Fisiodume: A Fisioterapia especializada é uma das grandes tendências de futuro da Saúde

A abordagem da Fisioterapia é cada vez mais especializada, nomeadamente nas áreas Desportiva e Musculoesquelética, Neurológica, Cardiorrespiratória, Geriátrica, Dermatofuncional, Pediátrica e Uroginecológica. Mário Vale, um dos responsáveis da Fisiodume, em Braga, garante que o futuro da saúde passa por uma visão cada vez mais integrada, agregando diferentes terapias e especialidades da Fisioterapia…

Quais são atualmente os problemas osteoarticulares e musculares mais comuns?

Embora estejamos bastante segmentados para a área desportiva e para o acompanhamento de atletas de alta competição, trabalhamos com as mais diversas faixas da população. Surgem-nos cada vez mais lesões posturais, sobrecargas como lombalgias, lesões musculares, lesões tendinosas, entre outras. A nossa sociedade é cada vez mais sedentária e, como consequência, as lesões de sobrecarga e de postura são cada vez mais comuns.

Que fatores são tidos em conta numa avaliação clínica?

Fazemos uma avaliação detalhada e individualizada. Cada tratamento é precedido de um completo questionário sobre as rotinas e hábitos de vida de cada pessoa, no sentido de identificar as situações que estão a provocar a patologia, de forma a podermos atuar de forma objetiva para melhorar a condição. Este questionário tem escalas de avaliação cientificamente testadas e é seguido de testes ortopédicos. Para além disso, como temos formação superior em ecografia músculo-esquelética, o diagnóstico e o tratamento são sempre realizados com o auxílio do ecógrafo para uma intervenção mais incisiva, nomeadamente em zonas do corpo que envolvem muitas articulações.

O resultado do tratamento depende sempre de um trabalho em colaboração do paciente?

Sim. Criámos até um plano de exercícios simples para cada paciente. O paciente leva para casa o plano, aplica e vemos se é realmente eficaz ou não. Caso contrário, teremos de adaptar. Achamos isso importante, porque o tratamento em si é um mediador da inflamação e do problema biológico que o paciente tem. Os fisioterapeutas só intervêm no processo biológico da lesão e do tecido. Por exemplo, a diabetes ou a hipertensão são fatores negativos para o prognóstico, atrasando a nossa intervenção, uma vez que o paciente está alterado biológica e metabolicamente. É necessário fazer uma junção integrada de todos esses sistemas e perceber realmente qual a condição e aquilo que pode acelerar ou limitar o processo de tratamento.

É importante apostar cada vez mais na prevenção?

A prevenção e a recuperação assentam em três pilares essenciais: exercício, nutrição e higiene do sono. Recuperamos quando dormimos; a alimentação potencia bons resultados e o exercício ajuda-nos a estar mais ativos e mais disponíveis para o dia a dia.

Quais as lesões desportivas mais habituais?

Temos aqui dois grupos: o exercício recreativo e o exercício de alta competição. Na alta competição, é ‘fácil’ tratar um atleta, porque é alguém que, à partida, se encontra metabolicamente equilibrado e que trabalha diariamente a prevenção com exercícios e alongamentos. O mais desafiante é tratar o desportista recreativo. Apesar de sermos uma sociedade progressivamente sedentária, é muito comum vermos pessoas, que estiveram anos a fio sedentárias, regressarem ao exercício recreativo de forma intensiva, sem qualquer tipo de preparação. Nesses casos são muito comuns lesões de sobrecarga, tendinites e lombalgias.

A especialização é cada vez mais essencial?

Sim. Toda a nossa equipa aposta em especialização e formação contínuas. Eu próprio tenho uma licenciatura em Fisioterapia, pós-graduações em Fisioterapia Desportiva, Fisioterapia Invasiva e Ecografia Músculo-esquelética e estou agora a iniciar o Doutoramento na área da Fisioterapia Desportiva. A Fisioterapia é um campo abrangente pelo conhecimento anatómico e fisiológico que permite. Acredito que é uma profissão que vai crescer muito no futuro.

A Fisioterapia da Saúde da Mulher é um desses exemplos?

Claramente. A Fisioterapia da Saúde da Mulher e da Saúde Pélvica. Esta última é muito associada à mulher, mas são cada vez mais homens a recorrerem a esta subespecialidade. As nossas novas instalações, que serão inauguradas em breve, vão contar com uma unidade de Saúde da Mulher e de Saúde Pélvica.

Que impacto tem a fisioterapia no dia-a-dia de doentes neurológicos e na qualidade de vida e funcionalidade da população idosa?

Apesar de não ser a nossa área de especialização, acredito que é a área com mais potencial na Fisioterapia. Espanha é um país altamente avançado nessa área, com resultados incríveis em doentes neurológicos e na qualidade de vida e funcionalidade da pessoa idosa.

Osteopatia e Fisioterapia podem complementar-se entre si?

Sem dúvida, a Fisioterapia aporta imenso valor à Osteopatia e vice-versa. A complementaridade entre terapias e especialidades clínicas é uma das grandes tendências de futuro da área da saúde.

A tecnologia é uma aliada fundamental?

O investimento tecnológico é fundamental nesta área e um caminho para os bons resultados, tanto nos processos de diagnóstico, como nas diferentes fases de tratamento e prevenção.

Projetos e objetivos da Fisiodume para os próximos meses?

Vamos abrir em breve uma nova clínica, com cerca de 500 metros quadrados, novas valências e uma equipa maior. Esta nova clínica está essencialmente focada na Fisioterapia Desportiva e Musculoesquelética, com a contratação de novos profissionais, como médico fisiatra com um vasto currículo no futebol profissional e em clínicas FIFA Medical Centre, assim como na área da Saúde Pélvica e na Saúde Materno-Infantil, sempre com a missão de acrescentar valor à comunidade e de prestar um serviço cada vez mais completo, integrado e especializado.

Morada: Travessa de Sobremoure, Lote 2A R/C, Braga

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