Sustentabilidade Entrevista a Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho By Revista Spot | Março 25, 2021 Março 26, 2021 Share Tweet Share Pin Email A Universidade do Minho tem assumido a sustentabilidade como um dos seus principais marcos ao longo da última década. A prová-lo está a liderança dos mais importantes rankings internacionais na área, fruto de uma oferta educativa, I&D e práticas internas diferenciadoras, que procuram dar o exemplo às gerações futuras. A Spot esteve à conversa com Rui Vieira de Castro, Reitor da Universidade do Minho, que destaca a importância de uma política colaborativa na construção de um mundo melhor… A UMinho lidera diversos rankings como o GreenMetric World University e o Times Higher Education e é a melhor universidade do país a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. Estas são metas difíceis de alcançar? Sem dúvida. Naturalmente que há pequenos gestos e pequenas iniciativas do nosso quotidiano que são importantes para a execução dos objetivos que temos em mente, mas também há um conjunto de iniciativas de maior dimensão que têm a ver com a forma como olhamos para a educação, para investigação e para a interação com a sociedade e o modo como conseguimos verter em todas essas dimensões da nossa atividade aquilo que são os valores da universidade no quadro mais global dos objetivos sustentáveis. A sustentabilidade é um pilar estratégico de uma política institucional capaz garantir a construção do futuro, mas também como contribuição para o projeto educativo da Universidade? A construção deste olhar mais consciente que pretendemos sobre os problemas de sustentabilidade que o nosso mundo enfrenta faz-se muito através da oferta educativa. Dou o exemplo de um mestrado que desenvolvemos em conjunto com outras cinco universidades (Universidade de Santiago de Compostela, Universidade de Vigo, Universidade da Corunha, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Universidade do Porto) na área daquilo a que chamamos ‘o desafio das cidades atlânticas’. Foca-se essencialmente no desenvolvimento de propostas que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável das cidades. De facto, temos hoje um conjunto significativo de cursos com unidades curriculares que exploram a questão da sustentabilidade, alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável. “…temos hoje um conjunto signifcativo de cursos com unidades curriculares que exploram a questão da sustentabilidade, alinhados com os objetivos do desenvolvimento sustentável.” A criação de uma pró-reitoria para a Qualidade de Vida nos Campi e Infraestruturas foi um passo importante? Claramente. A UMinho assumiu como uma das suas prioridades estratégicas a melhoria da qualidade de vida nos campi, afirmando os valores da inclusão e da sustentabilidade. Passam sobretudo pela qualificação e valorização dos espaços exteriores, a promoção de uma mobilidade suave e segura e a promoção do uso dos espaços públicos e verdes para práticas de lazer, desportivas e culturais, promovendo a interação da comunidade. É preciso mudar as mentalidades das gerações futuras? Não basta educarmos as pessoas. É importante produzirmos conhecimento que permita equacionar a produção de soluções para os problemas com que nos confrontamos. Associámo-nos aos CECOLAB – Collaborative Laboratory Towards Circular Economy, laboratórios colaborativos que pressupõem uma articulação entre universidades e empresas e que visam responder a problemas específicos, garantindo condições para uma transferência mais efetiva do conhecimento produzido nas universidades para essas entidades. Passámos recentemente a integrar um laboratório colaborativo orientado para o desenvolvimento de soluções sustentáveis de mercado, direcionadas para um conjunto de cadeias de inovação (floresta; agroindústria; resíduos urbanos; água; indústria transformadora; construção; servitização), num modelo de economia circular. Há também um trabalho relevante no domínio ambiental nas unidades de investigação? Poderíamos destacar um sem número de projetos. Falo-lhe por exemplo de um projeto orientado para a produção integrada de microalgas e valorização das suas aplicações, que envolve o Centro de Engenharia Biológica e o I3Bs – Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos. Destacaria ainda outro projeto conduzido pelo Centro de Biologia Molecular e Ambiental, com objetivo alavancar a bioeconomia agrícola e alimentar da região Norte de Portugal, através do desenvolvimento e aplicação de produtos e processos verdes e inovadores, entre outros bons exemplos como o projeto do ISISE de formação de investigadores em vários campos científicos e de engenharia para uma melhor compreensão e desenvolvimento de inovações sustentáveis para argamassas/gesso em novas construções e conservação do património. Há um vasto conjunto de projetos que identificam problemas e buscam soluções que pretendem colocar ao serviço da sociedade e da economia. A Plataforma UM-Cidades continua a incentivar as boas práticas autárquicas em todo o país. Considera importante esta alavanca por Cidades e Territórios cada vez mais Inteligentes e Sustentáveis? A UM-Cidades tem criado parcerias com entidades nacionais e internacionais, está representada na direção do Cluster Smart Cities Portugal e acompanha o desenvolvimento e ação do Quadrilátero e de outros projetos estratégicos. Esta plataforma que atribui o Prémio “Municípios do Ano” procura distinguir e tornar num exemplo as boas práticas protagonizadas pelas autarquias e, como é óbvio, projetos que focam a natureza ou a qualidade de vida constituem elementos a valorizar na apreciação que é feita das candidaturas das várias autarquias ao prémio. As parcerias com as instituições da região têm sido essenciais neste percurso? Os desafios da sustentabilidade são desafios verdadeiramente coletivos. Nesse sentido, o reforço das relações interinstitucionais em torno destas problemáticas é absolutamente essencial. Falo por exemplo das nossas parcerias com o Parque Arqueológico do Vale do Terva (Boticas), com o Geoparque Terras de Cavaleiros (Macedo de Cavaleiros), ou com o Laboratório da Paisagem de Guimarães, ou ainda a participação nos órgãos do Parque Natural do Litoral Norte e Parque Natural PenedaGerês. Não basta olharmos para dentro de nós. É preciso investigar e atuar em conjunto com outras entidades com estes objetivos. Por onde passa o futuro? A resposta aos desafios e objetivos do desenvolvimento sustentável tem de se traduzir em ações concretas, que pressupõem sempre o desenvolvimento da consciência daquilo que são os comportamentos adequados dos membros da nossa comunidade e por isso um dos grandes objetivos da instituição é densificar a sua rede de relações. Temos contado com a colaboração do nosso IB-S (Institute of Science And Innovation for Bio-Sustainability) na elaboração do Plano Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de longo termo para o Município de Braga. Este espírito de colaboração é realmente um dos princípios que mais nos carateriza. “Os desafios da sustentabilidade são desafios verdadeiramente coletivos.” A Transição Climática Recife: Consciência ambiental no desmantelamento de Veículos em Fim de Vida
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