“O Hopen Braga Beer Festival está de volta e chegou ao top 3 nacional” 

O sonho de qualquer cervejeiro era ter quatro dias de festival e a Letra fez-nos a vontade. De 30 de maio e 2 de junho há uma programação 360 com cerca de 200 estilos de cerveja artesanal portuguesa de norte a sul do país e um pôr-do-sol inesquecível sobre o Arco da Porta Nova. A 4ª edição do Hopen Braga Beer Festival chega com concertos, workshops, street food e harmonizações surpreendentes. Filipe Macieira, um dos responsáveis pela organização, não esconde o orgulho de ver no top 3 nacional o único festival de cerveja onde apenas são convidadas marcas com fábrica própria em Portugal.

Quais são as grandes novidades do Hopen 24?

Primeiro e principal, decidimos estender o evento para incluir mais um dia de folia. Em relação ao programa, mantemos a receita de sucesso dos anos anteriores, com algumas novidades. Na música, damos destaque a artistas locais, como a banda Gator, The Alligator, de Barcelos, conhecida pelo seu rock indie vibrante e a banda de Braga OCENPSIEA, com um som mais jazzy. Queremos apoiar o talento local, adicionando uma camada extra de autenticidade à experiência do Hopen 24.

Além disso, estamos a expandir a oferta de cervejas artesanais. No ano passado, tivemos 26 projetos que não eram apenas cerveja. Este ano, estamos a aumentar esse número para 28 projetos, 26 só de cerveja, um projeto de sidra e um de kombucha. Queremos garantir que existe oferta para todos os gostos, dos amantes de cerveja a quem não dispensa novas experiências.

As apresentações e lançamentos são já uma marca do evento?

Sim. Vamos ter apresentações e lançamentos de novas cervejas e até mesmo novos processos de fabrico, proporcionando aos participantes uma visão exclusiva do mundo em constante evolução das cervejas artesanais. Esse é o mote do evento.

Vamos ter inclusive uma marca especializada em maltes que vai dar workshops informativos sobre os diferentes tipos de malte e a forma como a qualidade desses ingredientes fundamentais influencia diretamente a qualidade final da cerveja. 

O objetivo da Beautiful Alphabet, empresa organizadora do evento, em parceria com o Município de Braga e a Associação Empresarial de Braga, passa sobretudo pela dinamização da cultura da cerveja artesanal portuguesa.

A street food promete muitas harmonizações perfeitas com a cerveja?

No Jardim dos Chorões, a área dedicada à street food, não vai faltar variedade. De comida do mundo, passando pelo fine dining e até comida saudável e macrobiótica, sem esquecer os crepes para os mais gulosos, não vão faltar opções. 

A diversidade é uma prioridade para nós, tanto na seleção de cervejas como na oferta gastronómica. Estamos sempre à procura de propostas inovadoras e fora da caixa, porque entendemos que a comida é uma parte fundamental da experiência. 

Vamos ter também showcookings e after parties em conhecidos bares da cidade. Braga não vai parar (risos).

O Hopen está a afirmar-se como um festival de referência no panorama nacional?

O Hopen está, sem dúvida, a consolidar-se como um festival de referência no panorama nacional. Para aqueles que estão a conhecer o evento pela primeira vez, é importante destacar o seu conceito central: uma celebração das cervejas artesanais, cada uma com as suas caraterísticas únicas, desde cervejas envelhecidas em barricas de carvalho a cervejas mais específicas em sabor e aroma.

A caraterística distintiva do Hopen tem sido reconhecida e aclamada, recentemente até foi anunciado num blog como o terceiro melhor festival de cerveja artesanal em Portugal. Esta posição de destaque coloca o Hopen ao lado de festivais de renome. A grande diferença do Hopen reside no facto de que todos os projetos cervejeiros convidados serem empresas com fábrica própria em Portugal e produção 100% artesanal, refletindo a filosofia de valorização da produção nacional e do crescimento da cultura cervejeira no país.

Como produtores de cerveja, compreendemos profundamente as dificuldades enfrentadas por estes produtores. O Hopen é uma homenagem ao trabalho árduo e paixão dos cervejeiros artesanais.

Tem havido um claro crescimento de ano para ano?

O sucesso do evento do ano passado foi notável, gerando um impacto positivo não apenas em termos de entretenimento, mas impulsionando também o turismo na região de Braga. O festival atrai visitantes de várias partes do país e até mesmo do estrangeiro, o que contribui para o aumento do consumo e da dinamização económica local durante os dias do evento.

Para terem uma ideia da dimensão do Hopen, este ano vamos contar com a participação de 28 projetos cervejeiros, além de 12 projetos de street food, totalizando cerca de 42 projetos envolvidos. Cada um desses projetos traz consigo uma equipa, o que significa um impacto significativo no setor hoteleiro da região. Num cálculo aproximado, estamos a falar de aproximadamente 80 alojamentos utilizados apenas pelos participantes do evento.

Uma das métricas de sucesso do evento é o número de copos vendidos, que serve como indicador da afluência de público. No ano passado, foram distribuídos cerca de 10.000 copos, o que equivale a aproximadamente 15.000 litros de consumo de cerveja artesanal. 

Depois do top 3 nacional, qual é o vosso maior objetivo?

O Hopen é um evento feito por cervejeiros para cervejeiros e queremos preservar essa identidade única.

Para os cervejeiros, oferecemos um espaço onde possam apresentar e promover os seus produtos de forma eficaz, sem a concorrência excessiva que muitos outros eventos podem ter. Para o público, oferecemos um ambiente incrível no Jardim do Campo das Hortas, com música ao vivo e uma variedade de atividades, tudo de forma gratuita.

É importante destacar que, embora o acesso ao festival seja gratuito, para consumir as cervejas, é necessário adquirir um copo oficial do evento por 3€. Este investimento é essencial para garantir a qualidade e a sustentabilidade do evento a longo prazo. 

O Hopen é um evento feito de pessoas e de portas abertas à comunidade?

Mantemos uma lógica de trabalho colaborativo, onde várias pessoas e entidades se unem para impulsionar o movimento na cidade e promover a cultura cervejeira. Isso inclui parceiros da indústria cervejeira e também da restauração, que contribuem para a dinâmica do evento. Contamos desde o início com apoio da Câmara Municipal de Braga que, na pessoa do vereador Altino Bessa, tem sido um braço direito do evento.

Durante todo o mês, em parceria com a Associação Empresarial de Braga, vamos ter uma rota de cerveja artesanal chamada Duas de Letra, que culmina com eventos especiais no final de maio, coincidindo com o Hopen.

Esta iniciativa não só aumenta a visibilidade da cultura cervejeira na cidade, mas também fortalece os laços comunitários ao envolver diversos estabelecimentos e participantes. 

A cerveja é um produto democrático e consensual?

A cerveja é, de facto, um produto democrático e consensual, capaz de unir pessoas em torno de experiências sensoriais únicas. Durante o Hopen, uma das harmonizações que tem sido um sucesso é a cerveja acompanhada do mítico Pudim Abade de Priscos, para a qual convidamos a Confraria do Abade que apresenta esta iguaria tradicional, acompanhada de uma prova de pudim harmonizado com cervejas artesanais.

Embora possa parecer uma combinação incomum à primeira vista, a harmonização entre o pudim e a cerveja artesanal é verdadeiramente perfeita. A complexidade dos sabores do pudim, aliada à variedade de intensidades e teores alcoólicos das cervejas artesanais, proporciona uma experiência gastronómica única e surpreendente. Este é apenas um exemplo de como a cerveja pode complementar e realçar os sabores da gastronomia local, promovendo uma abordagem inovadora e criativa no festival.

Que momentos guardas na memória desde o primeiro Hopen?

A energia contagiante do público e a intensidade dos dias do evento são experiências que jamais esquecerei. O que mais me marca é a imagem da enchente de pessoas, que juntas criam uma atmosfera única, repleta de partilha, diversão e boa vibe. É esse sentimento de comunhão e celebração que torna o Hopen um evento verdadeiramente memorável.

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