Arquitetura OFFA: Entre a arquitetura e a arte, as novas formas de projetar By Revista Spot | Fevereiro 3, 2024 Fevereiro 5, 2024 Share Tweet Share Pin Email A OFFA desafia a rigidez das formas convencionais, numa arquitetura contemporânea de geometrias ousadas que funde de forma única arte e tecnologia. As distinções somam-se, em Portugal e no mundo, mas Armando Amaro, Vítor Marques e Miguel Ribeiro, continuam a encarar o futuro com o pragmatismo que sempre definiu o atelier, de olhos postos em novos projetos e na revolução digital da arquitetura enquanto catalisador significativo para transformações notáveis na forma de projetar. Quais são as grandes novidades no universo OFFA ao longo dos últimos meses? Os últimos meses trouxeram a consolidação da marca OFFA e um reconhecimento cada vez maior da nossa linguagem arquitetónica. A nível internacional, o último ano revelou-se extremamente gratificante, trazendo distinções e novidades que, em breve, serão divulgadas ao público. O nosso trajeto tem sido progressivo e fiel ao ideal que traçámos desde a criação desta marca, que não é mais que a materialização prática de uma ideologia e postura perante o vasto universo da criação, com especial destaque para o domínio da Arquitetura. Continuamos a projetar em diferentes escalas. Temos atualmente em curso a conceção de uma unidade hoteleira no baixo Alentejo, a construção de um Complexo de Edifícios multifamiliares em Gaia, e o desenvolvimento de Habitações Unifamiliares distribuídas pelo continente e ilhas, entre outros projetos desafiantes. Neste acompanhamento de A a Z de um projeto, que etapas consideram fundamentais? No acompanhamento abrangente de um projeto, a análise de todas as etapas revela-se crucial para uma concretização bem-sucedida. Apesar da complexidade em eleger apenas uma, destacaríamos a fase de conceção como particularmente essencial. Este momento de criação detém um papel central, uma vez que é ele que dita o ‘outcome’ de todo o processo. Uma ideia mal concebida dificilmente terá um resultado satisfatório. O crescimento populacional de Braga trouxe um novo perfil de clientes? O crescimento populacional de Braga tem sido uma constante, não apenas nos últimos tempos, mas notadamente desde o final da década de 80 e início da década de 90. Este fenómeno tem deixado uma marca significativa no tecido urbano da cidade. O boom populacional desencadeou um impulso no setor da construção, resultando na criação de um parque habitacional que, até há pouco, se destacava como um dos mais acessíveis do país. Contudo, essa realidade está em processo de transformação devido a um desequilíbrio entre a procura e a oferta, um desafio exacerbado pela forte influência da imigração. Este panorama em evolução tem moldado um novo perfil de cliente, caraterizado pela multiculturalidade e vivências distintas. Este público diversificado demonstra um crescente interesse no mercado de investimento imobiliário, refletindo a dinâmica e as mudanças socioeconómicas em Braga. A capacidade de adaptar estratégias e abordagens para dar resposta a essa nova necessidade torna-se crucial para profissionais e empresas do setor imobiliário na região. Como antecipam o desenvolvimento urbano e a expansão habitacional da cidade nos próximos anos? A antecipação do desenvolvimento urbano e expansão habitacional em Braga nos próximos anos aponta para uma movimentação em direção às zonas periféricas. A saturação do tecido urbano central de Braga, com os seus inerentes constrangimentos, sobretudo no que concerne à articulação viária, promoverá a necessidade de estabelecer novas centralidades e núcleos urbanos. Estes devem ser concebidos de forma a não se limitarem ao papel de áreas dormitório, mas sim a funcionarem de maneira autónoma e eficaz, mitigando a dependência excessiva do núcleo urbano atual. Este processo de expansão necessitará de uma cuidadosa articulação com o desenvolvimento dos meios de mobilidade da população. Reduzir a dependência do carro como principal meio de transporte é crucial, promovendo alternativas sustentáveis e eficientes. A integração de sistemas de transporte público eficazes e a criação de infraestruturas que incentivem a mobilidade ativa, como ciclovias e percursos pedonais, tornam-se essenciais para um desenvolvimento urbano equilibrado e sustentável. Que tendências emergentes da arquitetura residencial identificam como mais impactantes para o futuro? Parece evidente que as diretrizes seguirão a necessidade de fazer mais, de forma mais eficiente e com a utilização de menos mão-de-obra. Nesse sentido, parece-nos que a robotização do setor desempenhará um papel preponderante, sendo que o tiro de partida já foi dado com a introdução das ‘Printed houses’ (casas impressas em 3D). Este processo leva a uma adaptação também na forma de projetar, em que o controlo e definição digital do projeto terá de ser absoluto. A implementação de tecnologias como a impressão 3D não só acelera o processo construtivo, mas também permite uma maior personalização e eficiência no uso de recursos. Quais são os desafios ao projetar espaços que possam adaptar-se a diferentes necessidades ao longo do tempo? Não nos parece, de todo, que esse seja o caminho, um arquiteto projeta sempre uma intenção clara e definida, e oferece uma resposta a uma necessidade do momento, aliás um espaço nunca pode, em pleno, servir propósitos distintos com funções claramente contrárias. A arquitetura é sempre uma resposta em plenitude. Acreditamos, sim, na ideia de que boa arquitetura será sempre um agente de inspiração e conservação no processo de reconversão de espaços. A ideia de que ‘nada se perde tudo se transforma’ ganha ainda mais validade quanto mais qualidade tiver o objeto alvo de transformação. Viva-se o espaço na sua totalidade enquanto servir o propósito e acrescentem-se novos layers quando essas necessidades mudarem. Consideram que a arquitetura tem uma missão social e, também por isso, pode ser parte ativa na resolução da crise na habitação? Certamente que sim, a Arquitetura é a materialização da vontade. Acreditamos que, se houver uma vontade efetiva, a arquitetura encontrará soluções para enfrentar uma necessidade tão premente na atualidade. A reconversão de usos é apenas um exemplo de como é possível utilizar estruturas existentes para responder a desafios futuros. No entanto, acreditamos que a solução reside no desenvolvimento tecnológico e na forma como podemos utilizá-lo para criar soluções mais rápidas e acessíveis, sem comprometer a qualidade do património arquitetónico. A missão social da arquitetura manifesta-se na sua capacidade de proporcionar ambientes habitáveis e sustentáveis, contribuindo para a qualidade de vida das comunidades. Ao integrar o desenvolvimento tecnológico no processo de design e construção, é possível otimizar eficiências, reduzir custos e acelerar o ritmo de produção habitacional. De que forma abordam os desafios da construção sustentável? Enquanto equipa encaramos o desafio da sustentabilidade não só pela lógica da compensação, em que se adicionam soluções para colmatar deficiências estruturais de conceção, mas procuramos, sim, abordar esta questão sob o ponto de vista da eficiência. Ao gastarmos menos com menos recursos, de forma controlada, estamos ativamente a assumir o papel de agentes comprometidos com a sustentabilidade. Acreditamos que projetar com soluções construtivas híbridas, que ofereçam a resposta necessária, reduzindo o desperdício e otimizando a execução da estrutura, resulta numa abordagem mais satisfatória do ponto de vista da sustentabilidade. O avanço da construção digital e as tecnologias como o BIM (Building Information Modeling), trouxeram essa importante mudança na eficiência no planeamento, execução e manutenção de projetos? Para nós, a utilização destas tecnologias é essencial como meio de controlo e eficiência na comunicação do projeto. O planeamento mais preciso permite uma gestão mais criteriosa dos recursos a serem utilizados, ao mesmo tempo que serve como uma salvaguarda para garantir a execução fiel do que foi projetado. Além disso, facilita a colaboração entre diferentes partes interessadas, desde arquitetos e engenheiros até empreiteiros e gestores de instalações. A implementação destas tecnologias representa uma evolução significativa na indústria da construção, permitindo uma abordagem mais holística e eficiente na gestão de projetos desde a fase de conceção até à manutenção a longo prazo. A cocriação de valor continua a ser um importante caminho? Sem dúvida, acreditamos que uma visão plural do mesmo desafio traz melhores resultados. É nesta lógica que reconhecemos que o background de cada pessoa interveniente no projeto funciona como um catalisador de soluções mais ricas e criativas. Projetar vai além de equilibrar estética e funcionalidade, incluindo administração, cronograma, orçamento e coordenação de diversos profissionais. Concordam? Certamente que sim. Projetar é esse binómio entre a criação livre e a necessidade prática de execução. A articulação de todos os agentes intervenientes no processo, juntamente com a sua coordenação eficiente, é essencial para a concretização do objeto idealizado. 2023 foi um ano positivo para a OFFA? O balanço positivo não se limita apenas ao crescimento quantitativo do escritório, mas diz também respeito à nossa afirmação e reconhecimento no mercado. A consolidação da marca é crucial para a continuidade do sucesso, construindo uma base sólida para o desenvolvimento futuro. As perspetivas abertas no decorrer do ano anterior representam oportunidades e desafios que a OFFA está pronta para enfrentar e transformar em realizações tangíveis este ano. Objetivos para o ano que agora começa? Continuar o trajeto de crescimento, fortalecendo a marca no mercado habitacional. Além disso, planeamos abraçar novos desafios em áreas de projeto diferentes. A diversificação não só contribui para a expansão dos nossos serviços, mas também nos posiciona como uma entidade versátil e adaptável no panorama arquitetónico. Esta abordagem ambiciosa reflete a nossa aspiração em diversificar e inovar, enfrentando novos desafios que contribuam para a evolução positiva da OFFA. Morada: Avenida da Liberdade nº434 piso 3 Sala 1, 4710-249 Braga Email: geral@offa.pt Contacto: +351 253 466 20 Facebook: OFFA Arquitectura Instagram: @offa_arquitectura Site: offa.pt Clínica Tear: A nova era da saúde mental “O desporto é a linguagem universal que transcende barreiras”
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