A importância da atividade física desde a infância na prevenção da obesidade

A infância é, sem dúvida, uma fase muito importante da vida, onde se constroem os alicerces da existência: o desenvolvimento psicológico, desenvolvimento de habilidades motoras, a descoberta das maiores paixões. Mas também pode gerar hábitos que criam consequências negativas durante toda a vida.

Portugal enfrenta atualmente um dos maiores desafios de saúde da sua história, e não é necessariamente a Covid-19: o nosso país continua a ter um dos índices de atividade física mais baixos da Europa. A inatividade física é também uma pandemia, e o sedentarismo um dos fatores que mais contribui para uma morte prematura (obesidade, hipertensão, doenças de foro oncológico, ou depressão). Nesse sentido, a Covid-19 veio piorar todos os indicadores que já não favoreciam os portugueses.

A Organização Mundial da Saúde recomenda, pelo menos, 60 minutos diários, não necessariamente contínuos, de atividade física de intensidade moderada a vigorosa dos 5 aos 17 anos de idade. As atividades em família cingem-se normalmente ao fim-de-semana, pelo que os espaços desportivos formais, entre eles os ginásios, podem ser uma opção segura e eficaz para os mais jovens, ou até mesmo um importante complemento caso já pratiquem uma modalidade desportiva. O exercício físico devidamente orientado contribui para o desenvolvimento psicomotor e social, nomeadamente na questão do foco e capacidade de superar limites.

Os ginásios são uma solução que deve ser tida em conta pelos pais, em particular a musculação. Contudo tal deve ser feito com cautela e sob supervisão especializada. No caso das crianças que já sofrem de excesso peso o cuidado precisa de ser redobrado, porque há uma sobrecarga óssea e muscular que torna a criança mais frágil. Pegando nas palavras de Tom Purvis “Todo o exercício é inapropriado… a não ser que seja baseado no conhecimento do corpo!”, pelo que o treino neste tipo de populações e com estes objetivos não é possível de concretizar através de receitas e protocolos aplicados de forma aleatória. Exercícios efetuados de forma incorreta podem produzir uma resposta endócrina contraproducente, com consequências fisiológicas negativas.

Aqui o Técnico do Exercício Físico, em especial na função de Personal Trainer, é essencial. Um treino individulaizado tem a capacidade de provocar adaptações fisiológicas positivas com vista a melhorias metabólicas e também neuro-musculo-articulares. Como consequência o objetivo de perda de massa gorda é atingido.

Um treino altamente individualizado para cada aluno é altamente seguro, eficaz e eficiente. Como ponto de partida é importante saber-se das co-morbilidades associadas, pesar e medir o perímetro abdominal, uma avaliação para aferir a disponibilidade articular e o controlo neuromuscular e só depois criar um plano de treino seguro, desafiante e, muito importante, altamente motivador para a criança.
Vamos começar?