Sustentabilidade/Turismo “A nova Adega Cultural e a Ecovia do Cávado e Homem são atrativos fundamentais para o turismo do concelho” – Júlia Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde By Revista Spot | Julho 17, 2023 Agosto 4, 2023 Share Tweet Share Pin Email Uma nova Adega Cultural, uma agenda de projetos e eventos ligados à Cultura e ao Turismo de Natureza a ganhar um novo fôlego com a Ecovia do Cávado e Homem. Júlia Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Vila Verde, garante que, a par da Cultura, do Turismo, da área Social, da Mobilidade e da Educação, a Sustentabilidade continua a ser uma das grandes bandeiras do concelho, alertando para a importância de um olhar atento sobre as alterações climáticas e a escassez hídrica. “A Ecovia do Cávado e Homem e todos os projetos ligados ao Turismo de Natureza serão um ponto de atração muito forte para o concelho.” No futuro vamos ter muitos turistas trazidos pela ecovia do Cávado e Homem a parar em Vila Verde? O objetivo é essencialmente esse. A Ecovia Cávado e Homem representa uma infraestrutura âncora e estratégica na medida em que, para além de ser integradora de todo o território, potencia o aumento da qualidade de vida das pessoas que vivem nos 6 concelhos abrangidos e o crescimento económico e turístico de todo o território. O troço Mirante-Porto Carrero está concluído e estamos neste momento na fase de conclusão do troço Mirante-Faial. Mesmo não estando ainda concluída a ecovia, já podemos ver pessoas ansiosas por usufruir dela e deste contacto próximo com o rio Homem e com o rio Cávado, que têm margens ribeirinhas fantásticas. Fora desta candidatura, é também nosso objetivo continuar com a ligação entre o Faial e a Praia do Gaião, em Cabanelas. A Ecovia do Cávado e Homem e todos os projetos ligados ao Turismo de Natureza serão um ponto de atração muito forte para o concelho. É essencial criar cada vez mais ‘corredores verdes’ no concelho, como a Rede Municipal de Trilhos e de Percursos Pedestres? Sim, ou não fosse Vila Verde uma terra verde. É nossa missão tornar, cada vez mais, a parte Norte do concelho, uma zona mais rural, num paraíso para os amantes de natureza. Somos a porta de entrada para o Parque Nacional da Peneda Gerês e temos todo um conjunto de trilhos que atraem o turista de natureza. Inaugurámos, há pouco, 40 km de trilhos identificados. Cada trilho tem cerca de 13 km e passa por locais magníficos de património natural e edificado. A Praia Fluvial do Faial e a sua Bandeira Azul e a recente certificação de Vila Verde como Estação Náutica são importantes conquistas para o concelho? São pontos muito importantes, porque todos eles concorrem para uma maior atratividade. A Praia do Faial é uma praia acessível e com Bandeira Azul, temos zonas ribeirinhas de lazer ao longo do Cávado e do Homem que são cada vez mais procuradas por turistas, assim como o rio Neiva e o rio Vade, também com imenso potencial, temos excelentes restaurantes, espaços de alojamento local, lojas de artesanato, entre outros. Tudo isso dinamiza a economia local. A Estação Náutica veio promover a oferta turística náutica, através da valorização dos recursos náuticos existentes no território. Há hoje, em Vila Verde, todo um conjunto de parceiros e atrativos que elevam o concelho, com a missão de atrair novos públicos e dinamizar a nossa economia. A sustentabilidade ambiental continua a ser uma das grandes bandeiras do município? Não nos podemos esquecer que estamos perante uma mudança de paradigma. As alterações climáticas estão cá. São uma realidade. Temos de as enfrentar e prevenir períodos de seca extrema, falta de água, cheias e inundações. Apresentámos recentemente o Guia de Voluntariado de Emergência Social, pois é fundamental existir um trabalho em rede preventivo. Se não olharmos para a questão da água de uma forma integrada, pensando em proteger e armazenar, podemos vir a ter problemas num futuro próximo. Vila Verde está a fazer todo este trabalho de casa no sentido de estar preparada para responder a todos estes desafios. Desafios que não são do amanhã, são de hoje. “As alterações climáticas estão cá. Temos de as enfrentar e prevenir períodos de seca extrema, falta de água, cheias e inundações. Apresentámos recentemente o Guia de Voluntariado de Emergência Social, pois é fundamental existir um trabalho em rede preventivo.” A requalificação do edifício da antiga Adega Cooperativa de Vila Verde, transformada num centro de artes e espetáculos, é mais um passo importante dado em prol da Cultura? Sem dúvida. Para além de um centro de artes e espetáculos, a nova Adega Cultural de Vila Verde vai ter um Museu do Vinho e da Vinha e uma área exterior ligada ao futuro Parque Urbano da Vila. Este novo equipamento dispõe de uma área coberta de 7000 metros quadrados, integrando o edifício reabilitado da antiga Adega Cooperativa de Vila Verde que surge ligado a uma nova estrutura paralela. Permite a criação de espaços expositivos, área museológica, zona para multiusos e estrutura com palco e bancada amovíveis para eventos e espetáculos. Vamos avançar também com a candidatura dos arranjos exteriores na envolvência, que estão integrados no projeto do Parque Urbano da Vila, que compreenderá uma extensão de 8000 metros quadrados, com áreas verdes e atividades de lazer e desporto. “…a nova Adega Cultural de Vila Verde vai ter um Museu do Vinho e da Vinha e uma área exterior ligada ao futuro Parque Urbano da Vila.” É fundamental formar as camadas mais jovens para a Cultura? Claramente. Nesse âmbito, a Academia de Música de Vila Verde tem tido um papel fundamental, desenvolvendo um trabalho notável que começa a dar grandes frutos, com antigos alunos a integrarem algumas das maiores orquestras nacionais e mundiais. O maestro Idílio Nunes, enquanto diretor pedagógico, e todos os professores do Ensino Articulado de Música têm feito um trabalho excecional, lado a lado com o talento dos nossos jovens. A Academia de Música é um parceiro essencial em todos os eventos culturais de Vila Verde. Em junho, fizemos o nosso primeiro ‘Vila Verde (in) Artes’ e queremos ter cada vez mais Cultura para todos. A Cultura é uma área fundamental para o concelho. “A Academia de Música é um parceiro essencial em todos os eventos culturais de Vila Verde.” O Museu do Linho e do Mundo Rural foi recentemente distinguido a nível nacional. Este é um dos muitos exemplos das importantes infraestruturas que o concelho tem? Tal como a Casa do Brinquedo, a Aliança Artesanal e programas culturais como a Festa das Colheitas… Vila Verde tem apostado fortemente nos seus eventos, como a ‘Festa das Colheitas’, que é um hino ao mundo rural, sem esquecer o ‘Namorar Portugal’, que se tornou uma marca além-fronteiras, levando os Lenços dos Namorados aos quatros cantos do mundo. Mas este pequeno lenço onde estão bordadas as escritas de amor começa numa semente: a semente de linho. Foi com a missão de acompanhar o ciclo do linho que nasceu o Museu do Linho, recentemente galardoado nos prémios da Associação Portuguesa de Museologia, na categoria de ‘Incorporação’. Poder conhecer todo o processo do ciclo do linho pela voz do Sr. Abílio Soares Ferreira, de Marrancos, é uma dádiva. O Museu de Arte Sacra, no Pico de Regalados, é também uma infraestrutura muito interessante em termos museológicos, assim como a Casa do Brinquedo e da Brincadeira, com os seus brinquedos tradicionais e a Casa do Conhecimento, com robótica e experiências imersivas pensadas para as novas gerações. Estamos a começar o Museu do Vinho e da Vinha, que ficará na Adega Cultural. Depois, teremos ainda o Centro Interpretativo da Olaria, que vai ficar instalado na Vila de Prado, nos antigos paços do concelho, que estamos a recuperar. Além disso, temos eventos durante o ano todo. Tivemos em maio a Feira Quinhentista, onde revivemos o passado e voltámos ao tempo de Sá de Miranda, homenageando este grande poeta que residiu em Vila Verde durante muitos anos e aqui produziu grande parte da sua obra literária. Só é possível criar Cultura, trabalhando em rede. Temos tido sempre este cuidado de trabalhar de forma articulada em eventos como o Concurso Internacional de Jovens Criadores de Moda e a Bienal de Arte Jovem, integrando estruturas essenciais como a Academia de Música, as bandas musicais, os grupos folclóricos, a Casa da Música de Prado, entre tantos outros. E procuramos, sempre que possível, lançar projetos inovadores como o ‘Aqui Há Cultura’ e o ‘Cultura para todos’, exemplos de que a linguagem da Arte é universal e inclusiva. “Foi com a missão de acompanhar o ciclo do linho que nasceu o Museu do Linho” Dizia, há dias, que ‘Vila Verde está encurralada no coração do Minho’. A mobilidade é outra área estratégica para o município? É fundamental. Vila Verde está no coração do Minho. Se olharmos à nossa volta, vemos que fazemos fronteira com imensos municípios: Amares, Terras de Bouro, Barcelos, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Braga e estamos aqui completamente encurralados no coração do Minho. Quem passa nas nossas estradas, sobretudo quem precisa de trabalhar fora de Vila Verde, vive diariamente na pele as filas intermináveis da Nacional 101 e da Nacional 201. A nova variante que reivindicamos é absolutamente necessária para a fluidez de trânsito. Está no Programa Nacional de Investimentos 2030, mas a verdade é que não há projeto de execução. É claro que, vendo as dificuldades existentes, Vila Verde está a trabalhar numa forma de minimizar o problema, sobretudo na N101, com o eixo periférico que vai ligar Soutelo ao Parque Empresarial de Gême. Para a N201, temos um projeto que vamos executar para a ligação ao Parque Industrial de Oleiros, mas não vai resolver o problema. Portanto, o Governo tem de olhar de forma atenta para esta questão. Uma melhor mobilidade é essencial para desenvolver Vila Verde e a região, atrair investidores e para garantir uma melhor qualidade de vida aos seus residentes. Quais são atualmente as grandes prioridades na área Social e na área da Saúde? A área Social e a área da Saúde são fundamentais. Temos atualmente estruturas incríveis no terreno. Falo, por exemplo, do ‘Idade Maior’, um projeto-piloto nascido em Vila Verde que está a ser replicado em muitas outras localidades. É dedicado aos idosos em isolamento, sem retaguarda familiar ou redes de vizinhança próximas. Através dos nossos voluntários conseguimos sentir na primeira pessoa o impacto que este projeto tem. Temos todo um trabalho em rede com a GNR, a Cruz Vermelha, a Segurança Social, e outros organismos, para apoiar pessoas e famílias carenciadas. Projetos como o ‘Cuidar de Quem Cuida’, o ‘Interculturalidade’, entre tantos outros, são fundamentais. As pessoas estão sempre primeiro. “Quanto mais apostamos na formação das nossas crianças, mais contribuímos para o futuro do concelho, com cidadãos mais conscientes e preparados para os novos desafios.” O município sente uma responsabilidade acrescida pelo futuro das novas gerações? A área Social e a Educação têm a maior fatia do nosso orçamento. A Educação é o futuro do nosso concelho. Trabalhamos de forma articulada com as escolas públicas e privadas, as escolas profissionais, os jardins de infância e as IPSS. Apoiamos os nossos jovens universitários com bolsas de estudo, assumimos uma atenção especial na Ação Social Escolar, mantemos um trabalho permanente com as Juntas de Freguesia e com as instituições que desenvolvem atividades de apoio às famílias. Beneficiamos de excelentes escolas e professores. Fomos reconhecidos pela UNICEF com o selo ‘Vila Verde, Amiga das Crianças’ no âmbito do Programa “Cidades Amigas das Crianças”. Criámos o Gabinete de Apoio à Infância (GIF), que está a trabalhar em prol da Parentalidade Positiva, no apoio à formação dos pais, entre outros programas que apoiam famílias carenciadas e jovens. Promovemos também o projeto Eco-Escolas, estamos na Rede Internacional das Cidades Educadoras. Educamos nas nossas escolas, mas educamos também para o ambiente, para o voluntariado, para a cidadania. Todas estas vertentes articulam-se e encaixam para termos crianças com uma melhor formação e, sobretudo, mais felizes. É importante ouvir as crianças e dar-lhes voz. Quanto mais apostamos na formação das nossas crianças, mais contribuímos para o futuro do concelho, com cidadãos mais conscientes e preparados para os novos desafios. Entrevista a Manuel António Campos, dermatologista no IPO do Porto: “Uma em cada cinco pessoas irá desenvolver cancro de pele” Fisiodume: A Fisioterapia especializada é uma das grandes tendências de futuro da Saúde
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