Guia rápido sobre vinhos, por Filipe Cruz da Amavinhos Garrafeira

Ano após ano, a Amavinhos desvenda e comercializa os segredos mais bem guardados do vinho português, nesta relação de confiança que não é mais do que uma homenagem, em todos os sentidos, aos produtores que produzem o vinho, mas também à terra que oferece com gratidão o sustento e prazer de todos. Há uma certeza de que Portugal foi e continua a ser um país de novos descobrimentos, com grande potencial para alargar novos e velhos horizontes, que a Spot foi descobrir numa conversa com Filipe Cruz, responsável desta conhecida garrafeira de Braga.

Vinhos que combinam com o verão

Deite-se por terra a velha máxima: vinhos brancos e rosés no verão, vinhos tintos no inverno. Verão é sinónimo de calor e noites quentes que ligam sempre bem com a suavidade fresca, equilibrada e aromática, frutada e floral dos brancos e dos rosés. Mas, de acordo com Filipe Cruz, também os tintos merecem uma oportunidade nesta altura do ano. Há tintos que acompanham na perfeição os dias mais quentes desta estação. Tintos elegantes e aveludados que podem, inclusive, ser servidos ligeiramente frescos. E já que estamos na região dos Vinhos Verdes, porque não um verde tinto leve e fresco?

Cuidados a ter com o vinho nesta altura do ano

Segundo o rosto da Amavinhos, o primeiro cuidado prende-se com o armazenamento do vinho. “Deve evitar-se guardar os vinhos em locais quentes e com luz solar direta.”

E será que existe uma temperatura ideal para servir determinado tipo de vinho? O senso comum diz-nos que os brancos devem ser servidos frescos, ao passo que os tintos devem ser servidos à temperatura ambiente. “Importa, antes de mais, perceber o tipo de temperatura ambiente e o clima em que nos encontramos. Por incrível que pareça, um branco pode estar excessivamente fresco e um tinto demasiado quente. O conceito de temperatura ambiente depende muito do local onde vamos degustar o vinho, sendo que as sensações térmicas variam ao longo do ano. No verão, um vinho tinto ligeiramente refrescado faz todo o sentido.”, explica.

Wine & Food Pairing

A harmonização é o segredo de uma boa relação à mesa. “Quando pensamos em harmonização, o vinho assume o papel de um ingrediente a mais ao prato.” O vinho eleva os sabores da comida e a comida sobressai as caraterísticas do vinho, numa simbiose perfeita. A enogastronomia é um conceito que veio para ficar, um equilíbrio perfeito que põe produtores, enólogos, sommeliers, cozinheiros, empregados de mesa, donos de restaurantes e mesmo clientes apreciadores a comunicarem entre si. Afinal de contas, o vinho sempre foi um bom desbloqueador de conversas.

Como escolher um vinho

Na escolha de um vinho a expressão ‘go with the flow’ nunca fez tanto sentido. Filipe Cruz diz que para se escolher um bom vinho conta muito o nosso estado de espírito, o local, o contexto, assim como a existência, ou não de uma refeição “Importa, claro, ler os rótulos que nos revelam quem são os fornecedores/produtores daquele vinho, assim como a região de produção, que, normalmente deve ter o selo de denominação de origem (DOC), que comprova que este foi mesmo produzido nessa região. Depois vêm, como é óbvio as castas, ou seja, o tipo ou tipos de uva que compõem o vinho, a colheita, ou seja, a indicação do ano em que as uvas usadas em determinado vinho foram colhidas, o grau alcoólico e importantes informações relacionadas com a harmonização.”

Tendências em alta

Nas palavras do responsável da Amavinhos “os bons tintos são sempre tendências em alta, talvez pelos tempos de estágio, o trabalho e histórias que acontecem nesse tempo até sairem para o mercado. Também os brancos estão cada vez mais fabulosos, com longos estágios e vinhas velhas. Já não se procura tanto o vinho recente daquele ano e um bom branco pode dar mais trabalho do que um tinto. Os rosés, sobretudo os portugueses, estão em grande crescimento e têm muita qualidade. Estão com um marketing fortíssimo, principalmente no tipo de garrafa, rótulo, e imagem geral do vinho e já rivalizam com brancos, tintos e espumantes. Por fim, estão igualmente em voga os Pet Nat, abreviatura de Péttilant Naturel, vinhos muito agradáveis para tardes de verão, em especial o Tubarão Pet Nat Rosé e o Tojeira Pet Nat Branco Loureiro.”

No universo Amavinhos

Mais do que apreciarmos a personalidade de um bom vinho, conhecê-lo verdadeiramente é sentir-lhe a alma, conhecer-lhe os rostos e as histórias e viajar até às suas origens. Na Amavinhos a originalidade tem rolha, rótulo e nome e parece ter nascido para nos mostrar o que existe para lá de um mercado massificado. Nela temos a certeza de encontrar aquilo que dificilmente se repete. São produtores criteriosamente selecionados em vinhos e espumantes de nomes quase tão surpreendentes quanto a sensação de os provar. Entranha-se, não se estranha, e a relação de cumplicidade nasce.

“Trabalhamos exclusivamente os vinhos, espumantes e aguardentes vínicas portugueses, excetuando um ou outro espumante Cava espanhol e champanhe francês. Falamos, acima de tudo, de vinhos oriundos de carismáticas regiões vitícolas portuguesas, produzidos a partir de castas exclusivamente autóctones, que têm em comum a tradição, a viticultura sustentável e os métodos de enologia minimalista. Tentamos procurar um nicho de mercado de pequenos e médios produtores, longe do mercado massificado. Um trabalho incrível com histórias e fabulosos produtores, enólogos e homens da terra e do cultivo.”

Um amor assumido que a Amavinhos conhece bem, com a convicção de que por mais quintas, herdades e cidades homenageadas, é no copo, que prevalece a maior homenagem de todas.

Morada: Rua Manuel Almeida Passos nº 32, Braga

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