“As bonitas memórias dos meus natais de infância no Norte de Itália continuam a viver em cada recanto do La Piola”

Enquanto a neve pintava de branco o Monviso, visto da bonita aldeia de Airasca, a 30 minutos de Turim, o agnolotti fresco preparado pela avó misturava-se entre as gargalhadas alegres de uma mesa a abarrotar de pessoas. Assim era o Natal tipicamente italiano de Alex Davico, um Natal onde a magia do inverno se fundia com o calor da família e das tradições, que hoje revive no seu La Piola, também ele um lugar de reencontros de uma bonita família fora de casa…

A magia de um Natal no Norte de Itália Este ano Alex vai levar as duas filhas à sua aldeia de sempre, mas o maior desejo de todos é que a neve cubra de branco a natureza silenciosa à sua passagem. “Ainda me lembro da beleza de ficar horas à janela a ver a neve cair.”, conta com um sorriso nostálgico, mergulhando nas memórias que marcaram a sua infância.

“Em Itália, no Norte, o Natal sempre foi mais simples. No dia 24, a tradição era um jantar modesto, que simbolizava, acima de tudo, a união. Ao contrário do Sul, onde se fazia uma grande festa com mariscos, no Norte a celebração era discreta. A noite de Natal era marcada pela Missa do Galo, uma tradição que, apesar de estar a desaparecer, ainda faz parte das aldeias onde a fé se mantém viva. À meia-noite, o padre trazia o menino Jesus da sacristia e colocava-o na palha, como parte da celebração do nascimento”, partilha.

No dia 25, o almoço de Natal era uma festa em família. “A minha mãe tinha o dom de criar momentos especiais à volta da mesa. O tiramisù que ela preparava, sempre perfeito, era apenas o começo de um festim que se estendia por horas. A mesa, generosamente preenchida com antipasti, cheirava a histórias e a afetos, e logo se viam os primi piatti, com massas feitas com tanto carinho, seguidos pelos secondi piatti, com lasanha e carnes que nos aqueciam a alma. Era um banquete de sabores e memórias, onde cada um trazia algo de casa, como uma oferta pessoal para o coletivo. O almoço não tinha pressa de terminar. As conversas fluíam, o riso ecoava, e o tempo parecia abrandar, até que a noite chegava, e ainda ali estávamos, juntos, saboreando a companhia e a comida que nos unia.”, recorda.
E não era só o dia 25 que era celebrado; o dia 26, o Santo Stefano, também era feriado, um momento para continuar a festa com a família estendida, reunindo primos, tios e amigos em encontros calorosos. “Era um dia de festa mais alargado, onde as famílias se reuniam ainda mais.”, explica.

Resgatar as experiências que viveu na sua Itália
Essas memórias afetivas que Alex traz consigo não se limitam às suas vivências de Natal, mas refletem também a forma como ele vive a cozinha e o seu trabalho no La Piola. A tradição italiana de não ter um prato específico para o Natal em casa fez com que, ao chegar a Portugal, Alex soubesse que o Natal seria uma oportunidade para trazer um pedacinho da Itália. “No La Piola, temos a nossa maneira de celebrar o Natal. Não seguimos as regras tradicionais, mas procuramos proporcionar aos nossos clientes uma verdadeira festa natalícia com sabor italiano”, garante.

O La Piola tornou-se um local onde as famílias e os amigos se reencontram, como nas memórias de infância de Alex. “Agora, os Natais são mais pequenos, com menos pessoas, mas continuam a ser uma oportunidade para criar momentos de partilha e calor humano. Como naquela época em que jogávamos às cartas horas a fio, ou contávamos árvores de Natal iluminadas no regresso a casa.”, reflete.
Hoje, ao olhar para trás, Alex percebe que essas memórias de Natal ditam muito daquilo que ele é como pessoa, mas também muito de tudo aquilo em que o La Piola se tornou.
“Através de cada prato e de cada gesto, queremos transmitir a beleza das tradições que nunca se perdem, mas que se renovam, como o calor de uma mesa abundante de amor e boas memórias.”, termina.

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