Está a nascer o maior projeto residencial para idosos na região do Vale do Sousa

Um inovador conceito de Cohousing, que promove a autonomia dos seus residentes, um claro envolvimento com a comunidade e um modelo de gestão diferenciado voltado para as necessidades dos idosos do futuro. Está a nascer na cidade da Lixa o maior projeto Residencial para idosos da Região do Vale do Sousa, uma parceria entre a conhecida empresa M.C.Meireles, Lda e a AS Acolhimento Sénior, empresa de referência na gestão de Estruturas Residenciais para Idosos. A Spot esteve à conversa com Isaque Dias e Daniela Gomes, responsáveis pela AS Acolhimento Sénior, sobre as estratégias que procuram construir no presente, um futuro adaptado às necessidades dos ‘novos idosos’…

Consideram que este conceito de futuro associado a uma Estrutura Residencial para Idosos vem traçar um novo paradigma na região?

Será o projeto de referência no território do Vale do Sousa. Pela capacidade instalada, pelos serviços que vamos desenvolver e pelos postos de trabalho que vamos criar. Esta antevisão daquilo que serão as necessidades dos ‘novos idosos’ reflete-se nomeadamente na aposta num novo modelo arquitetónico inovador. O perfil dos idosos das próximas décadas será bastante diferente. É preciso compreender hábitos sociais e culturais desta ‘nova geração de idosos’ e apostar em modelos arquitetónicos mais atraentes, cómodos e interativos, com muita luz natural e bastantes espaços verdes.

Questões como a individualização dos espaços tornam-se cruciais para aquela que tem vindo a ser a grande linha condutora do modelo AS – Acolhimento Sénior, preservar a individualidade dos seus residentes?

Este projeto é provavelmente a Estrutura Residencial para Idosos mais avançada do ponto de vista arquitetónico. Em primeiro lugar, porque 90% da capacidade desenvolve-se em quartos individuais e/ou apartamentos. Os apartamentos são uma resposta inovadora dentro da própria Estrutura Residencial, pois permitem a existência de uma comunidade com interesses partilhados e com facilidade no acesso aos serviços. O objetivo passa por desenvolver o modelo de cohousing dentro da própria Estrutura Residencial. Em segundo lugar, pelos vários espaços verdes e de lazer e, por fim, pela sua centralidade que permite que a maior parte dos residentes com autonomia possam continuar a manter uma série de estilos de vida, com proximidade a diversos serviços, como padarias e pastelarias, Igreja, bancos, supermercados, entre outros. O projeto vai contar também com um Serviço de Apoio Domiciliário 24horas.

“Este projeto é provavelmente a Estrutura Residencial para Idosos mais avançada do ponto de vista arquitetónico.”

Os novos conceitos do envelhecimento deixaram de ser uma visão de futuro, para passarem a ser uma realidade do presente?

Consideramos que o envelhecimento é cada vez mais uma missão empresarial. Só com empresas como a MCMeireles – promotora deste projeto – é que vamos conseguir continuar a mudar o paradigma do envelhecimento. Este investimento permitirá ao projeto AS – Acolhimento Sénior maior capacidade de inovação e o desenvolvimento de novas práticas e serviços. Manuel Carvalho de Meireles foi um homem persistente e ousado no mundo do trabalho, interveio nos diversos setores da indústria e comércio da construção civil, imobiliário, combustíveis vinhos e turismo, sem esquecer o apoio às instituições locais e causas sociais, nomeadamente na sua cidade da Lixa, junto dos Bombeiros Voluntários, da Igreja e da Casa do Povo. Enfrentou contrariedades e dificuldades, nunca perdeu a coragem, a força e a esperança de um futuro melhor, sentimentos que o levaram, entre outras grandes obras, a iniciar a construção de uma estrutura residencial para idosos na terra que o viu nascer e que agora se concretiza. Daqui nasce a parceria da M.C.Meireles Lda, proprietária do empreendimento com a AS – Acolhimento Sénior.

“Consideramos que o envelhecimento é cada vez mais uma missão empresarial. Só com empresas como a MCMeireles – promotora deste projeto – é que vamos conseguir continuar a mudar o paradigma do envelhecimento.”

O modelo integrado e multidisciplinar da AS Acolhimento Sénior é preconizador desses cuidados de mudança, pensados para as ‘diferentes formas de envelhecer’?

O futuro das residências sénior deve passar cada vez mais por facultar uma experiência enriquecedora e ativa, com foco no desenvolvimento físico e intelectual dos seus residentes. O estímulo físico e cognitivo são os dois principais focos de intervenção do projeto AS. Procuramos diariamente que a equipa médica, a equipa de enfermagem, fisioterapeutas, gerontólogos e técnicos de estimulação, psicólogos, nutricionistas, ajustem e adaptem as suas intervenções às necessidades, interesses e objetivos de cada residente.

Depois de uma vida ativa e participativa na sociedade é necessário encontrar as respostas certas para aquilo a que chamamos os ‘idosos’ de hoje?

Este foi o grande desafio a que nos propusemos aquando da criação do projeto AS e é, claramente, a matriz que nos diferencia. O projeto AS tem um ‘projeto de vida’ para cada um dos seus residentes. Envelhecer é um privilégio e por isso é necessário apostar cada vez mais em cuidados que privilegiem a autonomia da pessoa idosa. Quer no tipo de espaço, aqui evidenciando a modalidade do novo serviço associado aos apartamentos, quer nos serviços que devem procurar respeitar os objetivos de cada residente.

A ligação às artes pode ser parte desse caminho?

Assim como as terapias complementares como o Reiki e a Musicoterapia, falando concretamente do vosso modelo? Sem dúvida. Temos projetos muito diferenciadores nesse sentido, que têm como objetivo promover a ligação à comunidade envolvente, através de artistas ligados à pintura, fazendo também da pintura um meio de estimulação positiva para os residentes da AS. Desenvolvemos também um ‘laboratório experimental’ com terapias complementares como o Reiki e a Musicoterapia, com enorme impacto na rotina dos residentes.

“O futuro das residências sénior deve passar cada vez mais por facultar uma experiência enriquecedora e ativa, com foco no desenvolvimento físico e intelectual dos seus residentes.”

As tecnologias são hoje outro aliado essencial?

Crucial. Quer em termos de comunicação no contato entre residente e família, mas também ao nível da estimulação. Existe hoje uma maior diversidade de meios ao serviço dos residentes e com elevados ganhos, quer físicos, quer cognitivos, principalmente nos residentes com Parkinson e demências.

Estima-se que até 2050, 150 milhões de pessoas em todo o mundo serão afetadas pela demência. O modelo AS continuará a dar especial enfoque a esta área?

Vamos manter a trajetória do projeto nos cuidados especializados na área das Demências, Parkinson e Cuidados Paliativos. Contudo, caminhamos para novas áreas de atuação, das quais destacamos um investimento considerável, já realizado, na área da reabilitação.

“O projeto AS tem um ‘projeto de vida’ para cada um dos seus residentes.”

A sustentabilidade, é no vosso entender, um conceito essencial e transversal ao modelo AS?

Não é possível ser sustentável nesta área sem escala. Só assim é que vamos conseguir atrair os melhores profissionais para o projeto AS e fazer com que contribuam para a diferenciação e crescimento do mesmo.

O caminho passa por continuar a construir as bases de um futuro diferente?

Na medida em que o projeto AS continue a ter investidores que acreditem neste modelo consideramos que estamos a contribuir para essa mudança. É importante ‘replicar’ boas práticas para que haja uma mudança de mindset da sociedade faça às questões relacionadas com o envelhecimento. Enquanto profissionais na área há mais de duas décadas, acreditamos que deve haver uma mudança geracional nesse sentido. Trazer estes assuntos para a ordem do dia. O projeto AS e os seus investidores estão a ‘abrir uma janela’, mas, é preciso perceber que, ou fazemos algo maior e este tema passa a fazer parte das agendas políticas, ou hipotecamos o nosso futuro.

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