínuo de aprendizagem. Não há problemas em precisar de ajuda. Pelo contrário, pedir ajuda para encontrar soluções que se ajustem à realidade da família é uma atitude positiva e responsável. Quando os pais não conseguem estabelecer uma rotina de sono, o essencial é adequar as estratégias à vida de cada família, respeitando os limites e a capacidade dos pais em implementá-las. Muitas vezes, os pais estão a lidar com imprevistos, horários de trabalho, preocupações emocionais e outras exigências que podem tornar difícil seguir todas as orientações de forma estrita. O que importa é que, mesmo com dificuldades, os pais estejam a dar o seu melhor. E isso, por si só, já é algo muito valioso. Não precisam de ser perfeitos, precisam apenas de ser pais presentes e empáticos com os seus filhos. Por isso, é importante personalizar as estratégias. O que funciona para um bebé pode não funcionar para outro, é fundamental compreender que cada bebé é único, com necessidades, temperamentos e ritmos de sono próprios. Facebook: Marta Vareiro Instagram: @martavareiro.sonoinfantil WhatsApp: +351 917 496 134 A comunidade inovadora de Joana Vilas Boas que revoluciona a vida a centenas de mulheres em diferentes fases da maternidade “Cada vez mais pessoas procuram resultados subtis, que realcem a beleza natural sem parecerem artificiais”
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