CLÍNICAS/Psicologia Psiquilibrios: Saúde mental em tempos de pandemia By Revista Spot | Outubro 5, 2021 Outubro 6, 2021 Share Tweet Share Pin Email O ano em que o Psiquilibrios completou 24 anos de existência foi marcado por um período de desafios e incertezas transversais a todas as faixas etárias. A Spot esteve à conversa com Vera Ramalho, responsável pelo Psiquilibrios, sobre a importância deste olhar próximo sobre a saúde mental no ‘regresso à normalidade’ de pais, filhos, educadores e da sociedade em geral… Passados quase dois anos de incerteza e rotinas alteradas é natural que este início de ano escolar seja marcado por insegurança por parte de pais e filhos? Sim, é natural e esperado, depois de toda a incerteza que passámos. Porém, a retoma às aulas presenciais nunca foi tão importante como agora, sobretudo porque a saúde mental das crianças e dos jovens também depende daquilo que a escola lhes fornece do ponto de vista social, ou seja, o convívio com os colegas e a possibilidade de desenvolver competências sociais e emocionais. Uma atitude de aceitação de que algumas coisas podem não correr tão bem e que pode ser preciso um reajuste ajudará a manter alguma tranquilidade. Algumas atitudes e práticas parentais podem ajudar a construir a autoconfiança das crianças e a fomentar um crescimento social, emocional e académico saudável? Sim, sem dúvida. Por exemplo, a promoção da compreensão das suas emoções e dos outros, sobretudo numa altura como esta. As competências sociais e emocionais incluem a comunicação, a autorregulação, o pensamento critico, a resolução de problemas, o pensamento criativo e a adaptabilidade. A promoção destas competências pode ser feita por pais e professores através do encorajamento dos comportamentos positivos, da construção da confiança, da autoestima, e da motivação para a aprendizagem, da expressão aberta de sentimentos, do estabelecimento de regras claras e de limites previsíveis, e da responsabilização crescente das crianças e jovens pelos seus comportamentos. Também na adolescência a interação social é fundamental. A situação que atravessamos originou problemas relacionais nos adolescentes? A adolescência é um período caraterizado por mudanças físicas e psicológicas, onde os amigos são considerados mais importantes do que todas as outras pessoas. Muitos jovens ficaram mais vulneráveis, sozinhos, distantes dos colegas e isso pode aumentar o risco para o surgimento de ansiedade, depressão, irritabilidade, isolamento social, problemas alimentares. Por isso, importa que nesta abertura do ano letivo, além da recuperação das aprendizagens, seja dado espaço para a possibilidade da recuperação e da promoção de competências sociais e emocionais, através da interação social, do convívio, da partilha, das atividades físicas e lúdicas, dentro e fora da escola, tanto com as crianças, como com os adolescentes. “Muitos jovens ficaram mais vulneráveis, sozinhos, distantes dos colegas e isso pode aumentar o risco para o surgimento de ansiedade, depressão, irritabilidade, isolamento social, problemas alimentares.” Acredita que há hoje um maior reconhecimento das fragilidades perante uma pandemia que deitou por terra qualquer estigma que pudesse haver relativamente aos transtornos do foro psicológico? A saúde mental deixou de ser tabu? Falo por exemplo do recente caso da atleta dos Jogos Olímpicos que admitiu publicamente… Embora tenha havido uma maior abertura e atenção ao tema, fruto da pandemia, infelizmente a doença mental ainda não deixou de ser tabu. A doença mental deve ser encarada tal como encaramos a doença física – ninguém tem vergonha de ir ao médico de família, por exemplo. As palavras de Simone Biles foram muito acertadas: “Temos de proteger a nossa saúde e o nosso bem-estar e não fazer apenas o que o mundo quer que façamos”. Quem sabe se a Simone terá aberto as portas para um olhar sobre o mundo em que se passe a ver com seriedade as necessidades emocionais das pessoas como se olha para as maleitas físicas, quebrando o preconceito sobre os benefícios do acompanhamento psicológico. Fala também muitas vezes sobre o luto. Como se lida com uma situação como esta? Perder quem amamos obriga-nos a repensar o significado do que foi a nossa vida com aquela pessoa e do que vai ser a partir de agora. Por vezes as pessoas evitam falar, com a intenção de se protegerem, ou a quem está a sofrer com a perda de alguém querido, porque a morte mostra-nos o quão vulneráveis somos. Como consequência, aumenta o medo diante da morte, do desconhecido, de falar sobre o assunto e às vezes surge dificuldade de adaptação. Como se lida com uma situação como esta? Através da readaptação e da organização com base nas memórias, dando sentido ao que aconteceu e aos poucos começando a refazer o laço, mas agora à distância, e a criar um novo espaço para aquela pessoa na nossa vida. “A doença mental deve ser encarada tal como encaramos a doença física – ninguém tem vergonha de ir ao médico de família, por exemplo.” O Psiquilibrios comemorou recentemente 24 anos. Que balanço faz destas mais de duas décadas? O Psiquilibrios foi fundado num momento sociocultural em que a saúde mental não era vista como fundamental ao nosso bem-estar e em que ir ao psicólogo era visto como sinal de fraqueza. Desde o início, a nossa maior pretensão sempre foi contribuir para o reconhecimento da Psicologia na sociedade e para o acesso das pessoas que nos acompanham a serviços da maior qualidade. A comemoração dos nossos 24 anos, faz-nos sentir orgulho no que construímos e confiança no futuro, sobretudo nos momentos mais difíceis, como sucedeu no último ano, quando o melhor profissionalismo foi mais necessário do que nunca. Perante isto, também não podemos deixar de mostrar a nossa gratidão aos que acreditam em nós. Estes 24 anos representam a concretização de uma antiga aspiração de manter uma equipa de profissionais que não procura apenas fazer bem, mas que procura sempre fazer melhor, e fá-lo graças à atualização constante através da formação científica, teórica e prática, e da partilha entre pares. A par da atividade clínica, o Psiquilibrios tem tido um importante papel também a nível editorial. É influenciando positivamente os outros que conseguimos a mudança? O Psiquilibios Edições tem vindo a destacar-se no meio científico e junto da população por ser de facto uma linha editorial de qualidade, tornando-se numa das editoras de referência em Portugal. Neste segmento, destaca-se a publicação de obras de autores reconhecidos no mundo académico e científico com vasta atividade de investigação, que servem como Manuais de disciplinas nas Universidades de todo o país. Morada: Avenida Alfredo Barros, 20 Fraião, Braga Contacto: 964 145 134 Facebook: Psiquilibrios Site: psiquilibrios.pt Ferticare: 15 anos de Medicina de Reprodução em Braga Imagem Diagnóstica: Na linha da frente da imagiologia médica
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