CRIANÇAS/Psicologia No regresso às aulas presenciais as crianças precisam de sentir-se livres e seguras By Revista Spot | Fevereiro 4, 2022 Fevereiro 4, 2022 Share Tweet Share Pin Email A retoma das aulas presenciais depois da pausa imposta pelo governo para tentar mitigar os efeitos da pandemia nunca foi tão importante como agora, sobretudo porque a saúde mental das crianças e dos jovens também depende daquilo que a escola lhes fornece do ponto de vista social, ou seja, o convívio com os colegas e a possibilidade de desenvolver competências sociais e emocionais. Depois de dois anos difíceis para as crianças, com receios e afastamento dos amigos e de familiares importantes para o seu desenvolvimento, não é saudável pensar e programar o regresso à escola, ou ao infantário, centrado somente nas medidas de proteção física, dado que a ausência da proteção emocional pode levar a consequências diretas no aproveitamento escolar. Além da preocupação em recuperar aprendizagens, o desafio é dar voz às emoções porque estas também estão presentes na forma como a criança assimila as matérias escolares e como socializa com os seus colegas. A investigação tem vindo a demonstrar que os efeitos da pandemia poderão trazer consequências a médio e a longo prazo para as crianças e jovens, como o aumento de comportamentos de oposição e de desafio, ansiedade, depressão e dificuldades de adaptação. Os professores também se sentem tensos porque têm os seus próprios fatores de risco, precisam de mais apoio e de diretrizes claras e, além disso, preocupam-se com a aquisição de conhecimentos dos alunos. Prevenir e agir desde o reinício das aulas, em vez de remediar depois, pode ser uma medida mais acertada. Ficam aqui algumas sugestões para pais e professores: Pais (Pré-escola e 1º ciclo) Explique ao seu filho o que vai acontecer antes de chegar à escola, atendendo sempre à sua idade e ao seu nível de desenvolvimento. Ele deve saber, por exemplo, onde tem de usar máscara, quais serão os espaços da escola condicionados, como serão os almoços, etc. A tensão antes de pais e filhos saírem de casa, que sempre existiu, vai aumentar porque vai ser preciso que adultos e crianças integrem na sua rotina as regras de entrada na escola, sobretudo os mais novos. Mostre compreensão e nomeie os sentimentos que este pode sentir (medo, confusão, raiva, ansiedade) e tente ajudá-lo a encontrar formas de lidar com cada um deles. Fale sobre as regras da escola e da sala de aula e sobre como deverá proceder. Procure estabelecer contacto com a educadora/professor para saber como o seu filho está a reagir. Fale-lhe sobre o professor/educador e mostre que confia nele e na escola. No regresso a casa tente conversar com ele e perceber como correu o dia, tentando dar-lhe ferramentas para lidar com situações inesperadas, ou que não correram tão bem. Nos primeiros dias procure não se atrasar quando for buscar o seu filho, as crianças mais inseguras reagem muito a isto. Fale sobre os sentimentos com as crianças: esta é uma estratégia eficaz para regular as respostas emocionais negativas, já que expressar sentimentos é reconhecido como tendo benefícios para a saúde mental e física. Não compare as reações emocionais do seu filho com o primo, o irmão, o vizinho, etc. Professores e Educadores de infância Quando receber as crianças relembre calmamente as regras e as condições da escola para prevenir a COVID-19, isto será importante para dar segurança e para motivar a colaboração e o cumprimento das normas. Vivemos um momento de incerteza, mas as crianças precisam e gostam de saber com o que contam. A informação consistente e transmitida para todos e implementada por todos os adultos que estão no mesmo espaço é fundamental para criar segurança. Crie um ambiente de aprendizagem seguro e previsível: os professores e educadores proativos estruturam o ambiente da sala e a rotina diária de modo a diminuírem a probabilidade de ocorrerem problemas. Muitos alunos vão chegar fragilizados à escola tanto emocionalmente, como no que concerne à aprendizagem devido a problemas desenvolvimentais, ou cognitivos, pré-existentes ou que foram, entretanto, diagnosticados, e/ou pela falta do acesso às tecnologias. Embora seja complexo, individualizar o trabalho com estas crianças, revela-se extremamente importante. Fale sobre sentimentos e normalize aquilo que a criança está a sentir dadas as mudanças na escola e os constrangimentos por causa da pandemia: mostre que é importante expressar emoções e que podem ter sentimentos diferentes, ou até mais do que um sentimento ao mesmo tempo. Todos os sentimentos são normais e naturais, mesmo os negativos. Não ameace como risco de COVID-19 para tentar obter obediência. Favoreça a estabilidade e a consistência na sala para promover o desenvolvimento da regulação emocional das crianças. São exemplos, o estabelecimento de limites consistente, de regras claras e rotinas previsíveis. Aceite as emoções e as respostas emocionais. As respostas emocionais não devem ser encaradas como algo deliberado para dificultar o trabalho do educador. Aceite o facto de que as crianças estarão sob uma tensão maior pela situação em que nos encontramos e terão mais comportamentos de desafio, amuos ou ansiedade. A desregulação emocional não deve ser vista isoladamente como um indicador de que a criança é mimada ou tem um problema, mas, simplesmente, porque pode ter um temperamento mais impulsivo, dificuldades de autorregulação, menos competências sociais, ou hiperatividade, sendo mais reativa. Morada: Avenida Alfredo Barros, 20 Fraião, Braga Contacto: 964 145 134 Facebook: Psiquilibrios Instagram: @psiquilibrios Site: psiquilibrios.pt Uma resposta transversal ao impacto da pandemia no percurso académico e de vida dos estudantes Crescer +: Aprendizagem e emoções em contexto de pandemia
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