“O ecodesign cria impacto positivo em cada etapa do ciclo de vida da embalagem”

Com o crescimento exponencial do e-commerce e uma meta de produção de 86 milhões de embalagens por ano, o ecodesign surge como o coração da filosofia sustentável da CST-Cartonagem S. Tiago, que faz da economia circular o motor das suas operações. Ao longo dos seus 68 anos, tornou-se um exemplo vivo de como a sustentabilidade pode ser transversal a todos os aspetos do negócio, da escolha das matérias-primas à meticulosa otimização dos processos produtivos e redução do desperdício gerado. Segundo Rui Pedro Carvalho, um dos administradores do grupo, transformar resíduos em recursos continua a ser uma missão importante.

Participação no Concurso Nacional de Sustentabilidade: A materialização de uma filosofia diária

No contexto atual, o packaging assume desafios estratégicos que vão desde a comunicação eficaz à promoção ativa da sustentabilidade ambiental. Na busca incessante por práticas sustentáveis e responsáveis, a CST continua a destacar-se pelo seu compromisso com a sustentabilidade do planeta.

A decisão de participar no Concurso Nacional de Sustentabilidade foi impulsionada pela oportunidade de dar visibilidade aos projetos que a empresa desenvolve diariamente. “A sustentabilidade está profundamente enraizada no nosso ADN, refletindo-se em todas as nossas escolhas, desde o desenvolvimento de embalagens de papel e cartão até à implementação de um ciclo de vida de produto que abraça a economia circular.

Desde 1980, a Cartonagem S. Tiago demonstra o seu compromisso ambiental com a instalação da primeira estação de tratamento de águas residuais (ETAR). “Naquela época, enquanto muitos rios sofriam com a poluição industrial, nós investimos numa infraestrutura de tratamento de águas para devolver à natureza em melhores condições o que dela retirávamos. Este pioneirismo verde foi seguido por uma série de projetos. Estamos ativamente comprometidos com a eficiência energética, com a mobilidade elétrica e com as energias renováveis, nomeadamente a energia solar fotovoltaica, rumo à redução da nossa pegada ecológica. A reciclagem e valorização de resíduos, o ecodesign nas embalagens para minimizar o uso de recursos e as certificações FSC que detemos, que asseguram que o papel provém de florestas geridas de forma sustentável, são apenas algumas das muitas iniciativas que evidenciam o nosso empenho na sustentabilidade em todas as áreas da nossa atividade.”, garante o responsável.

Um mindset ecológico recentemente reconhecido no Concurso Nacional de Sustentabilidade, onde a Cartonagem S. Tiago apresentou o projeto ‘Resíduos Transformam-se em Recursos’. “Com este projeto, a CST pretende recuperar 100% dos resíduos de papel e metal, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O projeto ‘Resíduos Transformam-se em Recursos’ não só é um reflexo natural das nossas práticas diárias, mas também um exemplo de como a sustentabilidade pode ser integrada na produtividade e na valorização de resíduos. Optámos por sistemas automáticos de recolha e valorização de resíduos, uma escolha que se revelou extremamente vantajosa, tanto em termos de produtividade como na criação de valor.

Tivemos a satisfação de ver que o projeto foi amplamente reconhecido e valorizado pela comunidade e pelos especialistas da área, o que evidencia o sucesso das nossas iniciativas.”, assegura.

Sustentabilidade como investimento e responsabilidade

Segundo Rui Pedro Carvalho, a sustentabilidade não deve ser vista simplesmente na perspetiva do custo, mas como um investimento essencial para o futuro. “Na Cartonagem S. Tiago a sustentabilidade está presente em cada tomada de decisão. Temos a responsabilidade de deixar um planeta habitável para as gerações futuras, utilizando os recursos de maneira eficiente. Esse compromisso traz desafios, mas também impulsiona a inovação e a competitividade. Os nossos clientes e o mercado requerem cada vez mais práticas sustentáveis e nós estamos prontos para responder a essas exigências com soluções inovadoras.

A empresa, que possui a certificação ISO 14001:2015, instalou tapetes automatizados para a recolha de resíduos de cartão/cartolina na sua unidade industrial, garantindo que os resíduos denominados pré-consumo, têm a pureza necessária para dispensa de triagem no processo de reciclagem. Além disso, distribuiu ecopontos industriais por toda a unidade fabril, com o objetivo de facilitar e sensibilizar para a recolha e separação de resíduos e está também a implementar um sistema de reutilização de águas residuais industriais, contribuindo, assim, para a sustentabilidade hídrica.

A gestão otimizada dos resíduos de metal está igualmente no centro das operações da CST. Por um lado, a formulação interna de tintas no laboratório diminui o consumo de recipientes metálicos de transporte e, por outro lado, a escolha de chapas de impressão mais resistentes permite aumentar a longevidade e reutilização. No final de ciclo são reintroduzidas no ciclo dos metais, aumentando a reciclabilidade desses materiais. Paralelamente, foi implementado um sistema de reutilização de caixas contentoras de acondicionamento, reduzindo não só a pegada de resíduos da empresa, mas também a dos clientes.

“A par de tudo isto, através do ecodesign, os nossos designers estão empenhados em criar caixas que utilizem menos recursos, tanto na produção como na matéria-prima e na vida logística. Optar por embalagens mais leves e eficientes reduz a quantidade de paletes necessárias para o transporte ao cliente, gerando benefícios económicos e ambientais. Temos um checklist rigoroso que seguimos no desenvolvimento de cada embalagem. Se conseguirmos produzir a mesma caixa com menor custo e impacto ambiental, todos ganham.”, garante.

Impacto social e inovação tecnológica

Além do impacto ambiental, a Cartonagem S. Tiago entende a importância do seu papel social, os resultados vão além da geração de lucro. “Com uma história de 68 anos, a empresa investe na formação contínua dos seus colaboradores e promove bolsas de estudo e apoio aos familiares, com o objetivo de promover práticas laborais, como os direitos humanos, trabalho e formação, diversidade, igualdade de género, saúde e bem-estar dos trabalhadores. Participamos e patrocinamos eventos e projetos sociais, desportivos e culturais, contribuindo para o desenvolvimento da comunidade onde estamos inseridos.

Somos uma grande família de 250 pessoas que promove a sustentabilidade também na comunidade, através de ações como plantação de árvores, uso responsável de água e sensibilização para a redução do uso de plástico.”, refere.

Tendências futuras e interação com o consumidor

O setor das embalagens de papel e cartão é dinâmico e exige inovação constante. “A cada dia, os profissionais do setor enfrentam o desafio de equilibrar a funcionalidade com a estética, o custo e a sustentabilidade. Por exemplo, numa caixa de cosméticos, a função primária é a proteção do produto, mas também é fundamental que a embalagem transmita os valores da marca e a proposta de valor do produto, criando uma experiência que crie ligação emocional ao consumidor.”, exemplifica Rui Pedro Carvalho.

O futuro das embalagens está na interação com o consumidor/utilizador. “Utilizando realidade aumentada, por exemplo, podemos transformar uma simples caixa num meio de comunicação rico, oferecendo experiência e interação com informações detalhadas e interativas sobre o produto. Numa caixa de vinho podemos ter um QR code que nos direciona para uma visita 3D à adega, uma harmonização gastronómica do vinho ou para a descrição do terroir de origem”, revela.

A Cartonagem S. Tiago integrou recentemente o grupo Atlantic Box, S.A, composto pelas empresas CST – Cartonagem S. Tiago, Cartonagem Cardoso e ECC – Empresa de Cartão Canelado, dedicadas à produção de embalagens de papel e cartão. Através de uma abordagem integrada, o grupo oferece soluções inovadoras e sustentáveis de embalagens e continua a expandir as suas operações e a liderar pelo exemplo no setor de embalagens sustentáveis. 

“Sendo um dos maiores grupos de produção de embalagens de papel e cartão com capitais nacionais, com capacidade de produção anual de aproximadamente 130 milhões de embalagens, a nossa meta para o futuro próximo é aumentar esta capacidade para 180 milhões de embalagens por ano, o que implicará uns investimentos adicionais de 10 milhões de euros.

Estamos a focar-nos na implementação de um sistema de logística e operações mais eficaz, empregando a metodologia Kaizen para otimizar os processos produtivos entre as fábricas e promover uma abordagem mais sustentável e económica. Esta estratégia envolve a criação de um sistema integrado de transporte de cartão entre as unidades, perseguindo não apenas a eficiência económica, mas também a redução do impacto ambiental das nossas operações.

Ao adotar e promover a sustentabilidade, as empresas não só ajudam a proteger o meio ambiente, mas também demonstram que é viável e vantajoso alinhar crescimento com responsabilidade ambiental. Este é um caminho que não só é necessário, mas também inevitável para o sucesso a longo prazo.”, conclui o responsável.

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