Restaurantes Jorge Falcão Bogas | Restaurante Turismo | A declamar ementas desde 1981 By Revista Spot | Agosto 9, 2019 Abril 17, 2020 Share Tweet Share Pin Email É unânime, quando vamos ao Turismo ansiamos todos pela poesia gastronómica declamada por Jorge Falcão Bogas, o mesmo ‘Jorginho’ que além de poeta se tornou fenómeno de internet. Acreditou e a brigada foi atrás. E nem as figuras públicas do nosso país lhe escapam, que o digam Rui Unas, Fernando Mendes, Rita Pereira, Raminhos entre tantos outros que sabem que ‘podia ser em qualquer lugar do mundo, mas é em Barcelos’. Esse lugar especial de encontros e desencontros que se tornou sobretudo espaço de relações humanas. A Spot esteve lá, à conversa com aquele de quem todos falam… Podia ser em qualquer parte do mundo mas é em Barcelos… Podemos dizer que o sonho de dois amigos se tornou num assunto sério? Carlitos de Seu nome. Sem ele não haveria Turismo. E não poderíamos ter acertado melhor na contratação do Chef Miguel Morgado para liderar as tropas. Tudo começou no dia em que fomos desafiados (eu e o Carlitos) pela Câmara Municipal de Barcelos, que achou que este espaço poderia estar bem entregue nas nossas mãos. E foi assim. O espaço estava ao abandono, a remodelação foi toda feita por nós, que idealizámos de imediato algo diferente, à nossa imagem. Os primeiros quatro anos foram de luta, mas uma das coisas que nunca faltou foi o sorriso ao cliente e a nossa resiliência. É lógico que, oito anos depois, estamos de coração cheio e com a certeza de que valeu bem a pena todo o caminho até aqui. Ainda se lembra do dia em que se apaixonou por esta área? Comecei num bar noturno. Trabalhava à sexta e sábado à noite e ao domingo à tarde para começar a ter as minhas poupanças. Os primeiros tempos foram engraçados, até me habituar àquela rotina, mas depressa me senti peixe na água. Comecei a sentir cada vez mais necessidade de lidar com pessoas e acabei por vir para Barcelos e nessa altura comecei a trabalhar no Galliano, três anos únicos que ainda hoje recordo com especial carinho. Cedo confiaram em mim e deram-me a responsabilidade de gerir praticamente tudo. Agarrei o desafio com as duas mãos e vivi-o intensamente, afinal aquela era a ‘minha’ casa. Entretanto, de seguida, surge uma proposta para trabalhar no Royal, a oitenta metros do Galiano, ao qual acabo por me entregar de alma e coração, de tal forma, que ainda hoje muita gente me associa a esse espaço. Na verdade sempre me apaixonei por cada projeto em que me envolvi. Servir pessoas é uma arte que requer muita criatividade? Aquilo que me dá mais gozo é saber que não estou a fazer esforço nenhum para atender pessoas, é algo que faço com verdadeira paixão. A experiência de que falei há pouco, no Royal, foi marcante e diria que até decisiva. Foram oito anos num lugar onde conseguimos criar o nosso cunho. As relações com as pessoas e os laços que se criam são, no meu entender, a parte mais apaixonante de tudo isto e, sem dúvida, aquilo que mais me tem marcado ao longo de todo o percurso. Independentemente de termos ou não um bom espaço, é essencial que as pessoas se sintam acolhidas, como se estivessem em casa de amigos. “…aqui não há Jorginho, Carlitos, Miguel, mas uma marca que é o Turismo e o Turismo somos nós todos.” Aqui o Cávado acompanha-nos ao almoço e ao jantar numa das esplanadas mais privilegiadas da cidade de Barcelos… Mas o Turismo está diferente, que mudanças sofreu o espaço? Alterámos toda a decoração. Não significa que o espaço estivesse ‘cansado’, foi apenas uma questão de querer estar um passo à frente. Fechámos a esplanada e criámos uma sala que é um verdadeiro quadro inserido na paisagem. Temos agora também uma sala com 14 lugares chamada ‘Refúgio’ dedicada à alta cozinha, onde o nosso Chef desafia os paladares com menus de degustação numa gastronomia mais arrojada. Temos ambições enquanto restaurante e quisemos, por isso, criar este conceito diferente que já existe em grandes cidades. Estamos a falar de produtos completamente distintos, como Lavagante com Risoto de Moqueca; Carabineiro; Vieira Caramelizada com molho de ostras e champanhe; Ravioli de Ganso, ou seja, produtos diferentes da nossa carta habitual. A reserva para esta experiência tem de ser feita dois dias antes, é quase como se tivéssemos mais um restaurante dentro do turismo. O Chef Miguel Morgado sabe desenhar boas histórias no prato. Que criações podemos encontrar na vossa carta? Vamos mudar a carta em setembro, fazer, como sempre um refresh. Temos sugestões para além da carta, portanto há sempre novidades. Ao todos são cerca de cinquenta entradas diferentes, dezassete pratos de peixe e quinze de carne. Destacaria, sem dúvida, a Perna de Ganso com risoto de cogumelos, a Bochecha de Porco Preto estufada em vinho tinto com puré de abóbora e cogumelos, um Tranche de Pescada com crosta de azeitona, feijão verde e puré de batata doce e os tradicionais Galo na Púcara com enchidos e castanhas, o verdadeiro Arroz de Peixe, a Perna de Polvo com beringela e curgete, entre outros. O Chef Miguel Morgado é, sem dúvida, um pilar fundamental da casa, estamos juntos há oito anos. De carta debaixo do braço, recita cada estrofe da ementa como se de um poema se tratasse. Quando é que começou a declamar pratos? (Risos) É algo muito natural e sincero. Se as pessoas se dedicassem com paixão às coisas, acredito que o mundo seria muito mais colorido. Eu vou de peito cheio às mesas, porque sei que tenho atrás de mim a ‘minha brigada’. Tudo o que eu digo está no prato, é só uma forma diferente de o expressar, acho que o faço desde sempre, porque no meu entender só assim faz sentido. É muito diferente dizer “tenho Bochecha de Porco Preto”, mas se eu disser de forma entusiasmada “tenho Bochecha de Porco Preto super tenra, estufada em vinho tinto com puré de abóbora, cogumelos frescos salteados e cebola crocante com rebentos de mostarda” vocês vão querer esta bochecha, mas é a mesma. Foi um cunho inconsciente que criei e que passou a ser uma marca. “Tudo o que eu digo está no prato, é só uma forma diferente de o expressar, acho que o faço desde sempre, porque no meu entender só assim faz sentido.” O Turismo tornou-se um marco de referência na região e o Jorginho uma figura emblemática de Barcelos. Vir ao Turismo e não ver o Jorginho é quase como ir a Roma e não ver o papa? (risos) Os meus colaboradores já brincam comigo por causa disso, vêm chamar-me e dizem: “Mais uma fotografia!”. Fico contente porque é sinal de que o nosso trabalho é reconhecido. A verdade é que cada vez mais recebemos visitas de pessoas de todo o país. E ainda há pouco tempo no programa ‘O preço certo’, o Fernando Mendes fez uma brincadeira em que me imitava a declamar a ementa, referindo por diversas vezes o restaurante Turismo em horário nobre. O feedback que obtive foi incrível, toda a gente comentava isso com entusiasmo. Cria-se uma aura muito positiva, temos laços incríveis com as pessoas. E isto é algo que celebramos sempre em equipa. Aliás, uma das coisas que referimos sempre é que aqui não há Jorginho, Carlitos, Miguel, mas uma marca que é o Turismo e o Turismo somos nós, cada um na sua ponta. Está a tornar-se um fenómeno das redes sociais. É importante este contacto com o cliente ‘fora de portas’? Sempre fiz isso internamente para o meu núcleo de amigos. Quem me conhece há algum tempo sabe que sempre fui assim, mas a partir do momento em que o comecei a tornar público foi um verdadeiro sucesso. É tão engraçado, que ainda há dias o carteiro me veio deixar aqui a correspondência ao restaurante e surpreendeu-me ao dizer: “Jorginho, já estou à espera do próximo vídeo”. Sempre gostei realmente deste tipo de coisas, mas claro que as redes sociais potenciam tudo. Depois também as figuras públicas que cá vêm e partilham nas suas páginas, tudo isso cria um buzz incrível. De forma inconsciente ou não, trocamos contactos e há uma relação muito boa que fica. Quando oiço a Rita Pereira dizer em direto num programa de televisão, de forma espontânea, perante uma dupla de concorrentes de Barcelos: “Barcelos? É lá um dos melhores restaurantes do mundo!” é realmente gratificante. Cada vez são mais aqueles que chegam de novo a dizer que já viram os vídeos, ou que já ouviram falar de nós em algum lado. Mas volto a referir que o que me permite fazer isto é a brigada que tenho comigo e que eu valorizo muito. Eu acabo por ser o rosto, mas há coisas que acontecem nos ‘bastidores’ que as pessoas não fazem ideia e é essa a principal força do Turismo. “Temos agora também uma sala com 14 lugares chamada ‘Refúgio’ dedicada à alta cozinha, onde o nosso Chef desafia os paladares com menus de degustação numa gastronomia mais arrojada.” top Uma fábrica de cerveja artesanal MADE IN Braga Vidraria dos peões | Inovação sob a forma de vidro You Might Also Like... Materiais Cubroo: Arquitetura têxtil e proteção solar personalizada à distância de um clique Os espaços exteriores assumiram o protagonismo na habitação, contribuindo significativamente para a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas…. 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