SAÚDE Campus Neurológico de Braga: “O aumento da prevalência de doenças neurológicas requer respostas inovadoras” By Revista Spot | Março 14, 2024 Março 21, 2024 Share Tweet Share Pin Email O aumento da prevalência de doenças neurológicas é uma preocupação crescente em todo o mundo, desafiando a saúde pública e os sistemas de cuidados médicos. De acordo com Margarida Rodrigues, neurologista e coordenadora do CNS Braga, a investigação e o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas são um caminho essencial, perante uma realidade que requer respostas inovadoras ao nível do diagnóstico, tratamento, prevenção e cuidados integrados. O CNS – Campus Neurológico nasceu para ser essa resposta. 10 anos depois de escrever novos capítulos na área da saúde neurológica em Portugal, acaba de abrir a sua primeira unidade no Norte do país, em Braga. O que é que os leitores poderão encontrar na nova clínica de Braga? O CNS foi criado em 2014, em Torres Vedras, pelo Professor Joaquim Ferreira e distingue-se pela sua abordagem inovadora, multidisciplinar e integrada no tratamento e gestão de doenças neurológicas, centralizando todas as terapias necessárias para os pacientes. Após 10 anos de prática clínica e investigação na área da saúde neurológica em Portugal, e a abertura de outra unidade em Lisboa, o CNS decidiu expandir a sua área de atuação ao Norte do país. O CNS Braga vai permitir oferecer à população de Braga e do Norte do país uma abordagem especializada e multidisciplinar no tratamento de múltiplas doenças neurológicas. Além de disponibilizar consultas nas diferentes áreas da neurologia: doença vascular cerebral, doenças movimento, demências, doenças neuromusculares, cefaleias, epilepsia, sono, Esclerose Múltipla ou neuropediatria; no CNS o doente encontra também tratamentos complementares com Fisioterapia, Terapia da fala, Terapia Ocupacional, Treino cognitivo/ psicologia e nutrição. O trabalho em equipa entre terapeutas e especialistas de diferentes áreas com competência no tratamento dos problemas clínicos associados a estas doenças, como entre outras, permite abordar cada aspeto da condição do paciente de maneira integrada. Procuramos, sobretudo, oferecer aos pacientes o acesso não só ao melhor neurologista especializado na sua condição, mas também a uma gama completa de terapeutas e outras especialidades médicas complementares à Neurologia, como Medicina Física e de Reabilitação, Medicina Interna, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Urologia, entre outras. Esta abordagem permite uma análise mais completa e uma intervenção mais direcionada, considerando as diversas facetas das condições neurológicas, que, muitas vezes, apresentam sintomas complexos e inter-relacionados. É importante este olhar centrado no doente? Um dos principais benefícios dessa abordagem é a agilidade na identificação e resolução de problemas. Uma vez que os profissionais envolvidos estão familiarizados com doenças neurológicas e as suas manifestações, podendo rapidamente reconhecer sintomas e desafios específicos e encaminhar o paciente para o especialista mais adequado para dar resposta às suas necessidades. Além disso, a colaboração entre os membros da equipa multidisciplinar permite uma troca contínua de informações e experiências, garantindo uma compreensão completa da pessoa e das suas necessidades. Este trabalho de equipa permite garantir um cuidado integrado e coordenado, com cada profissional a contribuir com o seu input para o plano de tratamento geral. A multidisciplinaridade pode ditar a diferença no acompanhamento da doença neurológica? Completamente. As equipas do CNS realizam reuniões regulares para discussão de casos e atualização científica, garantindo que todas as especialidades envolvidas estejam alinhadas no plano de cuidados de cada paciente. Essa cooperação interdisciplinar otimiza os resultados clínicos e melhora a experiência do paciente, em contraste com a abordagem fragmentada muitas vezes encontrada no sistema de saúde convencional. O CNS aposta na educação contínua dos seus profissionais de saúde, promovendo cursos, workshops e reuniões científicas para atualização e melhoria contínua. E esta iniciativa não se limita aos nossos profissionais de saúde, o CNS também se dedica à formação de pacientes e cuidadores, capacitando-os com conhecimentos e habilidades para gerir melhor as condições neurológicas e aumentar a literacia em saúde neurológica. Além do papel clínico, o CNS procura desempenhar um papel ativo no avanço da pesquisa clínica em Neurologia em Portugal? Sem dúvida e esta nova unidade vai beneficiar de tudo o aquilo que fomos aprendendo ao longo dos últimos 10 anos nas outras unidades do CNS. Falo, por exemplo, de todo o tipo de programas terapêuticos já disponíveis em Torres Vedras e Lisboa, nomeadamente o acompanhamento neurológico e reabilitação de doentes com doenças neurológicas crónicas (Parkinson, Demências, Esclerose Múltipla, sequelas de AVC, etc.). O treino e a colaboração entre os profissionais das várias unidades CNS serão uma mais-valia para os cuidados a serem prestados no CNS Braga. A colaboração e a partilha de informações entre as diferentes clínicas do CNS permite um importante intercâmbio de informação que nos beneficia das melhores práticas existentes. O CNS está profundamente envolvido na disseminação do conhecimento e no avanço da pesquisa clínica em Neurologia. A pesquisa clínica é fundamental, pois permite-nos avaliar objetivamente a eficácia das intervenções que estamos a realizar nos nossos pacientes. Estamos constantemente a procurar formas de melhorar e inovar nas nossas abordagens terapêuticas. Essa cultura de pesquisa e colaboração também se reflete na nossa participação em congressos, onde apresentamos os nossos estudos e aprendemos com o trabalho de outros profissionais. Tudo isto é essencial para garantir que permaneçamos na vanguarda do tratamento de doenças neurológicas e continuemos a oferecer o melhor cuidado possível aos nossos pacientes. Tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar sobre doenças neurológicas. O que contribui para o aumento dessa prevalência? Vários fatores contribuem para esse cenário. O envelhecimento da população é um dos principais, especialmente no que diz respeito às doenças neurodegenerativas, que são mais prevalentes em pessoas mais velhas. Além disso, a maior consciencialização sobre as doenças neurológicas tem levado mais pessoas a procurarem os médicos, resultando num aumento nos diagnósticos. Isso é positivo, pois possibilita o início de tratamentos mais cedo e de forma mais eficaz. No entanto, há também um aumento na prevalência de certas doenças neurológicas, como a Doença de Parkinson, que não pode ser totalmente explicado apenas pelo envelhecimento da população. Outros fatores, como fatores ambientais ou genéticos, estão, seguramente, a contribuir para esse aumento. É essencial estarmos atentos aos sintomas dessas doenças e procurarmos ajuda médica sempre que necessário. A deteção precoce e o acesso a tratamentos adequados são fundamentais para melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes afetados por essas condições. Que sinais podem sugerir a presença de uma doença neurológica? Os sinais que sugerem a presença de uma doença neurológica podem variar consideravelmente, dependendo do tipo específico de condição e das partes do sistema nervoso afetadas. Tentando agrupar os sintomas neurológicos que mais vezes vemos na consulta de neurologia: Alterações cognitivas, como perda de memória, confusão mental e desorientação, podem sugerir a presença de deterioração cognitiva (que pode indicar a presença de uma demência). Outro grupo de sintomas frequentes referem-se às alterações do movimento: tremor, alterações no caminhar, falta de destreza, movimentos involuntários ou quedas. Episódios de perda de consciência, alterações no sono, e dores de cabeça são também queixas frequentes na consulta de neurologia. Alteração da força muscular (que se for repentina deve ser prontamente avaliada no serviço de urgência pois é sintoma de alerta para AVC). É importante reconhecer que estes grupos de queixas devem ser avaliados em consulta de neurologia para um diagnóstico e tratamento adequados. Qual a importância da deteção precoce de uma doença neurológica? As queixas neurológicas podem variar amplamente e a urgência do diagnóstico depende da gravidade e da natureza dos sintomas. No caso de um AVC isquémico (cujos sintomas de alerta são fraqueza num braço/perna, alteração da fala ou assimetria da face) o doente deve ser encaminhado de forma emergente para um serviço de urgência hospitalar com capacidade para tratar AVC (ligar 112) como o Hospital de Braga. O reconhecimento atempado destes sintomas e a procura de ajuda nas primeiras horas é fundamental para melhorar o prognóstico. Para outras queixas neurológicas, como alterações cognitivas, distúrbios do sono, alterações de movimento, entre outros sintomas, é igualmente importante procurar avaliação especializada. O neurologista pode iniciar o processo diagnóstico, e depois estabelecer um prognóstico e tratamento. É possível retardar sintomas, melhorar a qualidade de vida e promover a autonomia dos pacientes? O papel do neurologista é crucial nesse processo, pois ele pode antecipar complicações, promover o conhecimento da doença e fornecer tratamentos complementares, mesmo em condições onde os tratamentos específicos podem ser limitados. Por exemplo, mesmo em doenças com tratamentos ainda não totalmente eficazes, o neurologista pode desempenhar um papel fundamental na gestão dos sintomas, como a dor, que pode ser incapacitante para o paciente. Humanizar os cuidados e envolver o cuidador em todo o processo terapêutico é fundamental? É essencial que o cuidador esteja plenamente informado sobre a doença e seus sintomas, pois isso capacita-o a desempenhar um papel mais eficaz no cuidado do paciente e também para seu próprio bem-estar. Um cuidador bem informado tende a lidar com menos ansiedade perante as situações, pois está preparado para enfrentar os desafios que possam surgir. O papel do cuidador é crucial em todo o processo, especialmente no caso de pacientes com doenças neurodegenerativas, onde a assistência contínua é determinante. O CNS em Casa é um serviço essencial para pacientes que não se possam deslocar à clínica? Este serviço oferece consultas e terapias no domicílio, adaptando-se às necessidades dos pacientes. É importante destacar que o CNS- Braga e Lisboa são clínicas de ambulatório, ou seja, não possui internamento, que está disponível no CNS Torres Vedras. Portanto, o CNS em Casa desempenha um papel crucial ao garantir que os pacientes recebam atendimento médico e terapêutico especializado no conforto de seu próprio lar, proporcionando maior acessibilidade e comodidade às pessoas com limitações de mobilidade. O papel passa, cada vez mais, por promover a literacia nesta área? Sem dúvida. A promoção da literacia na área neurológica é fundamental. O CNS Braga tem um papel ativo na disseminação de informações através das redes sociais, com artigos, publicações e vídeos que procuram educar o público sobre os sintomas, tratamentos e cuidados neurológicos. Isso é essencial para capacitar as pessoas a reconhecerem os sinais de doenças neurológicas e aconselharem os membros da família adequadamente. Uma população informada está mais apta a procurar melhores cuidados de saúde e a tomar medidas preventivas para proteger a sua saúde neurológica. Portanto, ao promover a literacia em saúde, o CNS não só aumenta o conhecimento sobre questões neurológicas, mas também capacita as pessoas a tomarem decisões mais informadas sobre a sua própria saúde e a dos seus entes queridos. Quais são os principais objetivos do CNS Braga? Os objetivos do CNS, com a abertura do seu espaço em Braga, são multifacetados. Em primeiro lugar, o CNS procura preencher uma lacuna nos cuidados de saúde neurológica na região Norte do país. A abertura de uma clínica em Braga vem fornecer acesso mais próximo e conveniente a esses cuidados de alta qualidade, reduzindo a necessidade de deslocação para outras regiões. Outro objetivo passa por promover a disseminação do conhecimento e melhores práticas no campo da Neurologia, através de programas de educação contínua para profissionais de saúde locais e atividades de sensibilização para a comunidade. Pretendemos oferecer cuidados de saúde de excelência, mas também contribuir para a melhoria da saúde neurológica na região. É fundamental reduzir o estigma associado às condições neurológicas? Muitas vezes, as pessoas encaram o diagnóstico como um fim de vida… Quanto mais informadas estiverem as pessoas, mais poderemos reduzir o estigma em torno destas doenças. O lema do CNS é ‘uma forma de cuidar em todas as fases da vida’, que reflete o nosso compromisso em proporcionar assistência abrangente a todos os pacientes neurológicos, independentemente da idade, ou da natureza da condição. Procuramos, acima de tudo, tratar qualquer doença neurológica e educar e apoiar os pacientes e as suas famílias em todas as etapas do tratamento e em todas as fases da vida. Morada: Avenida 31 de Janeiro, 4710-452 Braga Contacto: 253 401 600 (chamada para a rede fixa nacional) Facebook: CNS – Campus Neurológico Instagram: @cnscampus www.cnscampus.com “A prevenção é fundamental em Ortodontia” “A fisioterapia é a ponte entre o corpo e a mente”
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