“Na dança, não existem limites, apenas possibilidades infinitas de expressão e descoberta”

Dizem que a dança move montanhas e pisa centenas de palcos ao longo da vida para nos mostrar o que é a resiliência e a disciplina sob a forma de amor. Neste caso, atravessou gerações de artistas da família Fiorucci, viajou da Venezuela e semeou sementes um pouco por todo o mundo, para chegar a Braga com a certeza de que a linguagem da arte é universal.

Um percurso feito de paixões

Ver o olhar apaixonado da professora e bailarina Patrícia Fiorucci falar da ‘sua dança’ é percorrer em retrospetiva a história de uma escola que democratizou a linguagem da dança numa Venezuela que sempre enfrentou crises políticas. “Saber que fomos capazes de perpetuar a história da nossa família dedicada à dança e que, ao mesmo tempo, conseguimos levar a dança para fora dos centros urbanos num país tão vasto como a Venezuela, deu-me a certeza de que estávamos a trilhar o caminho certo. Hoje, temos alunas nossas que seguiram os nossos passos por todo o mundo, prova de que a dança não conhece limites e que quando o coração e a razão se unem, tudo é possível”, conta.

A paixão viajou para Braga e nunca abandonou a dança, mesmo durante uma pandemia desafiante. “Acompanhei, diariamente, uma pequena turma de alunas à distância de uma tela, mas com todos os sonhos pela frente. Foi assim que, após o período de confinamento, quando a conhecida Academia de Dança Nun’Álvares, onde eu trabalhava, decidiu fechar o seu polo em Braga, senti que devia continuar com as minhas alunas. Decidi trazer para Braga a filosofia da minha precursora, Epfdanza.”, explica.

Uma comunidade unida pela dança

Esta não é uma escola qualquer. Percebemo-lo quando sentimos a familiaridade com que os pais dos alunos cumprimentam Patrícia e Fernando Fiorucci. Mãe e filho dão o rosto por uma escola em linha com a dança, mas longe de todos os estereótipos. “A dança é uma forma de expressão profunda e uma ferramenta para ensinar valores fundamentais para a vida. Na Efpdanza, a educação é um percurso integrado que molda não apenas bailarinos, mas seres humanos conscientes e disciplinados.”, garante Patrícia.

Na EFP Dança, a educação transcende as salas de aula de dança. Os alunos são estimulados a assumir responsabilidade pela sua aprendizagem e são encorajados a procurar a excelência em todas as áreas das suas vidas. A escola valoriza a individualidade de cada aluno e promove um ambiente inclusivo, onde todos são incentivados a crescer e a desenvolver-se ao seu próprio ritmo.

Uma linguagem comum 

Do Baby Ballet, ao Ballet Clássico, passando pela Dança Contemporânea, há alunos de todas as idades. “A linguagem da dança é universal. Nos seus movimentos, encontramos a essência da humanidade, a procura pela beleza, pelo entendimento mútuo, pela harmonia e esse é o principal conceito que procuramos transmitir aos nossos alunos. Um bom aluno é, acima de tudo, uma boa pessoa, alguém culto e curioso, sensível e apaixonado, resiliente e disciplinado. Não impomos barreiras. Damos oportunidade a todos. Se alguém pretende entrar em campeonatos, ou competições, nós fazemos todo esse percurso com o aluno. Assim como respeitamos quem não pretenda enveredar por esse caminho. Todos são livres de abraçar a vertente da dança com que mais se identificam.”, revela.

Uma filosofia integral

Apaixonado pela dança contemporânea, Fernando Fiorucci, professor na Efpdanza, defende que a dança não é apenas uma forma de expressão, mas também uma oportunidade de ensinar e inspirar os outros. Acredita firmemente que cada aluno merece ser visto como uma pessoa única, com os seus próprios objetivos e potencialidades a serem desenvolvidos.

Procura, sobretudo, incutir-lhes a importância de ir além da dança e de compreender a história e a narrativa por detrás de cada apresentação. “A dança é uma forma de contar histórias e de transmitir cultura e conhecimento. Como professor tenho a capacidade de ensinar dança e de transmitir simultaneamente valores como responsabilidade, disciplina e dedicação. Cada dia é uma oportunidade de impactar positivamente a vida dos meus alunos, preparando-os não apenas para o palco, mas também para os desafios da vida.”, sublinha.

Segundo Patrícia Fiorucci, dominar a arte da dança requer prática regular, persistência e disciplina. “Os alunos aprendem a valorizar o trabalho árduo e a dedicação necessária para alcançar os seus objetivos. Estas competências de autodisciplina são transferíveis para outras áreas da vida, ajudando-os a tornarem-se mais organizados, focados e determinados.

Ao mergulharem na arte da dança, os alunos desenvolvem não apenas competências técnicas, mas também encontram um espaço para se expressarem, crescerem e para se ligarem aos outros, tornando-se versões mais completas e vibrantes de si mesmos.”, assegura.

Ao longo do ano, os diferentes convívios, espetáculos e apresentações da escola revelam uma comunidade de pessoas unidas pela dança. “Porque, no fim das contas, na dança encontramos não apenas beleza e graciosidade, mas também amor, compaixão e humanidade partilhada. E é essa a principal mensagem da Efpdanza.”, conclui.

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