NUTRIÇÃO “Alterar hábitos alimentares a longo prazo requer um profundo entendimento dos comportamentos e emoções humanas” By Revista Spot | Julho 25, 2024 Julho 29, 2024 Share Tweet Share Pin Email A nutrição nunca foi apenas uma mera ‘contagem de calorias’ ou uma lista de alimentos proibidos. Alterar hábitos alimentares a longo prazo requer antes de mais, a análise dos comportamentos e emoções humanas. Teresa Campos, nutricionista e diretora da Nutrémia, e Andreia Barbosa, psicóloga da clínica, explicam a importância de uma ‘mudança de mindset alimentar’. “Diz-me o que pensas, dir-te-ei como comes.” Alimentação e emoções Desde tenra idade, associamos a comida a emoções e experiências. Um exemplo clássico é o conforto encontrado em alimentos específicos que nos remetem para a infância, como o sabor de um prato especial preparado pela avó. Estes alimentos não só satisfazem a fome, mas também trazem consigo uma sensação de segurança e bem-estar emocional. No entanto, a relação entre alimentação e emoções nem sempre é positiva. Em muitos casos, o stress, a ansiedade e a tristeza podem levar à tão falada ‘fome emocional’, onde a comida é usada como uma forma de lidar com sentimentos negativos. Este comportamento, embora possa proporcionar um alívio momentâneo, resulta frequentemente em culpa, vergonha e num ciclo vicioso de insatisfação e compulsão. “A ciência tem explorado este fenómeno, revelando que o nosso cérebro responde de forma semelhante à comida e às emoções. Por exemplo, a dopamina, uma substância química no cérebro associada ao prazer e à recompensa, é libertada tanto quando comemos alimentos saborosos como quando experimentamos emoções positivas. Este mecanismo biológico ajuda a explicar por que certos alimentos, especialmente os ricos em açúcar e gordura, podem tornar-se tão irresistíveis em momentos de stress emocional.”, explica Andreia Barbosa, Psicóloga e Coordenadora da Valência de Psicologia da Nutrémia. A Psicologia no comportamento alimentar: Uma abordagem integrada A complexidade da nossa relação com a alimentação levou a clínica Nutrémia a adotar uma abordagem integrada, que associa à Nutrição áreas como a Psicologia, o Exercício Físico e o Bem-Estar. “Muitas vezes, o acompanhamento nutricional convencional foca-se exclusivamente na prescrição de planos alimentares, o que pode levar a dificuldades na adesão e, a longo prazo, ao retrocesso nos hábitos adquiridos. A inovação do projeto está em reconhecer que o comportamento alimentar não é apenas uma questão de calorias e alimentos, mas está também profundamente ligado às crenças e emoções do indivíduo.”, refere Teresa Campos. A psicologia fornece uma compreensão mais profunda das motivações e barreiras que influenciam os comportamentos alimentares. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, tem sido amplamente aplicada para tratar perturbações alimentares como a bulimia e a compulsão alimentar. Técnicas da TCC podem ser adaptadas para ajudar pessoas a modificarem padrões de pensamento disfuncionais e comportamentos alimentares menos saudáveis. “Muitas vezes, crenças como ‘Eu sempre fui assim’, ‘Eu nunca serei capaz de seguir uma dieta” ou ‘Não tenho força de vontade’, funcionam como obstáculos para mudanças. Estes pensamentos podem ser abordados através de técnicas da psicologia que ajudam a pessoa a desenvolver uma relação mais saudável com a comida. Questões como compulsão alimentar, ou mesmo ortorexia, (obsessão extrema e patológica por se alimentar de maneira saudável), são exploradas para entender como as emoções e padrões de pensamento influenciam os comportamentos alimentares.”, salienta Andreia Barbosa. A importância da consciência no comportamento alimentar: Mindful eating A alimentação consciente, ou mindful eating, por exemplo, é uma prática psicológica que transforma a forma como nos relacionamos com a comida. Num mundo onde a azáfama do dia-a-dia frequentemente nos leva a comer apressadamente, muitas vezes sem sequer perceber o que estamos a consumir, a alimentação consciente surge como um convite para abrandar e prestar atenção plena ao ato de comer. “Ao praticar a alimentação consciente, somos incentivados a sintonizar os nossos sentidos e a estar completamente presentes durante as refeições. Isto envolve observar a aparência, o aroma, a textura e o sabor dos alimentos, bem como reconhecer os nossos sinais internos de fome e saciedade. Em vez de comer automaticamente, a prática leva-nos a questionar: Estou a comer porque tenho realmente fome, ou por hábito, emoção ou distração? Outro aspeto positivo da alimentação consciente é a sua capacidade de ajudar a gerir as emoções ligadas à alimentação. Muitas vezes, comemos para lidar com o stress, a ansiedade, ou outras emoções negativas. Ao praticar a alimentação consciente, desenvolvemos uma maior perceção dos nossos gatilhos emocionais e aprendemos a responder a estes de forma mais saudável e adaptativa, sem recorrer automaticamente à comida.”, refere a psicóloga. O sono e o seu papel central na alimentação As consultas de Psicologia Clínica da Nutrémia abordam também a influência do sono na alimentação. “A privação de sono altera a regulação de duas hormonas essenciais: a grelina e a leptina. A grelina, conhecida como a ‘hormona da fome’, aumenta com a falta de sono, estimulando o apetite. Por outro lado, a leptina, responsável por sinalizar saciedade ao cérebro, diminui quando não se dorme o suficiente, levando a um aumento do consumo alimentar. A falta de sono não só aumenta o apetite, mas também influencia as escolhas alimentares. Estudos revelam que pessoas privadas de sono têm uma maior tendência para consumir alimentos ricos em calorias, açúcares e gorduras. Isto deve-se, em parte, à procura por uma fonte rápida de energia para compensar a fadiga.”, exemplifica Andreia Barbosa. Técnicas de relaxamento, aconselhamento sobre higiene do sono e terapia cognitivo-comportamental são algumas das intervenções utilizadas para ajudar os pacientes a desenvolverem padrões de sono saudáveis. Educação e prevenção: O papel da nutrição na infância Teresa Campos não hesita em afirmar que a ‘educação alimentar’ deve começar nos primeiros anos de vida. “Trabalhar com crianças e adolescentes é fundamental, porque os hábitos alimentares formados na infância persistem frequentemente na vida adulta. Crianças que têm uma dieta rica em produtos hortofrutícolas e outros alimentos com interesse nutricional tendem a manter esses hábitos ao longo da vida. Além disso, educar os jovens sobre nutrição pode reduzir a prevalência de problemas como obesidade infantil e perturbações alimentares, que são preocupações crescentes nas sociedades atuais.”, sublinha. Através de programas educacionais e intervenções práticas, a Nutrémia, fundada a 14 de dezembro de 2007, teve, desde logo, como projeto, capacitar as crianças e as suas famílias com o conhecimento e as ferramentas necessárias para tomarem decisões alimentares informadas e saudáveis. “Os pais são os primeiros modelos de comportamento para as crianças. Da introdução de alimentos sólidos às escolhas diárias de refeições, as crianças observam e imitam os hábitos alimentares dos pais. Se os pais mantêm uma dieta equilibrada e mostram entusiasmo por alimentos saudáveis, é mais provável que as crianças também desenvolvam um gosto por esses alimentos. A forma como os pais abordam a comida pode influenciar a relação das crianças com a alimentação. Evitar o uso de determinadas ofertas alimentares como recompensa ou punição, e promover uma abordagem positiva em relação à alimentação, ajuda a evitar o desenvolvimento de atitudes negativas em relação à ingestão alimentar. Além disso, apoiar uma imagem corporal positiva e encorajar a aceitação da diversidade alimentar ajuda a construir uma relação saudável com a comida.”, partilha a nutricionista. Integração e personalização no acompanhamento O acompanhamento integrado desenvolvido pela Nutrémia é uma verdadeira revolução no campo da nutrição e da saúde mental, destacando-se, ainda, pela sua abordagem personalizada. “Em vez de aplicar soluções genéricas, que muitas vezes falham ao responder às necessidades únicas de cada pessoa, o projeto adota uma metodologia baseada numa avaliação detalhada dos perfis comportamentais e das caraterísticas individuais. Este enfoque permite a criação de estratégias nutricionais sob medida, garantindo que cada pessoa receba o suporte mais adequado para os seus objetivos e desafios específicos.”, acrescenta a fundadora da clínica, Teresa Campos. O feedback contínuo é uma peça-chave nesse processo. Não se trata apenas de implementar mudanças temporárias, mas de educar sobre a forma como os hábitos alimentares afetam tanto a saúde física como emocional. Essa educação contínua permite que as pessoas compreendam melhor a relação entre alimentação e bem-estar, capacitando-as a fazerem escolhas informadas e sustentáveis. “Além disso, o objetivo maior do projeto é promover um bem-estar duradouro. Ao ajudar os nossos clientes a criarem e a manterem hábitos saudáveis, a abordagem integrada persegue, acima de tudo, a construção de um estilo de vida que suporte a saúde e o equilíbrio a longo prazo. Ao personalizar o atendimento e integrar diferentes áreas de conhecimento, o projeto oferece um caminho mais eficaz e enriquecedor para aqueles que procuram transformar as suas vidas e alcançar um bem-estar pleno e sustentável.”, evidencia. Segundo Teresa Campos e Andreia Barbosa, a verdadeira mudança vem de dentro. Ao combinar o conhecimento nutricional com o apoio psicológico, a Nutrémia procura não só ajudar as pessoas a alcançarem as suas metas de saúde, mas também a capacitá-las a desenvolver uma relação mais positiva e consciente com a alimentação. “O caminho para uma vida saudável e plena está em reconhecer e tratar a complexidade do comportamento alimentar e é isso que o projeto Nutrémia se propõe a fazer.”, conclui Teresa Campos. Morada: Rua Prof. Dr. Carlos Lloyd Braga, Nº35 r/c Esq, 4715–319 Nogueiró, Braga (próximo do Centro de Nanotecnologia) Contacto: 253 252 003 (Chamada para a rede fixa nacional) 936 317 472 (chamada para a rede móvel nacional) Facebook: Nutrémia – Clínica de Nutrição Instagram: @nutremia_ Linkedin: Nutrémia www.nutremia.pt “O Ecoparque da Braval tem transformado a abordagem aos resíduos, que passaram de lixo a recursos valiosos para reciclagem e valorização” Empresa de Braga cria sistema inteligente para o futuro túnel da Avenida da Liberdade
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