EMPRESAS & EMPRESÁRIOS/Sustentabilidade “O futuro da reciclagem exige uma revolução no tipo de embalagens que introduzimos no mercado” By Revista Spot | Julho 11, 2024 Julho 11, 2024 Share Tweet Share Pin Email No mundo contemporâneo, a sustentabilidade tornou-se um dos pilares essenciais para a construção de um futuro mais verde. O debate sobre este tema é vasto e multifacetado, envolvendo desde escolhas individuais diárias a estratégias empresariais complexas. António Veloso, CEO da Bracicla, garante que um dos passos essenciais passa pela escolha e gestão das embalagens introduzidas no mercado. Na era do e-commerce, um novo olhar sobre a embalagem A embalagem não é apenas um meio de proteção e transporte dos produtos, mas também um elemento fundamental no ciclo de vida dos resíduos. “A embalagem que colocamos no mercado vai transformar-se em resíduo. Esse resíduo precisa de ser funcional para o mercado da reciclagem. O plástico, embora eficiente e onipresente, é um dos maiores vilões ambientais quando não é reciclado corretamente. Por outro lado, materiais como papel e cartão, apesar de serem biodegradáveis, requerem um tratamento cuidadoso para garantir a sua reciclagem eficaz.”, explica António. O responsável da Bracicla enfatiza que embalagens mais simples e homogéneas são essenciais para facilitar a reciclagem. A diversidade excessiva de materiais numa única embalagem pode complicar o processo de separação e, consequentemente, reduzir a eficiência da reciclagem. “Quanto mais homogéneo for o material, mais fácil será reciclá-lo. Esta abordagem não só melhora a eficiência dos processos de triagem e reciclagem, mas também reduz custos e aumenta a eficácia ambiental.”, garante. Investimento em tecnologia e processos A sustentabilidade na gestão de resíduos não se limita a boas intenções, exige um investimento significativo em tecnologia e infraestrutura. A Bracicla tem 50 anos e já investiu mais de 12 milhões de euros em tecnologia e equipamentos como sistemas de compactação e separação de resíduos. Com uma das maiores unidades de gestão de resíduos da Europa, a Bracicla quer ‘fechar’ o seu círculo ecossustentável investindo em energias renováveis nos processos produtivos e numa mobilidade eficiente na frota assumida pela Bracargo. Mais do que uma ‘bandeira verde’, uma filosofia de ecoeficiência e gestão sustentável que pretende ‘contagiar’ positivamente outras empresas do setor. “Estes investimentos procuram não só aumentar a capacidade de processamento, mas também melhorar a eficiência operacional e reduzir a pegada de carbono associada ao transporte de resíduos. Por exemplo, soluções de compactação reduzem a necessidade de transporte, diminuindo a pegada de carbono. Estamos também a realizar estudos de otimização da gestão ambiental da nossa frota, constituída atualmente por duas dezenas de viaturas, no sentido de reduzir as emissões e os custos com a mobilidade O investimento em tecnologia também está alinhado com a busca por uma economia circular, onde o objetivo é fechar o ciclo dos materiais, desde a produção até à reciclagem e reutilização. Para além do papel, que é o nosso core, e do plástico, estamos a trabalhar com plásticos industriais, metais e a trabalhar em soluções para resíduos orgânicos, procurando sempre melhorar o ciclo de vida dos materiais. Tentamos criar soluções e mecanismos para os produtores de resíduos conseguirem taxas de 100% de reciclagem dos materiais que têm. A sustentabilidade exige colaboração entre produtores de embalagens, gestores de resíduos e recicladores.”, sublinha. De Portugal para o mundo Mensalmente, a unidade da Bracicla, em Amares, tem capacidade para processar cerca de 10 mil toneladas de resíduos por mês, que, depois de tratados, rumam às grandes fábricas de papel nacionais e internacionais, na Ásia, Estados Unidos, ou Norte da Europa. Mas uma visão integrada da gestão de resíduos implica olhar para o ambiente como um todo. “Estando nesta área temos de dar o exemplo através do nosso posicionamento, descobrindo constantemente formas inovadoras de trabalhar ecologicamente. O papel, resíduo com que trabalhamos maioritariamente, é um exemplo de circularidade. Acredito que todas as fileiras dos resíduos podem inspirar-se neste exemplo do papel e aplicarem os princípios da economia circular à sua escala.”, refere. Hoje com meia centena de colaboradores divididos entre a Bracicla e a Bracargo, os serviços da empresa passam essencialmente pela recolha, triagem, valorização, reutilização e encaminhamento dos resíduos para o destino final adequado, entre outras áreas mais específicas, como o serviço de destruição de arquivos. Dentro de portas a tecnologia é fator de diferenciação com equipamentos de referência no setor, como uma unidade de triagem e enfardamento dos fardos de papel e plástico semiautomática e uma estação automática capaz de produzir um fardo de 1500 quilos por minuto, que a par da qualidade dos recursos humanos, têm contribuído para o crescimento sustentado da empresa. Educação e cidadania ambiental António assegura que a educação é outra peça chave para o sucesso da reciclagem e da sustentabilidade, destacando a importância de relembrar e informar o público sobre práticas corretas de separação e reciclagem. Muitas vezes, a falta de conhecimento leva à contaminação dos resíduos, tornando o processo de reciclagem mais difícil e menos eficaz. “É fundamental passar a mensagem sobre a reciclagem e educar as pessoas sobre como separar corretamente os seus resíduos. A consciencialização pública e a formação contínua são ferramentas essenciais para garantir que as práticas de reciclagem sejam seguidas e que os resíduos sejam geridos de maneira eficiente. O futuro do planeta não é reciclável, o caminho passa por apostar numa sensibilização massificada dos consumidores e das empresas. É tempo de assumirmos que todos nós somos gestores de recursos, sendo urgente adotar comportamentos ambientais adequados, protegendo o planeta, reduzindo, reutilizando e reciclando.”, defende. Desafios e oportunidades no setor da reciclagem O setor de reciclagem enfrenta uma série de desafios, das flutuações no valor dos materiais recicláveis ao aumento dos custos operacionais. António revela que a gestão dos resíduos é uma área com margens de lucro estreitas e custos que estão sempre em alta. “O valor do resíduo oscila e as margens de lucro são muito pequenas. A nossa missão é encontrar soluções que sejam economicamente viáveis e ambientalmente sustentáveis,” partilha. No entanto, os desafios trazem também oportunidades. O crescimento do mercado de reciclagem, a inovação em processos e a expansão das tecnologias de separação e compactação são áreas onde há muito a desenvolver. O responsável vê a inovação e a adaptação como fatores chave para o sucesso futuro do setor, com um foco constante em melhorar a eficiência e a sustentabilidade. O futuro da reciclagem Olhando para o futuro, António Veloso partilha uma visão ambiciosa para a Bracicla e para o setor de reciclagem como um todo. “Esperamos um ano recorde em termos de quantidades processadas e volume de negócios. O objetivo é crescer de forma sustentável, não apenas em termos de volume, mas também em termos de impacto ambiental positivo. O futuro da reciclagem passa pela a continuidade do trabalho em novas soluções para resíduos orgânicos, a implementação de embalagens mais sustentáveis e a promoção de uma economia circular que se estenda por toda a cadeia de valor, desde a produção até ao reaproveitamento dos materiais recicláveis.”, conclui. Morada: Figueiredo, Rua de Santo Aleixo, 4720-427 Amares, Braga Contacto: 253 216 931 Facebook: Bracicla Linkedin: BRACICLA Unipessoal Lda Site: www.bracicla.pt “O setor da mobilidade está a viver um momento de transformação” “O conceito de naturalidade está no topo das maiores tendências de hair design”
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