“A Auxilium nasceu para quebrar barreiras e transformar vidas, com a missão de incentivar toda a sociedade a falar abertamente sobre saúde mental.”

Nasceu em Braga a Associação Auxilium, uma resposta às crescentes necessidades de apoio à saúde mental e emocional da comunidade. Dinamizada por um grupo multidisciplinar que engloba profissionais de áreas tão diversas como psicologia, direito, educação, medicina, desporto e terapias integrativas, este projeto foi fundado por pessoas unidas pela vontade de fazer a diferença e pelo desejo de promover um diálogo aberto sobre saúde mental. “O objetivo é fornecer apoio personalizado e acessível a todos, independentemente da sua condição, quebrando os estigmas que ainda envolvem a saúde mental. A Auxilium é mais do que uma simples organização, é um movimento que promove a solidariedade, empatia e a construção de uma sociedade mais saudável e resiliente.”, garante Jenny Santos, presidente da associação.

Quebrar tabus
A saúde mental foi, durante muito tempo, tratada como um tema tabu. E apesar de, nos últimos anos, termos vindo a assistir a uma transformação significativa na forma como encaramos o bem-estar psicológico, com um número crescente de pessoas a reconhecer a importância de falar sobre saúde mental, ainda há muito por fazer para que a sociedade aceite, compreenda e valorize de forma plena este aspeto essencial da nossa saúde.
“A associação coloca uma forte ênfase na promoção da literacia emocional, acreditando que ensinar as pessoas a identificar, compreender e gerir as suas emoções é essencial para construir uma sociedade mais resiliente. A nossa missão é capacitar pessoas, famílias e comunidades. Através de palestras, workshops e campanhas educativas, trabalharemos para desmistificar a doença mental. A desinformação muitas vezes alimenta o medo e o preconceito, e a Auxilium procura combater isso com informações baseadas em evidências científicas, criando um espaço seguro onde os desafios emocionais podem ser discutidos abertamente, sem medo de julgamento.”, reforça Jenny Santos.

“Falar sobre saúde mental é, antes de mais, um ato de coragem” Paulo Martins, treinador de andebol e empresário

Colocar o tema na ordem do dia
Paulo Martins, treinador de andebol e empresário, reflete sobre as origens da iniciativa: “Sentimos que era o momento de agir e a Auxilium nasceu dessa vontade coletiva de oferecer apoio real e concreto. Falar sobre saúde mental é, antes de mais, um ato de coragem. Para aqueles que vivem com dificuldades emocionais ou psicológicas, abrir-se sobre o que sentem pode ser um desafio imenso. O medo do julgamento, do estigma ou da exclusão social é uma realidade que muitos enfrentam. Ao falar sobre saúde mental, estamos a reforçar a ideia de que ela é tão importante quanto a saúde física. A mente e o corpo estão profundamente interligados, e ignorar os sinais de sofrimento mental pode levar a consequências físicas graves. A ansiedade, a depressão, o stress e outras perturbações emocionais podem afetar diretamente a nossa qualidade de vida, saúde física e relações pessoais. Quando a sociedade entende que cuidar da mente é essencial, cria-se um ambiente mais saudável, onde todos se sentem mais à vontade para procurar ajuda, seja de um profissional ou através de redes de apoio informais.”, sublinha.

“É importante que a conversa sobre saúde mental aconteça não só entre profissionais de saúde, mas também em todos os contextos sociais. No ambiente de trabalho, nas escolas, nas famílias, nas amizades…” Jenny Santos, empresária

Apostar na prevenção
A associação pretende desmistificar a saúde mental em todas as idades. Jenny Santos salienta: “É importante que a conversa sobre saúde mental aconteça não só entre profissionais de saúde, mas também em todos os contextos sociais. No ambiente de trabalho, nas escolas, nas famílias, nas amizades – todos podem fazer a diferença ao promover uma comunicação aberta sobre os desafios que enfrentamos, sem vergonha ou receio. A normalização da saúde mental nas conversas diárias não só ajuda a reduzir o estigma, mas também fortalece a empatia e a compreensão mútua.”
Este foco em educação emocional estende-se também à capacitação de profissionais que lidam diretamente com o público, como educadores e técnicos desportivos, para que possam adotar abordagens mais sensíveis e eficazes no seu trabalho. “Vamos começar o nosso trabalho pela capacitação desses profissionais, que lidam diariamente com centenas de pessoas. Esta abordagem não só ajuda a melhorar a dinâmica entre educadores, técnicos e seus alunos ou atletas, mas também cria um ciclo positivo que contribui para a melhoria da saúde emocional e do desempenho geral das pessoas envolvidas. A capacidade de um técnico desportivo ou educador identificar e intervir nas necessidades emocionais de alguém pode ser decisiva.
Portanto, investir na formação desses profissionais é mais do que uma simples adaptação ao mercado de trabalho atual. É uma estratégia que visa a criação de espaços mais inclusivos, saudáveis e preparados para enfrentar os desafios emocionais da sociedade atual, onde o apoio emocional contínuo e de qualidade é cada vez mais necessário.”, explica.”, explica.

“Queremos garantir que ninguém fique para trás.” Glória Ferreira, advogada

Um trabalho estreito com a comunidade
A Auxilium empenha-se em colaborar com outras entidades locais para maximizar o impacto das suas ações, reforçando a ideia de que, para promover uma verdadeira mudança, a colaboração e a união de esforços são fundamentais. “Acreditamos firmemente que, juntos, podemos fazer a diferença e criar uma rede de apoio sólida para quem precisa.”, afirma Jenny Santos.
A Associação convida toda a comunidade a participar neste movimento de transformação social. “Parcerias com outras organizações e a colaboração de voluntários são fundamentais para fortalecer as nossas ações. A verdadeira mudança só é possível quando a empatia, o conhecimento e a ação coletiva se unem em prol de um objetivo comum: o bem-estar emocional e a saúde mental de todos. A felicidade não é um destino, mas um caminho a ser trilhado em conjunto, com apoio, compreensão e respeito mútuo.”, salienta Jenny.

Pensar coletivo
A diversidade de áreas profissionais dos fundadores da Auxilium é um dos pilares que sustenta a missão da organização. Glória Ferreira, advogada especializada em direitos de crianças e mulheres, destaca: “Queremos garantir que ninguém fique para trás. A justiça social e o direito de todos a um suporte adequado são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa.”

“Também queremos dar voz aos pais, que se sentem muitas vezes perdidos e não sabem como lidar com os desafios emocionais dos filhos.” Séli Sousa, psicóloga

Séli Sousa, psicóloga na área escolar, acrescenta: “Não se trata apenas de apoiar crianças e adolescentes. Também queremos dar voz aos pais, que se sentem muitas vezes perdidos e não sabem como lidar com os desafios emocionais dos filhos. O envolvimento e o apoio à família como um todo é essencial para o sucesso das intervenções”

“Os animais têm um poder incrível de acalmar e trazer conforto.”Liliana Carvalho, médica veterinária

Liliana Carvalho, médica veterinária, fala sobre a integração de terapias assistidas por animais: “Os animais têm um poder incrível de acalmar e trazer conforto. A ideia é usar essas terapias para ajudar quem mais precisa.”

Para Susana Pedras, psicóloga clínica, Professora Auxiliar e Investigadora Integrada no Centro de Investigação em Psicologia para o Desenvolvimento Positivo (CIPD), da Universidade Lusíada-Norte investigadora, docente e consultora de saúde nos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde: ” Quanto mais cedo as pessoas aprenderem a identificar e gerir as suas emoções, melhores serão as suas relações e a sua qualidade de vida. A aceitação do cuidado em saúde mental, sem estigmas, deve ser um princípio fundamental. Muitas vezes, as pessoas só procuram ajuda quando já estão a enfrentar um quadro clínico grave, quando poderiam ter sido intervencionadas muito antes.

“Quanto mais cedo as pessoas aprenderem a identificar e gerir as suas emoções, melhores serão as suas relações e a sua qualidade de vida.” Susana Pedras, psicóloga clínica

A prevenção permite uma deteção precoce de sinais de alerta e, assim, uma intervenção mais eficaz. Desde a infância até à idade adulta, a educação emocional desempenha um papel fundamental. Ensinar as crianças e os adolescentes a lidarem com os seus sentimentos, a expressarem-se de forma saudável e a desenvolverem resiliência pode ser a chave para evitar o desenvolvimento de problemas mais graves no futuro. É importante que a sociedade, como um todo, crie um ambiente favorável ao bem-estar psicológico. As empresas, por exemplo, podem implementar programas de apoio psicológico, onde os colaboradores possam, sem medo de julgamento, procurar ajuda antes de se encontrarem sobrecarregados. “

“Ainda há quem ache que pedir ajuda é sinal de fraqueza. Na verdade, é um ato de coragem.” Ivete Nabais, terapeuta holística

Ivete Nabais, terapeuta holística, reforça a importância de quebrar preconceitos: “Ainda há quem ache que pedir ajuda é sinal de fraqueza. Na verdade, é um ato de coragem. Todos nós passamos por momentos difíceis e precisamos de apoio. Não estamos sozinhos. Vivemos numa sociedade onde é quase obrigatório parecer bem. A Auxilium quer mostrar que não há problema em não estar bem e que o primeiro passo para melhorar é reconhecer isso.”
Além do trabalho direto com a comunidade, a Auxilium pretende capacitar profissionais e realizar estudos sobre o bem-estar emocional. Jenny Santos conclui: “O nosso foco é criar um impacto duradouro. Queremos que as pessoas se sintam vistas, ouvidas e, acima de tudo, apoiadas e, com isso, transformar vidas.”

Instagram: @auxilium_portugal