Diversão/FORMAÇÃO “A dança é uma bonita soma de sonhos e pessoas e, por isso, só faz sentido quando partilhada” By Revista Spot | Junho 4, 2024 Junho 5, 2024 Share Tweet Share Pin Email Dizem que a dança, como qualquer outra forma de arte, já nasce connosco e, no caso de Diana Sá Carneiro, esta verdade não podia ser mais absoluta. Quando dançamos sentimos a liberdade de sermos nós, despidos de máscaras e preconceitos, entregues apenas à verdade do nosso ser. E foi assim que a dança entrou na sua vida, muito antes de aprender sequer a ler e a escrever. Uma paixão que assumiu a forma de partilha no dia em que decidiu criar uma escola movida por ideais que hoje inspiram centenas de pessoas. A comunidade, unida pela arte, não para de crescer e já transpôs as fronteiras das salas de aula. Sentada de frente para o “seu palco”, Diana Sá Carneiro, diretora da Ent’Artes – Escola de Dança, responde-nos de olhar sereno e decidido: se isto não é amor, então o que será? O encontro com a dança Antes mesmo de dominar as palavras, os seus pés já desenhavam o caminho a seguir, com a dança entranhada em cada memória da sua infância. Dançar é o seu destino, o seu propósito, desde que se lembra. Tornou-se uma forma de existir, de respirar e de se ligar com o mundo. Levada pela mão da mãe às aulas de ballet, os seus dias dividiam-se entre aulas e ensaios, não por obrigação, mas por uma necessidade visceral de se mover, de transformar a energia em movimento. Cresceu sem nunca abandonar essa paixão, apesar de inúmeras outras áreas que também lhe interessavam, como a genética molecular na qual fez mestrado. Contudo… a dança prevaleceu. Desde muito jovem, demonstrou uma determinação impressionante. Com apenas 13 anos, convenceu os pais a deixá-la ir diariamente para o Porto para continuar os seus estudos de dança. Esse apoio foi incondicional para que pudesse seguir os seus sonhos. “Foi aí que aprendi que a dança podia viajar para fora do estúdio. Recordo-me que começámos a pisar desde cedo os palcos de inúmeros teatros do Porto e fora dele.”, conta. Aos 19, já estava a dar aulas de dança, conciliando essa paixão com os estudos de Microbiologia no Porto. “Essa fase marcou um período de grande crescimento e amadurecimento, tanto pessoal como profissional.”, recorda. A Ent’Artes A sua carreira como professora de dança começou em Chaves, e, mesmo com os desafios de viajar longas distâncias, a sua dedicação nunca esmoreceu. “Além de ir a Chaves, passava também em Montalegre para dar aulas. Recordo-me que o meu dia parecia ter 48 horas, mas era fascinante poder levar a dança tão longe. Fora dos grandes centros urbanos, onde as pessoas têm um acesso mais limitado ao ensino artístico.”, refere. Este comprometimento refletiu-se em todas as etapas da sua vida profissional. Quando as aulas começaram a atrair alunos de fora do colégio de Braga onde, entretanto, também lecionava, surgiu o desejo de abrir a sua própria escola. “Acima de tudo porque havia muita vontade e porque as pessoas que se foram reunindo ao longo dos anos acreditavam num projeto que pudesse unir uma comunidade em torno da dança.”, lembra. Assim nasceu a Ent’Artes, um espaço onde a dança e a arte se entrelaçam num ambiente de cooperação e sinergia. “A Ent’Artes sempre foi essa bonita soma de pessoas.”, garante. Entre Chaves e Braga, a Ent’Artes foi crescendo não apenas como uma escola de dança, mas como um epicentro cultural, oferecendo uma variedade de modalidades e oportunidades. A escola, aos dias de hoje em Braga, tem sido um berço de talentos, levando os seus alunos a competições internacionais e promovendo espetáculos que tocam profundamente o público. Em 2016, foi às semifinais do prestigioso Youth America Grand Prix (YAGP), e, em 2017, chegou à final em Nova York, um feito que marcou um grande passo na sua trajetória. Em 2019 nasceu a escola como hoje a conhecemos, com instalações de topo e que recebem alunos diariamente. De pessoas para pessoas Diana sempre enfatizou a importância do trabalho em equipa e da sinergia. Acredita que o sucesso da Ent’Artes se deve à paixão e ao empenho de todos. Para a responsável, cada vitória é partilhada e cada desafio é superado em conjunto e isso reflete-se na qualidade e na profundidade dos trabalhos apresentados pela escola. Atualmente com 330 anos alunos e as mais diversas modalidades lecionadas por professores certificados, a Ent’Artes também se destaca pela inclusão e diversidade. De crianças a adultos, todos encontram na dança uma forma de expressão e realização pessoal. A criação de novas categorias em competições para adultos, demonstra a inovação e a capacidade de adaptação da escola às necessidades dos seus alunos. “Recordo-me que os nossos alunos adultos queriam ir a competição e, após alguma insistência da nossa parte, foi criada a categoria Gold para que eles pudessem demonstrar o seu talento em palco. Hoje estão na final do Campeonato da Europa. Têm as suas carreiras, as suas famílias, mas no palco são bailarinos de corpo e alma.”, confessa. Para lá das fronteiras da escola Além das aulas de dança, a Ent’Artes participa em inúmeros eventos culturais. “Damos por nós a aceitar imensos desafios para lá do calendário, como a recente inauguração da obra de Joana Vasconcelos, o Festival Literário Utopia, entre tantas outras celebrações que acontecem. A dança só faz sentido em movimento.”, assume. Cada evento é uma oportunidade de mostrar o talento e a dedicação dos alunos, consolidando a escola como um importante polo cultural. “A Ent’Artes já não é só dança e assim surge uma sucessão de projetos, como o Motus Dance, uma estrutura pré-profissional, que procura dinamizar a dança em Portugal, oferecendo aos jovens bailarinos que a integram a experiência de trabalharem em residência artística com os mais conceituados coreógrafos do país.”, explica. Igualmente importante é o Soma das Artes. “Tendo como mote a frase de Aristóteles ‘O todo é maior que a simples soma das suas partes’, bem como as vivências com vários artistas, associações e estruturas ao longo dos anos, criámos um fio condutor que ‘soma’ o trabalho de cada uma das partes e das artes que existem no país. Têm sido diversos os convidados que a Ent’Artes tem trazido aos seus palcos para, em conjunto, criarem espetáculos de enorme qualidade técnica e artística.”, sublinha. Uma escola para todos A Ent’Artes nunca quis ser uma academia de dança tradicional. Conquistou prémios nas mais importantes competições mundiais e tem vindo a destacar-se em intercâmbios com academias de dança de referência, mas a sua maior conquista continua a ser a abordagem da dança na sua definição mais abrangente. Num dia normal, é comum cruzarmo-nos com crianças de dois anos e meio e com os seus avós, ambos alunos numa escola que não impõe limites de idade para a aprendizagem. Levar a Cultura mais longe Levar a cultura a todos é uma das missões mais bonitas da Ent’Artes. Na azáfama das galas e espetáculos perceber a reação do público e de todas as famílias ali presentes demonstra que a dança, e acima de tudo a arte, cumpriram o seu propósito. “A cultura é um sopro vital que enriquece a alma e transforma a sociedade. Quando ela chega a todos, democratiza-se o acesso ao belo, ao profundo, ao que nos faz humanos. A cultura abre portas aos mundos novos, enriquece perspetivas e une pessoas numa experiência coletiva de crescimento e descoberta. É nesse contexto que a escola de dança assume um papel fundamental, tornando-se uma ponte entre a arte e a comunidade, um espaço onde pais, filhos e educadores se encontram e se conectam através do movimento e da expressão. Cada espetáculo é um convite para que os pais se aproximem da arte, para que se emocionem com a leveza dos movimentos e com a história contada pelo corpo. Nos espetáculos, a magia acontece. As luzes, os figurinos, a música e a coreografia unem-se para criar um momento de pura poesia visual. É neste cenário que os pais se veem não apenas como espectadores, mas como participantes ativos desse universo artístico. Pôr os pais a falarem em casa sobre a música, dança e repertório. Envolver no backstage coreógrafos, bailarinos, técnicos de iluminação, equipa de marketing, de produção, maquilhagem, figurinos e perceber que tudo funciona de forma fluída, fruto de meses, dias e horas de muita preparação, ensaio, trabalho e investigação, é verdadeiramente gratificante.”, assume. Uma missão de vida Para Diana, a dança é uma forma de vida, uma arte que transforma pessoas. “As crianças aprendem desde cedo a expressar aquilo que lhes vai na alma, que as inspira. Aprendem a ser livres, num palco, a escrever, a pintar, a tocar. A linguagem da arte é uma só. A dança também é uma ferramenta poderosa de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Ela desafia-nos a ultrapassar limites, a conhecer melhor o nosso corpo e a explorar novas formas de expressão. Através dela, aprendemos a disciplina, a perseverança e a importância da ligação entre mente, corpo e espírito. Os alunos aprendem a importância da organização, da gestão do tempo, da calendarização, método esse que levarão para a vida, façam o que fizerem. A dança abre horizontes, ensina-nos o respeito pelo outro, da cooperação, da igualdade. Ensina-nos que na vida não existem apenas preto nem branco, mas uma profusão de novas cores e mundos por explorar.”, evidencia. De um lado, a gestora e pragmática Diana, que leva o seu projeto a bom porto. Do outro, a sonhadora e criativa, que vive num desassossego descontente, quer sempre mais, levando os outros a crescerem consigo. E mesmo quem siga diferentes caminhos, leva para sempre consigo a dança. Entre palcos e competições nacionais e internacionais, a história promete continuar, com a certeza de que a paixão, a dedicação e o apoio mútuo podem criar algo verdadeiramente belo e impactante. “Quando dançamos, libertamo-nos das amarras do quotidiano, encontramos liberdade no movimento e cultivamos um estado de presença pura. A dança é um ato de resistência e resiliência, um lembrete constante de que, apesar das adversidades, há sempre beleza e esperança na expressão do corpo.”, frisa. Numa área desafiante e num caminho nem sempre fácil, a Ent’Artes é, acima de tudo, um exemplo inspirador de como seguir o coração e acreditar nos nossos sonhos pode levar a realizações extraordinárias, tocando a vida de muitas pessoas e deixando uma marca incontornável no mundo da dança e das artes. Sentada num dos teatros que a acolheu, Diana não tem dúvidas do caminho a seguir: “A dança é uma bonita soma de sonhos e pessoas e, por isso, só faz sentido quando partilhada.” Mãe, professora, gestora e uma mulher de ideais, Diana Sá Carneiro promete que a Ent´Artes vai sempre a chegar todos aqueles que ousam sonhar onde o coração os levar. “A dança lembra-nos que, apesar das nossas singularidades, somos todos parte de uma grande coreografia, onde cada um tem o seu papel único e essencial. É desse amor coletivo que a Ent’Artes é feita.” Morada: Rua Dr. Manuel de Oliveira 23 R/C, Dume 4700-056 Braga Contacto: 964 693 247 Facebook: Ent’ Artes – Escola de Dança Instagram: @entartes_escoladedanca Contacto: 964 693 247 Youtube: Ent’Artes Escola de Dança Site: entartes.pt “Empreender na área de depilação a laser é antecipar tendências numa indústria em constante transformação” “O Spa Corporativo valoriza o bem-estar das pessoas, o recurso mais valioso de qualquer organização”
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