Ci Interior Decor: Projetar histórias, sensações e pessoas

Num mundo massificado, a essência permanece nos locais, histórias e pessoas com quem a Ci Interior Decor se cruza, na alma sustentável do mobiliário produzido em Portugal e nos detalhes de quem se envolve num projeto como se fosse seu. Cidália Araújo, rosto da Ci, confirma-o. “Os projetos levam um pouco de nós e deixam em nós um pouco deles também”.

O conforto, a funcionalidade e o despertar de novos sentidos são a tríade-chave sempre que partem para um novo desafio?

É essa tríade que proporciona uma boa experiência em qualquer local. Quando desenhamos um espaço é impossível dissociar esses conceitos. Procuramos ser sempre criativos e ter algo de diferenciador em soluções que caraterizem o cliente, mas nunca nos podemos esquecer que o espaço tem também de ser funcional, confortável e ter essa capacidade despertar o melhor de cada um de nós.

A simbiose entre a Engenharia Civil e o Design de Interiores da sua formação tem sido uma mais-valia?

Continua a ser uma grande vantagem no dia-a-dia. A componente técnica é fundamental e complementa muito bem o lado mais artístico do design, principalmente quando vamos para obra, ou sempre que nos deparamos com uma remodelação. Esta dupla formação é vantajosa na resolução de diversas situações que nos vão surgindo.

De todas as etapas do Design de Interiores qual a que mais a fascina?

No geral todas as fases são bonitas, começando pelo momento em que entramos no mundo do cliente e o conhecemos. O projeto só faz sentido quando conhecemos a pessoa para quem estamos a desenhar. Posso estar inspirada e com vontade de desenhar num determinado sentido, mas, se nada disso tiver a ver com a essência do cliente, não faz sentido. Por isso é tão importante criar esses laços iniciais para adaptarmos aquilo que vamos desenvolver à personalidade e vivências de cada pessoa com que nos cruzamos. Depois disso, cada processo tem o seu fascínio, a atribuição de texturas, a escolha dos materiais, o projeto de iluminação. Trabalhamos, inclusive, em projetos de acabamentos, mesmo que o cliente não venha a desenvolver o projeto de interiores connosco. Temos sido cada vez mais solicitados para esse tipo de serviço de consultoria.

Que divisões devem as pessoas priorizar no caso de não optarem por um projeto integral?

Diria que a sala de estar e de jantar em regime open space é uma zona-chave, ponto fulcral de convívio. Normalmente as pessoas apostam muito nessa divisão, dando-nos praticamente total liberdade. A par da sala, destacaria também o hall de entrada, que é o ‘rosto’ da casa, assim como o quarto, que se assume cada vez mais como lugar-refúgio, onde retemperamos energias no final de mais um dia.

Os desafios na decoração de um espaço de usufruto coletivo são diferentes?

Sem dúvida. Estamos a desenvolver atualmente diversos projetos na área do Alojamento Local. As nossas preocupações nesse tipo de projetos são distintas, porque estamos a projetar para um público vasto e heterogéneo. A escolha de peças e materiais deve ter em linha de conta fatores como a durabilidade, pelos múltiplos usos que vai ter, assim como a facilidade de limpeza e manutenção, entre tantos outros fatores que exigem um cuidado redobrado.

Quais os projetos de decoração mais desafiantes até hoje?

Acho que todos são igualmente desafiantes, sobretudo pelo resultado final, uma fase emotiva em que damos por nós a não querer abandonar os espaços, que, no fundo, serão sempre um pouco ‘nossos’ também.

A essência está nos detalhes?

Cada almofada que desenvolvemos conta uma história. O mesmo acontece, por exemplo, no ‘restyling’ de mobiliário. A peça ganha nova roupagem, mas será sempre aquela peça com valor sentimental para o cliente.

A sustentabilidade é um valor essencial da Ci Interior Decor?

Muito. Privilegiamos a utilização de móveis fabricados em Portugal de forma sustentável e procuramos apostar, sempre que possível, no restyling de peças. A sustentabilidade é um caminho essencial para nós.

Que tipo de projetos estão a desenvolver atualmente?

Com a aceleração do setor da construção estamos com projetos bastante diversos a nível habitacional, de norte a sul do país, que continuam a ser o nosso grande core, e recentemente, desenvolvemos também um showroom empresarial numa unidade fabril em que o cliente pretende dar uma imagem mais cuidada ao espaço através do design de inteiores, sem se desligar do aspeto industrial do edifício. 

“Privilegiamos a utilização de móveis fabricados em Portugal de forma sustentável e procuramos apostar, sempre que possível, no restyling de peças. A sustentabilidade é um caminho essencial para nós.”

A tecnologia é uma aliada fundamental nesta área?

É uma forma de estarmos em contacto constante, mais próximos do cliente, e de trabalharmos de forma mais rápida e eficaz. A tecnologia hoje em dia é fundamental nesta área. Seja na evolução a nível de programas de software, que nos permite um salto evolutivo enquanto profissionais, seja através de plataformas como a nossa loja online que se tem revelado um excelente veículo para ultrapassar barreiras físicas e chegar a todo o mundo.

Onde busca inspiração?

Em primeiro lugar nas pessoas. O nosso trabalho é lidar com pessoas e são elas que posicionam o caminho criativo que percorremos. E depois em tudo. A criatividade está em todo o lado, nas viagens que fazemos, em cores, formas, objetos. Igualmente importante é também a atenção às novas tendências e ao que se passa no mundo. Criar e apresentar novas soluções é uma premissa essencial do nosso trabalho.

Este é, acima de tudo, um trabalho feito de boas ‘sinergias’ em prol de uma missão comum?

É muito bom aprender diariamente com diferentes áreas e especialidades. A decoração não é independente de tudo o resto que envolve.

Projetar ‘histórias de vida’ continua a ser o grande desafio?

Sim. Não se trata apenas de conjugar peças e design bonito. É preciso provocar e desencadear sensações em quem entra num espaço com a nossa assinatura. Os nossos projetos inspiram-se em histórias e inspiram histórias.

Quais são os objetivos futuros da Ci Interior Decor?

Somos uns eternos insatisfeitos (risos). Queremos sempre mais. Gostávamos de desenvolver um projeto de grande dimensão na área da hotelaria, um resort com liberdade criativa para expressar vários estilos, criando todo o conceito do mesmo. Pretendemos também aumentar a equipa e crescer de uma forma global e sustentada, sem perder a essência que nos carateriza.

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