MEDICINA INTEGRATIVA André Pinto, médico e diretor clínico na Clínica Uno: “A Medicina Integrativa ensina-nos a ouvir o corpo e a tratar e prevenir a doença” By Revista Spot | Outubro 6, 2023 Outubro 6, 2023 Share Tweet Share Pin Email Somos movidos por escolhas, elas fazem parte do nosso dia-a-dia. Controlar os níveis de stress, adotar estilos de vida saudáveis, ter uma boa higiene do sono e aprender a ouvir o corpo, são alguns dos importantes princípios da Medicina Integrativa. Uma visão mais ampla no processo de cuidado da saúde que auxilia as pessoas a mudarem e a entenderem que as suas escolhas podem mudar o rumo da sua saúde e bem-estar. Não vem substituir a Medicina Convencional, mas surge para criar novas possibilidades de tratamento e de prevenção. André Pinto, médico e diretor clínico da Clínica Uno, fala da importância da literacia em saúde. Mais do que a patologia, importa a pessoa… É esse o princípio da Medicina Integrativa? De facto, a abordagem da Medicina Integrativa procura tratar pessoas e não doenças, isto porque, atrás de uma doença, está uma pessoa e cada pessoa tem uma história e um contexto. Um contexto relacionado com o seu estilo de vida, fatores emocionais, o próprio ambiente onde vive e trabalha. No fundo, a Medicina Integrativa procura tratar a doença, percebendo o paciente. Mas mais importante de tudo, mune o paciente de ferramentas aplicáveis no dia-a-dia, de forma a tratar e prevenir a doença que o trouxe até nós. Na Medicina Integrativa o Ser Humano é encarado como um todo uno, composto por várias dimensões – física, emocional, mental, social, espiritual – que se influenciam mutuamente e determinam o estado global de saúde-doença. Por conseguinte, a Medicina Integrativa vocaciona-se não só para o tratamento da doença mas também para proteção da saúde e promoção do bem-estar. É necessário haver um sintoma para recorrer à Medicina Integrativa? Não tem de haver necessariamente um sintoma, até porque a pessoa pode achar normal o corpo manifestar-se de determinada forma e pensar que está totalmente assintomática, quando na verdade podem existir pequenos sinais. Também por isso realizamos uma completa anamnese que tem em conta variáveis como a alimentação, a digestão, a higiene do sono, hábitos de exercício, ingestão de água, a saúde ginecológica, no caso das mulheres, entre muitos outros. Analisamos parâmetros e níveis nutricionais no sentido de perceber se será necessário o aporte da suplementação ou de hábitos alimentares que colmatem a falta de determinado nutriente, ou mineral, por exemplo. Quão importante se revela aprender a ouvir o nosso corpo e adquirir ferramentas para que aprendamos a mudar o nosso estilo de vida? É fundamental. A partir do momento em que um sintoma se manifesta, temos de procurar entender o que o corpo nos está a comunicar. A nossa principal missão passa, no fundo, por ‘auscultar’ os hábitos de vida da pessoa em busca da origem daquele sintoma corporal. Não faz sentido resolver o sintoma com uma medicação que vai mascarar o problema e ocultar a linguagem do corpo. Diversos estudos apontam para um aumento exponencial da toma de ansiolíticos por parte da população jovem. Nos Estados Unidos, uma em cada cinco pessoas toma ansiolíticos. Não quer dizer que não sejam necessários em determinadas situações, mas mais imperativo ainda é sobretudo a mudança de comportamentos. A experiência do autoconhecimento permite identificar os gatilhos do stress e encontrar estratégias aparentemente simples que podem passar por meditação, exercícios de respiração, leitura, uma caminhada na natureza, tomar um banho quente, ouvir música relaxante e sobretudo praticar uma boa higiene do sono. De que forma é que Medicina Integrativa e Medicina Convencional estão integradas na abordagem terapêutica da Clínica Uno? A nossa base é a Medicina. Simplesmente, vamos muito além da consulta rápida comum que não permite conhecer o paciente. A nossa primeira consulta pode durar de 60 a 90 minutos. Na Medicina Integrativa a relação médico-paciente é fundamental. O médico é especialista na Medicina e o paciente é o especialista nele mesmo e, portanto, toda a informação que ele nos dá é essencial para o tratamento. Mais do que simplesmente dar nome às doenças, investiga-se a causa base dessas doenças, procurando entender o mecanismo que levou ao adoecimento. O nosso objetivo é, não só curar a patologia, mas oferecer ao paciente os mecanismos certos para que o organismo consiga entrar em equilíbrio e em ordem. O nosso corpo é extremamente autorregulável, uma máquina sábia com potencial de cura, mas é preciso que médico e paciente ajudem nesse processo. Que áreas podem ser integradas nesta abordagem multidisciplinar? Acoplamos à nossa abordagem médica, recursos e possibilidades terapêuticas que nos permitem esta abordagem multidisciplinar do paciente, com interligação de especialidades e partilha de casos clínicos. Da Acupuntura, passando pela Fisioterapia, Endocrinologia, Nutrição, Quiropraxia, Homeopatia, Osteopatia, Podologia, Reabilitação Pélvica, Psicologia, Consultoria Biocomportamental, Psicologia Especializada no Comportamento Alimentar, Higiene do Sono, Fisiologia Clínica, Medicina Desportiva, Medicina Estética, Medicina Antienvelhecimento, Pedopsiquiatria, Pediatria e Consulta de Acompanhamento Parental, contamos com uma equipa de especialistas nas mais diversas áreas. A Medicina Integrativa é este importante trabalho em rede entre diferentes especialidades dentro e fora da clínica, podemos perfeitamente fazer uma referenciação de outras áreas e profissionais, caso detetemos essa necessidade. Tentamos que o paciente se sinta amparado e não seccionado, no sentido de ser empurrado para uma especialidade. A Medicina Integrativa chega hoje ao público de todas as idades? Podemos acompanhar desde recém-nascidos à população idosa, o nosso público é muito heterogéneo. Na Medicina Integrativa, surgem-nos, por exemplo, crianças com infeções de repetição, há pais que estão cansados que os seus filhos tomem sempre os mesmos medicamentos para infeções respiratórias. Temos imensos casos de sucesso a esse nível. Somos também cada vez mais procurados por muitos sintomas de ansiedade na adolescência e os resultados da interligação entre Psicologia e Acupuntura são incríveis. Temos acompanhado diversos pacientes com doenças autoimunes, entre outras patologias ou disfunções como a dor lombar crónica, assim como doenças osteoarticulares. E depois existem aquelas pessoas que simplesmente pretendem otimizar a sua saúde. Chegam sem queixas, mas querem saber o que podem melhorar. É necessário criar mais literacia em saúde? Literacia de saúde preventiva? Completamente. Dou-lhe um claro exemplo: grande parte da população não tem sequer literacia alimentar. Já Hipócrates dizia “Que o seu remédio seja o seu alimento, e que o seu alimento seja o seu remédio”. E esta consciencialização começa nas crianças. Os alimentos processados como as gomas, as batatas fritas e as ‘inocentes’ bolachas do tipo Maria estão a causar vulnerabilidade à inflamação. Falamos nas crianças, mas em qualquer idade, trabalho, o stress emocional, a má alimentação, a má higiene do sono, inflamam o corpo e a defesa cria uma reação, que pode ser, por exemplo, uma gastrite ou uma colite ulcerosa. É importante, sim, que as pessoas se informem e que percebam que a sua patologia não tem de ser etiquetada como uma ‘doença para a vida’. Falei da literacia alimentar, mas podemos exemplificar também a literacia emocional, aprendermos a gerir as nossas emoções, aprendermos a ‘desligar’ num mundo em constante conetividade e movimento. Morada: Avenida D. João II, 404, Piso 4, Sala 44, 4715-275 Lamaçães Braga Contacto: +351 253 071 739 (chamada para rede fixa nacional) | +351 917 178 121 (chamada para rede móvel nacional) Facebook: Clínica Integrativa UNO Instagram: @clinicaintegrativauno www.clinicauno.pt BJCF Strength & Conditioning: A motivação do treino de força e condicionamento em equipa 2º aniversário Engel & Völkers: O match entre o investimento estrangeiro e o mercado imobiliário de luxo da região
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