NUTRIÇÃO/Pré - Natal/SAÚDE DA MULHER “A nutrição tem um impacto determinante na fertilidade do homem e da mulher” By Revista Spot | Março 10, 2025 Março 12, 2025 Share Tweet Share Pin Email A fertilidade é um tema que toca muitas vidas, trazendo consigo sonhos, desafios e, muitas vezes, dúvidas. Num mundo onde o relógio biológico parece competir com o ritmo acelerado da vida moderna, cada escolha conta – e a nutrição pode ser a chave para fortalecer a saúde reprodutiva. Mas será que pequenos hábitos diários podem realmente influenciar a capacidade de conceção? Foi com a missão de promover a literacia nesta área que Eduarda Matos, nutricionista certificada em Nutrição para a Fertilidade no Homem e na Mulher, Nutrição Funcional na Saúde da Mulher, Nutrição na Endometriose e Nutrição Funcional na Síndrome de Ovários Poliquísticos , criou o projeto Nutriente Fértil. Unindo ciência, experiência e uma abordagem humana ao tema, Eduarda acompanha casais nesta jornada, ajudando-os a compreender o impacto da alimentação e do estilo de vida no sonho de ter um filho. Porque, quando se trata de fertilidade, cada detalhe faz a diferença. O que a levou a especializar-se em nutrição com foco na Fertilidade e Saúde da Mulher? Sempre fui apaixonada pela área da nutrição e pela importância da alimentação na saúde, tanto na prevenção de doenças como no apoio a terapêuticas médicas e farmacológicas. Por isso, escolhi esta área desde o início, quando ingressei na faculdade em 2003. Contudo, recentemente, sem que pudesse antecipar, deparei-me com um diagnóstico de infertilidade que me abalou profundamente, tanto enquanto mulher, como no impacto que teve no nosso núcleo familiar enquanto casal. Sou mãe de um filho maravilhoso de cinco anos, mas sempre sonhei em construir uma família com dois filhos. No entanto, na sociedade atual, a maternidade tem sido cada vez mais adiada: primeiro vem o curso, depois a estabilidade profissional e financeira… Mas o relógio biológico não espera! Fui mãe já perto dos 35 anos, uma idade em que a dificuldade em engravidar aumenta, apenas devido ao fator idade, a que podem juntar-se diversas outras causas. Hoje, encaramos este desafio com mais serenidade, mais informação e mais saúde. Foi durante este processo, em que me dediquei intensamente ao tema, que decidi, com o apoio do meu marido, aplicar todo o conhecimento adquirido em cursos especializados, estudos científicos e muita pesquisa académica. O objetivo foi, e continua a ser, ajudar-nos a nós próprios e a outros casais a melhorar a sua saúde e hábitos alimentares, com uma alimentação ajustada a cada caso específico, contribuindo para a preparação do organismo para uma conceção viável e com mais saúde. A Nutriente Fértil nasce desse mote? Precisamente. Dediquei-me afincadamente a apronfundar esta temática, certifiquei-me em Nutrição para a Fertilidade no Homem e na Mulher, em Nutrição Funcional na Saúde da Mulher, em Nutrição na Endometriose e Nutrição Funcional na Síndrome dos Ovários Poliquísticos. Criei a Nutriente Fértil para prestar um serviço de Saúde, apoio e ajuda a famílias para a concretização do seu sonho através da otimização do seu estado nutricional, e assim, poder aumentar a taxa de sucesso na conceção natural ou medicamente assistida. Foi esta a minha principal motivação: canalizar as minhas energias e a minha própria experiência para apoiar outras famílias, aplicando todo o meu conhecimento, baseado em evidência científica, para proporcionar um acompanhamento adequado e rigoroso, para que cada indivíduo ou casal tenha a melhor experiência na sua própria jornada. De que forma a alimentação impacta a capacidade de conceção do homem e da mulher? A alimentação tem um impacto direto fortíssimo na saúde de cada um como um todo, passando também pela saúde reprodutiva. Défices e excessos nutricionais impactam negativamente a fertilidade, sendo essencial atuar com as devidas correções e aquisição de novos hábitos para otimizar o estado nutricional de cada um e, desta forma, promover a fertilidade de ambos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1 em cada 6 casais já vivenciou problemas de fertilidade ao longo da sua vida! E as causas da infertilidade são muito variadas, sendo que 30% estão relacionadas com fatores femininos, 30% com fatores masculinos, 30% com fatores relacionados com ambos e ainda 10% sem motivo aparente. A nutrição tem aqui um papel importantíssimo como coadjuvante das terapêuticas médicas e farmacológicas, podendo ajudar a potenciar os resultados quando devidamente direcionada e acompanhada por um nutricionista. Um estado nutricional otimizado tem impacto numa resposta hormonal melhorada, numa maior qualidade dos óvulos e espermatozoides, e na preparação do organismo da mulher para uma gravidez saudável, com um aporte nutricional adequado às necessidades do desenvolvimento fetal desde o primeiro dia de gestação até ao nascimento e período de amamentação. Com que antecedência deve acontecer a mudança de hábitos? A mudança de hábitos é, sem dúvida, um processo gradual que exige paciência e serenidade, especialmente quando se trata de assuntos tão sensíveis, como este tema, para as famílias. Embora os benefícios de um estilo de vida mais saudável possam ser notados já após alguns dias ou semanas, é importante compreender que, devido aos ciclos biológicos do corpo humano, o processo de adaptação e preparação do organismo para receber e acolher uma gravidez saudável durante os nove meses de gestação, deve ser iniciado com antecedência. O ideal é que o casal procure apoio nutricional pelo menos três meses antes das tentativas, sendo preferível um período de um ano para que os hábitos se consolidem de forma sustentável e para podermos influenciar positivamente a taxa de sucesso quer da conceção, quer da viabilidade da gravidez até ao final da gestação, assim como a saúde do futuro bebé. Quais são os nutrientes mais importantes para a fertilidade feminina? De uma forma geral, sem patologias associadas, os nutrientes que mais podem impactar a fertilidade feminina são vitaminas do complexo B (como o ácido fólico e vitamina B12), relação zinco e cobre, cálcio, vitamina D, antioxidantes, ómega-3, proteínas vegetais, sem nunca esquecer a hidratação. Mas esta é uma abordagem muito redutora de todo o panorama da nutrição, digamos que são assim alguns dos exemplos-chave. A alimentação pode influenciar o equilíbrio hormonal e assim ajudar na regulação do ciclo menstrual, na ovulação, na qualidade dos óvulos e todo o sistema reprodutor, preparando-o para uma conceção eficaz, para uma gravidez mais saudável e para o aporte nutricional necessário para um desenvolvimento fetal saudável. A alimentação pode influenciar problemas como a Síndrome dos Ovários Poliquísticos (SOP) ou a endometriose, condições que afetam diretamente a fertilidade feminina? Sim, a par com a terapêutica médica e farmacológica, a alimentação pode ajudar a modelar a resposta inflamatória e hormonal ajudando a melhorar a sintomatologia e potenciando as hipóteses de conceção. Nestas duas patologias em concreto, a alimentação e o estilo de vida são muito impactantes e pequenas alterações podem fazer a diferença. No caso da endometriose, sabemos que é uma doença inflamatória e hormonal, pelo que a nutrição tem um impacto fortíssimo e bem documentado: com os nutrientes e hábitos certos podemos aliviar sintomas e potenciar a fertilidade. No caso da Sindrome de Ovários Poliquísticos, muitas vezes associada a um excesso de peso, está também associada a alterações hormonais, como por exemplo, a resistência à insulina, que podem levar a ciclos menstruais irregulares e sem ovulação levando a dificuldades em conseguir engravidar. O apoio nutricional para modelar o sistema hormonal e corrigir excesso de peso é fundamental e pode potenciar as hipóteses de uma gravidez bem sucedida! Existem alimentos específicos que as mulheres devam evitar quando estão a tentar engravidar? Sim, existem alimentos que as mulheres devem evitar quando estão a tentar engravidar. Um dos principais é o álcool, que deve ser completamente eliminado, pois ainda não há uma uma dose mínima segura para a preconceção e gravidez. Além disso, é aconselhável evitar o café, bebidas açucaradas, gorduras trans e saturadas, assim como peixes com elevados níveis de metais pesados, como o atum, peixe-espada, espadarte, tubarão e tintureira, por exemplo. Alimentos ultraprocessados e enlatados também devem ser evitados ao máximo, pois estão diretamente associados à diminuição da qualidade dos óvulos, ao comprometimento do estado nutricional geral e podem aumentar os riscos para o desenvolvimento fetal, bem como para a saúde das gerações futuras. A nutrição também tem um impacto significativo na fertilidade masculina. Quais são os principais nutrientes que influenciam a qualidade espermática? Como já referi, o homem é parte itegrante da atuação do nutricionista nesta área, uma vez que é portador de 50% das gâmetas e código genético necessário para uma fecundação eficaz. A nutrição, assim como a aquisição de hábitos de vida saudáveis podem melhorar significativamente a qualidade do esperma do homem. A evidência científica diz-nos que nutrientes específicos como o zinco, selénio, antioxidantes e ómega 3 são essenciais para a espermatogénese (produção de espermatozoides viáveis) e para a proteção do DNA espermático. Mas, para um aconselhamento mais assertivo, temos de ter também em conta outros fatores como patologias existentes, análises bioquímicas, hábitos alimentares, défices nutricionais, a qualidade espermáticas no momento da primeira consulta, entre outros. A terapêutica nutricional, quer no homem, quer na mulher, deve ser, sempre individualizada, isto porque uma sobredosagem de qualquer um destes nutrientes ou outros, pode impactar negativamente a fertilidade, tendo o comportamento oposto ao esperado – pró-oxidativo e pró-inflamatório. A procura de um nutricionista pode fazer a diferença. A alimentação pode ajudar a prevenir problemas no número de espermatozoides, mobilidade, morfologia ou DNA espermático? Sim, com exceção de alguns casos muito específicos e bem identificados, sabe-se atualmente que a alimentação tem um impacto significativo na fertilidade masculina, nomeadamente no número de espermatozoides, na sua mobilidade, morfologia e na integridade do DNA espermático. Quando existem carências nutricionais, é fundamental corrigi-las, pois estas podem afetar negativamente a qualidade do esperma. Além disso, é importante adotar um padrão alimentar e de estilo de vida saudáveis, como seguir a dieta mediterrânica e minimizar a exposição a contaminantes e poluentes. A alimentação adequada pode ajudar a controlar o stress oxidativo e a resposta inflamatória, além de influenciar positivamente a resposta hormonal e a espermatogénese, otimizando assim a qualidade dos espermatozoides. De que forma o estilo de vida interage com a alimentação no contexto da fertilidade? Segundo a Organização Mundial de Saúde, fatores de estilo de vida, como tabaco, consumo excessivo de álcool e obesidade, podem afetar a fertilidade. Além disso, a exposição a poluentes ambientais e toxinas pode ser diretamente tóxica para as gâmetas resultando em números diminuídos e má qualidade. Como já fomos falando, estamos aqui perante um contexto multidisciplinar, onde a aquisição de um estilo de vida saudável é mandatário para conseguirmos mais saúde. Sabemos que o ciclo menstrual é influenciado pela nutrição, stress, qualidade do sono, emoções, luz, odores e som e que todos estes hábitos menos saudáveis, promovem o excesso de peso, estado inflamatório e stress oxidativo, prejudicando ativamente a gametogénese, sistema hormonal e qualidade dos óvulos e espermatozoides, dificultando uma gravidez bem-sucedida. A nutrição tem de avaliar os hábitos do casal como um todo e integrar no seu modo de ação ferramentas para melhorar os parâmetros menos saudáveis. Sempre que possível , a atuação deve incluir uma equipa multidisciplinar de profissionais de saúde como médicos, nutricionistas, psicólogos, entre outros. Há alguma evidência científica que sugira que uma alimentação equilibrada pode melhorar a resposta aos tratamentos de fertilidade, como a fertilização in vitro (FIV)? Sim, ainda há muito caminho a desbravar nesta área, mas já há estudos que evidenciam que uma intervenção nutricional pode impactar positivamente no sistema reprodutor, quer feminino, quer masculino, aumentando as taxas de sucesso. Contudo é necessário ser muito prudente nas mensagens a transmitir, porque as taxas de sucesso mesmo assim, são o que são – taxas e probabilidades. Infelizmente, não podemos garantir que as técnicas de reprodução medicamente assistida serão 100% eficazes mesmo com o organismo otimizado para o efeito. Mas há sempre ganhos na saúde com este processo, que se podem revelar mais tarde, dependendo também de outros fatores, como por exemplo a idade da mulher. Deveriam os casais considerar a suplementação para otimizar as suas hipóteses de conceber? O papel destes nutrientes e de outros como, por exemplo, a vitamina D, ferro, ómega 3 e antioxidantes é importantíssimo para garantir que tudo funciona como o esperado e que há energia suficiente para a concretização da gravidez e para um bom desenvolvimento fetal. No caso da mulher o ácido fólico deve sim ser suplementado mesmo antes da gravidez, mesmo que não haja carência, mas devemos ter em atenção o tipo de ácido fólico que estamos a suplementar. Os suplementos não são todos iguais e para além dos nutrientes-chave, são compostos também por outros ingredientes que podem fazer a diferença. Por vezes, a alteração do padrão alimentar pode ser suficiente, mas em outras situações, pode ser necessária a suplementação de um ou mais nutrientes. A suplementação nunca deve ser feita de forma autónoma; deve sempre ser acompanhada por um profissional de saúde, como um nutricionista. A suplementação incorreta pode ter efeitos adversos, prejudicando a fertilidade em vez de a promover. Quais são os benefícios e riscos de dietas específicas, como as dietas vegetarianas ou veganas, na fertilidade? A dieta com mais benefícios na promoção da saúde é a dieta mediterrânica e a com mais riscos é a chamada dieta do oeste ou americana. Mais uma vez, dietas específicas devem ser acompanhadas por um nutricionista para evitar carências nutricionais. No exemplo que refere, nomeadamente nos veganos, podemos estar perante carências de vitamina B12 por exemplo, que devem ser corrigidas. Mas sim, é perfeitamente viável uma dieta vegana para a fertilidade e para uma gravidez saudável. Quão importante é manter um peso saudável para otimizar as possibilidades de conceção, e qual é a relação entre sobrepeso, obesidade ou baixo peso e a fertilidade? Manter um peso saudável, assim como hábitos de vida saudáveis, é crucial no processo da fertilidade. A obesidade trata-se de uma patologia pro-inflamatória e pode levar a desequilíbrios hormonais, como a resistência à insulina que afeta a produção de hormonas sexuais, impactando negativamente o sistema reprodutor. Em mulheres, a obesidade pode ainda estar associada à síndrome dos ovários poliquísticos (SOP), que é uma causa comum de infertilidade. Em homens, a obesidade pode diminuir a qualidade do esperma, afetando o número, a motilidade e a morfologia dos espermatozoides. No que diz respeito à magreza, a falta de gordura corporal suficiente na mulher, pode resultar em níveis hormonais baixos, interrompendo o ciclo menstrual e dificultando a ovulação. Mulheres com baixo peso podem ter dificuldades em engravidar devido a carências nutricionais para sustentar uma gravidez. Manter um peso saudável, ou, como prefiro dizer, um estado nutricional equilibrado, pode ajudar a regular os ciclos menstruais, melhorar a qualidade dos óvulos e espermatozoides e aumentar as probabilidades de conceção. Que disruptores endócrinos e toxinas interferem na fertilidade? São variados os disruptores endócrinos, desde contaminantes ambientais, alimentares e poluentes temos, por exemplo: Bisfenol A (BPA), pesticidas, metais pesados (nos peixes – deve ser encorajado o consumo de peixes gordos de tamanho mais reduzido como as sardinhas e cavala, por exemplo), utensílios de cozinha como frigideiras antiaderentes, parabenos e ftalatos (presentes em produtos de cosmética). Eliminar estes tóxicos é uma utopia, contudo podemos diminuir a exposição com escolhas mais acertadas: optar por hortofrutícolas da época, de produção local e de preferência biológicos, evitar embalagens de plástico com BPA (dar preferência ao vidro), optar por utensílios de cozinha com revestimentos de cerâmica, aço inox ou ferro fundido e por cosméticos e produtos de higiene sem parabenos ou ftalatos. Que mudanças práticas e simples na alimentação pode o casal começar a implementar hoje? Hoje o casal pode adotar um padrão alimentar com base na dieta mediterrânica, aumentar o consumo de hortofrutícolas, peixes gordos (sardinha, cavala, anchovas, salmão selvagem), cereais integrais, leguminosas, oleaginosas (nozes, castanhas do brasil, amêndoas), laticínios. Deve também eliminar o álcool, reduzir o café e cafeína (chocolates, chá preto, verde), açúcar e bebidas açucaradas, carnes vermelhas, alimentos processados e ultraprocessados, alimentos embalados/enlatados, produtos de charcutaria. Em paralelo, deve aumentar a atividade física (no caso dos homens é de excluir atividades como a bicicleta) e beber bastante água (mínimo 1,5L). A alimentação pode também influenciar a saúde mental, num momento que pode ser emocionalmente desafiante? Sim, a influência da nutrição na saúde mental é um assunto que se tem falado e que faz todo o sentido. Através da alimentação é possível regular neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar e equilíbrio emocional como a serotonina e dopamina, por exemplo. Além disso, a adequação nutricional às reais necessidades, leva por si só a ganhos na qualidade de vida, autoestima e bem-estar. Como é que a Nutriente Fértil personaliza o aconselhamento nutricional para cada casal? Na Nutriente Fértil as consultas, que duram pelo menos 60 minutos, podem ser presenciais ou on-line, a vulso ou em packs (3 e 6 meses). Nas consultas a vulso há uma primeira consulta individual ou em casal, onde é avaliado de forma criteriosa o estado nutricional e de saúde de cada um, os hábitos alimentares, estilos de vida e rotinas, o motivo da consulta e os exames laboratoriais para completar o estudo e definição da melhor terapêutica nutricional a aplicar. São depois definidos os objetivos, traçadas as estratégias e pré-definido um plano alimentar adaptado de forma individual, às necessidades, gostos e rotinas de cada um. É sempre importante fazer-se acompanhar de análises clínicas recentes na primeira consulta, para uma avaliação mais fidedigna. Sempre que necessário são realizadas consultas a vulso de seguimento para avaliação da adesão ao plano alimentar, avaliação dos resultados, reajustes e redefinição das estratégias, se aplicável, e reeducação alimentar para maior autonomia nas escolhas alimentares. Os packs, mais direcionados para um acompanhamentos mais de perto de forma contínua, são compostos por quatro consultas no de três meses e sete consultas no de seis meses. A primeira consultas dos packs é idêntica à consulta a vulso. Nas subsequentes, o acompanhamento vai de acordo com a evolução e adesão à terapêutica nutricional com as alterações necessárias, tendo em conta a vontade indivudal e a étapa do processo de fertilidade e preconceção em que se encontram. Ou seja, é realizada uma primeira consulta de diagnóstico com definição de objetivos e terapêuticas, seguida de outra para análise de resultados, adesão ao plano alimentar e reajustes. Numa terceira consulta passamos para a otimização da estratégia à fase em que se encontra no processo de fertilidade e na quarta para a consolidação e sustentabilidade, para a manutenção dos hábitos adquiridos. Entre as consultas é ainda criado um suporte de acompanhamento personalizado para esclarecimento de dúvidas, motivação e apoio durante todo o processo. No pack de seis meses, em caso de gravidez, as consultas de acompanhamento são direcionadas para a nutrição na gestação, para auxiliar ao aporte nutricional adequado para o desenvolvimento fetal e para uma gravidez mais saudável e posteriormente para o período pós-parto e amamentação Qual é a importância de um plano nutricional adaptado não só à mulher, mas também ao homem no contexto da fertilidade? Ambos são parte integrante da conceção, e devem estar no seu melhor estado nutricional. À data de hoje existe muita evidência científica a suportar o impacto da nutrição e do estado nutricional dos progenitores, na qualidade dos gâmetas e no sucesso da fecundação, assim como no risco de doença das gerações seguintes. O pai vai contribuir com 50% do material genético do embrião e mãe para além desta contribuição vai ainda ser o seu porto de abrigo e lugar seguro durante nove meses, sendo essencial a preparação do organismo da mãe para garantir o aporte nutricional necessário para uma gravidez viável e para o desenvolvimento fetal desde o primeiro dia da conceção! Quais são os principais benefícios a longo prazo de um acompanhamento nutricional especializado? A longo prazo os benefícios são inquestionáveis. Atualmente sabemos que a nutrição de ambos tem repercussões na chamada “Programação nutricional metabólica” da segunda geração (filhos) e também das gerações futuras (netos, bisnetos…). Pelo que o acompanhamento nutricional especializado para a fertilidade traz benefícios a longo prazo que vão muito além do período de tentativas para engravidar. Impacta a saúde reprodutiva, a gestação e até a saúde do bebé e das gerações futuras. Estudos mostram que a alimentação dos pais antes da conceção influencia a saúde metabólica, imunológica e até cognitiva da criança, prevenindo doenças como a obesidade, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, entre outras. É um investimento para a saúde da família com ganhos de qualidade de vida, prevenção de doenças e bem-estar físico e mental. Com a crescente consciencialização sobre a fertilidade, como vê o futuro da nutrição especializada nesta área? O futuro da nutrição especializada em fertilidade promete avanços significativos, impulsionados por uma crescente consciencialização sobre o impacto da alimentação na saúde reprodutiva. Com o aumento da procura por abordagens mais naturais e baseadas em evidências científicas, algumas tendências e inovações começam a moldar essa área. Desde a nutrição integrativa e funcional à epigenética estamos a caminhar para um modo de atuação cada vez mais personalizado com resultados cada vez mais satisfatórios. Que conselhos daria a casais que estão à procura de ajuda nutricional para melhorar a sua fertilidade e saúde reprodutiva, mas que ainda estão hesitantes? Não adiem mais, é um longo caminho a percorrer. Precisamos de otimizar o nosso organismo para gerar uma nova vida que será acolhida durante nove meses no melhor dos locais– o corpo da mãe – que deverá estar confortável e preparado com todos os nutrientes necessários para um desenvolvimento fetal saudável e para que a gravidez seja tranquila com todos os riscos minimizados. É normal sentirem-se perdidos com tanta informação sobre fertilidade e alimentação. O ideal é procurar um profissional de saúde dedicado ao tema, com quem se sintam conectados e que ofereça orientação científica e segura, em vez de seguir dietas ou suplementos sem critério, que, como já referi, pode ter o efeito inverso ao desejado. No fim ganhamos sempre, ganhamos a perceção do nosso corpo e necessidades, assim como as ferramentas necessárias para a aquisição de um estilo de vida mais saudável! No fim ganhamos sempre mais qualidade de vida, ganhamos sempre mais SAÚDE! Facebook: Nutriente Fértil Instagram: @nutrientefertil Site: nutrientefertil.com O primeiro cabeleireiro 100% bio de Braga atrai adeptas da ‘green beauty’ de todo o país, incluindo grávidas e mulheres com condições oncológicas “Paradoxalmente, o efeito natural na maquilhagem é muitas vezes o mais difícil de alcançar”
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