SAÚDE Investigador de Braga cria programa gratuito inovador para melhorar qualidade de vida de doentes com osteoartrose do joelho, uma das doenças reumáticas mais comuns em Portugal By Revista Spot | Novembro 7, 2024 Novembro 7, 2024 Share Tweet Share Pin Email A osteoartrose do joelho (OAJ) é uma das doenças reumáticas mais comuns em Portugal, afetando milhares de pessoas e comprometendo de forma significativa o seu bem-estar físico e emocional. Consciente deste desafio, Paulo Guimarães, doutorando em Ciências do Desporto, desenvolveu um programa de exercício físico gratuito e inovador, desenhado especificamente para pessoas que sofrem desta condição. Em parceria com uma equipa multidisciplinar, o programa Funcionalidade e Saúde na Osteoartrose visa reduzir a dor, melhorar a mobilidade e a funcionalidade dos participantes. Realizado em espaços especializados, entre eles o estúdio de exercício físico Health Lab, o ginásio GYM Tónico e o centro clínico Cuidar Mais em Vila Verde, o programa oferece suporte e acompanhamento especializado a todos aqueles que enfrentam o desafio da osteoartrose. João Martins e José Silva são dois dos muitos exemplos que revelam na primeira pessoa a forma como este programa mudou as suas vidas. “Esta iniciativa gratuita não só alivia os sintomas da OAJ, mas também se propõe a reduzir o impacto desta doença nos serviços de saúde.”, salienta Paulo Guimarães. O que é a osteoartrose do joelho e de que forma afeta a qualidade de vida de pessoas que sofrem com esta condição? A osteoartrose do joelho é uma doença crónica degenerativa que afeta a articulação do joelho, levando à progressiva deterioração da cartilagem e do osso subcondral. À medida que a cartilagem se desgasta, as extremidades ósseas começam a entrar em contacto direto, o que provoca dor, inchaço e rigidez na articulação. Com o tempo, esta condição agrava-se, limitando a mobilidade e comprometendo significativamente o aparelho locomotor. A dor e a limitação funcional interferem nas atividades diárias, como caminhar, subir escadas ou levantar-se, afetando a qualidade de vida. Nos casos mais avançados, a osteoartrose pode conduzir à perda de independência, uma vez que as pessoas afetadas necessitam de auxílio para realizar tarefas básicas, aumentando o impacto físico e emocional da doença. Quais são os sinais e sintomas mais comuns da OAJ? Os sinais e sintomas mais comuns da osteoartrose do joelho incluem dor nas articulações, que é o sintoma mais frequente. A dor tende a piorar com a movimentação e a melhorar com o repouso, mas em estágios mais avançados, pode tornar-se persistente e ocorrer até em repouso. Outro sintoma comum é a rigidez articular, que resulta numa diminuição da amplitude de movimento da articulação, especialmente de manhã ou após períodos de inatividade prolongada. Além disso, a articulação pode apresentar inchaço devido à inflamação ou ao acúmulo de líquido. A crepitação, que são estalos ou rangidos ao mover a articulação, também é comum, sendo causada pelo atrito entre as superfícies articulares desgastadas. Por fim, a fraqueza muscular pode surgir, uma vez que o uso reduzido da articulação devido à dor leva ao enfraquecimento dos músculos envolvidos no seu movimento, criando assimetrias musculares. Existem fatores de risco para o desenvolvimento da doença? Existem vários fatores de risco para o desenvolvimento da osteoartrose, podendo ser divididos em duas categorias: fatores sistémicos e fatores locais, sendo que ambos podem ser modificáveis ou não modificáveis. Os fatores sistémicos não modificáveis incluem a idade, o sexo, a etnia e a predisposição genética. Já os fatores sistémicos modificáveis englobam aspetos hormonais, metabólicos e nutricionais, que podem influenciar o desenvolvimento da doença. Em relação aos fatores locais, os principais fatores mecânicos modificáveis que contribuem para a deterioração da cartilagem articular são o peso corporal, as lesões articulares, a força muscular, o nível de atividade física ou a ocupação, a dismetria dos membros inferiores e o alinhamento articular. Estes fatores podem ser geridos e modificados para prevenir ou minimizar o impacto da osteoartrose. O que o levou a desenvolver este programa de exercício físico dirigido a pessoas com OAJ? Ao longo da minha prática profissional, trabalhei com vários clientes com OAJ, e os doentes reumáticos, segundo um estudo epidemiológico sobre doenças reumáticas em Portugal, são aqueles que reportam a pior qualidade de vida entre as doenças crónicas. Este facto chamou a minha atenção para os desafios que esta população enfrenta, levando-me em conjunto com a minha orientadora a desenvolver uma estratégia. Assim, tendo em conta este quadro geral, e no âmbito de um projeto de doutoramento na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), desenvolveu-se um programa de exercício físico inovador, especificamente desenhado para as necessidades desta população. Com a colaboração de uma equipa multidisciplinar, que tem como orientadora do projeto uma investigadora do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD), um reumatologista que avaliará a mobilidade e o estado da doença nas articulações do joelho, um internista que avaliará a sarcopenia ou atrofia muscular através de (POCUS) músculo esquelético, e um fisiologista do exercício que será responsável pela aplicação do programa, avaliações físicas (força muscular, funcionalidade física, resistência aeróbia e qualidade de vida), e coordenação do projeto. O programa Funcionalidade e Saúde na Osteoartrose tem como principal objetivo diminuir ou eliminar a perceção da dor, melhorar a mobilidade articular, a qualidade de vida, a funcionalidade e reduzir assimetrias. De que forma esta colaboração multidisciplinar enriquece o programa? É muito enriquecedor para o programa poder contar com um reumatologista, um internista e um fisiologista do exercício. Cada um vai contribuir com a sua área de conhecimento, trazendo uma perspetiva única que acrescenta valor às variáveis em estudo. Com uma equipa multidisciplinar, conseguimos integrar diferentes abordagens e maximizar o conhecimento de cada especialista, o que certamente melhora a qualidade dos resultados do projeto. Que resultados espera observar entre os participantes após a conclusão do programa? Espera-se que os resultados sejam significativos, trazendo melhorias substanciais na funcionalidade física e redução da dor, fatores que contribuirão diretamente para o aumento da qualidade de vida destas pessoas. Até ao momento, os resultados preliminares têm sido muito encorajadores, demonstrando um impacto positivo na condição dos participantes. No entanto, é essencial deixar a investigação decorrer até ao fim, para que seja possível analisar de forma abrangente os fenótipos envolvidos e obter conclusões fundamentadas. Apenas com essa análise completa será possível determinar com precisão os efeitos do programa e as suas implicações para futuras intervenções. Como avalia a prevalência da OAJ em Portugal e que implicações isso tem para o sistema de saúde? A OAJ é a terceira doença reumática mais comum em Portugal, tendo uma prevalência geral de 12,4%. Essa prevalência é de 15,8% nas mulheres e de 8,6% nos homens. Sabe-se também que os custos associados às doenças reumáticas em consultas médicas em Portugal são de aproximadamente 1,6 mil milhões de euros. Em tratamentos de fisioterapia, estimam-se 220 milhões de euros, e em baixas e faltas ao trabalho estima-se um gasto de cerca de 204 milhões de euros. De que forma pode o programa contribuir para reduzir esses custos a longo prazo? Com a aplicação do programa FSO, prevê-se uma desaceleração ou, por vezes, uma estagnação na evolução da doença, resultando, assim, numa melhoria da qualidade de vida e na autonomia dos participantes. Isso poderá levar à redução do uso de fármacos para o controlo da dor, à diminuição do número de consultas e de baixas médicas, assim como à diminuição da probabilidade de incapacidade precoce relacionada com a osteoartrose. Que conselhos daria a pessoas que sofrem de OAJ para melhorarem a sua qualidade de vida? Adotar hábitos saudáveis, como praticar exercício físico regularmente – de preferência após uma avaliação física feita por um profissional especializado – e manter uma dieta equilibrada, pode contribuir significativamente para uma vida ativa e satisfatória. Com o apoio adequado e uma abordagem proativa, é possível melhorar o bem-estar e controlar os sintomas, promovendo uma maior qualidade de vida e autonomia. Quais são os planos futuros para o programa? Prevê expandi-lo ou adaptá-lo a outras condições? Com base nos resultados preliminares, e de acordo com as nossas expectativas, o programa poderá ser implementado noutros locais, caso os dados confirmem o impacto positivo que estamos a observar, beneficiando mais pessoas que sofrem de OAJ. Dessa forma, poderíamos aumentar o alcance do programa e melhorar a qualidade de vida de um maior número de participantes Que mensagem gostaria de deixar aos leitores que possam estar a lidar com a osteoartrose ou que conheçam alguém que enfrente esta condição? Se já tiverem sido diagnosticados com OAJ e estiverem interessados em participar no nosso programa, encorajamos-vos a entrar em contacto connosco. O nosso programa foi desenhado para oferecer recursos valiosos a todos os que sofrem desta condição. Se cumprirem os critérios de inclusão, teremos todo o prazer em receber-vos e trabalhar convosco na busca por uma vida com menos dor e maior funcionalidade. Acreditamos que, através do programa de exercício físico, podemos ajudar a melhorar a vossa qualidade de vida. Juntos, podemos aliviar os sintomas da OAJ e, ao mesmo tempo, usufruir de uma vida ativa e satisfatória. Não hesitem em dar o primeiro passo em direção a uma vida mais saudável e feliz. O programa é oferecido de forma gratuita durante o decorrer desta investigação para as pessoas que cumpram os critérios de inclusão. Os locais onde os programas poderão ser aplicados são o estúdio de exercício físico Health Lab, o ginásio GYM Tónico e o centro clínico Cuidar Mais, em Vila Verde. Testemunhos na primeira pessoa “Antes de começar o programa, a minha vida estava bastante limitada”, João Martins “Antes de começar o programa, a minha vida estava bastante limitada, principalmente nas tarefas mais simples do dia-a-dia. Não conseguia levantar-me sozinho se me sentasse no chão, e subir escadas era uma tarefa quase impossível. No entanto, após três meses de trabalho focado e constante, posso afirmar com certeza que melhorei imenso. A dor diminuiu significativamente, cerca de 60%, e a minha mobilidade aumentou consideravelmente. Já consigo subir as escadas de casa sem ajuda, até com um garrafão de cinco litros em cada mão! Nunca pensei que fosse possível alcançar tal melhoria, mas foi uma grande mudança na minha vida. Com esforço e dedicação, é possível alcançar resultados reais. Não fiz nada fora do que me foi recomendado durante o programa, mas também me comprometi a fazer os exercícios em casa, três vezes por semana para complementar as sessões aqui. A qualidade de vida que recuperei é imensa. Agora consigo até correr um pouco, algo que antes parecia impensável. A minha vida mudou, e estou muito grato por isso. Agradeço ao Paulo e a toda a equipa que me acompanhou neste processo. Sem dúvida, valeu muito a pena.” “A dor desapareceu e o alívio foi incrível.”José Silva “Tudo começou com uma dor muito incapacitante. Ao procurar ajuda, encontrei no programa de exercícios específicos com o Sr. Paulo uma forma de melhorar. Embora o foco inicial fossem os joelhos, acabei por perceber que os exercícios estavam a ter um efeito ainda mais positivo do que eu esperava, não só nas articulações, mas também nos meus braços. No meu trabalho, faço bastante esforço com os braços, especialmente para levantar objetos ou para realizar movimentos repetitivos. Isso causava-me uma dor muscular tão forte que, por vezes, mal conseguia levantar o braço. O resultado, depois de algum tempo a fazer os exercícios, foi notável. A dor desapareceu e o alívio foi incrível. O meu reumatologista sempre me disse que ‘parar é morrer’, e acho que agora entendo melhor o que ele queria dizer. Manter o corpo ativo é, sem dúvida, essencial para a saúde. Tenho feito a manutenção dos exercícios e sinto que isso tem um impacto positivo no meu dia-a-dia. Sinto mais mobilidade, mais qualidade de vida e, o mais importante, menos dor. O processo durou cerca de três meses e foi uma verdadeira mudança. Os exercícios que fiz durante esse tempo foram diversificados, mas, no fundo, focados no que eu mais precisava: melhorar a condição dos meus joelhos. Foi um programa altamente adaptado às minhas necessidades, o que fez toda a diferença. Focou-se não só no alívio das dores, mas também na prevenção e manutenção. Estou muito satisfeito com os resultados.” Morada: Rua Carlos Teixeira 5 R/C, 4715-092 Braga Contacto: 916 358 423 (chamada para a rede móvel nacional) Novo espaço Telma Almeida oferece conceito de hair care futurista num refúgio rodeado de natureza “As escolhas que fazemos diariamente, desde o que comemos até aos produtos que aplicamos na pele, têm um impacto profundo e imediato na nossa microbiota intestinal”
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