ESPECIAL MULHER/Psicologia “O autoconhecimento é a base da nossa relação com o mundo” By Revista Spot | Março 7, 2024 Março 27, 2024 Share Tweet Share Pin Email No autoconhecimento encontramos a base para uma relação autêntica com o mundo. Segundo a Psicóloga Maria Luísa Silva, quando nos conhecemos verdadeiramente, compreendemos as nossas motivações, medos, desejos e valores mais profundos. Essa consciência do ‘eu’ permite-nos agir de forma coerente com quem realmente somos, em vez de nos moldarmos às expectativas externas ou aos padrões impostos pela sociedade, capacitando-nos a estabelecer limites saudáveis, a tomar decisões alinhadas com os nossos valores e a agir de forma autêntica nas nossas interações com os outros, rumo a uma existência mais significativa. É a complexidade da natureza humana que a inspira a estudar e a compreender as pessoas? A vida, em toda a sua essência, é algo incrivelmente belo, e quando observo a vasta diversidade de organismos vivos, o ser humano é aquele que mais me fascina. É verdadeiramente espantoso perceber a nossa imensidão, a nossa organização prodigiosa e a nossa capacidade única de socialização e cooperação. O fato de estarmos a habitar um planeta com mais de 8 bilhões de pessoas, todas interligadas de alguma forma, é algo que me maravilha. A Psicologia, enquanto disciplina, estuda os processos mentais e o comportamento humano. Nesse âmbito, o próprio profissional acaba por ser também o seu próprio objeto de estudo, encontrando não apenas uma profissão gratificante, mas também uma jornada de autoconhecimento e crescimento contínuo. A infância é a fase em que se formam os alicerces da pessoa que nos tornaremos? Embora não seja o único período de formação, é durante a infância que muitos acontecimentos importantes ocorrem e com uma peculiaridade notável: durante esta fase, temos uma clara falta de poder e autonomia. Estamos constantemente dependentes de terceiros, para além de não termos escolhido o lugar onde nascemos, o país em que vivemos, ou a família que nos acolhe, família essa, que nos vai sujeitar a regras e cultura muito próprias. Esta dependência é uma caraterística marcante da infância e, como tal, implica uma responsabilidade especial da parte dos cuidadores. A educação que proporcionamos durante este período tem um impacto significativo no desenvolvimento do ser humano ao longo da vida. É essencial que este impacto seja positivo, consistente e que forneça as ferramentas necessárias para uma vida adulta saudável. É importante trabalhar questões do passado para alcançar uma transformação significativa no presente? É crucial revisitar o passado e enfrentar questões que nos possam ter afetado e que, por alguma razão, não tenham sido tratadas devidamente na altura. Por exemplo, se alguém foi vítima de abuso na infância, é fundamental curar esse evento doloroso. Olhar para trás é essencial, pois permite que possamos reconstruir um passado sobre o próprio passado, para consertar as coisas que correram menos bem. Revisitar o passado, permite relativizar experiências e romper padrões de comportamento? Nós vamos mudando ao longo dos anos e as próprias memórias também vão alterando mesmo sem fazermos nada, agora imagine se revistamos o passado de uma forma orientada e acompanhada por um profissional que nos ajuda a olhar para as nossas memórias sem julgamento, sem medo e sem vergonha. É importante perceber que, até à idade adulta, não tivemos grande controlo sobre o que nos aconteceu, e, na maioria das vezes, os pais também não receberam a formação adequada e acabam por transmitir uma educação disfuncional aos filhos. A verdade é que não fomos nós que começamos a nossa própria história. Se tivermos a sorte de crescer num ambiente familiar respeitador, funcional e comunicativo, é ótimo. No entanto, se não for esse o caso, é importante perceber que podemos reparar o que foi feito. Revisitar o passado de forma terapêutica permite-nos entender melhor as circunstâncias que nos envolveram e a forma como lidamos com as mesmas. Criamos novas perspectivas sobre o que sucedeu e isso movimenta e transforma o pensamento para formas mais equilibradas. Entender permite-nos ganhar mais experiência, aceitar o que sucedeu e ter mais responsabilidade perante o que vai suceder. Desta forma, tornamo-nos menos ignorantes relativamente a nós e ao processo todo e isso ajuda-nos a romper padrões. A Psicologia é um caminho para o autoconhecimento? Sem dúvida. Na realidade, não nos conhecemos tão bem como pensamos. Podemos estar familiarizados com quem somos neste momento, mas à medida que vamos vivendo novas experiências, continuamos a desenvolver-nos e a evoluir enquanto seres humanos. Somos organismos vivos em constante transformação. A partir do momento em que nos dedicamos a conhecermo-nos mais profundamente, ganhamos valiosas ferramentas para orientar a nossa vida de forma mais consciente. Ao compreendermos as razões por detrás das nossas ações passadas e presentes, ganhamos uma maior clareza sobre os nossos comportamentos e escolhas. Isso permite-nos também assumir responsabilidade pelos nossos atos, em vez de nos vitimizarmos constantemente. Ao explorarmos quem somos e o que nos motiva, podemos viver de forma mais alinhada com os nossos valores e aspirações, promovendo um maior bem-estar emocional e uma vida mais gratificante. Não nos podemos esquecer que este processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal não tem fim, é para toda a vida. Os relacionamentos são espelhos que nos mostram quem somos e nos desafiam a crescer e a evoluir? Os relacionamentos mostram outras facetas de nós mais escondidas, têm o poder de nos tornar frágeis e vulneráveis e isso vai derrubar aquelas barreiras e mecanismos de defesa que nos acompanham no dia-a-dia. E, de certa forma, parte da nossa essência mora ai, nesse lugar mais escondido. Ao estarmos mais desprotegidos, permitimos também que a outra pessoa nos veja nas camadas mais profundas e, desta forma, receber também feedback dessa visão privilegiada. Os relacionamentos ajudam-nos a ficar mais cientes das nossas qualidades assim como das nossas lacunas e ao valorizar as primeiras e resolver as segundas já estamos a amadurecer emocionalmente e a evoluir. É também nos relacionamentos afetivos e emocionais que somos desafiados de forma mais intensa e isso vai provocar um impacto maior na mudança do nosso pensamento e comportamento. Digamos que os relacionamentos funcionam como um catalisador do processo da nossa evolução. É no amor próprio que tudo começa? Acho que começa antes. Para ter amor próprio, preciso de ser amada. O amor próprio surge, em grande parte, a partir do amor e do cuidado que recebemos dos outros em fases iniciais de desenvolvimento. Se não fomos alvo de sentimentos positivos, torna-se difícil desenvolver uma autoestima saudável. Sem esse amor inicial, também é complicado conhecermo-nos. E sem nos conhecermos verdadeiramente, como vamos conhecer o outro numa relação? E sem conhecer o outro, como o vou amar de forma genuína? A paixão pode envolver mistério e desconhecido, mas o amor verdadeiro requer um profundo entendimento da pessoa amada. A inteligência emocional é a chave para nos relacionarmos com o mundo? A inteligência emocional é fundamental para nos relacionarmos com o mundo, é a própria base da nossa existência. Eu diria que é essencial para a nossa sobrevivência. Se não compreendermos e não gerirmos de forma inteligente os conceitos e as regras morais que foram evoluindo e nos orientando ao longo dos anos, não conseguiremos viver em sociedade muito tempo. Quanto mais desenvolvermos a nossa inteligência emocional, mais aptos estaremos a estabelecer alianças internas e externas. Portanto, é de extrema importância cultivá-la e melhorá-la ao longo da vida. E aqui entra de novo a importância do autoconhecimento, se eu não me conhecer, para além de me enganar muitas vezes, vou ser mais difícil de conviver. Acabo por não ter tanto autodomínio sobre os meus comportamentos e, dessa forma, estou mais sujeito aos instintos mais primitivos, ao meu egoísmo, aos meus desejos. Deste modo o outro passa para segundo plano, ou até pode nem ter plano nenhum e, como a minha relação com o mundo implica que eu esteja também ao seu serviço, eu vou falhar. Que fatores mantêm as pessoas em relações tóxicas e as impedem de sair delas? As relações tóxicas caraterizam-se pela necessidade de controlar o parceiro. Mas antes de entendermos o que mantém alguém numa relação tóxica, é importante compreender o que a leva até lá e aqui podemos enumerar várias razões, como por exemplo, ser oriundo de uma família com padrões igualmente tóxicos. Se eu sou ensinada que amar é ter ciúmes, agredir, eu posso seguir esse exemplo. A imaturidade emocional também é um fator a ter em conta, pois, menos esclarecida, depressa posso ser enganada e entrar numa relação disfuncional e tóxica. A solidão é outro fator, uma vez que me pode levar a pensar que aquela má companhia é melhor do que não ter nenhuma. Para nos mantermos em relações tóxicas, também entram em jogo fatores como dependência emocional, física, financeira, entre outras. Não nos podemos esquecer que, depois de um longo período de tempo numa relação tóxica e sujeita a várias formas de manipulação, a pessoa perde gradualmente as suas faculdades e referências. Para além disso, está, na sua maioria, sem a sua rede de apoio e o parceiro tóxico é a única pessoa com quem ela pode contar. Deste modo a visão de um futuro feliz longe dessa relação, sem ajuda profissional, é muito difícil. A acrescentar a isto, temos, muitas vezes, a cultura e a religião a normalizar, ou a desvalorizar, comportamentos abusivos que ajudam as pessoas a entrarem e a manterem-se nesse tipo de conexão. Queria salientar que este flagelo é transversal na sociedade. O facto de estar numa relação tóxica não quer dizer que a pessoa seja ignorante ou atrasada, tão pouco é caraterística das camadas sociais menos favorecidas. Estes fatores, de que falei há pouco, levam para lá muitas pessoas cognitivamente inteligentes e bem-sucedidas. Daí a importância de investir no autoconhecimento e na inteligência emocional. A ansiedade pode ser transformada numa fonte de força e motivação se aprendermos a geri-la de forma saudável? A ansiedade é, na sua essência, uma emoção derivada do medo, e desempenha um papel importante na nossa vida ao ajudar-nos a evitar perigos reais. No entanto, é crucial distinguir entre ansiedade funcional, que nos salva desses contratempos reais, da ansiedade patológica, que está ligada a perigos imaginários. Ao compreendermos essa diferença, torna-se possível utilizar ferramentas adequadas para controlar a ansiedade, evitando atingir patamares doentios. Ter consciência dessa distinção requer um bom nível de autoconhecimento e capacidade de autorreflexão. Se eu me conhecer bem, vou perceber quando a ansiedade está a ultrapassar os limites saudáveis e a tornar-se prejudicial. E à medida que aprendo a geri-la de forma mais eficaz posso, mais facilmente, transformá-la numa fonte de força e motivação para enfrentar os desafios da vida. E a depressão será uma voz silenciosa que precisa de ser ouvida e compreendida num mundo ruidoso? A depressão sempre existiu, mesmo que antigamente fosse denominada como “um estado de melancolia”. No entanto, hoje em dia, a sociedade está mais atenta ao flagelo, pois não deixa de ser um problema gravíssimo de saúde mental pública. Por outro lado, a Psicologia dispõe de mais ferramentas, não só para a sua detenção, como para o seu tratamento e prevenção. Todo este movimento positivo da sociedade em relação ao combate da depressão, foi também acabando com o estigma. Verdade seja dita que os casos mediáticos que vamos tendo têm contribuído para trazer maior atenção para este tema. Quando uma pessoa famosa fala abertamente sobre a sua depressão, sensibiliza e alerta a opinião pública, levando a um aumento da consciencialização e interesse por parte da ciência e das políticas de saúde mental. Assim, por vezes, o ruído gerado em torno da depressão pode ser positivo, pois promove o diálogo, a investigação e a busca por soluções mais eficazes. As adições são tentativas de preencher vazios emocionais? Penso que é precipitado atribuir todas as adições a vazios emocionais. O ser humano é suscetível a adições devido ao funcionamento do nosso sistema de recompensa. O nosso organismo ao experimentar o prazer pede repetições desse mesmo prazer, podendo desencadear uma adição. Também é verdade, que se eu estiver triste e vulnerável estou mais sujeito a soluções rápidas e imediatas para aliviar o desconforto emocional e isso pode ser o gatilho para entrar numa adição. Mas a história das adições é mais complexa e envolve mais fatores, como por exemplo a exposição precoce a comportamentos aditivos. Um exemplo disso é quando uma criança cresce num ambiente familiar onde um, ou os dois pais, têm o vício, que pode ser o jogo, a pornografia ou o tabaco. Nesse caso, a criança pode normalizar esse comportamento e até mesmo desenvolver a mesma adição. A falta de maturidade emocional e cognitiva impede que a criança tome decisões assertivas e maduras. Em termos de adições, para além de fatores intrínsecos, como o exemplo que me deu do vazio emocional, é muito importante o contexto familiar, social e cultural onde a pessoa se movimenta e que vão produzir outras causas. As experiências passadas, traumas e crenças pessoais podem influenciar a sexualidade? Sim, todas as experiências vividas, sejam elas positivas ou negativas, moldam quem somos e influenciam todas as áreas da nossa vida, incluindo a sexualidade. A forma como fomos educados, as experiências que tivemos, os traumas que enfrentamos e as crenças pessoais que desenvolvemos ao longo do tempo têm uma influência profunda na nossa percepção e expressão sexual. Se tivermos acesso a boas leituras, a uma família afetuosa, a viagens que me façam conhecer outras perspetivas de vida, informação e educação sexual adequadas, assim com uma cultura favorável à sexualidade saudável, é mais provável que tenhamos um mundo sexual mais livre e amplificado. Isso vai refletir-se na minha expansão sexual, nos limites que sei aceitar e impor corretamente, na minha disponibilidade e no prazer que tiro da própria experiência. Por outro lado, se as nossas experiências foram marcadas por traumas, se fomos expostos a uma educação repressiva e abusiva e se com isso desenvolvemos crenças negativas sobre a sexualidade, vamos, obviamente, ter um empobrecimento e enviesamento da forma como olhamos o sexo. Somos o resultado de todas as nossas experiências e das relações que estabelecemos com elas ao longo da vida. Portanto, é importante reconhecer e compreender como o nosso passado influencia a nossa sexualidade, para que possamos trabalhar para construir uma relação mais saudável e satisfatória com essa parte fundamental da nossa identidade. É na relação terapêutica que tudo começa? Completamente. Se o paciente não confiar no psicólogo, não se vai abrir, e dessa forma torna-se difícil alcançar qualquer progresso significativo. A terapia envolve a exploração e a desconstrução de esquemas conceptuais e emocionais e isso é doloroso, envolve traumas, lutos, entre outras situações difíceis. E para expor essas vulnerabilidades é crucial estabelecer uma relação de confiança sólida, para que o paciente se sinta seguro o suficiente para as abordar. Através dessa relação de confiança mútua, o psicólogo pode oferecer suporte e orientação, enquanto o paciente se sente ouvido, compreendido e capacitado para enfrentar os desafios emocionais. Que ensinamentos podem os leitores extrair do livro “As Conversas que Tenho Contigo” em relação ao amor e à jornada humana em busca de respostas? O livro “As Conversas que Tenho Contigo” é um romance com casos clínicos entrelaçados. Tanto no romance, como nos casos clínicos, eu tenho a preocupação de suscitar a reflexão do leitor relativamente a vários posicionamentos mais intrínsecos, como a relação com ele mesmo, como mais extrínsecos, como posicionamentos parentais, relações amorosas, amizade, entre outras. E acredito que o maior ganho do leitor é mesmo essa reflexão, que o pode transportar, independentemente se ele concorda comigo ou não, para uma ampliação do conhecimento. Em relação ao amor, acho que o leitor vai perceber que ele vale a pena, e que é, de facto, a grande chave da nossa humanidade. Em relação à jornada humana em busca das respostas, julgo que ele vai entender que se não tem um espírito curioso, reflexivo e moralmente elevado, vai ter uma vida muito difícil e vazia do que realmente importa. Vai perceber também que nessa busca, apesar de encontrarmos cada vez mais perguntas, vamos lentamente obtendo algumas e importantes respostas que nos levarão ao encontro da desejada felicidade. De que forma a escrita complementa a sua prática clínica? A escrita desempenha um papel fundamental na minha prática clínica. Ao escrever sobre as minhas experiências e reflexões clínicas, sou desafiada a aprofundar o meu entendimento sobre determinadas questões. Isso não só me ajuda a melhorar as minhas habilidades terapêuticas, mas também a expandir o meu repertório de técnicas e abordagens. À medida que amplio a minha prática clínica, tenho mais material para escrever. Os meus livros têm também o intuito de servir como coterapia para os meus pacientes, de modo que eles voltem a refletir sobre os temas tratados em consultório e possam continuar a aprofundar os vários conceitos. Um conhecido psiquiatra espanhol dizia que vivemos na era do stress, da depressão, do desamor e da apatia. O mundo digitalizado tornou-se um gatilho para a ausência de sentido? Temos de ter cuidado com a comparação e a generalização. E também não esquecer que, quando falamos, estamos, muitas vezes, centrados na Europa e no mundo mais ocidental. Eu não sou muito apologista do antigamente é que era bom, até porque antigamente a sociedade tinha problemas gravíssimos e uma crueldade absurda. Claro que cada época tem os seus desafios e a nossa tem dois muito evidentes, que é o digital, onde também podemos abordar a inteligência artificial e o ambiente. E aqui temos as patologias ligadas a esses desafios, onde se insere também o stress, a depressão, entre outras. É natural que, como somos mais no planeta, necessitamos de mais esforço cognitivo para nos organizarmos e isso gera mais stress. Mas antigamente também havia muito stress, só que por motivos bem diferentes. Um jovem que ia para a guerra e não sabia se ia sair de lá vivo tinha imenso stress, assim como a sua família e os seus amigos. Uma jovem cujo casamento era arranjado com alguém que ela mal conhecia também não deveria estar muito calma. Isso para não recuarmos mais para trás, onde qualquer animal nos podia comer a qualquer hora se não tivéssemos cuidado. A depressão também sempre foi uma realidade, a grande diferença é que agora é mais reconhecida e tratada. Quanto ao desamor, não acho que antigamente as pessoas se amavam melhor, havia é mais obediência, que acorrentava muitas vezes as pessoas em uniões obrigatórias. O divórcio não era permitido e, quando o era, era mal visto. Acho até que as boas relações hoje são bem melhores, os parceiros são mais esclarecidos, mais respeitadores do seu espaço individual e do espaço individual do outro. Têm também, por norma, uma comunicação mais eficaz e uma sexualidade mais livre e saudável. Em relação à tecnologia, o segredo é saber utilizá-la; tenho de ter os meus limites bem definidos, mas, para isso, eu tenho que me informar, e aqui talvez os governos tenham algo a dizer, pois também é uma questão de saúde pública, devido ao sedentarismo, doenças cardiovasculares, entre outros problemas que podem advir do seu mau uso. Mas nós, indivíduos, como noutras questões da vida, também temos a responsabilidade de nos educarmos e de procurarmos meios de conviver com a tecnologia de forma saudável. Não esquecer que devemos também à tecnologia muitas das descobertas que vão permitindo a nossa permanência neste planeta e de formas cada vez mais confortáveis. Assim como nos adaptamos à chegada dos primeiros carros, ou de qualquer outra invenção da história, também precisamos de nos educar para lidar com o mundo digital. Portanto, colocar toda a culpa no mundo digital pode ser simplista. Em vez disso, devemos reconhecer a complexidade dessas questões e procurar soluções que promovam o bem-estar e a saúde mental na nossa era digitalizada. A falta de sentido, tem muito a ver, no meu ponto de vista, com o mundo ter perdido algumas fronteiras, algumas linhas rígidas. Antigamente eu já sabia que, a correr bem para a época, ia casar, ter filhos e estar num emprego para toda a vida, e hoje em dia tudo isso mudou. O que não é forçosamente mau, porque eu tenho mais liberdade e opções, mas é como tudo, agora tenho de pensar mais e ter os pés bem assentes no chão, ou seja, conhecer-me bem, para tomar as melhores opções de vida. Todos os recomeços trazem consigo uma oportunidade para ‘reescrevermos’ a nossa história? Recomeçar dá-nos outras tentativas. Porém, não significa que estejamos a reescrever uma grande história e a evoluir como seres humanos. É necessário, antes de recomeçar, aprender com as experiências anteriores e aprender significa que examinemos bem o nosso comportamento e as motivações que nos levaram a fazer o que fizemos, e a não fazer o que não fizemos, e perceber em que medida isso se alinha com os nossos valores e serve o nosso propósito neste planeta. Fazer novamente só faz sentido se for para fazer melhor, nem que seja um bocadinho, e, para fazer melhor, eu tenho de aprender primeiro a fazer esse melhor. Morada: Av. General Norton de Matos Nº 13, 3º Andar, Sala 14, 4700-387 Braga Contacto: +351 912 941 622 (chamada para a rede móvel nacional) Facebook: Maria Luísa Silva Instagram: @marialuisaesilva www.marialuisasilvapsicologia.com A designer de joias de Braga que leva a arte portuguesa ao mundo Sunrise Clínica Médico Estética: “O autocuidado é a linguagem do amor próprio”
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