Sustentabilidade Castro Group: Entrevista a Paulo Castro, CEO do Castro Group By Revista Spot | Março 26, 2021 Março 26, 2021 Share Tweet Share Pin Email O setor da construção é responsável por 39% das emissões de dióxido de carbono na atmosfera. Gerar crescimento e melhorar a qualidade de vida, sem prejudicar o ambiente, protegendo, simultaneamente, os interesses das gerações futuras tornou-se um dos grandes desafios do Castro Group, que desde 2018 tem um departamento de sustentabilidade empenhado em cumprir com estes objetivos. A Spot esteve à conversa com Paulo Castro, CEO do grupo, sobre os novos paradigmas da construção sustentável… É necessário construir um futuro cada vez mais sustentável? Acreditam que o setor da construção tem um papel essencial nessa mudança de paradigma? Sim, sem dúvida, temos de pensar nas futuras gerações e no mundo que queremos deixar. Passa sobretudo pela valorização do desempenho ambiental na gestão de um empreendimento, a responsabilidade socioambiental, as atitudes proativas e coerentes com a ambição de um desenvolvimento sustentável e sobretudo o compromisso e vontade de ir mais além do que o cumprimento dos requisitos legais. Haverá muitas mudanças a fazer na forma como organizamos as empresas, como ordenamos as cidades, como fazemos circular as pessoas e as mercadorias, como vivemos, basicamente. E é essa uma das principais missões do Castro Group na atualidade? Estamos conscientes do impacto que a nossa atividade tem, quer na comunidade, quer no ambiente. Assim, dando prosseguimento a este compromisso, que assumimos de forma proativa e muito para além das exigências legais, o Castro Group propõe-se ser um promotor imobiliário com projetos autenticados, com uma ou mais, das prestigiadas certificações internacionais – BREEAM, LEED, WELL e WELL Comunity. Estas certificações já provaram ser uma ferramenta vantajosa para todos os stakeholders envolvidos nas fases do processo imobiliário, funcionando como um guia para investidores, promotores, arquitetos e construtores na gestão eficiente e criteriosa dos recursos e contribuindo, simultaneamente, para a premente sustentabilidade do planeta e para a valorização do ativo no curto, médio e longo prazo. Consideram categorias de avaliação como por exemplo: gestão, poluição, transportes, energia, resíduos, água, saúde e bem-estar, inovação, território e matérias primas, permitindo assim a comparação entre empreendimentos, utilizando pressupostos iguais e objetivos. “Estamos a trabalhar na obtenção de um rating de sustentabilidade do grupo e na certificação de todos os edifícios que viermos a promover no futuro.” Quando falamos em construção sustentável, falamos de que novo paradigma na conceção, construção e manutenção dos edifícios? Devemos pensar em cada uma das etapas do processo de construção até o fim do ciclo de vida de um edifício com responsabilidade. Para isso, é fundamental utilizar matérias-primas e processos eficientes, otimizar recursos e ter presente o impacto que aquela intervenção terá para a comunidade em que se insere, mas também para o meio ambiente e para o mundo em geral. Este compromisso não passa apenas pela nossa ação, mas também pela escolha de parceiros que comunguem desta sensibilidade e também eles adotem uma política de compromisso sustentável. A vossa nova sede é exemplo disso? Para nós a reabilitação é claramente sustentável. Desde o ‘primeiro dia’ a intervenção foi estudada numa perspetiva sustentável, tendo em conta os desempenhos ambiental, técnico-funcional e económico, minimizando os custos e impactos ambientais associados. A intervenção desenvolveu-se, assim, numa intenção sustentável de acréscimo de valor patrimonial e com dois níveis de atuação: um primeiro com um carácter de valorização do edificado existente, seja pela reciclagem/regeneração de usos, seja pela sua reabilitação; um segundo, que se traduz na construção de edificado novo, sem violentar a tipologia preexistente. A otimização de recursos naturais e respeito pelos princípios ambientais exige um conhecimento acrescido? O nosso desafio é fazer uma gestão sustentável voltada para os resultados da empresa e, também, para a sociedade e o meio ambiente. Será mais fácil atingir os nossos objetivos se todos conhecermos as vantagens e a importância da sua implementação. Desde a restruturação do grupo que delineamos a necessidade da criação de um departamento de sustentabilidade. Estamos a trabalhar na obtenção de um rating de sustentabilidade do grupo e na certificação de todos os edifícios que viermos a promover no futuro. “Assumimos a sustentabilidade como um dos nossos valores corporativos. Juntos, com pequenos gestos, no dia-a-dia, faremos a diferença e alcançaremos um propósito maior que se refletirá na pegada que deixamos no nosso planeta.” Que projetos têm neste momento em curso que reflitam já esta filosofia/preocupação? Temos projetos em desenvolvimento que estão ao nível do melhor que se faz pelo mundo nesta matéria, projetos que promovem a eficiência no uso da água e energia e privilegiam o uso de materiais com menor pegada ecológica. Existem múltiplas estratégias a seguir primando o conforto do usuário e meio ambiente. Um em particular está a ser trabalhado para obter a certificação LEED Gold, NZEB e WELL Comunity. A equipa de projeto trabalha na definição das melhores estratégias e soluções de sustentabilidade, para reduzir o impacto na saúde dos indivíduos e o meio ambiente ao longo da vida do edifício – conceção, construção, operação e manutenção. A incorporação da sustentabilidade na nossa atividade é encarada com seriedade e como um novo atributo de competitividade e diferenciação. O que é que ainda há a fazer nesta área? Quais os próximos passos a dar? O desenvolvimento sustentável veio para ficar e não temos dúvidas sobre caminho a percorrer. Estamos a trabalhar com a plataforma Ecovadis que é líder na classificação de sustentabilidade empresarial e, já este ano, iremos elaborar um relatório de sustentabilidade do grupo de acordo com as normas GRI (Global Reporting Initiative). Pelo caminho continuamos a adotar um conjunto de boas práticas, nomeadamente, privilegiar a adoção nos projetos de design sustentável, foco nas compras sustentáveis, locais, economia circular, mobilidade elétrica (já superamos a fasquia dos 50% de frota elétrica), gestão de resíduos e reciclagem, tecnologia, eficiência energética, descarbonização, desperdício alimentar ‘nearly zero’, etc. Em resumo, transformar as boas práticas nas práticas comuns. Quais as grandes vantagens a médio e a longo prazo? Pessoas mais saudáveis, mais felizes e um mundo melhor, onde possam coexistir todas as espécies. Cada trabalho continua a refletir a vossa assinatura ‘de pessoas para pessoas’? As pessoas serão sempre, para nós, um pilar e uma inspiração. É para elas e com elas que trabalhamos diariamente. É também por elas que queremos fazer sempre mais e melhor. É esta vertente humana que faz parte do nosso ADN que nos faz refletir constantemente sobre a importância da sustentabilidade e o impacto que as nossas ações hoje, terão no futuro. São estes valores que pretendemos passar. www.castro-group.pt Ecomovimento: Combater a poluição com a recolha de óleo alimentar usado Grupo M. & Costas: Conduzir o destino do setor automóvel rumo ao futuro
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