Pré - Natal/Saúde Infantil Clínica Xavier Freitas: O papel preventivo da Fisioterapia da Saúde da Mulher e da Osteopatia Pediátrica By Revista Spot | Junho 9, 2023 Junho 13, 2023 Share Tweet Share Pin Email O papel do fisioterapeuta e do osteopata tem vindo a adquirir uma importância crescente na área da saúde materno-infantil. Especialidades como a Fisioterapia da Saúde da Mulher, com a importante reabilitação do Pavimento Pélvico, e a Osteopatia Pediátrica, assumem um papel fundamental no apoio à maternidade e no acompanhamento dos primeiros meses de vida de um bebé. A Spot esteve à conversa com Sónia Rodrigues, Fisioterapia Uroginecológica especialista em Reeducação de Pavimento Pélvico e Ester Figueiredo, Osteopata e Fisioterapeuta Pediátrica, que integram a equipa multidisciplinar da Clínica Xavier Freitas, em Braga. “A fisioterapia pélvica tem inúmeros benefícios na gravidez e no pós-parto“, Sónia Rodrigues, Fisioterapia Uroginecológica especialista em Reeducação de Pavimento Pélvico Antes de mais, o que é o pavimento pélvico e para que servem os músculos do pavimento pélvico? O pavimento pélvico é constituído por um conjunto de músculos, ligamentos e fáscia, situado na parte inferior da pélvis (desde o osso púbico até ao cóccix). Contudo, ele não trabalha sozinho. Trabalha em sinergia com o abdómen, e para que isto aconteça é necessária uma boa harmonia entre ambos e uma boa estabilidade da coluna lombar e pélvis. Tem quatro grandes funções: permite não só a sustentação das vísceras pélvicas (útero, trompas, ovários, vagina, bexiga, uretra, reto e ânus), como também a capacidade de conter as fezes, gases e urina, e a sua própria evacuação. Que tipo de disfunções afetam o pavimento pélvico durante a gravidez e o pós-parto? Durante a gravidez e pós-parto são comuns disfunções urinárias, disfunções anorretais e disfunções sexuais. De acordo com vários estudos, a disfunção do pavimento pélvico mais prevalente durante a gravidez e pós-parto, sobretudo nos primeiros seis meses, é disfunção urinária, que tem como principal sintoma a incontinência urinária (IU), mais especificamente a incontinência urinária de esforço, que são perdas de urina de forma involuntária durante esforços como tossir, rir, espirrar ou pegar em pesos. Em seguida, temos a incontinência anal/fecal, que é definida por perdas de gases ou fezes de forma involuntária. A descida dos órgãos pélvicos relativamente à sua posição anatómica inicial através do canal vaginal (prolapsos dos órgãos pélvicos), também pode ocorrer, sobretudo no final da gestação ou após o parto. Uma correta gestão da pressão intra-abdominal, é um dos fatores a ter em conta na hora de reabilitar este tipo de disfunções, e mesmo de um ponto de vista preventivo. Em que consiste o tratamento? A componente educacional do paciente é um dos pilares fundamentais do tratamento; dar ao paciente o poder de compreender como funciona o seu próprio corpo, aprender determinadas condutas para melhorar a sua saúde pélvica, motivar a implementação de novos hábitos no seu dia-a-dia. A terapia manual é a pedra angular da nossa intervenção e tem como objetivos a mobilidade da região lombo-pélvica e pélvica-perineal, o ajustamento de desequilíbrios posturais, a libertação de pontos de tensão, a melhoria do aporte sanguíneo e o relaxamento das estruturas. A falta de controlo motor dos músculos do pavimento pélvico também se trabalha em consulta através de feedback com imagem ecográfica ou com eletromiografia, permitindo a visualização do comportamento das estruturas do pavimento pélvico, facilitando a tomada de consciência muscular permitindo o controlo das mesmas. O tratamento também é composto por uma componente de exercícios que têm o intuito de preparar para o parto e facilitar a reabilitação do pós-parto. Estes exercícios são feitos em consulta para que a paciente os possa realizar de forma regular e adaptada em casa. O período expulsivo também se pode trabalhar em consulta, permitindo à grávida experimentar diferentes posições, de forma a compreender aquelas em que se sente mais cómoda, de forma a facilitar o parto. Em que fase da gravidez/pós-parto deve ser indicado? A fisioterapia pélvica pode ser iniciada a partir dos primeiros dias de gravidez, a não ser que exista uma contraindicação absoluta por parte do médico. A fisioterapia pélvica pode mesmo ser iniciada antes da gestação… Acompanho pacientes que estão a pensar engravidar e pretendem preparar o seu corpo para esta nova fase, e os resultados são, sem dúvida, bastante positivos. Após o parto, a consulta de avaliação pode ser iniciada após duas semanas, caso seja parto normal (eutócito), ou após seis semanas, caso se trate de um parto por cesariana. Quais os benefícios? A fisioterapia pélvica traz múltiplos benefícios para a mulher, tanto durante a fase da gestação, como no pós-parto, ou em qualquer fase da sua vida. Melhora o padrão respiratório; melhora a consciência corporal; prepara o corpo para o parto, podendo diminuir as complicações no parto e pós-parto; melhora e previne os sintomas relacionados com a região lombar e pélvica; melhora os sintomas relacionados com as relações sexuais; previne e trata sintomatologia relacionada com disfunções urinárias e defecatórias (incontinência urinária, incontinência fecal/anal); melhora a sintomatologia relacionada com prolapsos (sensação de peso vaginal) e melhora a mobilidade cicatricial (cesarianas, episiotomias). Qual o feedback das pacientes? Tive uma paciente que ficou com incontinência urinária após o último parto (normal) com fórceps e ventosa, há cerca de dois anos, e que queria engravidar novamente, mas tinha receio, uma vez que não tinha recuperado do parto anterior. Não teve qualquer tipo acompanhamento de fisioterapia pélvica no parto precedente, pouco ou nada tinha escutado sobre a especialidade, mas recorreu a este tratamento porque a médica de família a encaminhou, o que começa a ser felizmente cada vez mais frequente. A paciente foi tratada, voltou uns meses mais tarde, já grávida, sem sintomatologia, mas querendo ser acompanhada durante a gravidez. Resumindo, a paciente não teve qualquer tipo de sintomatologia durante a gestação, teve um parto normal, rápido, sem qualquer tipo de instrumentalização, sem episiotomia, pavimento pélvico integro, com uma excelente competência abdominal e a recuperação pós-parto foi bastante rápida. Infelizmente, nem todos os casos são assim, mas a probabilidade que assim aconteça é maior quando são bem acompanhadas e numa fase precoce. “Quanto mais tempo perdurarem os desequilíbrios, mais o bebé se vai desenvolver em torno deles.”, Ester Figueiredo, Osteopata e Fisioterapeuta Pediátrica Os primeiros tempos de vida do bebé podem ser um verdadeiro desafio para os pais. Qual o papel da Osteopatia Pediátrica? Sem dúvida que os primeiros dias de vida de um bebé são um verdadeiro desafio tanto para os pais como para os bebés. É um período de adaptação enorme a rotinas, situações nunca antes vividas, e da adaptação do próprio bebé ao meio. Nesta importante fase, a Osteopatia Pediátrica apoia os pais, nas suas dúvidas e anseios, auxiliando com algumas técnicas e dicas e avalia as necessidades do bebé. Exemplos de algumas alterações pediátricas frequentes em que a Osteopatia pode atuar? A Osteopatia Pediátrica atua em alterações de posicionamentos cervicais (Torcicolo, tensões musculares), obstipação e cólicas, refluxo gastroesofágico, deformidades cranianas (plagiocefalia, braquicefalia), alterações de sono e desadaptações sensoriais. O parto pode tornar-se o ‘primeiro traumatismo’ do bebé? Sim, realmente o parto, seja ele eutócico (designação para o parto ‘normal’) ou distócico (instrumentado ou cesariana), muito demorado ou muito rápido, representa um ‘traumatismo’ tanto para o bebé como a mãe (no primeiro parto ou seguintes), por todas as pressões sofridas por ambas as partes nesse momento. O parto é uma ‘dança’ entre forças e barreiras da mãe e do bebé, por isso tem avanços e retrocessos até o bebé efetivamente nascer. Num parto distócico podemos sempre ter traumas mais importantes, porque nestes casos essa dança não está a ser tão bem dançada por variadíssimas possibilidades e isso leva à necessidade de uma intervenção médica que representa um acrescento nesses traumas, mas que é necessário para o bem-estar do bebé e da mãe. O mau posicionamento durante as primeiras semanas de vida pode provocar alterações no bebé? Nós fomos e somos, sem dúvida, feitos para nos movimentarmos, por isso, qualquer posicionamento mais fixo, tanto no antes como no após o nascimento, representa um problema. O feto e o bebé estão em constante desenvolvimento e movimento (movimento este necessário para o próprio crescimento e desenvolvimento) e quando este é interrompido por um período de tempo num posicionamento específico, as estruturas envolvidas nesse posicionamento vão desenvolver-se de forma ‘errada’. Deste modo, podemos ter alterações em qualquer tecido ou fase de desenvolvimento do bebé. Que sintomas podem indicar que o bebé necessita de ser avaliado por um Osteopata Pediátrico? Nos recém-nascidos, os sintomas podem passar pelo choro constante com torcidas do corpo e pernas; dificuldade em adormecer ou manter o sono (sono com acordares recorrentes); bolsar em demasia; poucas dejeções e dolorosas ou com muito esforço do bebé e acompanhadas de choro; posicionamento marcado de uma posição em termos de pescoço, braço, perna ou tronco; dificuldade em realizar algum movimento ou adotar uma posição específica; choro e/ou aborrecimento ao andar de carro ou no carrinho e dificuldade na pega ao mamar. À medida que o bebé vai crescendo, os sintomas comuns podem ser dificuldade no tummy time; queda para um mesmo lado quando sentado; preferência notória por um determinado lado ou dificuldade em colocar-se de gatas acompanhada de choro. Quanto mais cedo os desequilíbrios forem detetados, maior será a eficácia dos tratamentos? Sim, sem dúvida. O bebé não para de crescer e de se desenvolver. Quanto mais tempo perdurarem os desequilíbrios, mais o bebé se vai desenvolver em torno deles e influenciado por eles e, portanto, menor será a eficácia do tratamento. O que não significa que não possa, a mais curto ou longo prazo, ser eficaz o tratamento na resolução final do caso. Mas o tempo de desequilíbrio condiciona a eficácia do tratamento. Morada: Avenida 31 de Janeiro, nº8, Braga Contacto: 927 071 528 Facebook: Clínica Xavier Freitas Instagram: @clínicaxavierfreitas Clínica Prof. Francisco do Vale: Os problemas de saúde oral mais comuns nas crianças Ergovisão Lage: Os novos caminhos da saúde da visão
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