Eventos “Somos arquitetos da nossa própria felicidade. Resistir à mudança é o primeiro passo para a insatisfação” By Revista Spot | Maio 19, 2024 Maio 19, 2024 Share Tweet Share Pin Email Uma palavra pode inspirar pessoas a superar desafios. Uma ideia inovadora pode revolucionar processos estagnados. Nessa perspetiva, cada um de nós é um arquiteto da mudança, com capacidade para moldar o futuro de uma organização ou da própria sociedade. Mais do que um livro sobre cultura organizacional, Ricardo Costa, líder e empresário e a personalidade portuguesa com mais seguidores no LinkedIn, quis trazer à tona a importância de um legado de impacto positivo que cada um de nós pode liderar. Apresentado recentemente em Braga, o livro “A Felicidade é Lucrativa” é sobretudo sobre a capacidade de ver para além de uma ‘cultura da perfeição’, numa sociedade em transformação que pode, e deve, ensinar-nos a ser mais humanos. Como surgiu a ideia de transpor todo o seu conhecimento e experiência para um livro? Tudo começou com um desafio proposto pelo meu amigo Rui Couceiro, editor executivo da Contraponto, do Grupo Bertrand, e uma referência na área editorial. Ele já acompanhava o meu trabalho nas redes sociais, especialmente no LinkedIn, onde partilho regularmente as minhas ideias e experiências sobre felicidade no trabalho e, em março de 2023, contactou-me, surpreendendo-me com a proposta de escrever um livro. Acreditava que a minha história e experiência mereciam ser partilhados de uma forma mais abrangente e humanizada. Confesso que foi tudo muito inesperado. Nunca tinha considerado escrever um livro nesta fase da vida, no entanto, a confiança e o entusiasmo do Rui fizeram-me refletir e aceitei o repto. Escrever “A Felicidade é Lucrativa” foi um verdadeiro desafio. Não me considero um escritor, contudo encarei esta oportunidade como uma forma de documentar e partilhar uma parte significativa da minha vida profissional, incluindo alguns apontamentos pessoais e ensinamentos que acumulei ao longo dos anos. Qual é a mensagem intrínseca? Neste livro podemos encontrar uma conversa muito franca e pessoal. Fiz questão que o livro fosse acessível e autêntico, quase como uma conversa de café, onde partilho a minha experiência profissional ao longo de 22 anos de atividade, com destaque para os últimos 12 como responsável do Grupo Bernardo da Costa. Neste período, dediquei-me a solidificar uma cultura de bem-estar e valorização das pessoas. Um dos pontos centrais do livro é, aliás, a criação e evolução do Departamento da Felicidade, assim como da Academia da Felicidade, iniciativas pioneiras que têm sido desenvolvidas nos últimos sete anos, com a missão de promover a felicidade e o bem-estar dentro e fora da empresa. O último capítulo é dedicado a um pensamento mais orientado para o futuro, onde partilho a minha opinião pessoal sobre temas relevantes para a sociedade e a economia, com o objetivo de contribuir para o crescimento e desenvolvimento do nosso país. Fala não só na importância da liderança humanizada, mas também na necessidade de criar nos colaboradores um sentido de propósito, uma missão… É fundamental compreender que, por muito que os empresários desejem implementar a felicidade no contexto de trabalho, isso só será possível se os colaboradores também o quiserem. A felicidade no trabalho começa em cada um de nós, nas nossas atitudes e na forma como encaramos as diversas situações da vida. No meu livro, enfatizo que é essencial que cada pessoa decida como quer enfrentar os desafios, transformando as situações menos agradáveis em oportunidades de crescimento. Também procuro desmistificar a ideia de que o Departamento da Felicidade existe para tornar todas as pessoas felizes. A felicidade é uma experiência muito individual e subjetiva. Cada pessoa tem as suas expectativas, a sua visão de vida e as suas particularidades. O propósito do Departamento da Felicidade não é forçar a felicidade, mas sim oferecer um espaço onde as pessoas possam partilhar os seus problemas, dores e expectativas, sabendo que serão ouvidas por alguém atento e empático. Queremos que as pessoas se sintam bem, recompensadas, valorizadas e parte integrante das decisões e processos da empresa. Acredito que uma liderança humanizada e a criação de um sentido de propósito são pilares essenciais para o sucesso sustentável e o bem-estar de cada um. Na cultura ‘da perfeição’ em que vivemos, é importante falar sobre o erro enquanto processo construtivo? Sem dúvida. Vivemos numa cultura que valoriza excessivamente a perfeição e tende a censurar o erro, o que pode ser extremamente prejudicial. No livro, falo sobre a necessidade de mudar a nossa relação com o erro e partilho vários fracassos e falhas ao longo da minha carreira. Muitas vezes, os erros são vistos como uma questão definitiva, mas, na realidade, podem ser o ponto de partida para as nossas maiores conquistas. Um exemplo clássico é Thomas Edison, que supostamente falhou mil vezes antes de inventar a lâmpada e chegou onde chegou por esse processo de tentativa erro. Partilho no livro a importância de criar um ambiente onde os colaboradores se sintam seguros para experimentar e, inevitavelmente, errar. Isso não significa promover a negligência, mas sim encorajar a inovação e a criatividade sem o medo paralisante de falhar. Quando as pessoas se sentem valorizadas e compreendem que os erros são parte do processo, estão mais dispostas a assumir riscos calculados e a contribuir com ideias inovadoras. Esta abordagem é algo que todos podemos adotar, tanto na vida profissional como pessoal, para nos tornarmos mais resilientes e inovadores. É na heterogeneidade das relações que o crescimento acontece? É fundamental que um líder aprenda a ‘sair da bolha’? Se nos limitarmos a um networking fechado e exclusivo a um determinado contexto, acabamos por viver numa bolha que nos impede de compreender a verdadeira sociedade em que vivemos. Quando saímos dessa bolha e nos envolvemos com pessoas de diversas origens, culturas e perspetivas, adquirimos uma compreensão mais profunda da realidade. Isso permite-nos direcionar melhor as nossas mensagens e estratégias, ajustando-as às necessidades e expectativas reais das pessoas. Os últimos capítulos do meu livro refletem essa visão, em particular devido à minha experiência como presidente da Associação Empresarial do Minho (AEMinho). Durante os últimos três anos tive a oportunidade de estar em contacto próximo com o mundo económico e perceber a realidade das empresas da região. O Minho é uma área rica em diversidade industrial. Temos um tecido empresarial muito variado e é essencial reconhecer essa heterogeneidade para implementar estratégias eficazes. Acredito na importância de nos abrirmos ao mundo e de aprendermos com exemplos de sucesso de outras economias, adaptando as melhores práticas às nossas particularidades. A aplicação desta lógica nas organizações também é fundamental, isso não só enriquece a nossa visão e experiência, como também fortalece a capacidade de a organização inovar e crescer num mercado competitivo. Por isso, sim, é importante ‘sair da bolha’, seja qual for o contexto. O que é que mais o marcou ao longo de todo o processo? Um dos aspetos mais significativos foi a ‘presença’ constante do meu irmão ao longo do processo de escrita. Recordar as nossas vivências juntos fez-me reviver momentos importantes da minha vida, tanto a nível pessoal como profissional. Essas lembranças não só enriqueceram o conteúdo do livro, mas também me ajudaram a recentrar e a refletir sobre o meu percurso. Escrever “A Felicidade é Lucrativa” fez-me perceber o valor das experiências passadas e a forma como estas moldaram a pessoa e o profissional que sou hoje. Muitas vezes, no ritmo acelerado do dia-a-dia, não temos a oportunidade de parar e refletir sobre o que realmente importa. Este processo de escrita foi uma forma de fazer isso, permitindo-me ganhar uma nova perspetiva sobre muitos eventos da minha vida. Ao recordar o passado e refletir sobre as lições aprendidas, consegui delinear melhor os meus objetivos e as minhas aspirações para o futuro. Foi, sem dúvida, um projeto transformador. Acredito que muitos já ouviram dizer que escrever um livro é uma experiência marcante e posso confirmar isso na primeira pessoa. A profundidade da reflexão e a clareza que advém do processo de colocar pensamentos em palavras são verdadeiramente inestimáveis. Espero que, ao partilhar a minha história, consiga inspirar e ajudar outros a encontrarem o seu próprio caminho e a enfrentarem os seus desafios com uma perspetiva renovada. O mindset dos empresários portugueses está a mudar? Sim, o mindset dos empresários portugueses está a mudar, não só pela mudança geracional, mas também pelo aumento da literacia. A Educação é a base de tudo e acredito tanto nisso que todas as receitas deste livro serão transformadas num fundo de apoio para jovens que desejem aceder ao ensino superior. Acredito firmemente que a Educação é fundamental para o progresso. Além disso, as mudanças globais que estamos a viver, como a transição digital e o avanço da inteligência artificial, estão a transformar a forma como as empresas operam. Os líderes e empresários estão a perceber, cada vez mais, que a verdadeira diferenciação competitiva reside nas pessoas. A valorização dos recursos humanos é essencial para a inovação e o sucesso sustentável das organizações. Paralelamente, há uma crescente consciência social e ambiental entre os empresários, impulsionada pela transição climática. Estamos a esgotar os recursos do planeta e isso obriga-nos a repensar as nossas prioridades. Há também uma compreensão crescente de que o bem-estar das comunidades é fundamental para um futuro próspero. Não faz sentido termos empresas extremamente lucrativas num mundo onde a pobreza e a miséria prevalecem. Esta nova mentalidade reflete-se na forma como os empresários tomam decisões e definem as suas estratégias. Os empresários estão a começar a perceber que o lucro não pode ser o único objetivo. A sustentabilidade e a responsabilidade social tornaram-se tão importantes como os resultados financeiros. Este humanismo de que fala é fundamental perante a revolução digital que o mercado de trabalho atravessa? Absolutamente. Na próxima semana vamos celebrar o 3º aniversário da AEMinho e um dos temas centrais será precisamente a Inteligência Artificial e a humanização da tecnologia. Este é um tema premente que pode gerar receios, mas também grandes oportunidades. A teoria de que a IA vai roubar postos de trabalho é simplista. Na realidade, a IA vai substituir algumas funções rotineiras, mas também criar novos postos de trabalho. A chave está na adaptação e na aquisição de novas competências. As pessoas que se predispuserem a aprender e a evoluir encontrarão trabalhos mais satisfatórios e produtivos, que exigem criatividade e pensamento crítico. Acredito que estamos a viver uma nova revolução industrial, que vai transformar a nossa visão do trabalho e da vida. Esta revolução, impulsionada pelo conhecimento e pela tecnologia, será muito mais célere do que as anteriores. Portanto, precisamos de nos preparar rapidamente para isso. No livro abordo precisamente a ideia de que a mudança é a única constante na vida. Resistir à mudança é o primeiro passo para a infelicidade. Devemos abraçar a mudança, adaptar-nos e procurar liderar as transformações. Este livro é uma mensagem motivacional para todos? Este livro foi concebido para ser uma mensagem motivacional para todos, não apenas para empresários ou líderes, mas para os colaboradores das empresas e para a sociedade em geral. Acredito que todos nós podemos extrair lições valiosas da experiência e dos princípios partilhados no livro. Independentemente da nossa posição, todos nós controlamos uma parte da nossa vida e desempenhamos papéis de liderança em diferentes contextos. Não é necessário ser um CEO ou diretor de departamento para exercer liderança dentro de uma organização. Cada um de nós pode liderar através de iniciativas, influenciar a cultura de inovação, promover a criatividade e inspirar aqueles que nos rodeiam. Qualquer pessoa pode ser líder e agente de mudança. No livro abordo temas que são universais e aplicáveis a qualquer pessoa que procure crescer a nível pessoal e profissional. A mensagem principal que pretendo passar é a de que todos temos a capacidade de influenciar e melhorar o nosso ambiente e as nossas vidas. “A Felicidade é Lucrativa” é, acima de tudo, uma mensagem de empoderamento e de motivação para que todos possamos enfrentar os desafios do futuro com confiança e otimismo. “Uma mobilidade acessível e sustentável é o pilar de desenvolvimento de uma sociedade” “O cake design é um exercício simultaneamente criativo e racional”
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