EMPRESAS & EMPRESÁRIOS/ÉS DE BRAGA “O erro mais comum no digital é acreditar que o tráfego pago resolve tudo” By Revista Spot | Outubro 12, 2025 Outubro 13, 2025 Share Tweet Share Pin Email Num ecossistema digital em constante mudança, João Silva destaca-se como uma das vozes mais lúcidas e pragmáticas do marketing de performance em Portugal. Especialista em Tráfego Pago e Vendas, não fala de cliques ou algoritmos, mas de pessoas, propósito e possibilidades. Para ele, cada campanha é um exercício de estratégia e empatia: compreender o comportamento do consumidor, traduzir dados em decisões e criar mensagens que geram confiança. Com base em Braga, João valoriza a clareza e o retorno tangível, mais do que métricas de vaidade. Defende que o sucesso digital nasce da combinação entre técnica e propósito. “As empresas não precisam de gastar mais, precisam de comunicar melhor”, sublinha. Num mercado saturado de ruído, acredita que a diferença está em quem consegue unir emoção e estratégia, porque o que converte não é o clique, é a história que o antecede. Muitos chamam-lhe “vendedor de sonhos”, mas o que sente que realmente vende quando fala de tráfego pago e vendas digitais? Mais do que vender sonhos, eu diria que vendo possibilidades reais de crescimento. O meu trabalho não é apenas colocar anúncios online, é ajudar negócios a encontrarem o seu público, a comunicarem a sua essência e a transformarem visibilidade em resultados concretos. O tráfego pago é, sem dúvida, a nossa ferramenta central, mas é apenas uma parte de uma estratégia mais ampla, que envolve entendimento profundo do cliente, análise de dados e criatividade aplicada. Cada campanha é pensada como um investimento inteligente, não como uma aposta. Quando um cliente me diz que, graças à nossa parceria, o negócio dele teve uma viragem, sei que não vendi um sonho, ajudei a construir uma realidade nova, sustentada em métricas, propósito e estratégia. É isso que me move todos os dias. O digital trouxe métricas e números para tudo, mas como se mede aquilo que não aparece em relatórios: confiança, relação, credibilidade? O digital trouxe métricas para quase tudo, cliques, impressões, conversões, mas há algo que nenhum relatório consegue medir: a confiança, a relação, a credibilidade. Ainda assim, até essas dimensões mais humanas deixam pistas. Podemos medi-las, por exemplo, através do tempo que um cliente permanece com a empresa ou da frequência com que volta a comprar. Esses são verdadeiros indicadores de confiança, sinais de que existe uma ligação autêntica entre marca e consumidor. No fundo, é essa base de credibilidade que sustenta qualquer estratégia de marketing digital. Sem ela, mesmo o melhor investimento em tráfego pago dificilmente gera resultados consistentes. Por isso, o lado humano é essencial. Mais do que campanhas otimizadas ou anúncios bem segmentados, é a comunicação genuína, empática e coerente que transforma clientes ocasionais em relações duradouras. Hoje fala-se muito em vender experiências e não apenas produtos. Concorda? Como é que isso muda a forma de pensar anúncios e funis de vendas? Concordo plenamente. Hoje, as pessoas não compram apenas produtos, compram significados, emoções e experiências que se alinham com aquilo em que acreditam. Quando uma marca consegue criar esse elo emocional, o preço deixa de ser o foco, porque o consumidor sente que está a fazer parte de algo maior. Vender experiências implica repensar por completo a forma como comunicamos. Já não se trata de mostrar funcionalidades ou descontos, mas de contar histórias autênticas, despertar empatia e fazer com que cada ponto de contacto, do primeiro anúncio ao pós-venda, reforce essa vivência. Nos funis de vendas, isso traduz-se em menos automatismos e mais personalização. Cada mensagem deve refletir compreensão, proximidade e propósito. Porque no fim, o que converte não é o clique, é a emoção que o antecede. Quando uma marca vende uma experiência genuína, não conquista apenas clientes, constrói relações e memórias que duram. O que é que Braga lhe deu de único na forma como olha para os empresários e os negócios? Nota diferenças em relação a outras regiões do país? Braga ensinou-me muito mais do que técnicas de negócio, ensinou-me uma forma de pensar e agir com os pés bem assentes na terra. Aqui, o empresário é direto, pragmático e movido a resultados. Não há espaço para ilusões digitais nem para métricas de vaidade: se funciona, ótimo; se não funciona, muda-se a estratégia. Essa clareza e objetividade moldaram profundamente a minha forma de trabalhar. Enquanto noutras cidades, como Lisboa ou Porto, ainda se valoriza muito o impacto visual, o número de seguidores ou o alcance dos vídeos, em Braga a conversa é outra. O foco está em converter, vender, crescer. É um ecossistema empresarial que privilegia a sustentabilidade e o retorno real, e não apenas a aparência. Essa mentalidade prática e orientada para os resultados tornou-se parte da minha própria filosofia profissional: a métrica que importa é a que transforma negócios e cria impacto verdadeiro. Braga não me ensinou só a vender, ensinou-me a gerar valor com propósito. Qual é o maior erro ou ilusão que ainda existe no digital e que leva tantas empresas a perder dinheiro em anúncios? O maior erro que ainda vejo no digital é acreditar que o tráfego pago resolve tudo. Muitos empresários chegam com a expectativa de que basta investir em anúncios para vender mais, mas esquecem-se do essencial: um produto validado, uma oferta clara e um posicionamento sólido. O tráfego pago é uma ferramenta poderosa, mas não faz milagres. Se o negócio não tem um modelo coerente, uma proposta de valor bem definida e uma estratégia comercial estruturada, nenhum anúncio vai corrigir essa base frágil. O investimento transforma-se rapidamente em desperdício. Antes de investir um euro em anúncios, é preciso entender o mercado, estudar a concorrência e validar a procura real. Uma métrica simples, mas reveladora, é saber quantas pessoas pesquisam mensalmente pelo seu produto ou serviço, isso já indica se existe espaço digital para crescer. Outra ilusão comum é esquecer o lado humano. O digital não é um campo de cliques automáticos; é um espaço de relações, confiança e credibilidade. E essas constroem-se com consistência, autenticidade e autoridade, não com impulsos pagos. Em suma: o tráfego pago não cria negócios; potencia os que já têm alma, estratégia e propósito. Muitos empresários ainda olham para o digital com desconfiança. Qual é o mito que mais gostaria de destruir de vez? O mito que mais gostaria de destruir é o de que “o digital é opcional”. Já não é. Hoje, o digital é o próprio mercado, é onde as pessoas pesquisam, comparam, decidem e compram. Cerca de 70% dos consumidores, a nível mundial, procuram informação online antes de fazer qualquer aquisição. Isso significa que, se a sua empresa não está presente, não existe na mente do consumidor no momento da decisão. A desconfiança vem, muitas vezes, do desconhecimento, da ideia de que o digital é caro, complexo ou apenas para grandes marcas. Na verdade, o digital é o espaço mais democrático que existe: permite a qualquer empresa, independentemente da dimensão, comunicar com propósito e competir com inteligência. Ignorar o digital é como fechar as portas do negócio quando o cliente está à porta. Ter presença online não é uma opção estratégica, é uma questão de sobrevivência e relevância. Pode partilhar um caso em que o digital mudou mesmo os resultados de uma empresa? Qual foi a chave dessa transformação? Vou partilhar um caso que mostra bem como o digital pode transformar um negócio. Trata-se de uma marca de cosmética que já estava muito bem preparada para o ambiente online: tinha uma presença fenomenal, uma autoridade sólida e uma comunicação humanizada, elementos essenciais hoje em dia. No entanto, não conseguia alavancar as vendas. Apesar de ter um produto validado, adorado pelos clientes e com boa reputação, a faturação mensal rondava apenas 4 a 6 mil euros. O que fizemos foi avaliar profundamente o ecossistema digital da marca. O diagnóstico revelou que havia uma base fortíssima, mas faltava escala, o produto não estava a chegar às pessoas certas. A partir daí, estruturámos uma estratégia de tráfego pago focada em performance e segmentação inteligente, ajustando criativos, públicos e mensagens. O impacto foi imediato: a empresa passou a faturar cerca de 45 mil euros por mês. O segredo não esteve apenas na técnica. Este caso mostrou que os anúncios têm poder quando são feitos com propósito, quando aparecem no momento exato em que alguém, como a Maria, pensa que precisa de um vestido para uma ocasião especial… e encontra o anúncio certo, no instante certo. O digital tem essa força. Quando a marca tem alma e a estratégia é clara, o tráfego deixa de ser apenas publicidade e torna-se conexão. O que distingue um gestor de tráfego pago de um verdadeiro especialista em vendas digitais? Eu costumo dizer que um gestor de tráfego pago coloca anúncios; um especialista em vendas digitais cria resultados. A diferença está na profundidade com que se olha para o negócio. Fazer apenas gestão de tráfego é acionar campanhas e esperar conversões. Já ser especialista em vendas digitais é entender todo o ecossistema comercial, desde o produto até ao comportamento do consumidor, e orquestrar uma estratégia completa que transforma investimento em lucro real. No meu trabalho, isso significa avaliar o negócio de forma global, identificar pontos críticos e definir processos antes de sequer ativar o tráfego. Em muitos casos, oferecemos consultoria direta: explicamos conceitos como custo de aquisição de cliente (CAC), custo por lead, e ajudamos o empresário a interpretar as métricas que realmente importam para tomar decisões inteligentes. O tráfego pago, por si só, é apenas um mecanismo dentro de um sistema maior, um sistema que começa pela definição do que se vai vender, de quem é o cliente ideal e de qual é o percurso mais eficaz até à conversão. O verdadeiro especialista em vendas digitais não vende cliques, constrói estratégias que geram crescimento sustentável e mensurável. O tráfego é apenas o ponto de partida; o verdadeiro trabalho acontece muito antes. Para quem ainda pensa que tráfego pago é apenas “gastar dinheiro no Facebook ou Google”: como explica, de forma simples, o que está em causa? Para quem ainda pensa que tráfego pago é apenas “gastar dinheiro no Facebook ou no Google”, eu costumo explicar de forma simples: é como alugar uma autoestrada. Pode alugar a autoestrada mais larga e moderna do mundo, mas se não houver sinalização, direções claras e saídas bem definidas, os carros vão circular sem rumo e ninguém chega onde realmente quer. É exatamente isso que acontece quando se investe em anúncios sem estratégia. Agora, quando colocamos sinalização, definimos as saídas certas e orientamos cada utilizador para o seu destino, seja uma compra, uma inscrição ou um contacto, o tráfego começa a fazer sentido. É aí que os anúncios deixam de ser um gasto e passam a ser um investimento com retorno mensurável. Há uma grande diferença entre anunciar para ser visto e anunciar para vender. O primeiro é vaidade; o segundo é estratégia. E o verdadeiro poder do tráfego pago está justamente aí: em transformar cliques em caminhos com propósito, e visibilidade em resultados reais. Quem nunca investiu pode pensar: “se eu pagar, vou vender logo?”. O tráfego pago garante resultados imediatos? Não, o tráfego pago não garante resultados imediatos e acreditar nisso é um dos erros mais comuns. O tráfego pago é uma ferramenta poderosa, mas só funciona quando existe estrutura, estratégia e consistência por detrás. Antes de investir, é essencial uma preparação técnica e estratégica, que muitas empresas ainda não têm. É preciso um site funcional e otimizado, uma presença digital dinâmica e humanizada, e uma comunicação clara e alinhada com o consumidor ideal. Sem isso, o investimento em anúncios é como tentar acelerar um carro sem motor. Depois, é necessário definir como vender, para quem vender e com que mensagem. Só então faz sentido ativar o tráfego pago que, neste ponto, atua como um acelerador de uma máquina que já está pronta para funcionar. Portanto, o tráfego pago não é magia. É o resultado de planeamento, dados e propósito. Quando tudo está alinhado, os resultados chegam e chegam de forma sustentável, não apenas imediata. Diz-se muito que o digital nunca dorme. Como aprendeu a desligar e a criar espaço para a família sem perder oportunidades? É verdade, o digital nunca dorme, mas nós precisamos de saber parar. E isso só se aprende com o tempo, com experiência e, acima de tudo, com organização. Hoje, consigo equilibrar melhor as duas dimensões, profissional e pessoal, porque criei sistemas internos muito bem estruturados, métricas claras e processos rigorosos. Tudo isto permite que o trabalho continue a fluir mesmo quando eu não estou a olhar para o ecrã. Se algo corre mal, sabemos exatamente onde está o problema e como resolvê-lo, muitas vezes sem necessidade da minha intervenção direta. Esse nível de previsibilidade e confiança só é possível quando a estratégia é sólida desde o início. Aprendi que quanto mais cuidado temos na fase inicial, no diagnóstico, na definição de objetivos e na construção do funil, menos surpresas surgem depois. É verdade: os nossos anúncios não dormem. Mas nós temos de aprender a descansar, porque é no descanso que nasce a clareza, a criatividade e a energia para continuar a construir resultados que valem a pena, dentro e fora do ecrã. Como imagina as vendas digitais em Portugal daqui a cinco anos e que papel pode Braga ter nesse mapa? Nos próximos cinco anos, acredito que as vendas digitais em Portugal vão viver uma transformação profunda, marcada pela integração total entre plataformas, dados e inteligência artificial. O digital deixará de ser apenas um canal de venda, passará a ser um modo de operar, de comunicar e até de viver. A personalização, a automação e a experiência do utilizador serão o novo padrão, e as empresas que não acompanharem essa evolução ficarão inevitavelmente para trás. Quanto a Braga, vejo a cidade como um dos polos mais promissores deste novo mapa digital. Braga faz parte do mundo e, por isso, tem a responsabilidade e a oportunidade de se manter na vanguarda tecnológica. Ainda há um caminho a percorrer para que as empresas bracarenses compreendam a importância de investir numa presença digital sólida e estratégica, mas o potencial é enorme. Porquê? Porque o digital nivela a competitividade. Quando as empresas locais tiverem maturidade digital, quando dominarem as ferramentas que lhes permitem vender e comunicar globalmente, Braga deixará de ser apenas uma cidade empreendedora, passará a ser uma referência nacional em inovação e vendas digitais. E disso, tenho absoluta certeza. Se tivesse de dar uma única recomendação a uma PME que nunca investiu em digital, qual seria o primeiro passo e porquê? Se tivesse de deixar uma única recomendação a uma PME que nunca investiu em digital, diria: comece pelo simples e faça-o bem feito. O básico, quando é consistente e bem estruturado, funciona. Sou prova disso. Já trabalhei com empresas que partiam literalmente do zero, sem presença online, e o primeiro passo foi apenas criar um site funcional, com identidade clara, e manter uma presença ativa e autêntica nas redes sociais. Só isso, feito com cuidado, já muda completamente a perceção do público e começa a gerar resultados. Depois, o passo seguinte é entender o mercado digital em que se está inserido. Saber quantas pessoas pesquisam mensalmente pelo seu produto, serviço ou até pelo nome da empresa é fundamental. Essa informação é simples de obter e é um indicador poderoso do potencial de crescimento online. Lanço esse desafio a todas as empresas bracarenses: conheçam a vossa procura digital. Por exemplo, a Revista Spot tem quase 3 mil pesquisas mensais no Google, o que mostra que há um público atento e interessado. O digital começa com consciência, não com pressa. Quem conhece os seus dados, ganha direção e quem tem direção, cresce. Morada: Rua Marcelino Sá Pires, nº15, 2º andar, sala 22, 4700-924 Braga Contacto: +351 253 779 318 (Chamada para rede fixa nacional) Facebook: W.Create Instagram: @wcreate_digital www.wcreate.pt Festa das Colheitas: “De 15 a 19 de outubro, Vila Verde transforma-se numa ‘aldeia-mãe’ com desfolhadas, concertinas, pisadas de uvas e os sabores que a terra deu” “Entre cicatrizes físicas e silêncios emocionais, o pós-parto continua a ser o elo esquecido dos cuidados à mulher”
EMPRESAS & EMPRESÁRIOS / Materiais “25 anos depois, OA – Oficina do Alumínio constrói um legado feito de pessoas” De Escudeiros para o mundo, a Oficina do Alumínio (OA) nasceu em 2000 com um sonho audacioso: transformar o alumínio…
Automóveis / EMPRESAS & EMPRESÁRIOS / Eventos “Ser reconhecida entre os 10 melhores concessionários da Europa é uma responsabilidade que a ETHOS assume com a mesma ambição com que abraça o futuro da mobilidade” Num setor em plena revolução, onde a mobilidade elétrica, a digitalização e a exigência dos consumidores reconfiguram o mercado automóvel,…
EMPRESAS & EMPRESÁRIOS / Tecnologia “No futuro digital, lidera quem compreende verdadeiramente as empresas e não apenas quem sabe programar” Num mundo cada vez mais digital, onde os gestores procuram soluções rápidas e eficazes para acompanhar as novas exigências do…