Osteopatia “Na osteopatia não tratamos apenas a dor, mas identificamos padrões de desordem estrutural que afetam a função do organismo” By Revista Spot | Março 12, 2025 Março 13, 2025 Share Tweet Share Pin Email Nos últimos anos, a osteopatia tem sido cada vez mais integrada em tratamentos complementares para problemas como dor crónica, ansiedade, distúrbios do sono, enxaquecas e até problemas digestivos. Este crescimento na popularidade reflete um maior reconhecimento da sua abordagem integrativa, mas também da crescente evidência científica que sustenta a sua eficácia. Segundo o osteopata Filipe Rodrigues, “o que torna esta prática verdadeiramente impactante é a sua capacidade de restaurar a função normal do corpo, tratando não apenas os sintomas, mas corrigindo também as causas subjacentes das disfunções, ajudando a evitar problemas no futuro.” O que é que despertou o seu interesse pela osteopatia? O meu interesse pela osteopatia surgiu um pouco mais tarde, mas a paixão pela área da saúde acompanhou-me desde muito cedo. Lembro-me perfeitamente de quando os meus pais me ofereceram um livro de anatomia, que ainda conservo em casa. Embora o meu entendimento na altura fosse limitado, fiquei completamente fascinado pela complexidade e pela harmonia das estruturas do corpo humano que estavam ali tão bem representadas. Essa experiência inicial foi um ponto de viragem para mim, pois despertou uma curiosidade profunda sobre a forma como o corpo humano funciona. Ao longo do ensino básico e secundário, a minha ideia sempre foi seguir uma carreira na área da saúde, embora não soubesse ainda qual caminho seguir. Inicialmente, a medicina parecia ser a escolha mais óbvia. No entanto, foi na Escola Superior de Saúde do Vale do Ave (CESPU) que descobri a osteopatia, e foi aí que o meu destino se selou. O coordenador da licenciatura, o Dr. Victor Castro, médico e osteopata, foi uma enorme inspiração para mim. Foi ele que me guiou para esta área, e nunca me arrependi de ter escolhido este caminho. O que define a sua abordagem enquanto osteopata? A minha abordagem enquanto osteopata é profundamente centrada na ideia de tratar as disfunções somáticas do corpo, ou seja, as alterações nas funções dos sistemas reguladores do nosso organismo. Acredito que os sistemas do corpo humano estão interligados e que qualquer disfunção num sistema pode afetar outros, criando manifestações físicas que podemos identificar e tratar. A osteopatia permite-nos avaliar essas disfunções e tratá-las com uma abordagem holística, que não se limita apenas a aliviar os sintomas, mas que se foca na origem da dor e na causa subjacente. A minha prática é orientada por uma filosofia de tratamento individualizado, onde cada paciente é visto de forma única, levando em consideração a sua história clínica, os seus sintomas e o contexto em que vive. A combinação de técnicas osteopáticas, desde manipulações a abordagens mais suaves, permite-nos adaptar o tratamento a cada pessoa, respeitando as suas necessidades específicas. Além disso, acredito que a educação para o paciente é fundamental: é importante explicar o porquê da dor, o que é que a originou e o que pode ser feito, tanto durante o tratamento como no dia-a-dia, para evitar a recorrência. Sendo também palestrante e docente, que mensagem considera essencial transmitir aos futuros profissionais da área? A osteopatia deveria basear-se mais na ciência, sempre que possível, e é fundamental que os futuros profissionais compreendam e dominem a fundamentação científica por detrás de cada técnica e abordagem. A osteopatia tem vindo a crescer e a ser reconhecida de forma mais robusta na comunidade científica, e a introdução das licenciaturas foi um passo muito importante para consolidar a profissão. Desde 2016, com a implementação das primeiras licenciaturas, temos visto um desenvolvimento significativo na formação e na qualidade dos estudos realizados na área. Para os alunos, a minha mensagem é clara: é essencial não só aplicar as técnicas, mas compreender profundamente o porquê de cada abordagem. Devem ser capazes de identificar a origem dos problemas, de compreender as implicações para o paciente e de saber quando a osteopatia é a solução mais indicada, e quando é necessário encaminhar o paciente para outras especialidades. A osteopatia é uma disciplina que exige uma abordagem crítica e informada, por isso, o conhecimento científico, aliado à prática clínica, é o que garante uma intervenção eficaz e responsável. Quais são as patologias e condições mais frequentemente tratadas em consulta? A osteopatia é frequentemente associada ao tratamento de problemas na coluna vertebral, em particular na região lombar, que é uma das áreas mais estudadas e com maior fundamentação científica. No entanto, a nossa prática é muito mais abrangente do que isso. Trabalhamos com uma vasta gama de patologias e condições, incluindo disfunções musculares, articulares e viscerais. As queixas mais comuns que atendemos incluem dores nas costas, problemas nas articulações, como a disfunção da articulação temporomandibular (ATM), e dores de cabeça associadas a tensões musculares. Além disso, as disfunções posturais, que podem levar a desequilíbrios no corpo, também são uma área de tratamento importante. A osteopatia pode, ainda, ser eficaz no alívio de dores relacionadas com o sistema nervoso ou com o sistema visceral, tratando problemas digestivos, respiratórios e até urinários. Embora a evidência científica sobre a eficácia da osteopatia seja mais sólida em algumas áreas, como o tratamento da dor lombar, isso não diminui a eficácia do tratamento em outras condições. A prática clínica tem mostrado que, para muitas patologias, a osteopatia pode proporcionar alívio significativo, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. De que forma a osteopatia pode contribuir para a gestão de dores crónicas, como lombalgias, cervicalgias ou enxaquecas? A osteopatia pode ser muito eficaz na gestão de dores crónicas, uma vez que foca no tratamento das causas subjacentes da dor e não apenas nos sintomas. No caso das lombalgias, é essencial avaliar a natureza da dor, se é de origem articular, muscular, ou se há processos degenerativos ou inflamatórios em curso. Quando não há comprometimento dos nervos, como no caso da ciática, a manipulação osteopática pode ser aplicada para estimular a produção de neuromoduladores, como as endorfinas, que ajudam a reduzir a dor e melhorar a mobilidade. Se existirem condições mais complexas, como hérnias discais, a abordagem será diferente, com técnicas de drenagem para reduzir o processo inflamatório. Nos casos de dores de cabeça, como as enxaquecas, a osteopatia trabalha as tensões musculares da região cervical, relaxando a musculatura e aliviando a compressão dos nervos. O objetivo é sempre tratar a origem da dor e promover a recuperação do equilíbrio funcional do corpo. Em que medida a osteopatia pode ajudar na recuperação da mobilidade, alívio da dor e melhoria da qualidade de vida? A osteopatia desempenha um papel fucral na recuperação da mobilidade e na melhoria da qualidade de vida. A avaliação da amplitude de movimento é um ponto central na nossa abordagem, ajudando a identificar as limitações de movimento, seja devido a tensões musculares, disfunções articulares ou processos inflamatórios. Por exemplo, em casos de artrose ou artrite, a osteopatia adapta o tratamento para melhorar a mobilidade nas articulações, ajudando a restaurar o movimento funcional e aliviar a dor. Para a população sénior, o trabalho de mobilidade é fundamental para prevenir quedas e melhorar o equilíbrio, além de reduzir a dor associada a condições crónicas. O foco na recuperação da funcionalidade articular e na redução da tensão muscular contribui para uma melhor qualidade de vida, aumentando a independência e o bem-estar dos pacientes. Com o aumento do teletrabalho e da utilização intensiva de tecnologia, que disfunções posturais se tornaram mais prevalentes? O teletrabalho e o uso excessivo de dispositivos móveis têm levado a um aumento de disfunções posturais, como a anteriorização da cabeça, aumento da cifose torácica e a tensão muscular na região cervical e lombar. Estas posturas inadequadas podem gerar dores cervicais, torácicas e até mesmo enxaquecas, devido ao esforço excessivo das estruturas musculares e articulares para estabilizar o corpo. A osteopatia trabalha para corrigir essas disfunções posturais, utilizando técnicas de manipulação para realinhar a coluna, aliviar a tensão muscular e promover uma postura mais equilibrada. Além disso, a educação postural é essencial para prevenir a recorrência desses problemas. A correção de padrões posturais durante as atividades diárias, aliada ao fortalecimento muscular e alongamentos, ajuda a reduzir a sobrecarga das articulações e a melhorar a qualidade de vida a longo prazo. A relação entre dores físicas e fatores emocionais é amplamente debatida. De que forma a osteopatia aborda essa ligação entre corpo e mente? A osteopatia reconhece a interligação entre corpo e mente e entende que o stress e as emoções podem desencadear ou agravar dores físicas. Quando estamos sob stress, o corpo tende a libertar cortisol, o que pode resultar em contração muscular excessiva e aumento da tensão. Esse processo pode gerar dores crónicas, especialmente nas regiões cervicais, dorsais e lombares. A osteopatia aborda essa ligação através de técnicas manuais que procuram não só tratar as dores físicas, mas também equilibrar o sistema nervoso autónomo, responsável pela resposta ao stress. Ao modular a resposta do sistema nervoso sistema simpático (associado a respostas de alerta e adaptação ao stress) e o sistema parassimpático (associado à recuperação e ao equilíbrio fisiológico), a osteopatia ajuda a reduzir a tensão muscular, melhorar o estado emocional e a aliviar sintomas de stress, ansiedade e dores associadas. A osteopatia assume um papel ativo na redução de perturbações do sono? O stress constante ativa o sistema nervoso simpático, mantendo o corpo em estado de alerta e dificultando o descanso adequado. Essa sobrecarga pode levar a distúrbios no sono, tensões musculares e até mesmo a sensação de exaustão. Técnicas osteopáticas, como manipulações da coluna torácica e cervical, podem ajudar a reduzir a tensão muscular, normalizando o funcionamento do sistema nervoso autónomo. Além disso, técnicas de relaxamento muscular, como o alongamento e a libertação miofascial, promovem um estado de relaxamento profundo, o que facilita a diminuição da ansiedade e melhora a qualidade do sono. Estudos sugerem que, ao trabalhar diretamente no sistema nervoso e na musculatura, a osteopatia pode ajudar a equilibrar as respostas fisiológicas do corpo e reduzir os sintomas de perturbações emocionais. Qual o impacto da osteopatia na saúde da mulher, particularmente durante a gravidez e o pós-parto? Durante a gravidez, as mulheres experimentam uma série de mudanças biomecânicas e hormonais, que afetam o equilíbrio postural, o centro de gravidade e a carga sobre as articulações, especialmente na lombar e na bacia. A osteopatia pode ajudar a aliviar as tensões musculares e articulares, reduzir a dor e melhorar a mobilidade, proporcionando um maior conforto durante a gravidez. No pós-parto, a recuperação da articulação sacroilíaca e da bacia é essencial, pois essas áreas podem ficar desequilibradas devido às alterações hormonais e físicas da gravidez. A osteopatia ajuda a restaurar a função dessas articulações, prevenindo lesões e promovendo uma recuperação mais rápida. Além disso, trabalha no equilíbrio da musculatura abdominal e pélvica, fundamentais para a recuperação do corpo da mulher após o parto e para a melhoria da função do pavimento pélvico. Bruxismo, disfunções da articulação temporomandibular (ATM) e desalinhamentos posturais estão a tornar-se cada vez mais comuns. De que forma a osteopatia pode ajudar nesses casos? A osteopatia tem um papel importante no tratamento das disfunções da articulação temporomandibular (ATM) e nos desalinhamentos posturais, que frequentemente estão interligados. Estas condições podem originar sintomas que as pessoas muitas vezes não associam, como dores de cabeça, estalidos na mandíbula e dificuldade na abertura da boca. Além disso, o desalinhamento postural, como a anteriorização da cabeça, pode agravar a situação, afetando diretamente a ATM. Em osteopatia, abordamos estas questões através de uma análise global do corpo, focando-nos nos músculos que envolvem a articulação temporomandibular. O tratamento pode envolver técnicas de relaxamento muscular para aliviar tensões acumuladas, especialmente em casos de bruxismo, que muitas vezes está relacionado com uma ativação muscular excessiva. Além disso, utilizamos manipulação e mobilização da articulação para restabelecer o movimento correto. Em certos casos, podemos ainda utilizar técnicas intraorais, que permitem um acesso mais direto a alguns músculos específicos, promovendo alívio e melhor funcionalidade. Cada abordagem é adaptada à necessidade individual do paciente, considerando a sua idade, condição e a gravidade dos sintomas. A osteopatia é indicada para todas as idades? Existem abordagens específicas para bebés, crianças e idosos? Sim, a osteopatia é uma terapia que pode ser benéfica para todas as idades, e existem abordagens específicas para cada faixa etária. A osteopatia pediátrica, por exemplo, está a ganhar cada vez mais destaque. Através de técnicas suaves e específicas, é possível tratar desde alterações cranianas, como plagiocefalia (cabeça achatada) e torticolo congénito, a problemas posturais em crianças mais velhas. Esses tratamentos podem ter resultados muito positivos, promovendo um desenvolvimento saudável desde os primeiros meses de vida. No caso dos idosos, a osteopatia atua principalmente na manutenção da mobilidade articular e na prevenção de condições degenerativas. Técnicas osteopáticas podem ajudar a aliviar dores articulares, melhorar a postura e a função muscular. A osteopatia é uma forma eficaz de prevenir complicações mais graves, contribuindo para um envelhecimento mais saudável e ativo. Quais são os mitos mais comuns sobre a osteopatia que gostaria de desmistificar? Um dos maiores mitos sobre a osteopatia é que ela se baseia apenas em manipulações. Na realidade, a osteopatia é uma abordagem terapêutica ampla que utiliza diversas técnicas, como mobilizações articulares, técnicas de relaxamento muscular, exercícios de correção postural e até abordagens viscerais. Nem sempre é necessário realizar manipulações. Outro mito é que a osteopatia é dolorosa ou pode provocar efeitos adversos graves. Embora, em alguns casos, a dor possa ser usada como um indicador para identificar áreas tensas ou disfuncionais, a osteopatia, na sua essência, procura aliviar a dor. Efeitos adversos são extremamente raros, ocorrendo em uma em cada 36 mil consultas, o que é uma estatística muito baixa. O objetivo da osteopatia é sempre promover o bem-estar e não causar desconforto. O que pode um paciente esperar numa primeira consulta? Na primeira consulta, o paciente será ouvido com atenção durante a anamnese, onde se procura compreender a história clínica, os sintomas e o estilo de vida. Esta fase é fundamental para determinar se a osteopatia é a abordagem mais indicada ou se o caso deve ser encaminhado para outra especialidade. Após essa conversa, será realizada uma avaliação física detalhada, que pode incluir testes de mobilidade, palpação e outros métodos para identificar desequilíbrios ou áreas problemáticas. Com base nesta avaliação, o osteopata irá elaborar um plano de tratamento personalizado, que pode envolver técnicas de relaxamento muscular, mobilizações articulares ou exercícios corretivos. O tratamento será ajustado conforme a resposta do paciente e a gravidade da condição. Em alguns casos, caso o problema esteja fora da competência da osteopatia, o paciente será encaminhado para uma consulta com outra especialidade, garantindo uma abordagem mais eficaz. Como pode a osteopatia articular-se com outras especialidades? A osteopatia desempenha um papel importante na abordagem multidisciplinar da saúde, funcionando como uma terapia complementar à medicina convencional, fisioterapia e até psicoterapia. A osteopatia pode ajudar a aliviar sintomas musculoesqueléticos, melhorar a mobilidade articular e reduzir a dor, o que pode facilitar o trabalho de outros profissionais de saúde. Por exemplo, quando um paciente tem dor crónica ou limitações funcionais, a osteopatia pode aliviar esses sintomas, permitindo que a fisioterapia ou a psicoterapia sejam mais eficazes. Em casos de desordens psicológicas, como a ansiedade ou o stress, a osteopatia pode também ajudar a aliviar tensões musculares relacionadas, proporcionando um suporte físico enquanto o paciente lida com as causas emocionais e psicológicas com o auxílio de outros profissionais. O trabalho colaborativo entre as várias áreas da saúde é fundamental para proporcionar um tratamento mais holístico e eficaz. Qual foi o caso clínico mais desafiante ou marcante que já acompanhou? Os casos mais desafiantes geralmente envolvem pacientes com condições avançadas ou que já tentaram outras abordagens sem sucesso, como aqueles que estão a evitar uma cirurgia necessária. Nesses casos, a osteopatia pode ser uma solução complementar importante, mas a decisão de evitar a cirurgia deve ser tomada com cuidado. Em algumas situações, o paciente chega até nós à procura de uma solução não invasiva, mas a condição pode já estar num estágio onde a cirurgia é inevitável para uma recuperação completa. Nesses momentos, o papel do osteopata é ser honesto e transparente, explicando que, embora a osteopatia possa aliviar alguns sintomas e melhorar a qualidade de vida, a intervenção cirúrgica pode ser essencial para resolver o problema de forma definitiva. Ajudar o paciente a compreender a situação e encaminhá-lo para a melhor opção terapêutica é uma parte crucial do nosso trabalho. Que tendências e avanços tecnológicos poderão influenciar a osteopatia nos próximos anos? A inteligência artificial (IA) está a ganhar terreno em várias áreas, e a osteopatia não será exceção. Embora seja difícil imaginar que a IA possa substituir a prática manual da osteopatia, que depende da interação humana e da avaliação direta dos sinais e sintomas de cada paciente, ela pode ser uma valiosa aliada. Ferramentas como softwares de gestão de dados dos pacientes e programas de apoio à monitorização dos tratamentos podem melhorar a eficiência, a personalização do atendimento e a gestão das consultas. A IA pode também ser usada para ajudar a identificar padrões de dor e a otimizar tratamentos, através de análise de grandes volumes de dados clínicos. No que diz respeito a equipamentos, as inovações são significativas. Já existem marquesas avançadas que facilitam o trabalho físico do osteopata, e agora estão a surgir modelos que automatizam movimentos específicos, como a mobilização da coluna lombar, reduzindo a carga física sobre o profissional. Essas tecnologias vão permitir um tratamento mais preciso, menos cansativo e até mais eficaz, libertando os osteopatas para se concentrarem na avaliação e no acompanhamento individualizado dos pacientes. A tecnologia não substituirá a osteopatia, mas vai certamente transformar e melhorar a forma como praticamos e administramos os cuidados de saúde osteopáticos. Como perspetiva a evolução da osteopatia em Portugal na próxima década? A osteopatia tem vindo a ganhar maior reconhecimento e importância em Portugal, e o futuro parece promissor. A introdução de cursos de licenciatura e a crescente profissionalização da área ajudaram a consolidar a profissão. No entanto, o caminho ainda exige mais trabalho, particularmente no que se refere à evidência científica e à integração plena da osteopatia no sistema de saúde. Para que isso aconteça, é fundamental que continuemos a fortalecer a base científica da osteopatia, com mais estudos de maior escala e com metodologias rigorosas. Esses estudos são essenciais para esclarecer a eficácia das intervenções osteopáticas e para reduzir os vieses existentes, aumentando a credibilidade da profissão. Além disso, é importante que os osteopatas continuem a formar-se, a partilhar conhecimentos e a trabalhar em conjunto para elevar a profissão. A educação continua a ser a chave para a evolução, e quanto mais os profissionais estiverem preparados, mais fácil será para a osteopatia conquistar um espaço de maior reconhecimento no sistema de saúde público e privado. A integração da osteopatia, juntamente com outras práticas de saúde, deverá ocorrer de forma progressiva, mas é fundamental que todos os agentes de saúde percebam a importância da osteopatia no cuidado integrado ao paciente, como parte de uma abordagem multidisciplinar. Locais de Consulta: – Unidade Clínica e Dentária de Infias (UCDI) – Braga – Fisiodume – Braga – Forte Clínica Médica Dentária – Braga – Portela Clínica – Braga – Clínica do Cruzeiro – Vila Nova de Famalicão (Ribeirão) Site: filipeosteopata.com Referências Bagagiolo, D., Rosa, D., & Borrelli, F. (2022). 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