Arquitetura AZO Arquitetos: Para lá do tempo e da matéria… By Revista Spot | Novembro 10, 2021 Outubro 12, 2022 Share Tweet Share Pin Email O tempo multiplica-se em formas poéticas ao longo de uma materialidade estrategicamente vulnerável à sua passagem. É a madeira oxidada a revelar-nos as suas histórias e a natureza livre e espontânea na sua relação de amor com o edifício. O espaço transforma-se e vai revelando os diferentes estados que lhe compõem a essência. Mergulhar no mundo da AZO Arquitectos é entender a arquitetura como um exercício livre e nobre que respeita o tempo, a natureza e a alma da matéria nos diferentes ciclos e elementos que a envolvem ao longo da vida… O atelier São diversas as distinções e as referências de projetos em publicações internacionais, sempre mais enquanto exercício espontâneo, do que numa busca pelo reconhecimento. A relação da AZO Arquitectos com os seus projetos é uma relação de emoção e de satisfação perante a mensagem entendida e materializada. Encontramos Mário Sequeira, o rosto do atelier, em pleno traço, entre projetos. Hoje a AZO Arquitectos divide-se entre Portugal e o mundo, com trabalhos de referência em Gibraltar, como o empreendimento que se prepara para nascer numa reserva natural, ou a primeira unidade do Hotel Hilton naquele território. Um percurso muito próprio Os projetos vão crescendo ao ritmo de uma maturidade conquistada ao longo de um percurso muito próprio e bem definido. O atelier nasce em 2007, num período conturbado de crise na arquitetura que ditou o encerramento de diversos ateliers em Portugal. Em contraciclo, a AZO traçou o seu destino inicialmente em Angola, onde depressa cresceu, até estender a sua atividade a Espanha e Gibraltar, sempre com uma identidade muito própria. Uma metamorfose controlada A capacidade de se metamorfosear em diferentes soluções definiu a marca distintiva de um atelier que em Portugal foi trilhando também o seu rumo. Um exercício natural da arquitetura cedo entendido como uma mensagem, a de que “o grande legado e responsabilidade para as gerações futuras é pensar na arquitetura de uma forma sustentada.” E cada projeto da AZO Arquitectos vai materializando esse ideal de formas distintas. Na Casa de Soutelo, de repente um pombal torna-se independente e assume o protagonismo daquilo que começou como uma história de amor. “Este é um projeto emocional. O cliente pediu‐nos para reabilitar um velho Pombal no quintal da sua casa e decidimos propor uma casa de jogos para as crianças, mais tarde transformada numa sala de leitura, e um balneário para servir a piscina. Queríamos um espaço que fosse inspirado pela magia e sonhos de infância, uma ‘casa da árvore’ feita de betão, que representasse essas memórias e fantasias de forma pura, leve e pacífica.”, revela Mário Sequeira. Na Casa de Espinho o conceito assenta na vontade de fazer a casa integrar-se na paisagem através das suas linhas horizontais e da sua cobertura em jardim, como se tratasse da continuidade da montanha até à casa. A geometria criada por duas rampas num terreno em declive permite que a luz entre também nas divisões interiores da casa. Mas quando a casa é a do próprio arquiteto o projeto parece assumir um caráter de exercício contínuo. “A Casa de Parada de Tibães é a casa do próprio arquiteto, o cliente mais exigente de todos.”, brinca o responsável pela AZO Arquitectos. A relação com a envolvente é clara neste projeto. “Há uma materialidade pautada por materiais em estado bruto, materiais como o betão e a madeira natural que se interligam suavemente entre si e com a natureza.” Poderíamos enumerar outros tantos, como a singularidade de um projeto que ditou a reconversão de um edifício do início do século XX na sede da empresa Castro Group, em Braga, transportando o lastro da história para o momento presente, com detalhes contemporâneos que tornam o edifício iconográfico na malha urbana da cidade. A linguagem “A materialidade e a forma como esta se concretiza é um ponto comum nos nossos projetos. O tempo e a forma como o edifício envelhece são pontos-chave para nós e por isso privilegiamos sempre materiais em estado puro.”; refere Mário Sequeira. Esta arquitetura que tem como base uma materialidade neutra tem na sua força a forma como o edifício se torna fel à passagem do tempo. “É encantadora essa parte evolutiva, quando o edifício se circunda de árvores e espécies que são seres vivos em constante crescimento, toda a perspetiva do edifício se vai alterando ano após ano, numa mutação fascinante.” O futuro “O atelier está em expansão e preparado para agarrar novo projetos que, nos últimos tempos, tendem a ser de maior dimensão.”, assegura o arquiteto. Num tempo de mudança de paradigma Mário Sequeira acredita que “a arquitetura terá de se adaptar a uma nova era marcada por uma produção mais industrializada e modular.” Seja qual for a tendência, as linhas do futuro estão bem definidas e a AZO Arquitectos promete continuar nesse exercício livre, solto, por vezes de arte pura e crua, numa arquitetura para lá do tempo e da matéria… www.azoarq.com Fuse Valley: Castro Group e Farfetch apresentam vale tecnológico assinado por Bjarke Ingels Entrevista a António Cunha, presidente da CCDR-N: Um ‘taylor made’ regional na aplicação dos fundos comunitários
Arquitetura / Decoração / Design de Interiores Alma Braguesa: Uma arquitetura de interiores tailor made A reabilitação de um palacete de 1700, um projeto disruptivo num novo empreendimento habitacional em Braga e o desafio de…
Arquitetura / Design de Interiores Best Of Living: Uma nova tendência chamada bem-estar O conforto e a consciência ambiental lideram as tendências de decoração e as novas formas de viver a casa pós…
Arquitetura RD Arquitetos: A arte de projetar o futuro Ser arquiteto é fazer do primeiro traço a projeção de um sonho. Ao viajarmos pelo portfólio dos 20 anos do…