CLÍNICAS DENTÁRIAS Entre a alma da arquitetura e a tecnologia que humaniza, a Clínica Nery do Vale é o rosto da medicina dentária do futuro By Revista Spot | Novembro 4, 2025 Novembro 6, 2025 Share Tweet Share Pin Email Há lugares que parecem ter nascido para ser sentidos. A Clínica Nery do Vale é um deles, onde a arquitetura nos sussurra ao ouvido, a luz natural desenha o conforto de casa e o tempo parece querer abrandar a pressa dos dias. O projeto, assinado pelo atelier Tiago do Vale Arquitectos, nasceu para quebrar o estigma do medo e devolver serenidade a um ato tão humano como cuidar do sorriso. Dirigida por Elane Nery, médica dentista especialista em Estética Dentária, Reabilitação Oral e Ortodontia, a clínica tornou-se uma das referências nacionais em medicina dentária estética e símbolo de uma nova medicina dentária mais humana, mais precisa e mais consciente. Mas o verdadeiro avanço está na forma como a Nery do Vale olha para o futuro, integrando odontogeriatria, medicina dentária do sono e odontopediatria numa mesma filosofia de bem-estar. Porque sorrir é, afinal, um modo de estar inteiro no mundo, seja qual for o momento ou a fase da vida. Que valores e propósito estiveram na base da criação da clínica e de que forma se diferencia no panorama da medicina dentária? Desde o início da minha carreira, há mais de 12 anos, trabalhei em diferentes contextos dentro da medicina dentária, de pequenas clínicas familiares a grandes grupos. Cada experiência trouxe aprendizagens valiosas, mas também reforçou em mim uma convicção: o cuidado com o paciente deve estar sempre no centro de tudo. Recordo-me perfeitamente de um dos primeiros casos que me marcou: uma paciente com uma prótese removível antiga, sem condições para outro tipo de tratamento. Poderia ter feito apenas “mais uma prótese”, mas incomodava-me aquela estética sem vida. Redesenhámos o sorriso dentro das mesmas possibilidades clínicas e o resultado foi transformador. O sorriso dela mudou, e com ele, a forma como se via. Percebi, então, que colocar dentes é “fácil”, o difícil é devolver confiança, bem-estar e presença. Hoje, mais do que mastigar ou sorrir, as pessoas querem voltar a estar presentes: nos jantares de família, nas fotografias, nas conversas. Muitos dos meus pacientes chegam com medo, medo do desconforto, do julgamento ou de reviver experiências clínicas negativas. A clínica nasceu para contrariar isso: para cuidar com tempo, escuta e empatia. Nos grandes grupos, por mais esforço que haja, o atendimento tende a tornar-se impessoal. Aqui, quisemos recuperar o lado humano da medicina dentária, o acolhimento, o toque, o cheiro, a tranquilidade. Não é por acaso que quem entra na clínica comenta logo: “não cheira a clínica”. Esse detalhe simboliza o nosso propósito: criar um espaço onde o paciente se sinta em casa, onde o corpo relaxa e o medo dá lugar à confiança. Nos últimos anos, o conceito de “sorriso perfeito” evoluiu para algo mais autêntico e humano. Hoje fala-se de harmonia facial, bem-estar e até de presença. Como é que a Clínica Nery do Vale traduz essa visão? A minha especialização em estética dentária mostrou-me que a estética não é futilidade, é ciência, proporção e equilíbrio. O sorriso é uma construção matemática com impacto emocional. Quando algo destoa, chamo-lhe “ruído”, porque não se trata de um defeito, mas de uma desarmonia que interrompe a harmonia global. Trabalhamos sempre de fora para dentro. Começamos com fotografia facial, uma etapa essencial, não só para diagnóstico, mas como ferramenta de aprendizagem e evolução. As imagens mostram-nos o que pode ser melhorado, documentam a jornada e ajudam o paciente a compreender o processo. Cada planeamento é personalizado e digital. Muitos pacientes chegam a pedir para “mexer só em quatro dentes”, mas a funcionalidade exige mais: por vezes é preciso incluir caninos, garantir uma oclusão equilibrada e criar guias que assegurem durabilidade. Costumo brincar e dizer: “Quatro dentes são para si, dois são para mim, para o seu sorriso durar mais tempo.” O nosso princípio é sempre fazer o mínimo necessário para obter o maior impacto. Por isso, priorizamos técnicas minimamente invasivas e trabalhamos frequentemente com facetas em resina, não apenas por serem mais acessíveis, mas por permitirem preservar o dente natural. Quando o caso exige maior intervenção, recorremos à cerâmica, mas sempre com preparações dentárias conservadoras, muito longe da estética artificial e uniforme que se tornou tendência. Para nós, “minimamente invasivo” significa também usar pouco material, respeitar o espaço do dente e garantir que continua fácil de higienizar. Um sorriso bonito tem de ser também um sorriso saudável. A clínica está equipada com tecnologia de última geração, incluindo o protocolo suíço GBT de profilaxia, que permite higienização indolor e altamente eficaz. Este sistema evidencia a placa bacteriana, educa o paciente sobre a sua própria higiene e deixa a superfície dos dentes tão lisa que, com o tempo, a formação de placa reduz-se naturalmente. No fundo, é isso que procuramos: aliar tecnologia, estética e empatia para devolver ao paciente não apenas um sorriso bonito, mas o prazer de sorrir sem medo. Hoje fala-se em sorrisos funcionais e personalizados, que respeitam a anatomia e a expressão natural de cada pessoa. Como é que a Clínica trabalha o equilíbrio entre estética e função em procedimentos como facetas, branqueamento ou plástica gengival? É uma excelente questão, porque há, de facto, uma perceção errada criada pela publicidade, sobretudo no caso das facetas em compósito, de que é possível transformar completamente um sorriso num único dia. A verdade é que esse “resultado imediato” é apenas a etapa visível de um processo muito mais profundo. Na Clínica, tudo começa com uma consulta de diagnóstico detalhada, onde fazemos fotografias, como já referi, impressões digitais e, sobretudo, uma conversa aberta com o paciente. Queremos compreender o que o incomoda, o que gostaria de mudar e o que valoriza no seu sorriso. Só depois desse diálogo é que definimos o caminho. Por exemplo, se o objetivo principal for alterar a cor, poderemos começar por um branqueamento dentário. Se existir um desnível gengival, talvez o primeiro passo seja uma plástica gengival. Só depois de ajustados estes detalhes é que chegamos às facetas, que muitas vezes parecem ser o ponto de partida, mas na realidade são o resultado de um planeamento rigoroso. Cada caso é único. Um paciente pode precisar de facetas em cerâmica, outro pode beneficiar mais das facetas em resina, especialmente quando queremos intervir de forma minimamente invasiva, preservando ao máximo a estrutura natural do dente. E há ainda a componente facial: muitos pacientes pensam que o preenchimento labial é a solução para melhorar o contorno do rosto, mas frequentemente o simples reposicionamento dos dentes já devolve o suporte ideal ao lábio. Costumo brincar dizendo: “Antes de fazer qualquer procedimento nos lábios, fale primeiro com o dentista.” O sorriso bem estruturado muda toda a expressão facial. Depois, há a parte funcional. Cada intervenção estética altera a forma como os dentes se tocam, e isso exige precisão. Avaliamos a oclusão, a posição dos caninos, o risco de fraturas e até sinais de bruxismo. A estética só se sustenta se a função estiver equilibrada. Por isso, em muitos casos, recomendamos também uma goteira noturna, para proteger tanto o trabalho realizado como os próprios dentes. O nosso objetivo é criar sorrisos naturais, duradouros e saudáveis, onde a estética e a função coexistem em harmonia. O planeamento digital, o enceramento diagnóstico e as ferramentas de simulação permitem aproximar o sorriso ideal da naturalidade que o paciente atual procura? Sim e, mais do que isso, permitem criar uma linguagem comum entre médico e paciente. O conceito de “sorriso bonito” é muito subjetivo. Utilizamos ferramentas como o enceramento diagnóstico e o mock-up, que é literalmente um “teste do sorriso”. Aplicamos uma resina temporária sobre os dentes do paciente para que ele se possa ver ao espelho e perceber, em tempo real, como ficará. Não é o resultado definitivo, mas é uma prévia extremamente realista e essa visualização faz toda a diferença. Este método evita desilusões, melhora a comunicação e reforça a confiança. Chamamos-lhe planeamento reverso, porque partimos do sorriso final que desejamos alcançar e recuamos até definir cada etapa técnica necessária para lá chegar. O digital veio revolucionar completamente esta fase: hoje, posso planear um caso aqui em Braga e colaborar com um técnico em Lisboa ou no Brasil, partilhando ficheiros e instruções com total precisão. Mas é importante sublinhar que o planeamento é sempre clínico, não técnico. O profissional que vê, escuta e compreende o paciente é quem orienta o desenho e as proporções do sorriso. Com base nas fotografias, nas medições faciais e na personalidade do paciente, definimos detalhes como o formato dos dentes, mais quadrado, triangular ou oval, e o grau de volume ou luminosidade que melhor harmoniza com a expressão facial. No final, a tecnologia não substitui o olhar humano, apenas o amplifica. O sorriso ideal é aquele que se integra na face, respeita a anatomia e reflete a autenticidade da pessoa. A ortodontia estética, com os alinhadores invisíveis, tornou o tratamento mais acessível e discreto. Quais são as principais vantagens? De facto, ainda existe algum preconceito em relação aos alinhadores invisíveis, mas a evolução tem sido impressionante. Há dez anos, a tecnologia estava num patamar completamente diferente. Hoje, graças ao uso contínuo e ao volume crescente de casos tratados, as plataformas digitais baseadas em inteligência artificial aprendem com cada novo tratamento, tornando os resultados cada vez mais previsíveis e personalizados. Atualmente, os alinhadores são uma ferramenta essencial na ortodontia moderna. Para o adulto que se preocupa com a imagem e o conforto, são uma solução discreta, eficaz e previsível. Mesmo quando comparados com brackets estéticos, os alinhadores oferecem uma experiência muito mais confortável e invisível. Outra grande vantagem é a previsibilidade do resultado: todo o planeamento é digital, o que nos permite mostrar ao paciente, desde o início, uma simulação do movimento dentário e da duração prevista do tratamento. Naturalmente, o movimento virtual e o movimento biológico não são idênticos, mas a margem de erro é hoje mínima. A chave do sucesso está, contudo, na adesão do paciente. O alinhador precisa de ser usado cerca de 22 horas por dia. É um compromisso. Mas, curiosamente, a maioria dos pacientes adapta-se rapidamente e até sente falta do alinhador quando o retira, o que se traduz numa taxa de adesão muito superior à dos aparelhos tradicionais. Há ainda benefícios práticos: a higienização é incomparavelmente mais fácil. O paciente pode remover o aparelho, escovar os dentes e usar fio dentário sem limitações. Com os brackets, era comum surgirem manchas de descalcificação ou pequenas lesões de cárie no final do tratamento, não por culpa do aparelho, mas pela dificuldade de limpeza. Nos alinhadores, essa limitação desaparece. O tratamento é mais higiénico, confortável e esteticamente agradável e isso muda completamente a experiência do paciente. Afinal, o objetivo não é apenas alinhar dentes, mas preservar a saúde oral durante todo o processo. “Cada detalhe foi pensado para que o paciente sinta que o seu tempo é respeitado” Em cirurgia oral, a precisão e a segurança são fundamentais. Como é que o planeamento digital em 3D e o uso de guias cirúrgicas personalizadas têm transformado os resultados e reduzido o tempo de recuperação? Hoje, a cirurgia oral vive uma verdadeira revolução tecnológica. O planeamento digital em 3D e as guias cirúrgicas personalizadas permitem-nos executar procedimentos com uma precisão milimétrica, reduzindo riscos, tempo de cadeira e desconforto para o paciente. O processo mudou: passámos a investir mais tempo antes da cirurgia, o chamado “trabalho de casa”. Planeamos digitalmente a posição exata dos implantes ou das incisões, criamos uma guia personalizada e, quando o paciente chega, tudo está otimizado. O tempo cirúrgico é mais curto, a ferida fica menos tempo exposta e, por isso, a cicatrização é mais rápida e o pós-operatório muito mais confortável. No entanto, é importante sublinhar: a tecnologia é uma aliada, mas não substitui a experiência clínica. É essencial dominar primeiro as bases da cirurgia convencional, porque mesmo com planeamento digital podem surgir imprevistos, e o profissional deve estar preparado para os resolver. A cirurgia guiada não torna tudo “fácil”, torna tudo mais preciso, desde que utilizada por quem compreende profundamente a anatomia e as limitações do caso. Apesar de ainda existir um custo associado ao planeamento e à impressão das guias, esta tecnologia está a tornar-se cada vez mais acessível e será, em breve, uma realidade transversal a todas as clínicas. O futuro da cirurgia oral é digital, previsível e cada vez mais segura, sempre com o toque humano no centro. “O desafio é simples e exigente: usar tecnologia para aproximar pessoas, não para as afastar” A endodontia continua a ser uma das áreas mais desafiantes da medicina dentária. Como é que a tecnologia, os microscópios clínicos e os novos materiais biocerâmicos estão a melhorar o sucesso das desvitalizações e a durabilidade dos dentes tratados? A endodontia é, sem dúvida, uma das áreas que mais evoluiu nos últimos anos e uma das que mais sofreu com a banalização do seu exercício. Durante muito tempo, muitos profissionais acreditaram que “qualquer dentista podia fazer uma desvitalização”. O resultado foi um número significativo de tratamentos mal conduzidos e dentes perdidos que poderiam ter sido preservados. Hoje sabemos que a endodontia exige especialização, precisão e tecnologia. O endodontista trabalha com microscópios clínicos, instrumentos de última geração e materiais biocerâmicos que garantem uma selagem perfeita dos canais. Isto permite resolver a maioria dos casos numa única sessão, poupando tempo ao paciente e evitando complicações futuras. Como reabilitadora oral, vejo a endodontia como a base de tudo: um dente bem tratado é a fundação sobre a qual construo o meu trabalho. Tal como numa casa, a coroa pode ser a parte visível e bonita, mas o alicerce precisa de estar sólido. Ainda ouço pacientes dizerem: “Já desvitalizei o mesmo dente três vezes.” Isso acontece porque o tratamento não foi feito por um especialista. Hoje, com técnica, magnificação e planeamento adequado, uma endodontia bem executada tem taxas de sucesso elevadíssimas e pode durar toda a vida. Além disso, as novas tecnologias permitem remover instrumentos fraturados e tratar complicações que antes implicavam extrair o dente. E aqui entra um ponto essencial: preservar deve ser sempre a primeira opção. Nem todo dente precisa de ser substituído por um implante. Há uma ideia errada de que o implante “dura para sempre”, mas o que realmente determina a longevidade é a saúde dos tecidos que o rodeiam. O implante é uma estrutura artificial; o corpo humano não é. Por isso, antes de extrair, vale sempre a pena avaliar se é possível salvar. Porque um dente natural bem tratado é sempre o melhor implante que podemos ter. A saúde gengival é muitas vezes esquecida até surgir o problema. Qual é o papel da periodontologia na prevenção e tratamento de doenças como a gengivite e a periodontite, e como se integra esta abordagem na estética e na reabilitação oral? A primeira coisa que devemos afirmar, sem exceção, é: gengiva não pode sangrar. O sangramento é sempre um sinal de inflamação, mesmo que não haja dor. Muitas pessoas acham normal ver sangue ao escovar os dentes e não é. É o corpo a pedir ajuda. A periodontologia tem um papel central, tanto na prevenção como no tratamento de doenças gengivais e na manutenção da estética e da reabilitação oral. É impossível ter um sorriso bonito e saudável se as gengivas estiverem doentes. Um dos erros mais comuns é pensar que escovar bem é suficiente. Tenho muitos pacientes que realmente escovam bem, não há placa visível, mas continuam com sangramento. Nestes casos, o problema está no tártaro subgengival, invisível ao olho nu e apenas removível com técnicas adequadas e tempo em consulta. Por isso, as nossas higienizações duram no mínimo uma hora. Queremos tempo para limpar em profundidade, ensinar técnicas corretas de escovagem e mostrar ao paciente que o fio dentário não é opcional, é obrigatório. Explicamos que a placa bacteriana demora cerca de 24 horas a formar-se. Se o paciente fizer uma higienização completa, ainda que apenas uma vez por dia, está protegido. Mas como a maioria não o faz com essa precisão, aconselhamos sempre a escovagem após as principais refeições e o uso diário do fio. Na clínica, oferecemos um kit personalizado de higiene oral, com escovas, fio dentário, superfloss e escovilhões, para que o paciente possa cuidar-se em qualquer lugar. A saúde periodontal não depende de uma consulta a cada seis meses, depende de uma rotina diária, feita em casa, com consciência. Escovar os dentes é um ato técnico e consciente, não automático. Ensinar, relembrar e corrigir a escovagem é também papel do médico dentista. Porque a verdadeira prevenção começa pela literacia: quanto mais o paciente entende, mais consegue cuidar. E numa vertente mais inovadora, a patologia do sono: de que forma a atuação do médico dentista pode melhorar o descanso, a saúde geral e até o bem-estar emocional dos pacientes? O sono é um dos pilares da saúde, e o seu impacto vai muito além do descanso. A falta de sono de qualidade afeta o metabolismo, o humor, a memória e até a imunidade. E é curioso perceber que o médico dentista tem um papel privilegiado neste campo. Muitos dos meus pacientes adormecem na cadeira durante o tratamento e, nesses momentos, consigo perceber quem ressona, quem tem pausas respiratórias ou sinais de roncopatia. A posição da língua, o formato da mandíbula e o espaço da via aérea são indicadores claros que nos ajudam a identificar potenciais casos de apneia do sono. A medicina dentária do sono é uma área em forte crescimento, e pretendo integrá-la na clínica em breve. O nosso objetivo não é substituir o tratamento médico, mas complementá-lo com dispositivos intraorais personalizados, especialmente nos casos leves e moderados ou em pacientes que não toleram o CPAP (o equipamento tradicional de ventilação contínua). Há muitos casos em que o paciente simplesmente não consegue adaptar-se ao CPAP, o ruído, o desconforto ou as viagens tornam o uso difícil. Nesses contextos, o dispositivo intraoral pode ser uma excelente alternativa ou até uma solução de backup. Além de mais discreto, é fácil de transportar e melhora significativamente a oxigenação durante o sono, reduzindo os episódios de apneia. Os estudos mostram que estes dispositivos conseguem transformar um caso grave em moderado, e um moderado em leve, melhorando a qualidade do sono e, consequentemente, o bem-estar físico e emocional. Porque, no fundo, dormir é curar. E se o médico dentista pode ajudar a devolver um sono tranquilo, está também a contribuir para um corpo mais equilibrado, uma mente mais serena e uma vida com mais energia e presença. De que forma o design premiado da clínica, a luz natural, a arquitetura acolhedora e o tempo dedicado à consulta de diagnóstico transformam a experiência em algo positivo e humano? Quando idealizámos a clínica, quisemos que fosse mais do que um espaço de trabalho: uma casa fora de casa, um lugar que transmitisse tranquilidade tanto ao paciente como à equipa. Passamos grande parte do dia aqui, e acredito que só conseguimos cuidar bem dos outros se estivermos num ambiente que também nos cuida. Por isso, a arquitetura, com a assinatura da Tiago do Vale Arquitectos, foi pensada ao detalhe, desde a luz natural que atravessa os consultórios, essencial para o trabalho estético e para o bem-estar, até aos materiais que escolhemos, como a madeira, que despertam memórias afetivas e criam um ambiente caloroso e familiar. A experiência sensorial é completada por aromas suaves, plantas naturais e uma playlist pensada para criar uma atmosfera calma. Essa perceção muda completamente a forma como o paciente se posiciona, porque já não associa o espaço à dor ou ao desconforto, mas sim à segurança e à presença. A transparência foi outro princípio essencial, tanto no sentido literal, com espaços amplos e visíveis, como no simbólico. O paciente vê o percurso que faz, percebe onde está e o que está a ser feito, e isso transmite confiança. Cada detalhe foi pensado para criar conforto: as cadeiras têm apoio cervical e lombar, usamos mantas em procedimentos mais longos e hidratamos os lábios do paciente antes e durante o tratamento, um gesto simples, mas que faz toda a diferença. A iluminação também foi planeada com propósito: luz branca apenas nas zonas clínicas e luz quente e suave nas áreas sociais, para que a perceção do ambiente seja mais doméstica e acolhedora. Na primeira consulta, privilegiamos o tempo. O paciente não entra logo para a cadeira. Começamos sempre por uma conversa no consultório, frente a frente, para o ouvir com calma e compreender o que o preocupa, o que deseja e o que teme. Só depois passamos à fase clínica. Sempre que precisamos de discutir algum procedimento, levantamos o encosto da cadeira, não gosto de falar com o paciente deitado, numa posição vulnerável. Gosto de estar à mesma altura, de pessoa para pessoa. Isso muda a relação e cria uma base de respeito e confiança. Mesmo a anestesia é feita com tempo e suavidade, porque acredito que é nesse momento que se ganha ou se perde o paciente. Evitamos movimentos bruscos, ruído excessivo e pressa. A agenda é organizada para que os pacientes raramente se cruzem e para que cada um sinta que o seu tempo é respeitado. Se houver algum atraso, avisamos sempre. E antes mesmo de virem à primeira consulta, enviamos todas as informações necessárias: localização, estacionamento, horário, o que esperar. Tudo isto contribui para reduzir a ansiedade e transformar a ida ao dentista numa experiência positiva, onde o paciente se sente cuidado do início ao fim. Mais do que estética ou tecnologia, o que procuramos oferecer é uma experiência de confiança, serenidade e respeito. Acredito que a saúde começa quando o corpo relaxa e o medo dá lugar à presença. “A prevenção começa pela literacia, quanto mais o paciente entende, mais se cuida” Qual acredita ser o maior desafio da próxima década para a medicina dentária: manter o toque humano num mundo cada vez mais digital? O grande desafio da medicina dentária moderna será usar a tecnologia para aproximar pessoas, não para as afastar. Vivemos um momento extraordinário, com planeamento digital, impressão 3D, inteligência artificial e cirurgia guiada a tornarem os tratamentos mais previsíveis e seguros. No entanto, corremos o risco de perder algo essencial: o tempo para olhar, escutar e compreender o paciente. O futuro passa por encontrar o equilíbrio certo. A tecnologia deve ser uma aliada, uma ferramenta que melhora o diagnóstico, a comunicação e a precisão, mas nunca pode substituir a relação humana. A primeira consulta, por exemplo, é o momento de desacelerar. É ali que se cria o vínculo, que o paciente sente que pode confiar, que tem espaço para falar e ser ouvido. Esse tempo de escuta é terapêutico e não pode ser substituído por um ecrã ou por um algoritmo. Também acredito que o ambiente físico continuará a ter um papel determinante. Um espaço que acolhe, regula e transmite calma ativa o sistema nervoso parassimpático, reduz o medo e melhora a experiência clínica. A literacia em saúde e a coautoria nos planos de tratamento serão igualmente centrais, quanto mais o paciente compreende e participa nas decisões, mais se envolve e cuida. Manter o toque humano num mundo digital não é uma nostalgia; é uma necessidade. Por mais avançada que seja a tecnologia, nunca deixaremos de tratar pessoas e não dentes isolados. Cada sorriso tem uma história, um contexto emocional, um ritmo próprio. E é nesse encontro entre ciência e empatia que está o verdadeiro futuro da medicina dentária: precisa, previsível e profundamente humana. Morada: Rua de São Paulo 26 Loja 1, 4700-042 Braga Contacto: 253 268 092 (chamada para a rede fixa nacional) | 966 912 816 (chamada para a rede móvel nacional) Facebook: Clínica Nery do Vale Instagram: @draelanenery Site: nerydovale.com “A missão da Cirurgia Vascular e da Flebologia Estética é devolver a liberdade de caminhar sem dor, de usar uma saia sem receio e de viver sem esconder o corpo” Ent’Artes leva a dança portuguesa ao Brasil
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